Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Você não é um paradigma de excelência!

Você não é um paradigma de excelência!

Aprenda: não importa o que creio, o que não creio, o que gosto ou desgosto, o que e a quem admiro ou desprezo, não importa se eu e você divergimos em alguns pontos de vista o que importa é que eu sou mais do que uma ou outra ideia.
Enfim, sou uma pessoa que tem história, que cometeu erros, mas que tenta, diariamente, não fazer ao outro o que dele não deseja, portanto, se você não me conhece de verdade, não crie opiniões a meu respeito, aprenda a não desgostar de quem não lhe fez mal, aprenda a ir além de suas míseras opiniões e impressões.
Vá além da "primeira vista" ou opinião, seja mais do que um mero estigmatizador narcisista que só gosta de quem é sua "cópia": seja por ser de "exatas", seja por ser crente, seja por ser da igreja tal, seja por ser velho, seja por ser "fitness", seja por ser nerd, seja por ser hedonista, seja por ser abstêmio, seja pelo que for. Seja pelo "ponto de convergência" que for, enfim.
Enfim, supere essa mania retrograda de achar que só é legal quem pensa como você! Existem pessoas de outras religiões, de outra área profissional, existem pessoa que não gostam nenhum pouco do que você mais gosta e que acham a sua forma de pensar errada. E daí? Eu posso ser uma dessas pessoas.
É fundamental, porém, compreender que a bondade de um ser não tem você como paradigma. Uma pessoa pode ser o seu oposto e, mesmo assim, se houver respeito, algumas afinidades e bom trato, você poderá dialogar e, conhecê-la um pouco mais profundamente de forma a fazer uma bela amizade.
Não é necessário julgar sem conhecer, criar estigmas, achar que por uma ou outra diferença não existe “dignidade” na amizade. Supere seu egocentrismo! Para a minha sorte? Não, para a sua, pois este texto fala na primeira pessoa do singular, mas ele diz respeito a pluralidade de seres humanos. Diz respeito a nós.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de dezembro de 2015.

As pseudo-celebridades das redes sociais e seu talento.

As pseudo-celebridades das redes sociais e seu talento.

A pessoa não viaja, não sai de casa pra festa ou coisa alguma, está de recesso/férias, assiste filmes, lê, come e bebe (praticamente confinada, porém sem previsão de "abate") e, naqueles momentos em que não se encontra nada de interessante na televisão, fica olhando as redes sociais e seus “atores”.
Pois bem, vendo fotos de conhecidas de outrora e "modelos fotográfico" (deduzo, porque é muita maquiagem na "fachada" pra quem não vive dela e muito peito exposto pra quem não vive deles), chego a uma conclusão: quanto talento! Sério, fazer cara sexy em fotografia não é pra qualquer uma!
Bocas, olhares e tal! Esse povo está de parabéns! Tirar selfie sensual é um dom! (Se eu dependesse disso pra viver morreria de fome!). Não sei nem olhar pra câmera frontal direito, fico vesga! Foto no espelho? Uma arte que desconheço!
Não consigo "não sorrir" em fotos, portanto admiro quem olha pra câmera como quem está em frente ao Brad Pitt e quer pedir pra ser devorada com a cara! E aquele make todo? Lindo, muito lindo! Enfim, palmas para as "minas" que manjam da "seducência fotográfica".
Tirando aqueles "bicos" horrendos o negócio é admirável! Mas, infelizmente, os bicos dominam! Na verdade, a vontade de seduzir naquelas fotinhos com “biquinho” é tão obvia que eu não consigo olhar a foto e reparar no make, no cabelo, nos olhos! Eu rio. Sim, é cômico! (Meninas, vocês não tem os lábios da Angelina Jolie, portanto, parem!).
E quanto aos peitos sobrando, digo, saltando das blusas? Ah, o busto é das "minas" e elas mostram pra quem quiserem e onde desejarem. Gratuitamente, inclusive! Agora, não vem criticar mãe amamentando em público se você curte essas fotos, porque nelas tem absolutamente "tudo" com exceção do bebê mamando (mero detalhe!).
Enfim, as redes sociais trazem de tudo, de cultura, de grupos interessantes, de amizades profícuas, até pseudo-celebridades. Musas fitness, blogueiras e essas modelos de fotografia que, às vezes, não parecem estar fazendo comercial para vender coisa alguma, só o próprio corpinho. Mas, o corpo é delas e elas vendem, doam, emprestam e anunciam como bem entenderem.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 28 de dezembro de 2015.


Onde está a realidade?

Onde está a realidade?
"Não existe racismo", disse-me o quarentão lindo, inteligente, cavalheiro e solteiro que estava sobre o unicórnio cor de rosa que passou por mim agora! Pois bem, eu sou uma inveterada fã de perfumes importados. Ora essa! Tenho meus gostos luxuosos e não os olvido, pois não sou uma neossocialista hipócrita para isso.
Como, da televisão só assisto a canais pagos que passam seriados policiais, sou bombardeada por propagandas de perfumes importados, da Lancôme, Dolce e Gabana, Calvin Klein, Herrera, etc. Reparei que quando os "interpretes" não são famosos, como no caso do "La vie est belle" (Lancôme, um dos meus) que tem sua “aura” muito bem representada pela lindíssima Julia Roberts, são modelos brancos, olhos claros, belos e magros. Por que? Negros e gordinhos não se perfumam?
E os comerciais de margarina? Publicitário algum se flagrou que existem famílias monoparentais, casais homoafetivos, negros, inclusive? E, outra, quem consome margarina sempre tem uma casa "estilo americana" e tem tempo para um café da manhã em família? Não existe o povo que acorda com preguiça, fica um pouco mais na cama e sai correndo com um sanduiche (com margarina!) feito às pressas na mão?
E o cinema? E as telenovelas? Onde e com que frequência estão os atores negros em posição de sucesso que não seja um cantor ou algo assim? Qual filme trás um negro como “CEO” de uma empresa? Existe? Provavelmente, mas qual a frequência com que isso ocorre? Raríssima, se ocorrer!
Por falar em cinema, já reparou na imensa quantidade de vezes em que a mulher é a que cuida dos filhos e o homem é o que sai “à caça”, ou melhor, que trabalha fora? Isso é, meramente, a propagação do que está em declínio. Existem mulheres que saem para a labuta e maridos que cuidam dos filhos, existem casais que deixam as crianças com uma babá, escolhinha, avós.
De certa forma, verificar essa falsidade tem um lado bom: a hipocrisia "falsifica" muita coisa, mas para um ser pensante ela nunca é suficientemente forte para iludir. Amiguinhos hipócritas: melhorem, pois a mim vocês não enganam ou agradam!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de dezembro de 2015.

Das amizades e reflexões de final de ano.

Das amizades e reflexões de final de ano.
Semana passada, numa dessas tardes de férias em que você tem tempo de sobra para se perguntar onde foram parar os seus “amigos”, recebi mensagem de um que queria, apenas saber como eu estava. Respondi alegremente e, depois fiquei pensando.
Aliás, época de final de ano, propicia nossa reflexão sobre a vida e aqueles que chamamos de "amigos", conhecidos e por quem nutrimos certo respeito. Verifico, há um bom tempo, segundas intenções de muitas pessoas em muitos aspectos: "Te admiro" e blá blá blá e, depois de um tempo? Sumiço, fofoca típica de gente problemática e ausência.
Enfim, depois de mil elogios, “afinidades” e conversas costuma vir a total ausência e aquele hipócrita e abjeto: "Ando correndo, mas vamos marcar algo!". E nunca marca, aliás é mais fácil Jesus voltar do que o tal de "marcar algo" sair do "campo das ideias".
Isso sem contar que não se procura o "amigo" para saber se ele está bem ou algo assim: só se procura para esclarecer dúvidas, consulta, desabafos ou algo afim. Eu sou uma pessoa maleável, bajulada por muitos, mas que confia em poucos, enfim, confio em que se faz presente não pelo meu ofício, por necessidade ou interesse, mas por respeito, afinidades.
Não, eu não sou o tipo de pessoa que curte visitas fora de hora, junções diárias e tal. Aliás, onde muito se junta, muito se fala da vida alheia e, confesso, está aí algo que quando se mostra frequente, me anoja! Todavia, eu gosto de diálogos, gosto de pessoas, gosto e sou leal com quem trago ao meu mundo.
Não sou crédula, não sou "da igreja", não sou do grupo tal, da turma tal, tenho muito trabalho, leituras pendentes, textos atrasados, seriados e filmes para assistir para perder meu tempo com quem gosta de falar de pessoas, mas gosto de pessoas sinceras, alegres, independentes e bem resolvidas, mas, vejo, a cada dia, quão raros são os verdadeiros amigos e aqueles em quem podemos confiar!
Enfim, o amigo aí hoje me fez sorrir e nunca, nunca me pediu favor algum! Francamente? Foi isso o que mais aprendi na vida: ame e valorize quem lhe estima sem que jamais precise de você, porque o resto... Ah, mande o resto se lascar!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 22 de dezembro de 2015.

Sobre eu e a não-maternidade.

Sobre eu e a não-maternidade.

Eu não quero ter filhos e tem gente que me chama de “amarga”. Eu não sou amarga, pelo contrário, ainda busco encontrar uma pessoa tão alegre e humorada como eu! Mesmo com problemas, não "fecho" a cara pra vida, não lastimo e, sobretudo, não direciono meu descontentamento a quem nada tem a ver com ele. Ou faço piada com os meus problemas ou durmo, mas evito cometer injustiças. 
Levo a vida numa boa, tentando melhorar diariamente, sorrir e gargalhar mais do que remoer mágoas. Se as pessoas me magoam? Sim, nem todo mundo consegue ser empático ou colocar-se no lugar do outro sempre. Mas, relevo e sigo adiante tentando não me rebaixar ao nível irritadiço de quem tenha me ferido.
Sobre crianças? Adoro! Bebês? Nada pode ser tão fofo no mundo quanto eles! Bebês gatinhos, cachorrinhos, oncinhas, leãozinhos, elefantinhos, enfim, bebês de qualquer espécie, são sensacionais! Todavia, eu gosto da minha vida e, em mais de três décadas, só posso dizer que não quero mudá-la assumindo uma responsabilidade que gera o dever maternal de doar-me incondicionalmente para alguém.
Na verdade, a única coisa que eu quero que mude na minha vida é o meu saldo bancário. Sou feliz assim e sou demasiado responsável para parir. Pelo custo? Não! Crianças precisam de amor, presença, doação, paciência e afeto.
Eu não desejo isso na minha vida neste momento e agradeço imensamente quem não intervém, quem me respeita, pois eu não saio cobrando filhos de casais conhecidos por aí, por exemplo! Se você escolheu trocar fraldas, criar, sustentar, educar e, sobretudo, amar mais a um ser do que a si mesmo e sente-se plenamente feliz assim, parabéns!
Isso é só o que importa, eu, todavia, sou plenamente feliz com a vida que levo e apenas isso me interessa. Filhos são escolhas, não obrigação. Reza a "lenda" que toda mulher deve ser mãe para ser plena e que os filhos "perfectibilizam" a união dos casais!
Vai ver que é exatamente por isso que "não" existe infidelidade e nem pais e mães mal humorados na segunda-feira pela manhã no mundo, vai ver que é por isso que "nenhum" casal com filhos briga ou se divorcia. Fraldas, menos sexo, mais pessoas para dar atenção e amor, enfim, menos tempo gasto para si, realmente "são" os segredos de uma vida feliz. Aham, aham!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 20 de dezembro de 2015.

Feminista, sim senhor!


Feminista, sim senhor!

Sou feminista, tenho ojeriza a pelos, sei passar rímel e batom (não sei me maquiar além disso), já fui casada, não sonho em ter filhos, acho homem fundamental, sobretudo os emocionalmente inteligentes e bons de cama, pois quem não quer ter filhos, terá bastante tempo livre para "namorar" e isso é fundamental em qualquer namoro ou casamento.
Eu não tiraria o sutiã para protestar por coisa alguma no século XXI, mas se eu vivesse no século passado, talvez o fizesse. Não tenho vergonha do meu corpo, pelo contrário, mas não vou me despir pra qualquer imbecil (tá, tudo bem, com exceção de algum ex namorado tosco que eu tive. Errar é humano, permanecer no erro é burrice!).
Enfim, sou feminista, não divido conta de restaurante com homem e nem sou a favor do alistamento militar obrigatório. Nem para eles e nem para nós. Sou feminista e não tenho uma vida sexual agitada, para não dizer que estou substituindo sexo por seriados e comida. Além do trabalho! Sou feminista e estou cada vez mais seletiva em relação aos homens que escolho para me relacionar ou trazer até a minha cama.
Respeito as feministas que agem de forma diferente da minha, pois todas nós queremos ter, do mundo, o mesmo respeito que os homens têm, a mesma liberdade. Como advogada, já chorei de raiva, por ter clientes que, ouvindo eu cobrar honorários iniciais, se fizeram de desentendidos para tentarem me fazer deixar o contrato no "risco", porque não sou homem ou mãe de família para precisar de mais de duzentos mil reais, por exemplo.
Já ouvi de clientes e ex-chefes ofensas desnecessárias, porque eu não tenho força para lhes agredir, ouvi e ouço elogios escrotos, sou assediada por cidadãos que confundem simpatia e educação com "interesse". Isso sem contar os babões que acham que o mundo se circunscreve ao seu pinto e não podem ver uma foto mais "indiscreta" e começam a chamar em chat ou fazer elogios imbecis (como se fossem necessários!).
Já ouvi de alunos, após uma necessária chamada de atenção, que "estou precisando de um namorado" (você, professor homem, já ouviu que está precisando transar mais de algum aluno?). Também já ouvi de alunos que ainda não haviam me conhecido em sala de aula que determinada prova foi feita quando eu estava com TPM, pois era melhor "elaborada" que a primeira (sempre às segundas provas bimestrais serão!).
Ontem, por exemplo, eu e meus pais conversávamos sobre olfato apurado, afinal meu pai e sua esposa estão residindo numa quitinete e eu e minha mãe vamos, seguidamente, buscar eles e minha maninha lá. Como minha mãe fuma desde antes de eu nascer, em que pese eu nunca tenha fumado e não goste de cigarros, não sou chata para o cheiro e etc.. Meu pai disse que também nunca foi, então minha mãe contou a ele que dispensei dois excelentes namorados, porque eles se "implicaram" com o cheiro do cigarro dela (veja bem: da minha mãe! Sendo um na minha casa!).
Então, meu pai me disse: "Pois é, filha, aos poucos tu tens que se doutrinar a suportar certas coisas". Então eu falei, rispidamente: "Eu não, não dependo de homem pra nada", ele, maliciando, me que para "certas coisas" eu dependo. Disse-lhe que, para "certas coisas" eu mesma "me" dou um jeito e, se eu enjoar de mim, não precisarei "suportar" nada para me satisfazer sexualmente com algum homem que me pareça interessante. Enfim: não preciso! Nem eu, nem nenhuma mulher que se preze! E não, eu não vou "suportar" algo para ter um macho ao meu lado.
Minha mãe fuma, minha mãe e eu moramos juntas, o mínimo que um cara tem que fazer é manter a boca fechada a respeito de odores de cigarro em respeito ao meu amor pela minha mãe. Se ele não pode "suportar" o cigarro da minha mãe, eu não irei suporta-lo, pois não sou obrigada a isso! Enfim, eu disse ao meu pai que eu preciso de dinheiro sobrando na minha conta e da minha CNH de volta, não de homem. Nada pode ser mais machista do que a opinião de que nós mulheres devemos legar a nós mesmas e a nós mesmos a segundo plano para termos uma “abençoada” companhia masculina.
Sinto a diferença de consideração e respeito que a sociedade devota às mulheres e aos homens, sinto o preconceito quando bebo um pouco mais ou danço em algum lugar (sim, eu danço rock e sei sambar! Dançar junto? Não sei!). Enfim, não importa como eu ajo, não importa como a feminista dos EUA, da África ou do inferno agem, todas nós lutamos por respeito, consideração e vida, porque o machismo agride, estupra, trai, humilha e mata, o feminismo não.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 17 de dezembro de 2016.

Sobre a vida inteligente em outros planetas, Fabíola e o estranho ano de 2015.


Sobre a vida inteligente em outros planetas, Fabíola e o estranho ano de 2015.

O ser humano se pergunta se existe “vida inteligente” em outros planetas. Eu acredito que sim e a prova cabal de que os seus habitantes são realmente inteligentes é que eles nunca nos contataram. Para que, afinal, eles iriam querer contato com o nosso planeta?
Só em 2015 teve “cristofobia”, “heterofobia”, neo-fascismo, racismo, intolerância, bolsovômito, digo, "bolsomito", manteve-se a falácia da "guerra ao tráfico", teve gente com nojinho de ver mãe amamentando, (afinal seios só podem ser mostrados em revistas para satisfazer os desejos libidinosos dos machistas), teve mãe machista dizendo pro filho que "homem não chora" e que é dever da mulher cuidar dos filhos e da casa.
Teve mulher defendendo o machismo e macho dizendo que o feminismo cerceia seus direitos (só se for o de cagar regra na vida das mulheres e onde ser imbecil), teve gente colocando a culpa pelo estupro no short da estuprada, teve os "chuta que é macumba" cristãos anti umbanda e candomblé que vão pular 7 ondas de Yemanjá no réveillon (vá entender esse povo!).
Teve muita gente "anti" qualquer coisa, que na verdade é "pró estupidez", teve gente que não conhece a história do cristianismo e demais religiões achando que só os muçulmanos podem ser extremistas, teve gente achando que o bolsa família é culpado pela crise (como se cesta básica e etc. fossem invenções petistas), isso sem contar que o povo que é contra ganhou estudo, mesada, carro e até apartamento do papai, teve gente achando que com impeachment quem assume é o exemplo de honestidade chamado Aécio Neves.
Teve gente politizada achando que o PT inventou a corrupção, teve pobre de direita, teve reacionário achando que é sábio, teve filhinho de papai ofendendo o Chico Buarque por causa de suas opiniões politicas, teve extremismo de direita e de esquerda, teve sabotagem da racionalidade e outras barbaridades! Então, pra que alguém ia querer vir pra este planeta?
Pra que viriam para a terra e, sobretudo, para o nosso país que possui mais presos preventivos do que condenados? Em que quase todos os anos são aumentados o numero de leis sem que as anteriores tenham mostrado resultado pratico positivo?
Aqui, onde os extraterrestes não foram burros de “desembarcar”, existe um povo maluco que defende político corrupto só porque é oposição ao partido que está no poder, gente que fala "agente pode se conhecer", gente que não diferencia "mas" de mais e nem soar de suar, homem achando que todas as mulheres são interesseiras e mulheres achando que "nenhum homem presta", mulherada parindo pra segurar casamento e pensão alimentícia, alienação parental, homem contra o aborto, mas que não registrou algum filho, etc., etc.! Terra? Se forem inteligentes continuarão longe!
Aliás e aproveitando a recente polemica da mulher que traiu o marido com um amigo dele (igualmente casado) e foi parar em redes sociais, pense: se os extraterrestres vierem, eles irão ouvir uma apologia ao machismo fantasiada de proteção da “moral e bons costumes” de todas as formas, inclusive em letras musicais. Lembra-se da musica “Que pescar que nada”? Aquela que o cara vai pra esbornia com os amigos sob o pretexto de que ia pescar, mas lá teria “sete pra cada homem”? Então, aquilo é apologia a traição masculina parça!
A tal Fabíola foi "fazer as unhas", macharedo caiu matando. Ninguém falou da covardia do corno que agrediu a mulher e não o amante roliço, e nem da covardia do fofinho que nem pra defender a amante prestou. Ninguém foi, sequer atrás da esposa do gordinho pra ver se ela estava bem e o que pensava daquilo, afinal, a sociedade só julga as mulheres, o raciocínio deve ser: “Ela não estava sendo uma boa esposa”. Ah, sobre isso, tem até pastor dizendo que o homem pode fazer sexo contra o consentimento da esposa (filho, isso é estupro conjugal, só pra constar! Não há sexo sem consentimento!).
Interessante observar que para os machistas infiéis ou defensores da traição masculina, existem inúmeras letras lhes "homenageando"! Tem essa do marido sacana que usa pescaria como desculpa pra trair, tem a dos 5 minutinhos de solteiro quando a mulher vai ao banheiro, tem a do "imagina na copa", fora todas aquelas que relacionam a figura feminina a atração por carros, dinheiro e poder, bem como o excesso de termos toscos (esperar o que de uma parte do gênero sertanejo que é universitário há mais de uma década e nunca se gradua!?).
Enfim, trair é abjeto, sendo o homem o infiel ou a mulher, mas tão abjeto quanto, é tratar a infidelidade feminina com tamanha severidade e asco e achar a masculina "normal", porque "homem é homem". Homem é um ser racional assim como a mulher, portanto, ainda que os hormônios pendam para a infidelidade, há de haver racionalidade para lhe "segurar".
Se avaliarmos bem, veremos que o machismo faz do sexo masculino um animal irracional, instintivo e otário. E há quem ache isso interessante e há quem queira encontrar vida inteligente em outros planetas sem se tocar que mais ignorante que a ração humana não existe e os exemplos disso, para uma pessoa que reflete e questiona, sã diários, infelizmente. Ah, licença, eu vou fazer as unhas!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 20 de dezembro de 2015.

A busca pela perfeição: da inexistência à chatice.

A busca pela perfeição: da inexistência à chatice.

O perfeccionismo permite as pessoas irem longe, mas, não raras vezes, as leva para o destino oposto da perfeição, da sua meta, enfim. Sabe por quê? Porque o desejo pela perfeição gera chatice!
Pessoas que se imergem em paranoia para serem as mais eficazes, as mais legais, as mais competentes, as mais realizadas, as mais elegantes, as mais bonitas e as mais "gostosas", seguidamente, perdem a autenticidade, a paz, a alegria, a espontaneidade, o calor de ser humano e, portanto, ser errante.
Quem se obstina demais pela perfeição, afasta-se dela e encosta no tédio, na chatice e na frieza. Não se pode ser perfeito, nem física, nem intelectual, nem moral e nem profissionalmente, aceitar isso é o primeiro passo para o equilíbrio psíquico e felicidade, por outro lado, a não aceitação é um passo certeiro na inconveniência tediosa e, verdade seja dita, broxante!
Mais, não aceitar as próprias imperfeições é, também, um passo profundamente dentro da frustração. A pessoa que quer ser melhor em tudo, desde a estética até o trabalho, tende a ser demasiado rígida consigo mesma e, portanto, tende a se frustra e entristecer-se.
Obviamente, não quero dizer e sou totalmente avessa a ideia de acomodação. De que, ciente de suas imperfeições você deva se resignar a elas. Pelo contrário, a tarefa de todo ser humano é sair desta vida mais sábio e melhor do que quando nela “embarcou”. Em todos os aspectos, em que pese a idade deteriore o físico.
Ocorre que há uma linha tênue entre o comodismo e o perfeccionismo, mas ela deve ser obtida, ou seja: acorde todos os dias querendo ser melhor, mas perdoe-se ao final do dia se não conseguiu, porque, na verdade, a sua intenção é o que há de mais importante desde que ela não se torne uma obstinação, uma meta doentia, capaz, inclusive, de lhe deixar doente e solitário, porque ninguém suporta aquele que quer sempre o “rei”.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de dezembro de 2015.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A vida não é cor de rosa!


A vida não é cor de rosa!

“Eu aprendi que quando as pessoas realmente gostam da gente, elas insistem em ficar em nossas vidas”: frase tosca, frase boba, frase que romantiza as situações sem racionalidade e logica. Enfim, frase escrota.
Sabe por que falo isso sobre tal afirmação? Porque as pessoas devem se amar, antes de nos amarem e, se as nossas atitudes aviltarem o amor que elas nutrem por si mesmas, elas irão nos deixar. Elas devem nos deixar! Insistir em ficar com quem não faz por merecer o nosso prezar é suicídio emocional.
Portanto, antes de achar essa frase linda e romântica, tenha em mente que nem todo mundo merece o amor e a presença alheia e que afastar-se, às vezes, é uma espécie de salvação. É, meu amigo, nem tudo é cor de rosa nesta vida, portanto, pare, simplesmente pare de romantizar demais!
Obviamente, quem realmente gosta da gente permanece conosco, realmente quem gosta da gente supera muitas coisas para estarem conosco, todavia, isso nem sempre significa que estamos merecendo a sua dedicação. Se estivermos, se formos com ela afins e, ainda assim, a pessoa não se esforçar para ficar conosco, então ela não nos preza.
Por outro lado, se formos egoístas, se formos demasiado diferente do outro e essas diferenças macularem a sua forma de ser, enfim, essa pessoa não será obrigada a quedar-se conosco. Ela pode amar a si mesma e se evadir da nossa companhia sem que isso signifique ausência de amor, mas indicie meramente amor próprio.
As relações humanas não são complicadas, mas também não são tão objetivas a ponto de serem explicadas como um calculo matemático. Duas pessoas são duas individualidades e, portanto, não se trata apenas de sentimento, mas de convívio, de rotina, de atitude e é por aí que nossos relacionamentos são perdidos.
Amor não é tudo num relacionamento, sem afinidades na forma de pensar, sem complacência, cumplicidade, parceria, dialogo e humor qualquer lindo romance finda, ou seja, não julgue os sentimentos de quem de você se afasta, simplesmente compreenda que nem tudo é como você gostaria e que em relacionamentos afetivos nem tudo é logico.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de dezembro de 2015.

Delegação de culpa.

Delegação de culpa.

O primeiro passo para o crescimento é assumir a culpa pelos seus deméritos. Todavia, o ser humano adora delegar: o que de bom lhe ocorre é "graças a Deus", o ruim é culpa alheia. Reprovou? Culpa do professor, aquele inútil que não introjeta o conteúdo no seu cérebro. Marido infiel? Culpa das “piriguetes”.
Você tem "pitis" de grosseria, não tem paciência para nada ou ninguém? Capaz, você é um incompreendido! Você é desagradável, chato e arrogante? Não, você não é! A culpa é do "recalque", desse povinho que tem "inveja" de você e é exatamente por isso que nem uma árvore lhe suporta. Enfim, não sei "desde" quando, mas o "mea culpa" está virando mito! O preocupante é que sem assumir as suas próprias falhas ninguém melhora.
O acadêmico continuará estudando pouco ou olvidado de sua dificuldade de aprendizado, pois a culpa pela mediocridade de seu desempenho é do professor, a esposa continuará amarga e relapsa, porque o marido só é infiel, porque existem moças assanhadas.
O sujeito não vai procurar tratamento psiquiátrico para seu desequilibro, porque ele é "equilibrado" os outros é que lhe irritam, a pessoa chata e arrogante não irá mudar, afinal os outros é que estão errados em não lhe "gostar".
O triste, na verdade, é que a sociedade vale-se de seus preconceitos para imputar a culpa preferencialmente em algumas pessoas em detrimento de outras. Negros antes dos brancos, gays antes dos heterossexuais, mulheres antes dos homens, pobres antes dos ricos e assim por diante.
Já prestou atenção no que ocorre quando há traição do marido em relação a esposa? Ela é apedrejada, a amante será apedrejada, mas não o homem, ele, “coitadinho”, só seguiu seus instintos, afinal a mulher não lhe dava carinho suficiente e a “outra” (a vadia da história), valendo-se de sua “inocência” o seduziu impiedosamente.
Ah, coitado! E, quando a mulher trai o marido? Ah, ela será mal julgada e ele até consegue salvo conduto para desmoraliza-la e, até, agredi-la, com o aval da sociedade, porque, “obviamente”, ele não deu ensejo á traição.
Se o cidadão é um tosco milionário, nada afetuoso e que só sabe ostentar o que tem e engravida a namorada pobre, ah, o que as pessoas dirão? Ela deu o “golpe”, ela é uma “piranha interesseira” e acabam por esquecer que o infeliz só é “gente” na ordem do dia, porque tem dinheiro e que poderia ter usado camisinha e não usou! Enfim, a sociedade fomenta a delegação de culpa privilegiando alguns e prejudicando outros de acordo com seu livre (e injusto) arbítrio.
Enfim, prevejo um mundo cheio de pessoas acomodadas com suas fraquezas, afinal elas não têm culpa de nada. Ou melhor, e humoradamente, podemos dizer que, como a culpa é delas, elas têm o direito de coloca-la em quem bem entenderem. Seria cômico, se não fosse trágico.


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de dezembro de 2015.

Das anormalidades da semana que ainda não findou!

Das anormalidades da semana que ainda não findou!
Acabamos de adentrar na quinta-feira, ou seja, a semana ainda não terminou e, alguns fatos dos quais, diante da correria, consegui, através das redes sociais, tomar conhecimento, me apavoraram! Para dizer pouco. Primeiramente, a pre-adolescente Maísa, se rebelou contra aqueles que querem que ela assuma uma postura mais sensual e, ainda, postou sentir nojo dos homens que a galanteiam, depois veio o episódio da tal da Fabíola que traiu o marido.
Quanto a Maísa: a menina é uma menina. Ela não precisa ser sensual. Ela não deve ser sensual. Mulheres não devem ser sensuais para agradar a macho, muito menos uma pré-adolescente. Uma menina de 13 anos de idade que, precisa, nas redes sociais, requerer o obvio, ou seja, que deixem-na ser a criançona que é!
Ora, deixem as meninas serem meninas e as mulheres serem o que elas bem entenderem, porque não somos obrigadas a ter corpo, cabelo, cara ou atitudes sexy para sermos "bem" julgadas por macho escroto, desse tipo que galanteia menina de 13 anos ou que fica excitado ao ver uma foto de uma mulher bonita na internet.
A nossa vida e conduta não giram em torno dos pintinhos dos machistas, destes mesmos que acharam o máximo a conduta do corno mineiro que publicou a traição da mulher nas redes sociais, sem ter a mínima vergonha de agredi-la e, inclusive, ter na traição uma justificativa “aceitável” para agir como um ogro.
Ser sensual, ser isso ou ser aquilo não é proibido, mas não deve ser meta, ser objetivo ou ser paranoia capaz de nos influenciar, de determinar condutas e posturas sobre as quais nem pensamos ou sabemos justificar racional e inteligentemente acerca do "porque" de as termos.
Acho que esse povo que divulga em grupos virtuais vídeos de sexo alheio ou que aplaudem coisas horrendas como o vídeo gravado pelo chifrudo de Minas Gerais deve ser muito, muito desocupado, além de ter sérios problemas com sua realização sexual. Sei lá, será que esse povo transa?
Será que esses calhordas que se excitam com minhas fotos na piscina fazem sexo? Será que os nojentos que dão cantadas em adolescente transam? Será que esse povo que compartilha vídeo de sexo alheio transa? Será que esses cornos que defendem o marido da Fabiola transam?
Gostaria que esse povo se realizasse sexualmente de forma a não lhes sobrar tempo para encherem o saco de ninguém, para compartilharem vídeo que retrata a vida sexual alheia e que não deveria ser compartilhado, para não ficarem assediando cantora/atriz pré-adolescente, enfim, para não jogarem suas frustrações sexuais de forma doentia fazendo fofoca ou sendo um tarado que se excita com qualquer porcaria que vê!
Gostaria também que as pessoas parassem de julgar as mulheres com mais severidade do que julgam aos homens e, sobretudo, não racionalizassem a violência doméstica como fizeram no caso da Fabíola, porque se ela fosse a corna da história, além do marido não ser publicamente agredido a essa hora a sociedade inteira iria estar culpando a amiga ("assanhada") e a corna ("ruim de cama", "fria", "gorda") pelo ocorrido! Passem longe de mim com esse machismo e problemas psicológicos e sexuais. Obrigada.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de dezembro de 2015.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Sobre a intolerância cristã nas redes sociais.

Sobre a intolerância cristã nas redes sociais.

Em virtude de ter um blog minhas redes sociais são cheias de "amigos" meramente virtuais. Pois bem, ontem, graças a um post que foi comentado por alguns, exclui mais um "amigo" que desrespeitou o comentário antecedente, de uma amiga ateia.
A amiga em questão comentou algo em consonância com o sentido da postagem, dizendo que os “terroristas não conhecem o verdadeiro dels”. Pois, via de regra, quando um muçulmano comete homicídio trazem a religião à baila e estigmatizam o sujeito, todavia, se o mesmo é cristão, emerge o argumento de que “religião não se envolve” nestas questões.
Enfim, o amigo virtual ficou irresignado com o comentário, aparentemente, porque a amiga atéia chamou “deus” de “dels” (frise-se que ela se referia ao deus dos muçulmanos, não ao “dele” que é cristão!). Primeiramente, existe uma obrigação de que todos creiam no que eu creio para eu lhes respeitar? Se eu acredito no deus tal, e a outra pessoa não, e chama ele de outra forma, isso me fere, isso me ofende? Por que, afinal?
Existe algo neste sentido, aparentemente incutido na mente das pessoas: "Eu creio no deus bíblico e se alguém não crê nele eu não respeito e nem valorizo, pois a sua descrença desrespeita a minha crença”. Ocorre que isso é paranoia, doença, anormalidade! Cada pessoa é uma individualidade e como tal pode crer e descrer do que bem entende.
Enfim, eu nunca vi meus amigos ateus, judeus, umbandistas ou sei lá desrespeitarem ou se intrometerem em postagem cristã, mas já vi o inverso. Nunca vi um praticante do candomblé se meterem naquelas postagens ridículas estilo “chuta que é macumba”, ou ficarem bravos, porque alguém chamou Oxalá de “Hoxula”, por exemplo. E, pra eles, este é um deus!
Conheço inúmeros cidadãos que enchem o facebook de postagem cristãs e não cumprimentam o subalterno na empresa, não olham nos olhos da faxineira e passam pelo mundo com um ar de superioridade abjeto.
Não importa, pra mim, se o cidadão é ateu, crente, ninja ou satanista, não me importa se é pobre, rico ou se faz de conta que é abonado, não me importa se é negro, branco ou amarelo, não me importa se é hetero, gay, trans ou fetichista, enfim, não me importa nada que diga respeito a sua vida, apenas se o sujeito é educado, sincero e se trata aos demais com humanidade e respeito.
Amigo, entenda: se o outro não crê no que você crê isso não é desrespeitoso, mas você querer impor a sua crença a quem (voluntariamente) a ignora, isso é desrespeitoso e, mais, é aviltante. Além de tudo, demonstra que a sua religião não lhe tornou um ser humano melhor, mas fez de você um crente arrogante e intolerante. Não julgue ninguém pela sua fé, religião ou crenças, goste ou desgoste das pessoas pela forma com que elas agem com aqueles que não lhes trazem benefício algum.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 14 de dezembro de 2015.

Cinquenta tons de anti-romantismo.

Cinquenta tons de anti-romantismo.
Quando eu era romântica-otária e alguém que estava interessado em mim dizia que eu "era boa demais pra ele", eu achava a frase elogiosa. Quando eu era romântica-otária eu achava que a pessoa agia de forma rude eventualmente por se sentir assustada diante de seus sentimentos fortes por mim.
Quando eu era romântica-otária eu era indulgente quando o outro descontava o seu estresse em mim. Ah, eu tentava compreender as pressões psicológicas e profissionais que o cidadão tinha, eu até gastava o tempo da minha terapia para compreender as raízes anímicas dos problemas psíquicos do parceiro. Por quê? Porque eu era romântica-otária, porque eu era daquelas que acreditava que o meu coração e amor mudariam o outro e, quiçá, o mundo!
Se bem observado há doença no romantismo-otário: a pessoa emerge a si e a seu sentir a tal ponto de importância que pensa que serão milagrosos. Se hoje alguém me diz que eu sou a pessoa que ele quer ser, eu sumo, afinal eu quero admirar alguém e não apenas ser admirada. Eu desejo aprender e não apenas ensinar, ora essa!
Se a criatura diz que sou boa demais pra ela, eu nem deixo terminar a frase e já entro no modo "invisível". Hoje, se eu constato que a pessoa tem "noias", problemas de autoestima ou acha que eu ou qualquer pessoa servimos como "saco de pancadas", saio pela tangente e sugiro que a criatura procure um terapeuta.
Hoje eu acredito no amor, mas não em escora, eu acredito no amor, mas não quero ser a cura pra ninguém. Ou a pessoa é bem resolvida e da o valor que eu mereço ou "saio fora".
Não faço sacrifícios por ninguém, não me esforço para entender alguém ou para ir a fundo à compreensão dos seus problemas, porque não sou e nem quero ser terapeuta de gente complicada. Eu quero simplicidade, eu quero me sentir "agregada" e também não quero ser metade de ninguém, pois sou inteira demais.
Quero mesmo uma relação divertidamente seria formada por duas pessoas completas, maduras e que desejam viver o bom do amor, porque desventuras é coisa que o romantismo-otário colocou na cabeça feminina para que a mulherada ache relação abusiva algo intenso e bonito.
Outro dia assisti pela primeira vez ao famoso “Cinquenta tons de cinza” e, apesar das tentações taticamente inseridas com o personagem Grey (27 anos, gato, corpão, cara séria praticamente intimidadora, bem vestido, mãos fortes, milionário e solteiríssimo- a maior virtude do sujeito!!!), terminei o filme anojada do sujeito.
O milionário gatão desconta no sadismo suas frustrações, é um moço problemático que tem que dominar para ter prazer e, nesta de domínio, não tem a afetuosidade capaz de fazer a mocinha, estudante de literatura, romântica e virgem, plenamente feliz. Aliás, existiria uma parceira mais perfeita para um homem abusivo? Uma romântica e ingênua donzela! A Anastásia é uma porção que toda mulher tem ou teve, daí o sucesso da trama.
Todavia a vida ensina e o romantismo fica de lado quando a gente percebe que relacionamento é mutualismo: amor, prazer, carinho, respeito, afeto e atenção! Onde um dá mais do que recebe não existe relação, existe doença! Ou seja, a solução é buscar tratamento e superar! Ah, quando uma mulher se desapega do romantismo-otário existe 95% de chance de ela ficar solteira, porque o que mais se vê por aí é galãzinho problemático e homem despreparado para cuidar de mulher bem resolvida.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 14 de dezembro de 2015.

Nojentos.


Nojentos.

Ser deselegante? Ok. Ser feio? Ok. Ser sem graça? Ok. Mas daí a ser inconveniente, mal educado e achar que a sua opinião é "imperdível" já é ser inaceitavelmente ridículo! Nutro um imensurável asco de gente intrometida e sem noção de classe.
Não nas vestes ou na aparência física, mas nos atos. Tenho ojeriza de quem acha que o seu ponto de vista merece respeito, mas não respeita os alheios. Tenho ojeriza de quem se acha tão bom que não consegue guardar seus pensamentos para si, afinal, o que tem em convencimento e feiura, falta em humildade e empatia.
Às vezes eu penso que esse povo ridículo que se mete na vida ou nas postagens em redes sociais alheias para mostrar toda a sua sapiência deve pensar assim: “Eu sou o suprassumo do conhecimento e da sabedoria, preciso opinar para salvar essa alma miserável da treva da ignorância!”. E, assim elas agem.
Ocorre que o ser humano realmente sábio não é arrogante, orgulhoso, intrometido e sem educação, porque onde entra o convencimento a sapiência foge. Ah, mas essas pessoas não são meramente cultas, elas têm delírio de grandeza, elas acham as suas ideias sensacionais demais para conterem-se, para serem afáveis e humanas de forma a respeitar quem pensa de forma diferente.
Isso é doença, mas elas não sabem, porque estão mais entretidas em criticar o outro, em fazer pouco caso de seu conhecimento e forma de pensar do que em se autoanalisar e livrar-se da maldade travestida de arrogância cultural que possuem.
Certa vez uma amiga demasiado sarcástica e acida me disse que “Deus não aleija em vão”, se referindo a uma conhecida que nasceu com a mão deformada, mas que era pérfida em atitudes. Obviamente a afirmativa dela não tem nenhuma razão de ser, mas, às vezes, quando cruzo com pessoas feias e abjetas fisicamente e, ainda, orgulhosas, mal educadas e arrogantes eu sempre me lembro dessa frase.
Esse povo deveria ir fazer terapia pra ver se o egocentrismo diminui! Ir ser feliz ao invés de ficar se metendo na vida e nas redes sociais alheias! De toda forma, tenho asco desse povo e prefiro nem ter por perto, porque humildade, educação e tato no trato com seres humanos é essencial!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 14 de dezembro de 2015.

Faça por prazer ou não faça!

Faça por prazer ou não faça!

Ando numa fase extremamente questionadora e de incentivo ao questionamento, a reflexão, ao pensar. Vivemos em um mundo em que fazemos inúmeras coisas sem pensar, em que "ingerimos" o que nos é jogado sem nada indagar e, mais, tomamos uma série de atitudes sem nem ao menos termos uma opinião pessoal a respeito delas.
Falemos de vaidade, de beleza. Pois bem, sabemos que existem padrões de beleza que nos são impostos, pelas revistas, pela televisão, pela internet. A "onda" do momento não é ser magro, é ter muita, muita massa magra. Academias de ginástica lotam, dietas mirabolantes surgem, médicos esteticistas e cirurgiões plásticos arrecadam muito.
Mas, será que as pessoas que a isso recorrem sabem por que o fazem? Ou será que fazem, para ficar como está na moda "ser"? Será que fazem, porque se amam com super coxas, glúteos e musculatura mega definida, ou fazem porque o atual padrão de beleza isso exige? Será que são felizes com dietas restritivas e acordando cedo para erguer peso ou ficam contentes, porque irão atrair olhares, por terem um shape da "hora"?
Será que malham para manter a saúde física ou para ter um corpo, que a maioria, tem como "atraente"? E o celular que você sonha ter, lhe fará mais feliz ou você só o deseja porque é "moda" e ele irá lhe fazer sentir-se abastado, poderoso? E o carro que você financia em incontáveis vezes é uma necessidade real para a sua alma ou mais uma urgência inventada? "Todos têm, todos fazem, quem tem é bem julgado, quem 'é' (na aparência) assim é bem amado e bem quisto, então quero ter, fazer e ser!".
Estranho, acho que simplicidade, autenticidade, humor, alegria e atitudes elegantes e empáticas deveriam virar moda! Acho que tratar a alma, a mente e seus embates psíquicos é algo mais útil do que cuidar desesperadamente da aparência do que a terra irá engolir. Você acha que por ter o corpo mega malhado será uma mulher amada e admirada? Querida, se ame, se curta!
Ninguém gosta de uma pessoa cheia de "mimimi" na mesa, na cama ou na roda de happy hour no bar. Divirta-se, viva o momento, se solte: na mesa, na cama, na vida! Liberte-se. Faça o que você realmente gosta, porque é feliz fazendo e não para se adequar à um padrão que em anos irá mudar. Comprar? Carro, celular, roupas? Compre, porque você gosta e necessita, não para aparentar que é bem sucedido.
O primeiro indício da realização (aquela que cremos que os bem sucedidos possuem) é o sentir-se bem na própria pele sem precisar pensar no que os outros irão falar. O bem sucedido não se importa com o estado civil, com a família, com a casa, com o carro, com as roupas que o mundo espera que ele tenha, simplesmente, porque ele é extremamente feliz sendo ele mesmo e vivendo como deseja! Ser feliz é ser livre e ser livre é não se importar com as opiniões alheias, ser livre presume amor: amor a si mesmo, amor a própria vida e não a forma que a sociedade deseja que se viva.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 14 de dezembro de 2015.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Abaixo a romantização!

Abaixo a romantização!

Se existe a algo que o romantismo demasiado se presta com maestria é em favorecer toda espécie de abuso emocional. E quem mais cultiva romantismo na vida, graças à cultura? As mulheres! Nenhum homem muda com o amor recebido quando ele é grosso, abusivo e ignorante.
 Querida, se você acha que o cara deve mudar é, porque ele não lhe trata ou lhe faz bem e, se isso ocorre, não insista na mudança, mude de homem! Encontre um que dê o amor que você merece ou fique sozinha, ame a você mesma!
Toda mulher é criada de forma a ser machista, praticamente e com raríssimas exceções, nascemos machistas! A gente se torna feminista quando amadurece e acorda pra realidade do mundo, a gente se torna feminista, quando vê que o machismo afasta- nos uma da outra e faz com que nos tornemos seres manipuláveis capazes de defender o macho e acusar a outra.
 Sou o tipo de mulher que acredita no amor e na paixão, essencialmente nos que sinto pela pessoa mais importante da minha vida: eu! Fora daí, amor eterno só pelos meus pais e pelo meu time do coração (Grêmio e seus anos sem títulos!).  Homem? Ou me faz bem, me deixa segura e contente ou eu dispenso.
De romântico eu ainda cultivo o gosto por momentos a dois regados a um bom vinho, presentes e flores. Quanto aos últimos, considero ótimos, assim como elogios, desde que eu goste de quem me dá! De resto, dispenso. A gente dá ao elogio, aos presentes e às flores o valor que damos a quem nos manda!
Nem toda mulher precisa ter seu ego enaltecido por qualquer homem. E como saber se você é “qualquer” um na ordem do dia? Se você puxa conversa e ela lhe deixa no vácuo, se ela é educada e sorridente com você, mas é assim com todo mundo, se ela é decidida, independente e, enfim, nem sabe da sua existência.
Se existe mulher que gosta de ser assediada? Meu filho, não “tô” nem ligando, falo de mim, não das demais. Falo da minha vida, não da existência alheia. Mulheres como eu não gostam e nem precisam de assedio de quem, repito, não desejamos. Isso não é ser romântico, ao nosso ver. É ser idiota.
Outra coisa vulgarmente romantizada é o ciúme. Vejo vitimas de abuso dizerem emocionadas: “Ele disse que se eu não ficar com ele, não fico com mais ninguém”. Queridas, isso é obsessão, doença! Só uma mente doentia pensa e diz algo assim.
Seria isso fruto da invenção tosca de que os meninos que nos agridem no colégio, física ou verbalmente, são interessados em nós? Crie sua filha para valorizar o menino gentil, cavalheiro e não o ogro que a agride. Pois a sua “menina” hoje, poderá ser uma mulher vitima de abuso no futuro e, ainda, emocionalmente ligada no abusador.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 02 de dezembro de 2016.