Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 31 de janeiro de 2016

Intensidade sim, postura defensiva, não!

Intensidade sim, postura defensiva, não!

Às vezes tudo o que precisamos é deixar de lado as certezas e as convicções que temos. Primeiramente, nossas certezas escondem medos e nossos medos bloqueiam nossas atitudes, fazendo com que não nos arrisquemos. E, sem risco, desperdiçamos gargalhadas, sorrisos, diálogos, amizades, afeto, relações, orgasmos!
Se não sairmos da nossa zona de conforto que, de tão confortável que é, mascara boa parte de nossa insegurança, jamais seremos plenamente livres, e, consequentemente, felizes, realizados afetivamente, portanto. Viver na zona de conforto do “isso eu não faço”, “não faz meu feitio”, “não quero me apaixonar para não sofrer”, “do jeito que está, não há plena realização, mas também não há tristeza”, pode ser bastante simples!
A forma de viver na “defensiva” e sem “ataque” faz com que economizemos lagrimas, frustrações, aventuras, mas também, gera uma “poupança” desnecessária de alegrias, novas realizações, novos tempos, novos momentos! Bons momentos, instigantes momentos! Excitantes momentos! Aqueles raros que marcam, que impregnam a nossa alma, a nossa mente e o nosso corpo.
Aqueles momentos raríssimos que o tempo não apaga da nossa memoria e pele e, dos quais, infelizmente, fugimos por medo de sofrer, por medo de “complicar” as coisas, por medo de, por afeto, paixão e amor, assumirmos uma nova postura e, quiçá, mudarmos algo na nossa tão corriqueira rotina diária na qual dois mais dois sempre será quatro e as sensações, sempre serão mornas.
 Enfim, não raras vezes, precisamos deixar-nos de lado e darmos um mergulho na vida, sobretudo naquilo que mexe com nossos instintos, intelecto, corpo, mente e vontades! Ah, arriscar é viver! E, viver, não é usar escudo, não é proteger-se com barricadas contra o que assusta, viver é dar a cara, o coração e a alma à tapas, se necessário for. Com licença, vou ali viver minha vida e não volto logo.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 1º de fevereiro de 2016.

E o machismo? Sempre diminuindo a racionalidade masculina e o valor feminino!


E o machismo? Sempre diminuindo a racionalidade masculina e o valor feminino!

Posso enumerar alguns prejuízos morais que a criação machista nos causa! Sabe a história de criar "bodes" que irão pegar as "cabras" (filhas do amigo)? Bem, termo absurdamente estupido e grotesco a parte, o machismo desumaniza o ser humano homem. Esse lance de dizer que "homens traem e transam por instinto" é o mesmo que dizer que homens são incapazes de usar o cérebro quando o pênis endurece, ou seja, são jegues (porém, raramente tão "bem-dotados" quanto um)! Só que não são.
Se há instinto, estes existem para serem superados ou o indivíduo não deve ser chamado de racional, certo?! Os meninos são criados para traçarem geral, para distinguir sexo de amor e para se acharem mais homens de acordo com o número de parceiras, (ainda que não as satisfaçam com o mesmo talento com que massageiam seu ego).
Mulheres não são criadas assim e é por isso que a infidelidade feminina "choca" e surpreende mais do que a masculina, como se fosse "mais" imoral. As mulheres não são criadas para transar com qualquer um que lhes assedia para confirmarem seu gênero "feminino". Os homens, em sua maioria, são!
E, então, surgem homens que dizem amar as esposas, mas que dizem que "sexo é sexo" sendo com a "amada" ou com qualquer outra! Sim, isto existe! Logo, se a esposa está com algum problema, ocupada, e a frequência sexual diminui, o sujeito acha plenamente "explicável" transar com outras!
Mais, o machismo latente na sociedade é tanto que quem levará a "culpa" pelo chifre tomado será a própria traída! Tipo, por não ter dado "conta" do homem, digo, do animal, que ela tem em casa. E não é! Respeitar é o mínimo que deve existir numa relação. Todavia, existem aqueles homens cujo machismo rebaixou a sua inteligência emocional à nada. Ou seja, o cara é o "macho pegador", mas tem a afetividade e inteligência emocional típicas de um boçal.
Outra pérola da criação machista é a de que "homens não choram". Homens são pessoas, possuem sentimentos e choram sim. Não precisam ser admirados pela coragem de chorar e nem se explicar por uma reação química do organismo que indicia o sentimento de emoções fortes. Existem diferenças genéticas entre homens e mulheres, o resto é balela da criação machista que temos.
Sim, praticamente todos tivemos uma criação machista e que diferencia "coisa de menino" de "coisa de menina". Fato é que existem atos corretos e atos incorretos. Fato é que a criação e educação das crianças deveria se circunscrever ao "não faça ao outro o que você não quer que ele lhe faça!". E, assim, os futuros adultos não iriam encarar de forma diferente a imoralidade da infidelidade, por exemplo!
Há o dever de respeito e, portanto, homens infiéis agem de forma nojenta e mulheres também, afinal sempre há uma solução, ainda que seja o afastamento. Ele é mais nobre. Tudo o que as pessoas fazem e que não gostariam de serem vítimas é errado e isso independe do seu sexo! Portanto, crie seus filhos, meninas e meninos, para serem respeitosos e bons, não para serem seres levianos que justificam suas falhas como "instintivas". Afinal, instinto é coisa de animais irracionais, não de gente!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 1º de fevereiro de 2016.

Do curso pré-vestibular à academia jurídica.

Do curso pré-vestibular à academia jurídica.

No ano de 1999, após meu pai parar de fazer viagens internacionais com os caminhões que tinha, minha mãe, cansada do tempo de ausência do, então, marido, resolveu voltar à Passo Fundo, afinal, no ano seguinte estava na hora de eu entrar na faculdade e etc. Voltamos da cidade em que morávamos (Uruguaiana) há longos 8 anos, para a capital do planalto médio gaúcho.
La retornei a escola em que estudei desde a infância. O Instituto Educacional de Passo Fundo onde havia o chamado "terceirão", no qual o terceiro ano era voltado a aprovação no vestibular. Tendo eu retornado de uma cidade menor com dificuldades extremas em ciências exatas, e, além disso, pela arrogância da maioria dos colegas, mal suportei um semestre! Então, cansada, ciente de que não faria vestibular em nenhuma federal, fui para outra escola!
Me apaixonei na primeira aula pelo colégio Notre Dame que, ao contrário do IE, era católico, não metodista. Antes, porém de fazer o vestibular em janeiro de 2000, na UPF, onde eu queria Psicologia, mas fui compelida ao Direito (pelo qual criei amor após algumas aulas), tornei ao cursinho Garra, curso pré-vestibular parceiro do colégio do qual havia desistido no inicio daquele ano (1999).
Tive aulas sensacionais! Eu podia ser catastrófica em exatas, mas os professores do cursinho eram apaixonados demais pelo que faziam: não tinha como me sentir mal naquelas aulas! Enfim, foi num super-intensivo pré-vestibular e em 6 meses de "terceirão" que eu descobri o que me encantava no magistério: a importância dada aos alunos, a preocupação com sua aprendizagem, o humor para tornar a aula da matéria menos chata e, ao menos, um pouco menos entediante!
Obviamente, desde aquela época, não eram todas as brincadeiras que agradavam aos aluninhos, mimados, seguidamente! Sempre haviam os comedidos, praticamente "inagradáveis", mas eu não era um deles. Tendo ou não dificuldade em ciências exatas, se o professor tinha animo, humor, tesão por estar na sala, a aula não me cansava!
Obviamente, eu não trabalhava na época! Descobri o que era laborar num escritório de cobrança meio ano antes de me formar, em janeiro de 2005. Mas, de toda forma, para mim, o ânimo e o humor do professor são muito importantes. E, após inúmeras aulas enfadonhas na faculdade, algumas, muito animadas, mas a maioria não, descobri e delineei a minha atitude enquanto professora da minha paixão (o Direito): ser cômica, ser didática, tentar fazer com que meus alunos aprendam e superem a prolixidade enrolada da maioria da doutrina jurídica que precisam ler!
Arre! E como são prolixos os doutrinadores jurídicos! Aliás, como a maioria dos operadores do Direito adora ser pomposo, adora tergiversar e impor aos demais “mundanos” que tem um vocabulário rico, que entendem das leis e que, por isso, estão num nível “superior” ao resto da humanidade! Isso nunca me cativou, em que pese o conhecimento jurídico me apaixone, mas não a sua, quase sempre, ausência de didatismo, simplicidade e bom humor.
Como meus mestres inesquecíveis, sei que não agrado a todos. Sei que muitos não têm maturidade para diferenciar a pessoa do professor da disciplina ministrada, logo, tendem a amar o professor da disciplina amada e desprezar o professor da matéria desprezada.
Não me importa! Sou leal a minha concepção de transmitir conhecimento: sem distinguir claros de morenos, pobres de ricos, agradáveis de desagradáveis, amigos de não amigos, feios de belos, enfim, sem distinção e com muita paixão! E que venha mais um semestre cheio de aprendizado e que o meu melhor seja dado àqueles que justificam a minha paixão por ensinar: os meus alunos.


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 1º de fevereiro de 2016.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Os psicopatas e suas táticas de crescimento profissional.

Os psicopatas e suas táticas de crescimento profissional.

Como um psicopata chega ao cargo de CEO ou algo afim em grandes empresas? Porque eles sondam o ambiente! Eles usam sua astucia para desumanizar as pessoas: para eles, não existe colega, amigo ou subalterno competente bem valorizado quando eles pressentem concorrência, quando eles pressentem que podem perder força ou espaço.
Eles descobrem os bons concorrentes e, ao invés de lhes enaltecer, verificado o seu talento, eles tentam boicotar, sabotar a imagem e até a autoestima do outro para não ter seu plano de vitória e crescimento frustrado. Inclusive, e na medida do que lhes é possível, eles elevam apenas os que não tem o seu brilho, o seu carisma, a sua graça, porque lhes é melhor elevar o fraco do que o forte e, na sua visão egoísta e fria, “inimigo”.
Eliminando ou diminuindo os que tem carisma, brilho e talento eles creem que jamais terão aquele que pode lhe superar concorrendo realmente com ele. Jamais correrão o risco de serem ofuscados! Um sociopata que se preze é narcisista! Tem a necessidade básica de ser "o melhor" e, para tanto, sabota qualquer um que lhe pareça forte, inteligente e bom e que, na sua mente gélida e doentia, possa lhe superar e “vencer”.
A frieza, a ambição, o narcisismo e a falsidade são o arrimo destas mentes. É o que lhes faz crescer e obter sucesso e fama em seus empreendimentos. Portanto, cuidado na hora de taxar alguém como "gênio", seguidamente ele é só uma personalidade cruel, calculista e que sabe elevar os fracos e diminuir os fortes, para que, assim, continue forte.
E, sobretudo, sabe conquistar quem está acima deles numa corporação. É básico: a falsidade é elementar ao crescimento profissional e financeiro de um sociopata e ele usa as suas mil faces com talento e sem culpa para ter para si abertas as portas de vindouras oportunidades!
Sucesso financeiro e profissional, seguidamente, tem mais a ver com ausência de empatia, de caráter e com oportunismo, e não com talento ou real inteligência. Quem não sabe disso, ainda não está preparado para a vida!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 28 de janeiro de 2016.

O fascista.

O fascista.

Disse Norberto Bobbio: “Norberto Bobbio: O fascista fala o tempo todo em corrupção. Fez isso na Itália em 1922, na Alemanha em 1933 e no Brasil em 1964. Ele acusa, insulta, agride como se fosse puro e honesto. Mas o fascista é apenas um criminoso, um sociopata que persegue carreira política. No poder, não hesita em torturar, estuprar, roubar sua carteira, sua liberdade e seus direitos. Mais que corrupção, o fascista pratica a maldade.”
Humildemente, me aventuro a dizer mais: o fascista cresce numa sociedade calejada, cansada e extenuada. Mais, ele usa a frustração do povo com a tal da desonestidade, como escada para ganhar o que ele mais deseja: o poder. E, ao emergir, ele não apenas cometerá atos inescrupulosos (como os que insiste em falar), mas ele vai tolher a liberdade e os direitos civis básicos dos cidadãos.
Sobretudo, daqueles que leem, que se informam, que perscrutam a verdade sem usar de uma única fonte. De quem não lê unicamente a revista que apoia o fascista, de quem não assiste apenas a emissora que dá vazão as ideias do fascista.
Além disso, o fascista irá conquistar os psicopatas sem poder que existem na nação! Aqueles que se acham superiores, pela religião que possuem, pela cor, pela descendência, pela opção sexual, pelo oficio, pela profissão, pelo partido, enfim, ele cativa aqueles que se afinam com pensamentos coléricos, ele conquista a atenção de quem, no fundo, se acha importante e excelente. O fascista cresce, porque recebe dos odiosos o apoio do qual precisa e, assim, ele é amado!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de janeiro de 2016.

Deduções constantes=equívocos costumeiros.

Deduções constantes=equívocos costumeiros.

Por que razão a gente anda generalizando tanto? Deduzindo tanto? Recebendo uma carga enorme de informações e as assimilando sem muito refletir? São muitas, muitas deduções que saem da nossa boca ao mundo com um "que" de certeza, de infalível, de correto, mas, será que elas não são ou seriam, apenas, o reflexo do nosso humor, pensar e sentir no momento em que as expressamos? Têm, realmente, as nossas opiniões, tanta importância?
É o tal de que nas redes sociais há uma "competição" para ver quem é mais feliz, é o tal de que quase todo médico e advogado é mercenário e, estes, desonestos, é o tal de "todo policial é truculento" e, alguns, corruptos, é o tal de que todo esquerdista é petista, como se o PT, atualmente, fosse "esquerda" em alguma coisa (o que tinha de esquerda foi corrompido pelo poder), é o tal de "todo psicólogo, psicanalista e psiquiatra são loucos enrustidos", é o tal de que todos que têm redes sociais querem se mostrar ao mundo, é o tal de que, por trás de cada foto, o que não há de narcisismo, há de exibicionismo.
É o tal do "pessoa sem religião, não tem Deus no coração" e é má, é o tal de que mulher solteira procura homem pra amar, "formar família" e ter filhos (como assim?) e todo homem solteiro é livre e feliz, também é o tal "ora, que lindo, casados, dois filhos, férias nos EUA=verdadeira felicidade", é o tal do "é balzaquiana e feminista, é liberal e quer sexo comigo", e também tem o tal de "é feminista, quer ser igual aos homens" ou então "é radical e não gosta de se depilar, nem gosta dos homens"!
Enfim, são ideias e deduções de quem sabe de pouco a nada sobre a pessoa, o casal ou a alma que julga! Nem todo mundo quer chamar a atenção alheia, nem todo mundo usa máscaras, nem todo advogado, médico, policial ou seja lá o que for é igual, nem toda mulher independente só quer companhia para as "horas boas", nem toda feminista é isso ou aquilo! Reconheça que o universo é imenso, que você e suas opiniões não significam nada: é só você, são só as suas opiniões!
Isso não tem nada de raro, de especial, afinal todos têm um cérebro e ideias, o seu é só "o seu" e as suas (ideias) são só "as suas"! Aprenda a dizer: os policiais "que conheci", os médicos "que conheci", os advogados "que conheci", os "psi que conheci", as balzaquianas "que conheci", as feministas "que conheci", as pessoas com redes sociais "que conheci", e assim por diante, porque nem toda pessoa neste vasto universo cabe dentro da sua forma de ver o mundo e, consequentemente, de julga-lo! Enfim, você não conhece todas as pessoas no mundo e não tem o direito de sair de um ponto limitado (você e suas deduções) para julgar a todos!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de janeiro de 2016.

Liberdade em tempos de comunicação acessível.


Liberdade em tempos de comunicação acessível.

Eu existi e fui jovem em um mundo que não contava com aplicativos em telefones móveis. Muito menos estes, de diálogo gratuito e em tempo real, com quem esteja em qualquer lugar do mundo. Se eles nos trazem benefícios? Sim, creio que seja desnecessário discorrer sobre eles. A questão, para mim, é a inquietude e a inconveniência que eles causam, em especial, aquela sensação de nunca estar realmente só.
Como dizia a letra da música sertaneja antiga, existiu um tempo em que se tirássemos o telefone fixo do "gancho" ou da tomada, ele "emudecia". Não chamava! E, assim, nos livrávamos das mensagens alheias, aliás, nos livrávamos mais facilmente das pessoas que não queríamos próximas! Hoje em dia, ficar a sós consigo mesmo, tornou-se algo dificílimo para qualquer ser humano!
WhatsApp, facebook, Skype e todos os outros programas de computador e celular que existem! Pessoalmente, sou o tipo de pessoa muitíssimo humorada, porém muito devotada a si mesma! Eu adoro a solidão e, não raras vezes, coloco o celular em modo avião, desligo, entrego ele para a minha mãe atender, unicamente se for meu pai quem venha a me ligar.
São clientes, alunos, conhecidos, estranhos e, nenhum deles, ou melhor, ninguém se tornou, nos últimos tempos, tão interessante a mim, quanto minha mãe, meus gatos, amigos próximos, livros, seriados, filmes e, eventualmente, uma taça de vinho. Portanto, a única forma de ficar só, de refletir sobre a vida, de curtir a mim mesma integralmente, é desconectando.
Sou blogueira, sou professora universitária, advogada, sou afeta à "humanas", do Direito à psicanálise, enfim, me comunico muito, escrevo muito, uso as redes e a comunicação escrita para fazer catarse e me comunicar com o mundo, mas, não nego e nunca negarei que, os meus melhores momentos e epifanias surgem off line.
Todavia, é muito bom poder valer-me das redes ao meu bel-prazer, não ao "delas": uso quando quero, desconecto-me quando desejo, porque não me escravizo a algo que eu posso usar. E posso usar como eu quero, não como o mundo ou seus inventores (das redes), desejam. Isso, pra mim, é liberdade! Liberdade na era digital é ser feliz longe do universo on line.


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de janeiro de 2016.

O “meu” ser rico.

O “meu” ser rico.

No meu mundo, evoluir intelectual e moralmente na vida, ainda é a única forma de ser bem sucedido enquanto ser humano! Sentir-se bem na própria pele, feliz consigo mesmo e contente com cada experiência tida, frente ao aprendizado a elas inerente, será sempre a forma mais luxuosa de viver a vida, sem olvidar da sua simplicidade e inconstância.
Tornar-se observador, humilde e empático, tentar se tornar melhor a cada dia, é a única forma de ser realmente admirável por quem lhe ama, a começar por você mesmo! Não, não há nada de errado em se rejubilar com a própria evolução anímica e forma de agir, errado é estagnar e menosprezar ao outro por se convencer de que é melhor do que ele.
Aliás, toda a virtude cai por terra quando você olha para o outro com a ideia de que é a ele superior. A prepotência e o orgulho fulminam qualquer "que" de virtude que exista em alguém. Logo, amar a si pela forma com que age, pensa e aprende é essencial para ser feliz, assim como a autocrítica, o conhecimento de si mesmo e de que ainda há muito a evoluir moralmente, sem comparar-se ou colocar-se em "vantagem" moral ou intelectual frente a quem nada tem a ver com "isso": os outros!
Enfim, você pode crescer profissional e financeiramente, morar num palacete, usar roupas de marca, tomar vinhos caros, só comer filé, dirigir um carro importado e curtir suas férias na Europa, se você for ignorante, egoísta, amargo, arrogante e estupido você continuará sendo uma porcaria de ser humano. Uma merda de pessoa, porém abonada, quiçá poderosa ou famosa, mas, uma merda!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 25 de janeiro de 2016.

Das excepcionais almas leves!


Das excepcionais almas leves!
Como são raras as pessoas leves! As pessoas de alma light, de aura clara e doce! Visualize a imagem de uma árvore cheia de flores da cor violeta. Existirão as pessoas que irão dizer: "Uau, que linda!", e existirão as que afirmarão que a árvore faz muita sujeira. Os leves veem a beleza, os demasiado rígidos irão ver os "poréns"!
Estes são aqueles que, observando uma pessoa bem vestida, arrumada e elegante irão observar justamente a imperfeição no look. E, falarão sobre ela, porque o 1% "defeituoso", lhes vale mais do que o 99% admirável. São aqueles que, frente a um rosto bonito, maquiado e alegre, irão reparar no cabelo que não está perfeito: "Ora, existem fios desarrumados! Não pode, que horror!".
A pessoa se alimenta bem, é alegre, tem um belo corpo, mas, a pessoa rígida vai observar que a bunda cresceu na semana do Natal ou que a barriga fez uma dobrinha ao sentar: "Cruzes, que feio, que horror!". Determinada pessoa é sofrida, já superou muitos problemas, amadureceu aos trancos e barrancos, se reergueu, ah, mas ela ainda não está com a vida "ganha", e, portanto, sempre será criticada pelos erros do passado, independente de quem seja no presente.
A funcionária é dedicada, se esforça, é responsável, mas fez algo que não foi agradável: mesmo que tudo de correto já feito nunca tenha sido elogiado, o "erro" será o foco da reclamação! Vigora, para pessoas de alma rígida o seguinte: "faça tudo correto, seja correto, nunca irei lhe incentivar a continuar assim, cometa um erro e todos os seus acertos serão ignorados!".
As pessoas pesadas são complexas. Reclamam da vida, analisam tudo com rigidez, insistem na perfeição, delas, de quem amam, de quem lhes cercam, da vida e do mundo, mas a imperfeição que tanto desprezam é justamente o seu foco. Falta-lhes leveza para se perdoarem, para deixarem "passar", para perdoarem o mundo e assimilarem o fato de que a perfeição é inatingível!
Ou, ainda que ela seja atingível, buscá-la e desejá-la permanentemente é um passaporte só de ida para a chatice, para a inconveniência e para fazer de si mesmo e dos seres que lhe cercam, criaturas menos felizes, seguras ou tranquilas do que poderiam ser se experimentassem a leveza do "deixa estar", do "não tem problema", do "está lindo", do "as coisas estão ótimas, muito se superou", "continue batalhando, um erro não apaga 100 acertos!".
E você, é uma alma light ou uma alma indigesta e pesada? Do tipo que não elogia quase nunca e quando o faz adora usar o "mas"? Sinto dizer, mas o mundo precisa de pessoas de alma leve, de pessoas que distribuem sorrisos, incentivo, força e alegria, porque de rígidas já bastam as dificuldades da vida!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de janeiro de 2016.

Pequena crônica sobre o bandido que é bom morto.

Pequena crônica sobre o bandido que é bom morto.

Bandido bom é bandido morto se ele não for o Eduardo Cunha. Bandido bom é bandido morto se ele não for o político que desviou verbas, mas que é "representante" do seu partido. Bandido bom é bandido morto se ele não for o seu pai sonegador de impostos e que corrompe policial na sua frente quando pode e ainda diz que é "necessário" fazer isso no Brasil.
Bandido bom é bandido morto, se não foi o seu filho que atropelou um cidadão quando dirigia semi-alcoolizado. Bandido bom é bandido morto, se não for o advogado que faz parceria com policial corrupto para poder sustentar um estilo de vida alto, enquanto passa a "lábia" no próprio cliente.
Ah, bandido bom é bandido morto, desde que não seja o outro colega advogado que se apropriou de uma pequena fortuna do cliente que representou para terminar o financiamento da camionete nova. Bandido bom é bandido morto se não for o seu sobrinho, que divulgou fotos da ex namorada na internet para se vingar pela rejeição.
Bandido bom é bandido morto, se não for o empresário receptador de produtos roubados e se não for o produtor que faz contrabando de insumos agrícolas. Bandido bom é bandido morto, se ele não for o seu irmão que bate na esposa e a ameaça para que não conte a ninguém. Bandido bom é bandido morto se ele não for sua madrinha médica que, por negligência, matou um paciente.
Bandido bom é bandido morto, se ele não for seu amigo ou colega. Enfim, bandido bom é bandido morto, mas depende de quem é o bandido e não do que ele fez, porque crimes, ah, meu amigo, leia o Código Penal, leia as leis penais esparsas e então verá que você também os comete e, de repente, para um pai que não seja o seu ou para o filho de outra pessoa, o bandido possa ser você!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 25 de janeiro de 2016.

Da minha fé no amor, das exceções existentes no mundo e da minha saudável seletividade.

Da minha fé no amor, das exceções existentes no mundo e da minha saudável seletividade.

Fico estarrecida quando as pessoas confundem a objetividade com que encaro a vida e as relações humanas, com descrença, amargor ou falta de ânimo! "Aiii, ela fala que os casamentos não vigoram sempre com base na fidelidade, amor e paixão, ela diz que filhos acabam deteriorando a intimidade sexual do casal, ela, também, diz que muitos casais mantém relações por hipocrisia e blá, blá, blá!". Sim, eu digo isso, mas não insira pessimismo onde há mero realismo!
E, por que falo em "realismo"? Porque tais deduções são fruto da maioria dos casos que vi em mais de três décadas de existência e de muita comunicação e interatividade humana! Não falo de todos os seres ou casais que vi, apenas da maioria deles! Em hipótese alguma, o raciocínio é um preludio pessimista de todo e qualquer relacionamento, menos ainda a realidade que todos vivenciam ou possam vivenciar!
Digo, seguidamente e de forma humilde, que são as exceções que cativam o meu coração! A regra pode ser hipócrita, influenciável, mais crente do que naturalmente boa ou pensante, mas são as exceções a quaisquer delas (regras) que me inspiram! Casais apaixonados, casais que exalam afinidades, harmonia, companheirismo e cumplicidade me encantam! Pais e mães que dividem igualitariamente o dever de cuidado, instrução e afeto de seus rebentos, me rejubilam!
Gente que, enfim, é apaixonada pela vida, gente que é boa e feliz longe da igreja, da festa badalada, dos holofotes ou das "fotinhas" em redes sociais, elevam minha fé na humanidade e no amor! E, quando ao amor? Sim, eu acredito nele. E é exatamente por isso que, a cada namoro e relação que eu termino, vou me tornando mais seletiva e objetiva, porém nunca negativista, nunca amarga!
Sabe aquele povo que acha que todo mundo é frustrante, acomodado e tende a ser egoísta e broxante no decurso dos dias? Aquele povo com mania (recalque) de corno que diz que "todo homem é igual e trai"? Enfim, aquelas pessoas que acham que todos precisam ser frustrados ou mal amados para serem "gente grande"? Benzadeus! Não sou assim, nunca fui e a evolução que me livre de ser!
Parto de um silogismo básico, muito básico: eu sou uma mulher parceira, fiel, animada, humorada e apaixonada pela vida, eu sou humana, homens são humanos, logo, não sou a única do mundo a ser razoavelmente "legal"! O caráter e a conduta são da alma, não do órgão sexual (reprodutor). Simples!
Posso eu encontrar alguém bem disposto ao convívio, ao amor, a longos e bons diálogos e a quentíssimas noites, assim como posso não encontrar, mas não será por isso que me contentarei com o que não me satisfaz plenamente só para "inglês ver" a minha "sorte no amor"! Enfim, não é por descrer da raça humana ou do amor que estou solteira, é justamente por crer nas "exceções excepcionais" (redundância reconhecida e voluntariamente colocada!)!
E, sendo o amor próprio o mais relevante amor que vivi, não será qualquer alguém com pouca habilidade afetiva que irá me contentar e que me fará dizer: "Tá, você 'fechou' comigo da mesa à sala, da cama ao debate cultural, então a gente se 'gruda' e, enquanto o grude for bom, que seja eterno!".
Ou seja, crer eu creio e me rejubilo com os casais enamorados que vejo, mas isso jamais fará de mim uma pessoa carente, uma mulher dependente de companhia ou desesperada, pelo contrário, afinal, passei da fase destes erros afetivos primários. Já vivi, agora passei! A seletividade e exigências só aumentam, porque se nenhuma das minhas escolhas me fez "sossegar" afetivamente, é porque eu não escolhi certo, então, a exigência deve aumentar, pois é errando que a gente aprende e, sobretudo, se conhece!
Os relacionamentos que findei me fizeram entrar em profundos embates psicológicos-íntimos, pois sou, assim como você, o resultado da criação que recebi, e eu assimilei e guardei pra mim, várias frases emblemáticas que ouvi na infância e que me marcaram: "dinheiro não é tudo, há de ser trabalhador e boa pessoa", "tamanho não significa nada, tem que lhe fazer feliz", "sexo não é tudo, tem que ser bom de conversa" e por aí a fora! E, a cada relação que tive fui me conhecendo e percebendo que estes estigmas serviram, quiçá, para quem me criou, porém não se adequaram à mim.
Ademais, por que tenho que suprimir um desejo em relação ao outro? Tipo, olvidar do que, pra mim, é importante, pois outra coisa é tida socialmente como "boa/relevante"? Por que, afinal somos criadas para relevar muito, porque há um pouco de virtude, talento e vantagem? Ora! Ensinem seus filhos a saber o seu valor e, após se conhecerem bem, pensarem em escolher alguém! Ensine-os a se amarem muito, não a se contentarem com pouco ou com aquilo que, quiçá à alguém, e não à eles, seja muito.
É incrível o quanto fazemos nos relacionamos e o quanto mantemos as relações afetivas, apenas porque nossa educação nos doutrinou a isso! Tive uma criação machista, católica, razoavelmente rígida e romântica, portanto precisei me envolver com algumas pessoas para, assim, me conhecer e poder dizer ao meu sub-consciente: "Não, meu caro! Isso foi o que me ensinaram a desejar e aceitar, mas não é o que me contenta!".
Vivendo, errando e aprendendo a gente se conhece! Alguns encontram quem lhes faça pleno com mais facilidade, outros não! Mas, o que importa mesmo é ser feliz, seja olhando com admiração para o parceiro que dorme ao lado, seja olhando para o espaço que temos na cama e na mente para podermos nos amarmos à vontade com a certeza de que não é de uma "metade" que precisamos, mas de um ser pleno que nos faça transbordar! Em todos os aspectos.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 25 de janeiro de 2016.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Dos meus avós ao mundo atual e perdido!

Dos meus avós ao mundo atual e perdido!

Meu pai sempre foi caminhoneiro. Minha mãe foi professora de matemática. Casou, após um tempo, parou de lecionar e se tornou artesã. Todas as minhas tias, maternas e paternas, são professoras. As que não são mais, como minha mãe, uma tia paterna e minha avó materna, hoje com 90 anos, já foram, um dia. A família da minha avó materna era abastada. Muitíssimo abastada lá na região de Nonoai/RS.
Minha avó casou com meu avô, moreno lindo, audacioso, porém não rico, e a riqueza, ficou no passado dela. Tiveram 4 filhas mulheres. Inteligentíssimas e guerreiras, dentre elas a amiga que mora comigo, digo, a minha mãe. Meu pai descende de italianos. De famílias que prosperaram razoavelmente em Passo Fundo/RS. Avó paterna da família Tagliari, infelizmente falecida, avô paterno, de Marchi, vivo e firme.
Aliás, minhas avós tiveram um excelente gosto para a aparência do sexo oposto! Os meus avós são homens lindos, lindíssimos! O Achiles, pai do meu pai, tem um par de olhos hollywoodianos! Azuis, lindíssimos, e, tal como o Osório, pai de mamãe, possui um nariz perfeito (não consigo achar ninguém bonito se acho o nariz feio! Sou apaixonada por narizes!).
Bem, pra que tudo isso? Bem, pra nada, ainda! A moral é que tive ascendentes ricos, mas nunca fui rica. Sempre fui "remediada". Todavia, sempre vivi como uma pessoa abonada no quesito educação. Meus pais primaram por ela! Sempre estudei em colégios particulares excelentes, curso de línguas e tal, como as filhas de latifundiários do arroz com quem convivi na escola quando morei em Uruguaiana/RS, enquanto meu pai se aventurava em estradas argentinas no período da minha quinta série primária ao segundo ano do segundo grau.
Em Passo Fundo, certamente, eu sempre fui a filha de caminhoneiro em meio a filhas de médicos, advogados, agrônomos, fazendeiros e etc.. Nunca me senti desconfortável! Nunca! Nas férias eu viajava pelo Brasil, aos 9 anos minha mãe me deu um livro de Schopenhauer, e materialismo nunca foi meu forte! Nunca! E nem é.
Eu sempre fui uma fã de intelectos. Tornei-me meio socialista aos 9 anos, graças a uma professora de História diva! E, após a primeira eleição do Lula, em quem votei, fui, ao longo do tempo e cada vez mais, tendo certa ojeriza a partidarismo. Em 2012/2013 noivei com um homem inteligentíssimo, formado em Medicina (psiquiatra) e Direito, que havia sido candidato ao governo do RS em 2010. Ainda apaixonado por política, fui com ele à Brasília, conheci pessoas maravilhosas! Mas, ainda vigorou o meu lado nietzschiano: não simpatizo com partidarismo.
Assim como não simpatizo com religiões, tribos ou nada que divida as pessoas: "eu sou isso, você é aquilo, (sai pra lá, não brinco com você)!". Sabe, algo de gueto, de estigmatizar alguém, de ser infantil, e, portanto, tornar-se intolerante ao oposto? Não gosto, aliás, desprezo. A vida requer posições, mas nada que nos leve à perda do senso crítico, da lógica. E ser um homem de partido não tem nada, nada a ver comigo!
Então, resolvi me evadir do RS e me aventurar humildemente na capital nacional do agronegócio aqui no MT que, produz e continuará produzindo, em sua terceira década, não apenas agricultura, soja, especificamente, mas mentes pensantes, gênios, quiçá! E é aí que o magistério me apaixona, pois me sinto útil! Participar deste processo numa cidade que, ainda, é dividida por uma BR, me anima!
Enfim, do que o Brasil precisa, minha gente? De educação! Professores de primeiro, segundo e terceiro grau apaixonados pelo que fazem e valorizados! O que, por menos materialista que eu seja, inclui a valorização salarial! Assim, quem sabe, os alunos das escolas municipais consigam chegar as universidades federais, aquelas que abriga, seguidamente, filhos de pais que investiram muito dinheiro em colégios caros e cursos pré-vestibular.
Enquanto isso? Enquanto ninguém que está lá, partidarizado politicamente e eleito, pensa nisso, mas resolve tapar o sol com a peneira, eu não irei me opor à cotas raciais, menos ainda, às sociais, pelas qual nutro imensa simpatia. O Brasil é um País desigual sim! "Ah, mas tem o FIES!", tem e não nego, "até que" está ótimo! Na minha época, posto que meu pai tinha caminhão frigorífico próprio, declaração de renda boa, eu não consegui! Por 5 anos, sendo 6 feito em 5 (adiantei), ele pagou mais de R$ 1400,00 mensais.
Só que financiamento, cotas, nada disso resolve a raiz da celeuma: a desvalorização dos professores e da educação no ensino primário e secundário. Financiamento um dia haverá de ser pago, meu caro! A solução para o Brasil? Não é apresentador de programa de televisão podre ganhar milhões, jogador de futebol bilhões, modelo anoréxica milhões e a moça da capa da Playboy que não sabe conjugar verbo com sujeito, muita grana pra mostrar o traseiro editado em programas de computador! É educação, valorização de quem educa, para que o educado cresça e apareça, não como "garigata", mostrando o corpo na revista, mas como ser pensante, como ser intelectualmente útil!
Simples, a solução é educar. Não é a religião, não é a obsessão partidária, é a educação! "As cotas reduziram a desigualdade!". Ótimo! Mas, vamos, repito, descer à raiz do problema: a educação! Porque remediar sempre, não resolve, só ameniza. E eu não estudei tudo o que estudei nesta vida para me conformar com o "ameno"! Eu quero é solução. Mas, obviamente, não vou me opor àquilo que remedia, porque eu quero é uma pátria menos desigual!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de janeiro de 2016.

São tempos sinistros, meu amigo!

São tempos sinistros, meu amigo!

Afinal das contas, que época é esta que vivenciamos? O que está acontecendo com a mente das pessoas? Que imensa divisão entre esquerda e direita partidária está se tornando este País? Aliás, valendo-me do Renato e sua "legião": "Que País é este?".
Que País é este em que, se você fala que a corrupção vem de longa data, acham que você é "petista", se você diz que é a favor de igualdade social e tudo o que possa lhe gerar, você é comunista, não pode ter iPhone e nem usar produto importado, se você se opõe ao fascista que emergiu num cenário político torto, então, além de comunista, petista, você é contra o modelo de família que a bancada psicopata, digo, evangélica, estabeleceu, ora, que Brasil é este?
Primeiramente, eu sou a favor da igualdade e de oportunidades para todos. Todos devem ter estudo de qualidade e condições para ter iPhone e tudo o que desejarem, sem serem meros explorados. E sim, há de existir atitudes por parte do governo para diminuir desigualdades, porque não existe meritocracia quando o filho de rico vai para a universidade federal, porque estudou em bons colégios e o pai pagou cursinho. Não há de se valar em meritocracia quando a educação para as pessoas de baixa renda é péssima!
Eu não defendo corrupto, não defendo o governo federal ou o partido dele, eu só não sou uma fanática de direita que acha que o PT inventou a corrupção! Sou a favor de uma reforma política, mas jamais serei a favor do retrocesso, da ditadura, da perda dos meus direitos civis básicos e se, essa for a "única" opção, então, aí eu irei dizer que prefiro que fique como está! Não quero um fascista no poder.
Aliás, você sabe o que o Hitler apregoava? Repudio a homossexuais, judeus, negros, comunistas. Ou seja, onde há radicalismo e ódio, onde há a vã crença de superioridade em relação aos outros, seja pela cor, religião, descendência, opção sexual ou opiniões políticas, há insanidade e maldade e isso, eu nunca irei apoiar.
Agora, por favor, parem com essa patética guerra em que ou você é "anti-PT" ou é petista. Eu não sou petista, não tenho partido, não sou anti-partido algum, mas me considero anti-hipocrisia e anti-ignorância. Esta mesma ignorância que coloca palavras nas bocas alheias, que divide as pessoas em amigas ou inimigas. Essa ignorância demente que vem existindo por aí!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 18 de janeiro de 2016.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Down no hight society.

Down no hight society.

“Aí em Sorriso quando as mulheres querem trair os maridos vão até o estacionamento, de preferencia subsolo, de um mercado, deixam o carro lá e vão com o amante, no carro dele, ao motel”. Me contou um ex-morad
or da cidade, se referindo ao alto índice de infidelidade entre a “alta classe” aqui na capital do agronegócio. Bem, creio que infidelidade exista em qualquer lugar do mundo, mas, como uma mulher que já morou em várias cidades diferentes, não posso negar que nunca fui tão assediada por homens comprometidos como fui por aqui. Cidade mais nova do que eu, quem conseguiu subir na vida, via de regra, o fez estando acompanhado ou casado, logo, anos depois, quando o boi do casamento se vai com as cordas, dividir bens pode ser muito “desagradável”. Ademais, cidade religiosa, cheia de fieis católicos e de igrejas diversas, a separação não deve ser muito bem vista pelos companheiros de igreja (seja ela qual for).
Traição? Flerte com mulheres solteiras? Caça a “outros” e “outras” nas academias lotadas da cidade, onde muitos não sabem conjugar verbo com sujeito, mas possuem profundo conhecimento acerca de tratamentos estéticos e “bombas” para ganhar músculos? Ah, isso não faz mal, desde que não saia das paredes do motel. Ou do chat “privado” do face. Ou do whatssap. Ou de um outro programa que deleta automaticamente as conversas.
Enfim, no inicio deste texto eu falei em “alta classe”, certo?! Mas, que classe? Financeira, obviamente. Não falo de moralidade, de decência, de valores, de cultura, de educação, de finesse. Falta, no mundo, pessoas que distingam a aparência da realidade, o dinheiro da moral, as roupas da cultura, porque, infelizmente, como diria minha amiga Rita Lee há longos anos, a coisa está cada vez mais “down no hight society”. Mas, analisando mais a fundo e na maioria das vezes, sempre esteve! No mundo todo, sempre esteve.
Casas pomposas, milhares de hectares, roupas caríssimas, carro importado, rinoplastia para arrebitar ainda mais o nariz, enfim, nada disso nunca escondeu e nunca esconderá a indecência da hipocrisia humana. De toda forma, fico feliz, pois aqui ou em qualquer lugar, isso nunca me surpreendeu. Eu nunca fui deslumbrada! Não existe bilhões de reais ou mansão, não existe doutorado ou pós-doutorado, cargo publico ou poder, que me façam ficar cega frente a atitudes asquerosas ou estupidas dos seres humanos. Bom que nem todos pensam assim, do contrario, iria ter gigolô sarado sem amante, fazendeiro pançudo sem a jovem pra bancar a academia, a lipoaspiração e o silicone e jovem fazendo faculdade sem ter o filho de fazendeiro como objetivo, ao invés da formatura e carreira. Enfim, além de fúteis, existiriam pessoas solitárias e sem objetivos na vida. Seria triste, logo: benditas diferenças!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 18 de janeiro de 2016.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Minha melhor prece.

Minha melhor prece.

"Por que você não vai à igreja?" Porque eu não gosto. Porque a bíblia, pra mim, é um livro antigo e descontextualizado, nada mais. Porque eu não sou religiosa, nunca fui! Depois das aulas de história do primeiro grau (lá pelos meus 9 anos) nenhuma religião, tampouco aquela em que me batizaram e crismaram (católica), me convence.
Tenho muito de espiritualista, mas nada de religiosa. Sou do tipo que questiona demais e que gosta de saber e não de "crer". Ademais, neste "pálido ponto azul" (valho-me de Sagan) prefiro me considerar poeira de estrelas do que a derivação do barro. Ou melhor, da costela do homem que surgiu do barro.
"Por que você não se ajoelha para orar? Por que você não reza?". Porque eu converso com minha consciência, porque eu penso demais, porque analiso o meu proceder e exijo de mim um aprimoramento cotidiano. Mas, apesar disso tudo, apesar de já ter me deixado entristecer algumas vezes na vida por culpa ou por focar demais naquilo que me faltava, hoje eu estimo o que tenho e, principalmente, quem eu me tornei!
Não tenho dúvidas de que o que de melhor eu tenho está dentro de mim e não no meu guarda roupas, estantes, conta bancária ou em qualquer "coisa" tangível. Permito-me viver cercada por pessoas diferentes e conhecer outros mundos e realidades, permito-me aprender com cada vivência que tenho.
Os bons me inspiram e animam, os ruins, arrogantes e prepotentes me ensinam quão ridículo um ser humano pode ser quando se convence de que é melhor que os outros. Quão ridículo e quão baixo, verdade seja dita! O riso e o sorriso são minha prece, olhar nos olhos de quem me chega é minha prece, pois é olhando no mais profundo do outro ser humano que não me permito esquecer que não devo fazer ou dizer a ele o que não quero que me faça ou diga.
E, sorrindo apesar dos revezes eu continuo ciente de que minha prece é sincera e não egoísta, é profunda e não decorada, afeta o mundo e quem a recebe, sem pugnar por milagre algum, ela simplesmente inspira e não julga. Ser alegre, espontânea e transparente é a forma com que mostro ao mundo que não preciso de religião alguma para ser boa. E, como eu, pessoa alguma precisa.
Basta ter moralidade, ética e respeito pelo ser humano. De nada adianta ser uma materialista fútil, trair parceiros, amigos, se relacionar por interesse e saber a bíblia inteira, ajoelhar-se na igreja todos os domingos. Ser correto, tratar os outros com humanidade e aproveitar a vida de forma alegre é a melhor prece que posso fazer.
Ser humana, ser alegre e feliz é a minha prece de agradecimento por estar viva. Fazer piadas com meus "problemas" é minha prece sincera e que não olvida do fato de existirem problemas (sem aspas) muito piores do que aqueles que possam me incomodar.


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 17 de janeiro de 2016.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Dos filmes à vida que urge!

Dos filmes à vida que urge!

Sou uma cinéfila, sem sombra de duvidas. Cinema e vinhos são minhas paixões e excelentes companheiros. Pois, nesta semana que finda, assisti a dois filmes que me fizeram refletir: um é o antiguinho “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” e o outro, relativamente novo, “Se eu ficar”.
Ao assisti-los, peguei-me refletindo: quem somos nós, afinal? Do que somos feitos, animicamente falando? Creio que sejamos um conjunto de vivências, de sonhos, de frustrações e, sim, de lembranças. Apaga-las de nossas mentes nos faria menos sofridos, mas também menos sábios, menos humanos, menos alegres, inclusive.
Em que pese tenhamos lembranças doloridas, existem outras, existem inúmeras boas e divertidas memórias guardadas em nós! Até mesmo quem nos deixou algumas lembranças ruins, deixou outras tantas boas. É assim, é da vida! Nada é totalmente excelente, nem totalmente ruim.
Por mais que tentemos, a ternura ainda impera e cabe a nós trazermos à tona em nossa mente aquelas memórias que melhor se afinam com o que desejamos construir, com o que desejamos criar e não apenas recordar. Quem quer um futuro bom, enfim, não se vitimiza com lembranças ruins, afinal, elas geram pensamentos ruins que geram infelicidade: raiva gera raiva, ódio gera ódio, amor gera amor.
E, quanto aos seus melhores momentos: você já parou pra pensar em qual foi o dia mais feliz da sua vida? Se sim, é provável que você saiba que ele não vai se repetir. Por qualquer motivo que seja, dos comuns ou banais até os mais trágicos, não se pode repetir um dia nesta vida.
Mas, ainda assim, você já parou pra pensar que, mesmo que todos os que lhe faziam companhia "naquele" seu melhor dia não estejam com você, ainda assim, há vida pra viver? Ainda assim, com a mudança no decurso da sua vida, enquanto você existir por aqui, há muito a ser feito e vivido? Amores, amizades, risos, sorrisos, trabalho, novos lugares, novas pessoas?
Pois é, meu amigo! A vida só termina mesmo quando você morre ou quando escolhe não mudar, não seguir adiante e, sobretudo, não se adaptar às mudanças que surgem, porque a vida é a arte da adaptação, de fazer dos piores fatos, o melhor aprendizado. Enfim, a vida e as possibilidades que ela lhe traz, só findam quando você se acomoda e desiste, do contrário, acredite, ainda há muito a ser vivido!


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 16 de janeiro de 2016.

Sobre gostos, sobre diferenças.

Sobre gostos, sobre diferenças.

"Por que você não sai mais, não vai à bares ou festas pra se divertir?". Obviamente, porque me divirto de outras maneiras, porque tenho o meu gosto pessoal de diversão (no qual baladas não está incluso). Se eu achasse qualquer balada e noitada divertida, eu iria!
Tenho pernas, dinheiro pra gasolina e bebida! (sobre a gasolina: se não sofrer diminuição de preço logo, não sei se terei!). As pessoas estão precisando enxergar que os seus gostos não são unânimes e que é muito tosco dar conselhos não pedidos. Ou vai adiantar eu lhe incentivar a ficar deitado, comendo e assistindo filmes, para, assim se divertir se você adora balada sertaneja e cerveja a noite toda?
Vai adiantar eu lhe dizer que o pub rock da cidade é sensacional e que convém você ir lá uma noite pra se divertir se você acha que a Lady Gaga é cantora de rock? Ou se você detesta o gênero? Cada um faz o que quer e, se cada um cuidasse da sua vida, a humanidade seria mais feliz e melhor, afinal quem é contente consigo não bisbilhota a existência alheia. E nem abre a boca pra falar porcaria "non sense"!
Sozinha, bem alimentada e eventualmente tomando vinho eu me realizo! “Ah, mas você não quer um namorado, não gosta de namorar?”. Obviamente gosto, mas não quero a ponto de me contentar com menos do que mereço. Há de haver afinidades, semelhanças, do contrário, sim, prefiro ficar solteira e sozinha!
Tem gente que ama viajar, que não se importa de ficar em qualquer hotelzinho ruim desde que esteja conhecendo novos lugares. Tem quem adore lugares badalados, praia cheia, restaurantes lotados. Eu não! Se for pra ir pra qualquer lugar e ficar num “hostel” de quarta categoria ou passar calor em local apertado, eu prefiro ficar no conforto da minha casa, assistindo meus programas de televisão, dormindo, comendo, bebendo. Enfim, gosto né?! Cada um com o seu.


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 16 de janeiro de 2016.

As ilusões que os descontentes criam.

As ilusões que os descontentes criam.
Sou uma inveterada observadora e admiradora da raça humana! Via de regra, quando converso com amigas ou conhecidos casados vejo que eles estigmatizam os solteiros, como se toda mulher e homem não comprometido vivesse como as musicas sertanejas atuais falam: de festa em festa, de cama em cama, de bebedeira em bebedeira!
Há certa fantasia de que as pessoas solteiras ou são solitárias ou são boêmias. Da mesma forma que, dentre os solteiros há a ideia de que o sujeito casado, com rotina estabelecida e filhos para criar é feliz! Dai a ilusão é corroborada pelas propagandas de margarina!
Isso sem contar a ideia, seguidamente machista, de que quem está solteiro "vale pouco", que "mulher decente" está casada. O mesmo dizem por aí algumas mulheres: "homem bom é como vaga de estacionamento, as boas estão ocupadas!". Ledo engano!
A verdade é que as pessoas são as escolhas que fazem. Uma pessoa sozinha, nem sempre é solitária! Um boêmio nem sempre é feliz. Não raras vezes um cidadão solteiro é emocionalmente independente e seletivo nas escolhas! Assim como, obviamente, existem casais que se amam, se divertem juntos e têm afinidades entre si! Assim como tem os casais que seguem unidos por comodismo, medo, filhos e etc..
Sempre tive ojeriza àquelas brincadeiras que os amigos casados fazem com os solteiros: “Ah, tu tá de boa, pode pegar todas!”. Como se ser promiscuo fosse um desejo de todo sujeito solteiro. Inolvidável que o cara tem liberdade para ficar com várias mulheres, mas quem disse que é isso que ele quer? Mais, quem disse que é isso que lhe faz feliz? E se ele se divertir com amigos, ou até mesmo sozinho e não tenha a mínima vontade de fazer sexo diariamente com desconhecidas?
Sinto, infelizmente, que as pessoas projetam nos outros o que elas pensam. E o que elas pensam provém das suas frustrações. Ou seja, como “eu” me divertiria assim e gostaria de poder fazer isso, mas não “posso”, acho que minha amiga que tem uma vida diferente da minha também deveria “gostar” e “fazer” tal coisa.
Enfim, compreenda: se você é casado, a escolha foi sua! Se é solteiro, da mesma forma! As escolhas geram renúncias e pressupõe que lhes façam feliz! Ora, pare de devanear quanto a vida alheia, curta e aproveite a sua! Caso não esteja contente, comece a mudar de rumo, porque a vida é muito curta para ser um frustrado expectador da vida alheia!


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 16 de janeiro de 2016.