Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Lutadores afetivos.

Lutadores afetivos.

Eu sou demasiado objetiva mesmo! Demasiado simples, talvez! Admira-me esse povo que luta com unhas e dentes por uma relação, que faz o que quer e o que não quer para atrair novamente a atração do outro, se dispõe a ser traído, a fazer, sexualmente, o que não curte, a mudar de personalidade, de modo de vestir e de atitude para manter um casamento que está indo à bancarrota!
Sei lá, tem tanta gente no mundo, tanta vida pra se viver na vida, porque lutar tanto por algo que já chegou a tal ponto que está desabando, que lhe magoou, que lhe feriu? Eu não tenho o perfil de lutadora amorosa. Já tive. E, talvez, por já ter tido, não tenho mais e, digo: não quero ter.
Tudo o que passa por cima da gente mesmo não vale a pena. Ter alguém não é tudo na vida. Com tanta gente no mundo, por que lutar tanto por quem, se fosse bom, não seria causador de uma batalha? Se a relação fosse boa não precisaria haver luta e insistência para ser mantida!
Eu sou da opinião de que o que precisa ser ressuscitado já morreu. Com tanta vida no mundo, pra que ressuscitar alguma coisa? Pra que sofrer e insistir? Eu sou a favor do virar a página e do viver e deixar viver, uma hora tudo se acerta, sem brigas, sem lutas, sem suor, sem machucados. Ao natural, como tudo deve ser nessa vida.
Às vezes as pessoas pensam que a insistência causará muita diferença, fará muita diferença. Quem nunca ouviu falar de uma pessoa que está doente e, de repente, se anima, mas volta a decair, até que morre? Pois é, isso acontece com relacionamentos, com mais frequência do que com a saúde das pessoas.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de janeiro de 2015.

Preconceitos, inteligência e selfie com biquíni.


Preconceitos, inteligência e selfie com biquíni.

Porque mulher decente não se aparece, não é “saliente”. Porque mulher inteligente não se expõe. Porque mulher inteligente e culta, cativa pela inteligência, postura e cultura. Porque mulher inteligente não tem um lado sexy, descontraído e humorado, porque mulher decente tem postura rígida, usa blusa fechada e saia “executiva”.
Porque mulher decente não conta piadas, fala baixo e ri mais baixo ainda. Mulher que preste não dá risada alta, nem altera o tom de voz. Mulher decente não bebe, não fica de pileque, é abstêmia ou só toma meia taça de vinho. Sério mesmo?! Você acha isso? Divide as mulheres em “pra casar” e “pra pegar”?
Então, além de você ser chauvinista, tolo e preconceituoso, você é um idiota, porque, hoje em dia, quem se faz de santa é pior do que quem mostra que de santa não tem muita coisa. Tipo, só pra colocar uma aliança no dedo!
Mulher que se preze tem algo de santa e algo de puta: para cada momento, uma face. Enfim, é para homens e mulheres com esses conceitos rígidos e limitados que eu posto selfie de biquíni! Sim, eu sou decente. Sim, eu tenho postura.
Sim, eu tenho uma carreira e sou responsável. Sim, eu sou inteligente e razoavelmente culta. Não, eu não sou mulher “pra pegar”. Também não sou “pra casar”, não com quem tem esses conceitos. Sou mulher que tem com você as intenções que você me desperta, se me conquista ou não. E eu escolho quem eu “pego” e com quem eu “caso”.
Sim, eu me amo. Sim, eu sei que eu sou bonita. Não, eu não quero me exibir. Quero mostrar pra gente de cabeça fechada que decência, postura, inteligência e bom humor podem coexistir com charme e alguma beleza.
Se a pessoa que trabalha com a mente, for feia, deselegante, magérrima ou acima do peso ninguém critica, ninguém se importa. No fundo existe um descredito na pessoa que, além de bonita, é inteligente.
Chama-se de fútil, chama-se de superficial. Tenta-se encontrar um defeito moral e intelectual a todo tempo, porque beleza, vaidade parcimoniosa e inteligência ofende a maioria. Essa maioria que dá mais atenção ao corpo do que a cultura. Inexistente, diga-se de passagem.
O fato é que, sim, eu me gosto. Sim eu conto piadas e dou gargalhada. Sim eu sou decente, não eu não saio “dando” pra qualquer um, porque antes de me chamar de “gostosa” o cara tem que ver que eu tenho meu “diferencial”. O que eu falei não entra na sua “cabeça”? Então, foda-se. Obrigada.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de janeiro de 2015.

Classe alta, cultura baixa.

Classe alta, cultura baixa.

Pois eu sempre me pergunto, se você tem dinheiro, não é mais fácil adquirir tudo, inclusive cultura? Resignamo-nos a ver jogadores de futebol que ganham milhões, ostentando seus luxos, mudando a aparência, mas sem fazer aulas particulares para aprender o que não aprenderam na escola, por exemplo. Para dizer o mínimo.
Isso sem contar, no ramo “artístico” nacional, os cantores da moda, cujo ápice é pagar bebida pra mulherada conquistada previamente pela sua fama, carro e dinheiro, sem, igualmente conseguir conjugar verbos, ostentando sua vida “chique” e levando a “mercadoria feminina” adquirida para alguma viagem, regada a champanhe.
Não é necessário ir longe, não para quem saiu da “capital do Planalto Médio” no Rio Grande do Sul, 3º maior centro médico do Sul do País e veio parar na “capital nacional do agronegócio”.
Lá, o forte é a medicina e, não apenas uma vez, conheci médicos cujo assunto cerne era os pacientes atendidos no dia, em especial no plantão. E, claro, quanto faturavam com seu trabalho, como se isso fosse suprir a falta de uma “pauta” de assuntos diversificada e culta.
Aqui, no Mato Grosso, o forte é a agricultura e, não raras vezes, se vê situações tragicômicas! O sujeito esbanja dinheiro, toma uísque cujo valor dá para pagar o salário do garçom que lhe serve, anda com camionete nova, viaja para o exterior e (valha-me Deus!), não tem cultura nenhuma, cabeça fechada, mentalidade tacanha.
O tipo que repete conceitos que o sujeito que trabalha de empregado pra ele numa das fazendas que possui também tem. Ah, mas o que há de errado nisso? Dinheiro utilizado para fins pouco nobres em relação a geração futuras, por exemplo. E a presente, ao menos para quem valoriza algo além do que hectares, soja e grana, por exemplo.
Se quem tem acesso a rendimento alto não estuda, não adquire cultura, o que será do mundo? Livros são mais fáceis de comprar, viagens, cursos, tudo, absolutamente toda espécie de cultura que o dinheiro pode facilitar o acesso eles tem, mas não usam. Não usam seu dinheiro para isso.
É “melhor” esbanjar na noite, pegar a “gostosona”, gastar em zona elitizada para variar, pagar bebida para os “amigos” do que usar o mesmo dinheiro para fazer algo que venha a lhe fazer crescer onde falta. No intelecto, na mente, na cultura. Lamentável, enfim.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de janeiro de 2015.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Nada conta. Nem a favor.

Nada conta. Nem a favor.

Nada contra naturebas e homens e mulheres fitness, do tipo que só bebe água, foge de glúten e gordura e leva marmitinha para cima e para baixo. Eu curto até algumas coisas naturais, amo folhas legumes, proteína, mas ser natureba é ser radical demais. Odeio radicalismo!
Eu refiro namorar o cara que me leve comer pão de queijo no meio da manha, que me convide para um chopp no final da tarde, um vinho e uma macarronada à noite, ao que queira caminhar quilômetros, correr outros tantos e pedalar mais um monte e, ao término, comer um sanduíche super saudável no Subway.
Não, isso não! Da minha saúde e corpo eu cuido, com parcimônia, quero um parceiro que me divirta, me faça bem e compartilhe momentos alegres e não de vaidade comigo. Nada contra o resto, só não me serve.
Não quero um homem que conte calorias comigo. Para isso eu contrato um nutricionista, não quero homem que meça meu corpo, para isso, um personal. Quero um homem que me faça rir, inclusive de meus defeitos.
Se eu me sentir gorda, me cuido, malho e, em ultima instancia, faço uma lipo. Agora, namorado fiscalizando minha alimentação e rotina fitness ou nada fitness, isso eu dispenso.
Gente encanada é chata demais, insegura demais, gente que conta calorias, que se culpa por comer demais, por beber um pouco. Pode ser que esse povo tenha um corpo sarado, barriga lisa, mas, para mim, nada supera sua chatice.
Se para ser fisicamente atraente você precisa ser socialmente repulsivo, então eu estou me lixando para o seu bíceps e circunferência abdominal. Um pouco de imperfeição, com leveza e bom humor me atrai muito mais do que elegância física e deselegância social. E eu adoro socializar. Para começar, não existe isso sem uma boa “comemoração”, jantinha, “bebemoração”, né!? E eu aprovo!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de janeiro de 2015.

Beleza e segurança: o ensinamento da cena de “Felizes para sempre?”

Beleza e segurança: o ensinamento da cena de “Felizes para sempre?”

Quando eu falo em coisificação da mulher, me refiro à supervalorização do belo que leva inúmeras criaturas do sexo feminino a focar unicamente na estética, em ficar cada vez mais belas. Belas no conceito da maioria a respeito de belo.
E, assim, esteticamente lindas, se tornam dependentes de olhares, se amam fisicamente e ao mesmo tempo desejam ser amadas, mas, não raras vezes, colocam outras virtudes em segundo plano. Sei lá, cultura, inteligência, senso de humor, leveza, alegria de viver! Atraem, abrem a boca por mais de 20 minutos e repelem.
Todo mundo, creio, goste de ser admirado, goste de “causar” impressão positiva. E, antes de alguém chegar até nós e ouvir o que temos para dizer, vai, invariavelmente, olhar o que temos para mostrar, obviamente.
Eu, no entanto, sou meio avessa a extrema valorização da aparência, desde jovem, 99,9% dos meus relacionamentos, longos ou curtos, se iniciou por alguma forma de interação virtual. Eu gosto de conquistar pelo que tenho de diferente, não pela beleza, não pelo corpo. Bunda dura e peito firme, quem não pode ter?
Sempre fui assim e sempre fui ciente de que pessoas que entabulam relações virtuais, de regra, são pouco belas, ou se acham pouco belas. Nunca foi o meu caso. Na verdade desde criança tive um corpo de menina mais velha, nunca gostei de olhares pecaminosos na minha direção, me sinto constrangida, ou sei lá.
Eu gosto de poder escolher quem vai me olhar com desejo! Tipo, não gosto que quem não me interessa fique me “secando”, me chamando de “gostosa” e outros adjetivos vulgares afins. Eu sou um ser humano esquisito ao extremo, mas, uma coisa eu noto, eu gosto de mim, não sinto inveja da aparência alheia, por exemplo. Algumas eu acho linda, outras eu não acho, tenho o meu gosto e estilo de corpos. Gosto de simetria, elegância, e algo de esguio, Julia Roberts “style”.
O que tanto lamento com a paranoia da aparência, é que para alguns, ela esta virando tudo! Ter um corpo atraente (e quando falo em atraente falo a olhares, mormente o do sexo oposto, esse papo de ficar bonito só pra si é conversa pra boi dormir), às vezes se torna a meta máxima da vida do individuo. “Eu quero ficar assim, porque meu marido gosta assim”, dizem algumas.
Ontem uma amiga virtual me falou que, no salão, ouviu uma mulher dizer “ai, eu acho tão lindo cabelo curto, queria cortar”, ela disse, então, pra mulher cortar e ela respondeu que o “marido gosta de melenas longas”, então, a minha amiga disse: “Então diz pra ele deixar os cabelos crescerem”. Se eu fosse uma pessoa demasiado mansa e de personalidade muito maleável, possivelmente não estivesse solteira.
Terminei um noivado, logo após cometer uma loucura para agradar ao noivo: ele queria que eu ficasse morena. Pois eu, na época, menos segura e mais romântica, fiquei. Odiei-me. Já havia ficado morena antes e sempre me amei, mas aquela fez, talvez por ter feito para agradar, me senti péssima, quase estuprada! Pois gastei quase dois mil reais em três dias e voltei a ser loira.
Quinze dias depois terminei o noivado, mais alguns meses depois decidi mudar de cidade e de Estado e, desde então, percebo em mim uma total ausência de tendência a agradar aos outros. Se, agradando o outro, eu me agrado, ótimo! Faço! Se não, não faço. Preocupo-me em agradar a empresa na qual trabalho, ser responsável e competente profissionalmente.
Todavia, não me importo em tentar agradar com minha aparência quem deve gostar de mim como sou, sabe por quê? Porque eu não cobro de namorado que ele emagreça ou engorde, que ele malhe ou durma mais, eu deixo livre!
Esse é meu jeito de me relacionar, não estou ligando para o corpo do cidadão, estou ligando para o que ele sente, como ele me trata e como me agrada entre quatro paredes, se isso amornar, ele pode estar saradíssimo que eu não vou querer. E, para mim, essa coisa de tesão não tem muito a ver com a boa forma do parceiro, mas com algo de “caliente” que está muito além da aparência, está no ato, no beijo, na pegada.
Enfim, se ter um corpo forte e definido lhe faz bem, tenha! Se ser magra lhe faz bem! Mantenha-se ou “seque”! Se ser gordinha e cheia de curvas lhe faz bem, ótimo! Não deixe, porém o mundo lhe mudar, os conceitos de belo lhe fazer sentir-se feia, porque conceitos, são só conceitos.
Já tivemos época em que ser redondinha era sinônimo de lindeza, outras em que ser magérrima se tornou “moda”, conceitos mudam, o seu autoconceito é que deve lhe fazer bem e feliz. O que digo, então?! Impossível fugir do anseio pela beleza, eu só desejo um mundo onde homens e mulheres se sintam mais belos do que anseiem a beleza de forma doentia e cheia de sacrifícios.
Essa valorização demasiada do corpo está se tornando algo inatingível como a “felicidade” é para a maioria, todos falam em ser feliz, em querer ser feliz, mas poucos se sentem felizes! Certo?! Logo, porque não aceitar suas imperfeiçoes, valorizar seus pontos fortes e sentir-se belo, sentir-se lindo?!
Sinto que as pessoas correm atrás de algo que se torna inalcançável, porque quanto mais a pessoa coloca empenho em ser belo, mais ela tenderá a valorizar demais a beleza e, consequentemente, a comparar-se com outros e, assim, nunca se sentir perfeito. Perfeito nos termos da moda, perfeito de acordo com a televisão e revistas. O que temos é um mundo de artificialismos, onde a beleza natural está sendo soterrada. Sei lá, eu me confundo com essa história, só acho que exageros não são saudáveis. E eu não tenho paciência para eles.
Sabe o que a cena da série com a lindíssima Paolla Oliveira deveria nos ensinar? Não só como uma bunda linda nos agrada, mas como é sexy e essencial sentir-se segura, se despir e sair andando na frente do outro. E isso, meu amigo, não depende só do que você vê no espelho, depende de como você se sente consigo mesmo.
Segurança, ainda é muito atraente e as pessoas estão carecendo dela, esquecem-se de se amarem, enquanto buscam o corpo perfeito. Uma coisa, no entanto, é o que você vê refletido no espelho, outra é como você se sente. Não precisa ser leitora da “Nova” para saber que existem mulheres lindas e inseguras sobre a própria beleza e mulheres fora dos padrões seguras de si, ousadas, despudoradas entre quatro paredes. Essa segurança, aí, na hora da cama faz toda a diferença e, falando por mim, o homem não precisa ser fisicamente perfeito e ser lento, travado, amedrontado, pode ser gordinho ou “sequinho”, tendo atitude e segurança, pra mim esta ótimo! Logo, não basta ter a bunda linda da Paolla, tem que ter a atitude e autoconfiança da Danny, daí sim a sedução é perfeita. Ah, mas ela é “prosti”?! E daí?! entre quatro paredes e com quem você confia você pode agir como quiser, ser quem quiser. 

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de janeiro de 2015.

Mais de nós.


Mais de nós.

A gente gosta de afinidades. Quanto mais gostamos de nós mesmos e estamos de bem com nosso ego e autoestima, mais ainda valorizamos e nos atraímos por pessoas afins conosco.
É a tal da “identificação” que, por sua vez, nos faz sentir-nos menos sozinhos no mundo. Quando conhecemos e interagimos com uma pessoa que tem afinidades conosco, temos aquela sensação: “Graças! Não sou só eu!”.
Outro dia falava sobre a beleza da minha irmãzinha de dois anos com uma amiga, após eu dizer que ela era parecida com nosso pai e, consequentemente, comigo, ela disparou: “Claro, por isso você acha ela bonita!”.
Como negar? Confesso, gosto da minha aparência e ver minha irmãzinha com a minha boca, sobrancelha e bumbum me deixa realizada! Quem, por sua vez, está de mal consigo mesmo, seja intelectual ou fisicamente, gosta do seu oposto, do diferente.
Ou melhor, costuma transformar um bom sentimento (o gostar) no negativo, o invejar. Gente de mal com a vida é incapaz de sentir muitos sentimentos positivos, o que é uma pena, pois, assim, continuarão de mal com o mundo! Simples! E lamentável.
Gente que se acha feia, costuma se implicar com pessoas bonitas, com pessoas que ela mesma acha esteticamente belas. Gente tímida e retraída, seguidamente, se implica com gente extrovertida. Gente desprovida de muitas leituras e conhecimento, ao invés de admirar quem o tem, costuma invejar.
E nessa coisa de invejar, acha mil desculpas: “ela se acha”, “ela é metida”, “ela é arrogante”, quando, na verdade, a pessoa não é nada disso, só é alguém mais extrovertido, mais comunicativo e, quiçá, com mais conhecimento acerca do que fala e sobre o que se manifesta.
Eu gosto de mulheres arrumadas, bonitas, bem vestidas, com bom gosto e, sobretudo, cheias de opinião e inteligentes. Confesso, fico fã de quem é assim! No fundo, quando a gente gosta de algo, no caso, da gente mesmo, a gente quer “mais do mesmo”. Mais de nós no mundo.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de janeiro de 2015.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Felizes para sempre?

Felizes para sempre?

Alguém tem alguma dúvida que o objetivo cerne implícito no texto da minissérie global “Felizes para sempre?” é mostrar que não existe casamento "feliz" para sempre?! Existe casamento para sempre, mas não para sempre e feliz.
Acontece que as pessoas valorizam muito a longevidade, por exemplo. Não importa que você viva uma vida de sacrifícios, abstinências e chateações, desde que você viva muito. Mesmo que não coma sal, não beba refrigerante, vinho e cerveja, não coma doce, muito menos gordura, o que importa é viver muito, ainda que não se divirta nada! Pergunto eu e sempre irei perguntar: “Mas, para que viver tanto assim?”.
Eu sou uma pessoa que gosta de diversão, gosta de risos, de gargalhadas, de beijos quentes, de abraços, sou daquelas que acha que o melhor da vida descabela, faz suar e nos tira a compostura! Sim, não só acho, tenho certeza. O resto do tempo a gente vive para fazer valer o pouco tempo que temos para sentir prazer. E prazer, é o melhor da vida!
No entanto as pessoas querem um casamento que dure pra sempre! Um casamento certinho, igreja todo domingo, retidão. Esquece-se de serem felizes, inúmeras vezes. E os homens esquecem-se dos mandamentos cristãos toda vez que insistem em serem infiéis. Sexo com uma, uma boa noite de sono com outra e um beijo no filho de manha.
Tenho nojo disso, desprezo hipocrisia! A vida é curta e foi feita para sermos felizes. Se não podemos ter uma noite quente e prazerosa, acordar com prazer e ter igual prazer em ir pra casa e abraçar quem dorme conosco, por que dormir com alguém? Por que ser “casado” com alguém?
Por causa do filho? Filho que criamos para o mundo? Filho que quando souber optar não hesitará em nos deixar de lado em prol do que lhe faz bem e lhe faz sorrir? Filho cujas carências preenchemos com amor e cujos problemas ajudamos com um psicólogo? Filhos a quem atribuímos o duro fardo de manter uma união em prol dele que, por sua vez, nem sabe de nossos problemas? Acho injusto, acho cruel, acho péssimo!
Casamento não é o fim da felicidade, o fim da vida, pelo contrario, deve ser o inicio de uma vida feliz, cujo fim não sabemos quando e como será. O objetivo de ambos, no entanto, deverá ser viver uma vida feliz e prazerosa ao lado do outro, com ou sem filhos, com ou sem cães, gatos e poeira. Os dois, simplesmente.
Talvez exista felicidade “para sempre” em alguns casamentos, na maioria, no entanto, acredito que não exista. Não sem escapadas, segredos e afins. Eu até acredito em casamento que dure feliz até o final da vida. Desde que ele comece quando tivermos 40 anos. Ou quase. Isso de acordo com 9 em 10 casamentos que vejo e ouço falar. O resto são exceções e estou falando da regra aqui.
Dessa que flerta com o cara bonitão da academia, com a moça popular do facebook, com a atendente no banco, com a mocinha da locadora. Dessa maioria que não sente a consciência pesar por dormir com uma e ter prazer com outra. Dessa maioria que abomino, que me envergonha e da qual sinto vergonha e que jura que o casamento lhe assegura a “felicidade eterna”. Aham, “to sabendo”, 1982 foi ontem né!? Sou inocente mesmo.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de janeiro de 2015.

Intolerância a frustração?

Intolerância a frustração?

Eu não sou um ser humano com muita tolerância a frustrações e derrotas, pelo contrário, as evito ao máximo. Às vezes acho que nunca tomei um fora de tanto repudio que tenho a isso, se a relação começa a ficar ruim, eu me antecipo e termino.
Loucuras, quem não tem as suas? Pois hoje é um dia feliz para mim! Depois de ter reprovado no exame de visão para renovação da CNH há quase ano, feito novos óculos, animei-me a fazer outro! Eu quase não tive alteração no grau, logo, não compreendi como pude ser reprovada no primeiro. Ou melhor, compreendi, eu sou seriamente míope!
Todavia, fiquei um ano postergando a realização de novo exame, por medo de reprovar de novo! Não, Arnaldo, isso não pode, mas, aconteceu! Nesses momentos eu agradeço nunca ter reprovado em exame algum, do contrário, não sei qual seria o teor da minha paranoia para pleitear nova aprovação.
E isso inclui os principais, vestibular (na minha época era razoavelmente concorrido), primeira habilitação e o abençoado do exame da OAB, afinal, uma coisa é certa, após uma reprovação o nervosismo só aumenta, senti isso hoje no meu simplório exame de visão! Sei lá, se você reprovou alguma vez em algum exame e ficou nervoso depois, se do exame depende a sua carreira, faça um favor a si mesmo, procure um psicólogo! Eu acho que ajuda, ajuda muito!
Não procurei dessa vez, mas procurei após pagar dois processos de habilitação aos 18 e 20 anos e não fazer as aulas práticas deles, porque no primeiro o instrutor me cantou e no outro a mulher foi grossa. Sim, esquisitices, eu as tenho, eu as tive e, provavelmente, sempre terei!
Reconhecer suas próprias limitações e lutar por suas metas não custa nada. Sentir medo, é logico, superá-lo e fazer por onde superá-lo é essencial, mais, é sinal de inteligência e bom senso!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 28 de janeiro de 2015.

Casamento sem sexo? Não, não, não e não!

 Casamento sem sexo? Não, não, não e não!

Minha mãe estava falando sobre a nova minissérie da Rede Globo, para os machinhos de plantão é aquela que apareceu a bunda da Paolla Oliveira. Lembrou agora?! Pois bem, dizia ela que aquilo é surreal, que não acontece, em especial (e com bastante preconceito) sobre a tiazona que “gamou” o gatão.
Bem, sobre casamento insosso, traição e ménage?! Em especial os primeiros existem muito, os homens em sua maioria, preferem ter amante a sair do comodismo do lar, mesmo que infelizes.
Sei lá, essa raça é muito resignada à própria frustração e costumeiramente acha fácil um “elixir” para seu problema mor: falta de vontade com a parceira. Ou da parceira, enfim. Cada caso é um caso.
O terceiro, de regra é menos comum (e recomendo a quem quiser ser meu parceiro, experimentar numa zona elitizada ou com prostitutas de luxo, porque o único corpo de mulher que toco é o meu mesmo).
Enfim, bissexualismo é uma fantasia masculina que não tenho disposição a satisfazer. Bem, não satisfaço nem a das longas melenas louras, porque não quero, imagina essa! Quanto casamento naufragado: pra que lutar por uma coisa falida? Custa à esposa bonitona se resignar, ir fazer analise, viajar para Paris e tentar transar com outros do que com o marido que não tem o mínimo tesão nela?
Sei lá gente, eu sei que amor é amor, que existe na maioria das pessoas essa paranoia por manter o casamento, porque “casamento é sagrado” e sei lá mais o que! Pra mim, sagrado é viver, mais, sagrado é viver em paz comigo mesma, com minha autoestima, inclusive.
Não faria e nem permitiria nada que eu, realmente não quisesse. Querer com todo o meu instinto e a minha vontade. Ademais, sinceramente?! Um casamento sem sexo não sobrevive comigo por mais de um mês. Não aceito, não aceito e, não aceito! Tenho total repudio ao comodismo, ao morno e a falta de tesão.
Pra que dormir com alguém se você não faz sexo com essa pessoa? Por que ceder, além do espaço na cama, um pouco da sua liberdade de ir, vir e fazer se você não tem orgasmos durante a noite (ou o dia)? Por um amigo, uma companhia!? Gente, compra um cão, vai morar com a mãe! Casamento não é amizade, não é isso, não! Se você acha que é, então você faz parte dos 90% que traem e são infelizes em casa. Aliás, acho que o objetivo da minissérie "Felizes para sempre?" é fazer essa indagação. Seriam, todos os casais, felizes "para sempre"? Até o "pra sempre" acabar, creio eu. E não acaba com a morte, frise-se bem!
Bem gente, pra começar, nem assisti o episodio de ontem, essas foram as conclusões da minha mãe do alto de seus 63 anos de idade, concordo com ela pelo que me contou, com exceção do preconceito com a senhora que conquistou o bonitão, porque quanto a isso, penso bem diferente.
O mundo está tão cheio de mulheres com corpão, vida sexual demasiado livre e fugaz, sem postura e opinião, que, de repente, uma mulher madura, inteligente e contida, para a exceção da raça masculina, tenha algum mistério e, por isso, desperte o interesse. Sei lá, mamãe meio machista, eu também, mas nem sempre. Ou não, sei lá!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de janeiro de 2015.

Que “bundalidade”!

Que “bundalidade”!

Certa vez me disseram que o fetiche de alguns homens por bundas é um instinto de dominação, porque bunda remete a outras coisas, igualmente, “encantantes” ao universo masculino.
Coisas, posições, poder, ego masculino (sempre carente de massagens), etc.. Sei lá, foi algo assim, a pessoa fazia uma distinção entre os “loucos por bunda” e os “loucos por seios”, enfim. Não duvidei até porque, além de ser homem, maduro e inteligentíssimo era médico psiquiatra.
Pois bem, li uma reportagem falando sobre a imaturidade do brasileiro quando vê uma bunda e, confesso, concordo. Mas digo que não apenas os brasileiros que possuem essa infantilidade “pró-bunda”, essa coisa que desconserta os sujeitos a ponto de postarem no Youtube só o vídeo com a atriz andando de calcinha. Diga-se de passagem, filmado de longe, dando uma aura menos vulgar a cena e disfarçando o necessário. Sem dúvida, corpão.
Mas, e daí?! Acho tragicômica toda a importância que uma bunda ganha quando aparece seminua na televisão ou em revistas. Concordo com a jornalista quando diz que é essa futilidade, superficialidade infantil e imbecilóide, no meu ponto de vista, que faz com que as mulheres façam inúmeras sandices em prol de seus traseiros e corpos.
A Paolla, não deve fazer isso, ela é atriz e não “pseudo modelo de revista masculina” não é “musa fitness” no Instagram (só de escrever isso senti uma incomoda vergonha alheia), mas agora virou a dona da “bunda da vez”! A criatura se mata para ter fama e ser bem considerada pelos papeis que interpreta, mas é o da prostituta, bissexual que aparece com o traseiro a mostra que dá um “up” à sua carreira.
Isso não lhes parece meio cômico e, ao mesmo tempo, ridículo? Sei lá, uma espécie de coisificação do corpo feminino, de “bundalização” intelectual? Por um momento senti pena da atriz, essa coisa de ser bem julgada só pela bunda e corpo enjoa, anoja. Enfim, tudo deixa de ter importância se a bunda é “gostosa”.
Aliás, ando pegando ojeriza dessa palavra, porque, repito, ela remete a desempenho sexual e não necessariamente a estética. Ela vai além da estética e beira ao intimo, enfim. A Paolla tem uma bunda linda, agora, com exceção do namorado e ex-namorados dela esse bando de macho babão e tosco não sabe se é “gostosa” ou não. Ou “degustaram” a mulher? Não né?! Então, menos vulgaridade nos “elogios”, porque talvez a personagem prostituta dela se enaltecesse com tais comentários, a mulher, madura, atriz e estudiosa, enfim, a interprete da personagem, não se agrada com tal elogio. E
la não é maça na feira para ser avaliada só pela aparência. Aliás, pessoa alguma é, mas é isso que a maioria faz e é isso que, também, está fomentando o crescimento dessa geração pouco culta, com pouco assunto útil, pouca dedicação profissional, mas muito foco na dieta, foco na academia, foco nos suplementos, foco na bunda! Tanta valorização da bunda, desde sempre, vem fazendo homens e mulheres usarem as suas ao invés do cérebro. Eu tenho vergonha!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de janeiro de 2015.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Julgar sem conhecer, inveja e necessidade de desmerecer ao outro.

Julgar sem conhecer, inveja e necessidade de desmerecer ao outro.

Se tem um erro hediondo que eu já cometi e, aposto, você também, é o tal do implicar com alguém sem conhecer a pessoa profundamente ou, simplesmente, usar uma discordância ou fofoca, para evitar o convívio com alguém. Não cometo mais esse erro, com toda a certeza, da mesma forma, quero me afastar de qualquer pessoa ou grupo cujo entretimento seja pré-julgar alguém.
Se você tem algo especifico para me dizer que determinada pessoa fez contra você, pode me contar, falar alivia dores emocionais, mas daí a fazer mil elucubrações contra a pessoa, deturpar o que ela diz, fazer da franqueza do outro uma arma contra ele mesmo sem que ele tenha lhe feito um mal, não isso eu não aceito, na minha frente não! Da minha boca, também não.
Acho que nós nascemos humanos, mas nossa tarefa é nos tornarmos gente! Sabe, gente com “g” maiúsculo? Pessoas mais virtuosas, mais humildes, desprovidas de preconceitos e implicâncias vãs, pessoas menos fúteis, menos arrogantes, menos presunçosas e, quiçá, menos invejosas?! Sim, quando falo em nos tornarmos gente eu tenho implícito no vocábulo o “de bem”! Gente de bem, enfim!
Gente, gente, não mais essa gentalha que crê em algo sem nem saber a razão pela qual crê, que tem pré-conceitos em face de pessoas bonitas, elegantes e bem resolvidas, essa gentalha que acredita nas mentiras que conta para si mesmo, que acha que está num patamar superior de maturidade, humildade e conhecimento de mundo.
Não raras vezes, aquela pessoa que, sem nem saber o porquê, implicamos, é um tesouro de ser humano. O tipo que não abre a boca para falar dos outros, primeiro, por não ser problemático, recalcado e invejoso, segundo por ser desprendido desse habito estupido de falar de quem se conhece de pouco a nada.
Vale a pena mudar! Acredite. Conheça, então tire as suas conclusões. E, resigne-se, 9 em 10 vezes, julgar sem conhecer a fundo alguém é inveja. Pura e simplesmente inveja.
E, acredite numa coisa, pessoas que usam demais o seu tempo para criticar uma pessoa, são seres humanos que se sentem melhor humilhando a imagem alheia, pessoas mal resolvidas e mal amadas, seguidamente.
Logo, hoje a pauta do assunto dessa gentalha é o outro. Amanha será você. Você e todos os assuntos que, confiando, você contou a quem é maldoso, simplesmente por não ver o óbvio: quem fala de pessoas, sempre fala de pessoas. Inclusive de você. É mediocridade mental, fazer o que?!


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de janeiro de 2015.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Garota exemplar, mãe exemplar.

Garota exemplar, mãe exemplar.

A Vanessa Braga, gaúcha de Canguçu que concorreu ao garota verão, é minha “garota 2015” e todos os anos que virão e sua mãe é uma representante do que todas as mães deveriam ser!
A Vanessa é gorda gente. Ela é, ela sabe que é, mas ela se acha linda! Ela se gosta! E sabe o que torna uma pessoa “complexada”?! Quem está perto, mãe, irmãs, parentes próximos.
Aquela paranoia de falar da barriga da filha, de dizer que ela tem que usar maiô e não biquíni, que as pernas da moça magrinha são muito finas para usar saia e assim por diante.
Por isso admiro a mãe da Vanessa que vê a beleza da filha, faz com que ela se sinta admirada e bela, independente dos quilinhos a mais que a jovem tem. Sabe aquele brocardo de que a “beleza está nos olhos do que vê”?! Acho que é uma desculpa de gente modesta ou hipócrita, seguidamente.
A beleza, na verdade, está na forma como a gente se vê e, consequentemente, se temos prazer em ser nós mesmos! Não raras vezes, a gente está fora do peso, todo mundo comenta, mas a gente está se amando! Outras, todos nos acham lindos e a gente não, a gente não está se sentindo bem na própria pele! Mas a Vanessa se sente!
A Vanessa tem uma mãe que a elogia e não critica, uma mãe que dá liberdade para a filha ter o corpo que quiser e ser como quiser, porque, sabe a historia da ditadura da magreza? Começa em casa, começa cedo, com as cobranças por emagrecimento, com cuidados paranoicos com saúde.
Acho que ter saúde é importante, mas colocar na cabeça do filho ou da filha que ele tem que ser magro é ensandecedor. Por que será que existe anorexia e bulimia? Porque não raras vezes os jovens se sentem pressionados a serem magros, como se a silhueta fina importasse mais que a própria saúde, não à toa esses jovens adoecem, psiquicamente inclusive.
A Vanessa é feliz como ela é. Gorda? Sim, mas contente e de bem com a vida. Uma menina, literalmente, fora dos padrões, porque os padrões atualmente estão a tal ponto rígidos, superficiais e paranoicos que até as beldades fitness da “moda” não estão se sentindo bem na própria pele. Sempre surge uma “mais”, uma “maior”, uma “melhor” e nisso até a identidade das mulheres vem se perdendo, mais ainda, a autoconfiança.
Quem muito se importa com a aparência, às vezes, encontra na paranoia uma razão a mais para sofrer, sofre com culpa porque comeu, culpa porque bebeu e, nesse meio tempo, fica infeliz, além de chato. A Vanessa, com certeza, não deve ser uma menina chata! Gostei dela, mais, gostei da mãe dela!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de janeiro de 2015.


Demônio.

Demônio.

Assisti por acaso, há alguns meses, um filme chamado “Demônio” em que algumas pessoas ficam trancadas num elevador, sendo vitimas do que é, absolutamente inexplicável.
No inicio, me pareceu esses filmes “passa tempo”, sabe?! Esses que a gente fica assistindo até encontrar algo melhor. Pois é, até que ele chega ao final e a gente percebe, que, numa obra cinematográfica barata e simplória, existe uma lição formidável.
Todos os envolvidos, praticamente, tem entre si alguma ligação, erros em comum. A frase que me marca é a que diz que “as mentiras que contamos para nós mesmos, nos aproxima do demônio”. Sai vivo daquele elevador, portanto, quem assumir para si mesmo, que baseou a sua vida, até então, na aceitação de mentiras contadas para si mesmo. E, para o mundo, obviamente.
Essas mentiras que nos fazem seguir adiante sem que nos sintamos tão pequenos, tão vis. Sem que nos torturemos e, quiçá, ensandeçamos por arrependimento ou culpa. Sei lá, acredite, isso pode acontecer.
Na vida real, ao menos de acordo com o que penso, o demônio não virá num elevador nos torturar. Acho que a gente paga pelos nossos atos, esses sim, não raras vezes demoníacos, de tão egoístas, errados e, quiçá falsos, neste mundo mesmo. Nesta vida, nesta esfera galáctica.
Não carecemos arder no mármore do inferno para que a vida se mostre justa. O mal que fazemos hoje vem cobrar a nossa conta amanha. Cedo ou tarde. Mas sempre no melhor momento.
No que diz respeito as mentiras que o ser humano conta para si mesmo, que a psicanalise pode chamar de mecanismo de defesa do ego, tenho a dizer que ser sincero consigo e com todos é, isto sim, o melhor caminho para a nossa redenção e para a nossa liberdade.
E, tenha em mente, que ser livre não é estar fora das grades de um presidio, poder ir para aonde quiser, ser livre é poder olhar-se no espelho sem ter vergonha do que diz ou faz, ser livre é não construir mais de uma versão de si mesmo. Ser livre, no fundo, é ser sincero consigo e com o mundo, porque nada nessa vida, aprisiona mais do que mentiras.
Mentiras escravizam, verdades libertam. Nesse ponto de vista, apelando à visão cristã, em minha opinião e mente, posso dizer que as mentiras são o próprio demônio. A divindade está e reside na verdade. Simples demais? Talvez.
Mas, enfim eu creio nisso, portanto, não me ajoelho numa igreja todo final de semana ou semana, mas não faço aos outros o que não desejo para mim. A começar com a tal da enganação. E, sobretudo, perdoo quem me engana, perdoo, mas não me aproximo, porque eu posso ser correta, mas não sou hipócrita ou tola.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de janeiro de 2015.


Quase inexistentes.

Quase inexistentes.

Dizem que mulheres gostam de dinheiro. Que quem gosta de homem é homossexual. Dizem que o homem tem que ser mais alto que a mulher. Dizem que o homem tem que ser alto, forte e sarado, tem que dar “segurança” para a mulher.
Dizem que o sujeito tem que ser lindo, sarado, interessante e, obviamente, rico. (Não se esqueça da primeira e tolíssima frase). Pois eu, que de “normal” não tenho nada, ou talvez tenha o fato de ser saudável e não ser interditada judicialmente, digo que pra mim isso é asneira.
Sabe como tem que ser o homem da minha vida? A segurança que ele tem que me dar é afetiva, afetuosa e amorosa, não física. Se eu quiser me sentir segura no mundo em que vivemos compro uma arma e faço o processo de porte, assim como, se quiser um amigo compro um cão!
O homem, para mim, também tem que amar o que faz, tem que obter lucro do que faz, não porque eu queira a grana do sujeito, eu trabalho e pretendo trabalhar muito, porque realizada profissionalmente eu sou, mas para ele se sentir bem.
Para ele ter plena confiança nele mesmo, afinal, homens, de regra, precisam ter seu ego massageado, e ser bem sucedido implica na massagem saudável e necessária de que carecem. Mas é só.
Falo em sala de aula que o melhor regime de casamento é a separação total: ninguém vai falar que o cônjuge pobre é interesseiro e nem que o rico é otário. Se a gente casa é por amor, certo?! Então, para que dividir o que não é amor? Não entendo, francamente, mas sei que me criticam por isso. Por isso também.
Outra coisa, não me importo se o sujeito é mais alto, mais baixo, sarado, gordo ou magro. Não, desde que o olhar seja sincero, o sorriso bonito e a boca também, mais, desde que a boca e a imagem que tenho do rosto não sejam estragadas quando o sujeito fala.
Tipo esses que demonstram que o que lhes falta em QI e cultura, lhes sobre em hectares e assemelhados. Sinceramente? Tenho nojo. E ainda dizem que eu sou exigente, que sou chata, que escolho demais!
Acho-me tão comum, mas ao mesmo tempo, tão diferente do normal! Um cara inteligente, feliz consigo mesmo, profissionalmente realizado e que me trate com esmero, que me conquiste e mantenha a conquista sem comodismo e, inclusive, que seja razoavelmente tarado não me parece irreal.
Embora, venha se mostrando tão raro que quase parece inexistente. Mas e daí, se for pra me contentar com pouco, me contento comigo mesma! Não é ruim não, nenhum pouco. Antes só! Sempre!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de janeiro de 2015.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Paixão nova, paixão velha.

Paixão nova, paixão velha.

Sobre amor após paixões bandidas: algumas pessoas, nem todas obviamente, apenas ficam preparadas para viver um amor e uma paixão com equilíbrio e sanidade após superarem relações nocivas.
Entretanto, existem aqueles que, ao invés de fazer bom uso das experiências difíceis, se fecham. Tais pessoas deixaram de confiar em si mesmas, presumo. Além das que se fecham, dependendo da idade em que foram decepcionados, alguns indivíduos não cai de maduro, acaba caindo de podre da arvore da vida.
O sujeito começa a achar que todas as mulheres são iguais, se ele foi bondoso com a que o decepcionou, passa a ser ruim, se era carinhoso e gentil, torna-se grosso, enfim, mesmo diante de uma nova oportunidade, acaba se tornando a pior versão de si mesmo. Por escolha própria, diga-se, por falta de inteligência emocional e quiçá de um bom psicólogo.
Todavia, a grande maioria encontra a maturidade afetiva após relações perniciosas, simplesmente porque as superaram. E por que superaram? Porque colocaram em prática o que, no fundo, sempre souberam: ninguém pode valer mais do que elas mesmas.
Não vale a pena tudo aceitar, superar desrespeito e pesares por uma paixão que sabota seu amor próprio. Após vivenciar uma relação doente a maioria das pessoas que não perderam a confiança nelas mesmas, nem passaram a se “vingar” do ex nos parceiros “atuais”, estão prontas para relações saudáveis e maduras.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de janeiro de 2015.

Elogios e minhas estranhezas.

Elogios e minhas estranhezas.

Sou uma costumeira observadora do ser humano. Mas, confesso, uma pessoa que não o compreende. Não entendo, por exemplo, por que as pessoas, cientes que são da alegria que palavras elogiosas e doces causam, insistem em pensar mil vezes e até temer, dar um elogio, mas não titubeiam em reclamar!?
Eu, também neste ponto, sou extremamente atípica e não se trata de algo que eu force, eu simplesmente valorizo mais o bom e o belo das pessoas do que o ruim ou feio.
Nunca chego numa amiga mulher, por exemplo, dizendo que ela está gorda ou inchada. Mulheres não gostam disso, eu não gosto e espelhos todas tem! Logo, por que não focar na "lindezura" que ficou a boca dela com determinado batom, focar no corte de cabelo e, assim, elogiar e não denegrir?
Nunca entendi, desde criança, porque todas minhas tias reclamavam da comida da minha avó quando estava demasiado salgada ou insossa, mas nunca, elogiavam quando a comida estava "a" seu gosto, sendo que esta era a regra! Eu elogio instintivamente.
Contemplo e gosto de sabores, de cores, de elegância, de postura, de educação, de sagacidade, logo, mesmo nos piores momentos da vida de quem me conhece, sempre verei em quem me cerca algo de elogiável, de digno e de merecedor da valorização e estima alheia.
Por que falar o que não é bom, tampouco necessário, se isso não fará bem ao outro, se ele, sequer pediu a sua opinião sincera? Por que confundir falta de educação, etiqueta e classe com franqueza? Por que não entender que o que não faz bem não precisa ser dito, por mais sincero que possa ser? Por que reclamar com tanta facilidade e ter tanta dificuldade para elogiar? Não entendo, nunca compreendi.
Não cogito da maternidade, mas, tenho uma certeza, eu iria, desde a infância, ensinar meus filhos a verem a beleza e a bondade das coisas e, mais que isso, a enaltece-las verbalmente. Eu tive essa lição, mais, tive tal exemplo, mas faria ainda melhor.
Não penso nisso no momento, mas gostaria que os papais e mamães do mundo pensassem, afinal, que tipo de ser humano estão educando e deixando para o mundo? Mais um cidadão "senso comum" que mais contempla e reclama do negativo do que faz alusão ao positivo? Espero, que não.
O mundo precisa de mais pessoas elogiosas, de mais pessoas que enalteçam o que é bom e belo, porque, acredite, o bom, o decente e o honroso está se tornando exceção. E caminhará a passos ainda mais largos para a extinção se não receber o valor que merece. E elogios são, ainda, a forma mais logica de demonstração de contentamento. Não custa, não cai pedaço e todo mundo agradece.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de janeiro de 2015.

Divulgadores.

Divulgadores.

Sinistras essas pessoas que a cada 5 postagens, 3 são de auto afirmação. Tipo superação do passado, de amores antigos, felicidade extrema e etc.. Um povo que atingiu um estado tal de alegria que precisa publicar até quando está indo ao banheiro, e narrar o gosto do bife que come todo meio dia.
Eu não sei se as postagens mais idiotas surgem sob efeito de álcool ou de outra substancia entorpecente, mas, não raras vezes, desconfio. Nesse caso, sou indulgente, afinal, quem nunca exagerou na cerveja e se sentiu o centro do universo? Em especial quando tudo gira, gira, gira e não cai em cima de você. Compreensível, até.
Mas pileque passa né meu amigo?! E o mico fica. Acho digno excluir, pelo menos as postagens, já que para as outras burradas feitas não existe um “delete” nem “excluir” publicação.
Sei lá, eu acho que esse povo do “sou feliz, sou realizado, superei todos meus males, superei minhas limitações e minhas dores” seja o mesmo do "eu te amo" em menos de 10 dias de namoro, o povo que chama o parceiro de "amor" no terceiro encontro. Sei lá, esses seres humanos que confundem tesão com amor, paixão com amor, carência com amor e, na verdade, nem sabe o que é o tal do amor!
Confesso que eu já fui verbalmente intensa. Por ser fã de letras e de palavras, além e principalmente de atos, adorava uma homenagem romântica, uma declaração de amor no maior estilo “exagerado” do Cazuza.
Todavia, a cada novo relacionamento, mais maturidade, a cada nova merda, mais adubo para a vida (com o perdão do humor escrachado). De agora em diante, enfim eu quero intensidade de sentimento, felicidade entre quatro paredes, sem necessidade de "publicação" de sentimentos que hoje "estão" e amanhã sequer são.
Gente, nem amizade a gente cria num piscar de olhos! Afinidades sim, amizades sólidas levam tempo para serem construídas. Como a história da atração e do amor. Você pode simpatizar com o ponto de vista alheio e até se atrair pela beleza do outro em menos de uma hora, mas daí a amar, convenhamos, é cedo, muito cedo! Prematuridade elevada, risco de dizer e fazer o que não deve! SOS!
Enfim, estou numa fase muito mais "sentir" e menos "falar". Muito mais "ser" e menos "dizer" e, nessa minha fase, me entedia a necessidade alheia de divulgar três vezes ao dia quão perfeita a sua vida está, quanta paz ela possui, quanta fé ela tem (até porque divindades não possuem perfil em redes sociais). Não sei de nada, claro, só desconfio.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de janeiro de 2015.


sábado, 24 de janeiro de 2015

Sem classe.

Sem classe.

Por um mundo com pessoas de bom senso que saibam que se opinião interessasse seria pedida e até comprada! Por um mundo civilizado onde as pessoas saibam que o que posto no meu blog e no meu face é meu, se fosse para ser discutido eu abriria "fórum de discussão" ou conversa in box.
Por um mundo onde quem se acha "cheio" de boas ideias abra uma página na internet ou procure um psicanalista, porque opinar com quem pensa diferente só vai lhe mostrar como uma pessoa inconveniente, chata e sem senso de humor.
Por um mundo, enfim, onde as pessoas tenham mais dignidade e menos petulância, arrogância e mania de perseguição. Lugar de esquizofrênico é junto a um psiquiatra. Só lamento! Resigne-se a sua insignificância e seja feliz!
Realmente eu sou uma pessoa com pouquíssima tolerância ao que não me interessa. Sim, me chame de mal educada ou do que quiser, fato é que eu não escrevo na internet para dissuadir o pensamento alheio.
Eu escrevo para que os que pensam como eu, não se sintam solitários. Eu escrevo por diversão e acho que faz parte do bom senso que deveria imperar na sociedade uma pessoa saber ignorar o que lê ou ouve, mas discorda, afinal, mudar o pensamento do “autor” do texto ele não vai conseguir. Será apenas mais um sujeito azedo e chato! E só!
Pense e deixe pensar meu caro! Acho de última categoria, acho coisa de gente imatura e, não só mal educada, mas mal amada, intervir onde não é requisitado, mencionado ou solicitado. Se eu fosse escrever para cada blogueiro com quem discordo eu não dormiria mais.
Fato é que, blog e página em rede social é feita de acordo com o perfil do dono, com suas experiências e forma de pensar. O que fazer se eu discordo? Manifestar-me na minha página, simples. Afinal, eu posso ser intolerante, mas eu tenho noção básica de classe e de noção do ridículo. Nem todos têm, infelizmente.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de janeiro de 2015.