Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Vale a pena

Vale a pena 

A vida é muito curta para você perder tempo sofrendo por se irritar com as atitudes dos outros. Vale a pena manter-se perto de quem tem afinidades com você, de quem lhe conhece e gosta de você, o resto é só resto, logo, não agrega, não soma e não faz falta! 
Aprenda que sorrir compensa, ser feliz vale a pena, deixar se afetar pela energia negativa dos outros é tolice! Conserve a urbanidade com quem lhe causa más sensações e ame quem lhe faz sentir-se bem. 
Nossas emoções em relação às pessoas com quem convivemos depende muito das afinidades que existem ou não existem entre nós. Não adianta forçar uma amizade ou qualquer relação com quem pensa de forma muito diferente da nossa. 
Seja educado, tente manter a gentileza, mas na hora de confiar, sorrir e brincar dê liberdade a quem lhe preza, lhe conhece e lhe respeita. Não desperdice tempo com quem tem educação, cultura e forma de viver diferente da sua. 
Se aproxime de quem é semelhante a você, de quem lhe ensina coisas úteis, de quem lhe faz sentir-se contente e em boa companhia. Fechar a cara e discutir não compensa, causa estresse, rugas e chateações. 
Logo, privilegie o convívio com quem lhe anima, lhe coloca pra cima, lhe faz sorrir, conviva com quem não lhe inveja, não lhe olha torto e não se atreve a se intrometer na sua vida. Conviva com quem lhe respeita, pois, com certeza, os outros não lhe farão falta alguma. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 31 de julho de 2013.

A sua verdade.

A sua verdade. 

Você tem o direito de achar e pensar o que bem entende, só não tem o direito de falar o que você acha ou deixa de “achar” quando ninguém lhe indaga a respeito. 
Assim como você não deve opinar quando as suas opiniões não forem solicitadas, você tem o direito de se desagradar com o que ouve. O respeito deve nortear as relações humanas de forma que todos compreendam que nem tudo o que se pensa deve ser dito. 
Em primeiro ligar, tal não deve ocorrer, porque seus pensamentos nem sempre correspondem com a verdade, eles nada mais são do que a sua versão da realidade. O que você pensa é só o que você pensa! 
Em segundo lugar, não deve ocorrer porque quando o outro não lhe indaga sobre as suas ideias e pensamentos elas tendem a não serem bem vindas. Manifeste as suas opiniões apenas quando o outro lhe solicitar. 
Não se intrometa na vida alheia, não abuse da intimidade e da liberdade que lhe são dadas, cada um tem o direito de ser como lhe apraz, de falar como lhe convém e de viver da forma que deseja. 
Assim como você não deseja que ninguém opine na sua vida, saiba que os outros também não desejam as suas opiniões não solicitadas, logo, via de regra, se você manifestá-las elas serão mal quistas. E você também! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 31 de julho de 2013.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Sumiço

Sumiço 

Eu tenho a péssima mania de fugir das pessoas quando eu não tenho nada de bom para lhes falar ou estou suficientemente confusa para ser incapaz de lhes ouvir. Infelizmente, isso acontece comigo. 
Não sei se há algo em mim de covarde, de retraída, de insana, de desconcertada. Talvez de tudo isso junto, o que eu sei é que eu não gosto de magoar as pessoas, mas magoo. 
Com frequência eu as magoo sem querer fazê-lo, justamente porque eu acho que o meu sumiço diz tudo que elas precisam saber, mas talvez não diga e não passe de desrespeito. 
Ocorre que o meu sumiço quer dizer que eu não estou preparada para falar, nem para ouvir, que eu tenho medos, que eu tenho saudades de outra vida que tive e não estou pronta para o que quer que seja. 
Talvez eu seja mais complicada do que pareça, talvez eu seja estranha, esquisita ou problemática. É, talvez eu seja muito problemática, mas uma coisa eu garanto, não sou má e sou incapaz de usar as pessoas. Eu erro por ser errante, não por más intenções. 
Se eu sou capaz de magoar as pessoas com a deliberada intenção de fazê-lo? Claro que sim. Com a minha idade a gente costuma revidar com força as laçadas que se toma, mas isso é exceção em minha vida. Nove em dez vezes eu silencio e guardo a tristeza para mim, nove em dez vezes eu firo as pessoas sem querer faze-lo. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de julho de 2013.

Exemplo

Exemplo 

Não espere que seu filho se alimente saudavelmente enquanto você devora um pacote de bolacha recheada na frente dele. O exemplo educa, as palavras são apenas palavras. 
O exemplo educa crianças e é capaz de humilhar os adultos. Antes de dizer a alguém que ele age deselegantemente, fique quieto e mostre a sua elegância, cedo ou tarde, ele vai se sentir mal diante dela. 
Sentindo-se mal pode ser que resolva ser mais educado ou sinta inveja e remoa raiva de sua pessoa. Tudo varia de pessoa para pessoa. Falar não adianta, só serve como desabafo. 
O silencio é a mais irritante resposta, a atitude é a mais humilhante, a mais interessante. Demonstre a sua classe, imponha respeito, ignorando os ignorantes e virando as costas para pessoas grosseiras. 
Mas, antes de tudo, zele pelos seus atos: de tanto conviver com pessoas pouco delicadas e educadas, você pode se tornar igual a elas, logo, manter uma distancia saudável fará bem para o seu futuro. 
Silencie, observe, diga aquele tradicional “aham” e, no resto do tempo, ignore. Mostre a superioridade de seus atos independente da eloquência de suas palavras, afinal as pessoas se esquecem do que ouvem, dificilmente daquilo que veem. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de julho de 2013.

Difícil

Difícil 

Se lidar com seres humanos fosse fácil a palavra "estresse" não existiria, psiquiatras iriam à bancarrota e cardiologistas mendigariam. Se existe algo difícil neste mundo, é conviver e lidar com pessoas. 
A sua paciência é posta a prova com uma frequência terrível no convívio diário com pessoas diferentes de você. É uma brincadeira de mau gosto, uma frase mal colocada, uma critica infeliz, uma resposta mal dada e seu coração acelera, o sangue sobe e a vontade de mandar o outro para um local nada belo, cheiroso, bonito ou agradável lhe domina. 
O fato é que não existe profissão que não lhe coloque entre pessoas, por mais que você seja cuidador de macacos em zoológico, agrônomo, veterinário ou algo do gênero, terá alguns colegas, os donos dos animais ou o chefe para lidar. 
A maioria do estresse dos seres humanos nasce da sensação de contrariedade, das diferenças, enfim. Dizem que seria desagradável demais se todos fossem iguais, eu concordo, mas semelhanças não fazem mal a ninguém, certo?! 
Nada como estar com quem pensa de forma semelhante a sua, com quem teve educação, e tem princípios e cultura semelhante a sua. Isso evita a irritação, ou seja, a raiva, campeã em gerar estresse e problemas afins. 
Sempre existe um colega inconveniente, um cliente mal educado, uma amiga recalcada, um chefe grosso, enfim, é difícil conviver com os seres humanos e isso levanta nossa pressão arterial, entorna nossa boa vontade e nos cansa a mente. 
Se convivêssemos apenas com pessoas afins conosco, transigiríamos mais e discutiríamos menos, no entanto vivemos num mundo onde o orgulho, a inveja e a má vontade alheia nos afetam, nos irritam e nos estressam. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de julho de 2013.

A hierarquia nas empresas

A hierarquia nas empresas 

O funcionamento de praticamente tudo carece de uma hierarquia, o que não implica em desrespeito entre as pessoas posicionadas de forma hierarquicamente diferente. 
A igualdade existe no trato de uma pessoa para com a outra, não na hierarquia. Para uma empresa funcionar é preciso que exista o proprietário, o gerente, o subgerente, o setor financeiro, o setor administrativo, as secretárias e assim por diante. 
Qualquer empresa ou escritório devem ser organizados desta forma. Onde se tenta ignorar a existência de hierarquia, instala-se o caos e o desrespeito. É preciso que os funcionários saibam onde eles estão localizados dentro da empresa. 
Obviamente isso não implica na existência da sensação de superioridade entre um e outro, que podem e devem se relacionar bem, todavia, brincadeiras demasiadas em que “desihierarquiza-se” a relação entre os colegas tornam-se perigosas e afetam a harmonia no local de trabalho. 
Tal ocorre, porque, quando se vê, o funcionário hierarquicamente melhor colocado se obriga a exercer a função do hierarquicamente inferior. Repita-se: eu falo de hierarquia de funções e profissão, não de moral. 
Logo, se você quiser que as relações andem bem dentro de sua empresa ou escritório é obrigado a dizer a seus funcionários em qual local da hierarquia eles estão posicionados dentro dele, do contrário, na sua falta, instala-se a desordem e brigas perniciosas para o rendimento do trabalho. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de julho de 2013.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Antipatia seletiva

Antipatia seletiva 

Chega uma fase da vida da gente que precisamos decidir quem queremos ser, ou melhor, isso nós sabemos, o que precisamos é definir o que queremos que os outros pensem que nós somos. 
Então, chegando nesta fase eu resolvi que não me importo. Simplesmente eu não me importo com o que as pessoas que eu não valorizo pensam ao meu respeito. 
Portanto, resolvi abrir mão da hipocrisia por completo na minha vida. Prefiro ser antissocial a fingir que gosto de quem eu não gosto ou, no mínimo, me irrita por alguma razão. 
Resolvi ser antissocial com pessoas que abusam do meu humor e da minha paciência, com pessoas que acham que devem falar tudo o que pensam, sem sequer pensar antes de fazê-lo. 
Enfim, eu cansei. Cansei de ser boazinha, queridinha e amável. De agora em diante eu serei o que sempre fui, boa e querida, mas com muita seletividade: só com quem merece. Adquiri uma antipatia seletiva. 
Não serei afável com quem eu não tenho razões para sê-lo, com quem acha que, porque você sorri e é engraçada esta lhe dando liberdade para dizer e fazer o que bem entendem, sem a mínima noção de respeito. 
 De agora em diante eu serei “querida”, mas só para quem eu gosto, aos demais, deixo a minha antipatia, pensem o que quiserem, falem o que bem entenderem, eu não tenho obrigação alguma de ser "legal" com quem não merece. 
Enfim, é chegada a hora de se impor, de mostrar quem a gente é. Respeito não se pede, se conquista, mas, diante de pessoas mal educadas, o negócio é impor-se ainda que estupidamente, apenas assim você ganha o seu respeito ou, pelo menos, a sua indiferença, o que é um favor que elas lhe fazem. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 26 de julho de 2013.

Erros dos pais

Erros dos pais 

O maior, apesar de freqüente, erro dos pais é dar presentes ao invés de amor e atenção, é pagar uma pizza sem dialogar, é comprar tudo o que o filho pede para compensar as atitudes relapsas que tem para com eles. 
Eu não vou ser radical em dizer que essa é a melhor forma de se educar psicopatas, mas é a pior forma de educar um filho. E ponto final. Crianças precisam de amor, carinho e atenção. 
Apenas com diálogo, afeto e amor é que as crianças desenvolvem bem a estima por si mesmas, do contrário, serão eternos filhinhos do papai, complicados e descontentes com a vida, por mais que tenham tudo a seu dispor. 
Se você não quer se pegar, um dia, falando a antinômica frase: “Que mal criado!” para o seu próprio filho, trate de criá-lo bem, de puxar-lhe as orelhas quando necessário, de dar castigos e cumpri-los, de dar-lhes carinho e não dinheiro. 
Trate de ser presente, e não de dar presentes. Trate de se esforçar ao máximo para estar perto de seus filhos, de conversar com eles, de ouvi-los, de aconselhá-los. 
Deixe para aproveitar os seus momentos sozinho quando eles já estiverem grandes, enquanto forem crianças e adolescentes você é o espelho de seus rebentos. 
É preciso compreender que presentes e “mesada” não substituem carinho, afeto, atenção e amor. É preciso ter a consciência que a maternidade e a paternidade implicam em abdicações. 
Não raras vezes você precisa se deixar de lado em prol de seus filhos e você deve fazer isso, do contrario você não será um bom pai ou uma boa mãe e, com certeza, não estará criando uma boa pessoa ou no mínimo, não uma pessoa bem resolvida e equilibrada. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 26 de julho de 2013.

Exame da OAB

Exame da OAB 

Já faz tempo que estou incitada a escrever sobre isso. Ou melhor, desabafar. É incrível o que a aprovação por parte do MEC da formação de faculdades de Direito em qualquer lugar e com qualquer corpo docente fez pela minha amada área de trabalho! 
Vejo pessoas formadas em Direito cujo português faz qualquer semi-analfabeto passar vergonha, logo, deduzindo pelo que ouço, mal imagino quão terrível seja a escrita destas pessoas. 
Por isso sou a favor do exame da OAB e acho que ele pode ficar cada vez mais rigoroso para “peneirar” as aberrações que as instituições particulares deixam se formar e sair para as ruas envergonhando uma classe que deveria ser de pessoas cultas, estudiosas, educadas e que tenha um vocabulário, no mínimo, decente. 
Existem bacharéis que não deveriam, sequer se formar, e, como tais, devem continuar já que se formaram: meros bacharéis em Direito, advogados, não, por favor! A classe agradece. 
Não estou dizendo que o exame da OAB seleciona os profissionais que realmente “sabem”, como qualquer espécie de prova ela envolve conhecimento e equilíbrio psíquico, ou seja, a boa e velha tranqüilidade. 
Um aluno que sabe muito pode reprovar, porque ficou nervoso, não porque é egresso de uma má instituição ou tem parcos conhecimentos, todavia, no geral e de uma forma muitíssimo superficial ainda acho que tal prova é um mal necessário. 
Sou contra, isto sim, a abertura de instituições de ensino privadas em qualquer cidadezinha, sem um quadro docente bem preparado. O fácil acesso ao ensino tem os seus pesares, sobretudo na área jurídica. 
E quanto aos profissionais formados, talvez há anos, que envergonham a classe pela falta de profissionalismo, comprometimento, conhecimento e honestidade? Bem, quanto a estes me resta dizer que ética e decência não se aprende em escola ou faculdade, ou se tem ou não se tem e isso exame algum vai avaliar. Quiçá um psicotécnico bem elaborado? Não sei, talvez não fosse uma ideia tão estapafúrdia assim.
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 26 de julho de 2013.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Se é preciso

Se é preciso 

Porque se é preciso ser franco a ponto de ser grosseiro com quem não sabe lhe respeitar e acha que simpatia é sinônimo de "apatia", então eu mudo meu jeito de ser com quem pede isso. 
Todavia, de onde eu vim, brincadeiras eram feitas para todos rirem, de onde eu vim, brincadeira em que só um acha graça é deboche, logo, é falta de educação, de classe e de respeito. 
Mas, vamos lá, se for para mudar que seja apenas com quem merece, porque graças a Deus, ainda existem pessoas com boa cultura, boa criação e inteligência neste mundo, pessoas que pensam antes de falar e não falam tudo o que pensam. 
Infelizmente, porém existem criaturas que se metem nos assuntos alheios e que acham que os seus pensamentos são “imperdíveis” e devem ser manifestados, de forma que o fazem, sem se quer pensar no efeito de suas palavras no outro. 
Indivíduos que não tem empatia, mas que se sentem mal diante do revide, indivíduos que não conseguem manter a boca fechada e terminam sendo estúpidas com os outros, em especial quando se trata de uma pessoa risonha e alegre. 
Então, se é preciso fechar a cara, amarrar o riso e ficar quieta para impor respeito, que seja assim, mas que seja com quem merece, não com aqueles que sabem o limite em que a franqueza se torna grossura e que a sinceridade se torna estupidez, afinal das contas, o que você pensa é só o que você pensa, não tem relevância alguma diante do pensamento alheio. Portanto, o silencio é e sempre será a melhor opção. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 25 de julho de 2013.

Chega II!

Chega II! 

As pessoas confundem a sua simpatia com tolice, a sua espontaneidade com loucura e a sua franqueza com maldade. Logo, por você ser simpático ou extrovertido acham que podem dizer o que pensam sem pensar antes de fazê-lo. 
Então você resolve ser franco e impor-se e passa por “ruim”. Sim, porque pessoas inexperientes ou, pelo menos, mal educadas e incultas, não sabem que não devem falar tudo o que pensam.  
E, normalmente, são essas pessoas que acham que, porque você sorri bastante e é alegre vai ouvir o que eles falam e ficar quieta, achando tudo ótimo ou remoendo uma revolta vã. 
Então, lhe conto uma coisa sobre mim: isso não ocorre mais comigo. Eu disse “chega” para pessoas mal humoradas, inconvenientes e mal educadas! Não deixo pessoas imaturas, mais jovens do que eu, que acham que o fato de eu sorrir e ser afável lhes dá a liberdade de dizer-me o que bem entender. Não dá e eu não dou. Ponto. 
Eu só ouço o julgamento de pessoas que me analisam profissionalmente ou de quem me conhece profundamente, de quem me ama, mais especificamente, da minha mãe. De quem viveu ao meu lado e sabe tudo que eu já sofri e todos que eu já ajudei nesta vida, de quem sabe o que já enfrentei para estar firme onde estou. 
Morei em cinco cidades ao longo dos anos, conheço várias culturas, várias pessoas, aprendi, cresci e amadureci, não estou neste mundo para ouvir desaforo ou palavrinhas toscas de pessoas que sabem muito pouco da vida e acham que sabem muito. 
Eu já vivi muito, sofri decepções homéricas, mudei de vida várias vezes, estudei horrores, fiz terapia, li de Freud a Chico Xavier, me relacionei com pessoas muito mais cultas do que eu, com pessoas que tem o que falar e sabem sobre o que falam. 
Enfim, não estou com a idade que tenho para ouvir desaforos de pessoas que não sabem se colocar no seu lugar e desconhecem o conceito da palavra respeito: não faça ou fale aos outros o que não quer que eles lhe façam ou falem. Ademais, quem fala o que quer, ouve o que não quer. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 25 de julho de 2013.

Intrometidos II

Intrometidos II 

Seguidamente eu me recordo daqueles argumentos tolinhos que usávamos na adolescência, quando estávamos conversando com uma pessoa especificamente e outra se “atravessava” na conversa, nós dizíamos: “A conversa é entre A e B, C está fora.” 
Incrível, mas mais de quinze anos depois da fase em que eu usava esta argumentação tosca eu sinto vontade, inúmeras vezes, de dizer isso para as pessoas! 
Então você está lá, contente, conversando especificamente com uma pessoa, porém na frente de outras, enquanto isso uma resolve opinar. Opinar com convicção, ainda por cima, sem tato ou delicadeza alguma na forma de se expressar. 
Isso seria falta de educação ou soberba? Afinal das contas, para se intrometer na conversa alheia é preciso ter muita certeza da ideia que se pretende apregoar e não possuir a mínima noção de etiqueta para fazê-lo. 
Opiniões não solicitadas nunca são bem vindas e as pessoas que as dão, são, de regra, desclassificadas no meu conceito. Sem educação, sem vergonha na cara e, de regra, recalcadas, mal amadas e mal resolvidas. 
Primeiramente, me dão pena, em segundo lugar me dão nojo. Eu não tenho culpa das pessoas não terem boa educação, tampouco classe e elegância para se portar socialmente e saber o momento certo de calar e o de falar. 
Se existe uma coisa que, se os pais não ensinam a vida deve ensinar para as pessoas é que nem tudo o que se pensa deve ser dito. É preferível pensar mil vezes antes de falar e calar-se do que opinar quando nenhum dos envolvidos no assunto pediu a sua opinião. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 25 de julho de 2013.

Todas as afinidades

Todas as afinidades

Todo e qualquer relacionamento começa e se mantém com base em afinidades. Isso, claro, quando não se trata envolvimento de pessoas por mero interesse ou carência. 
Pois bem, uma relação amorosa, para durar precisa que as afinidades se mantenham, todavia o fato é que o tempo nos modifica. De repente, a mulher com quem você casou aos 20 não é a mesma que esta ao seu lado aos 40 anos. 
Logo, para um casamento dar certo ambos devem crescer no mesmo nível, em especial no cultural. Não se trata de diferenças banais e superficiais como a financeira ou a de classe social. Trata-se, isto sim, das diferenças de cultura. 
Se um cresce, evolui, lê, se aprimora e o outro passa a vida lendo revistinha “Nova” e “Boa Forma” ou nem mesmo isso, um dia ou outro, a decepção surge. 
Não sou o tipo de mulher romântica (ou seria inexperiente?) no que tange a casamentos. Acho que nove em dez vezes os casamentos foram feitos para não durar. Não importa se deu certo por 10, 15, 20, 25, 30, 35 ou 50 anos, a regra atual é que os casamentos findem. 
Sabe por quê? Porque hoje em dia mulher não depende mais de dinheiro de marido, mulher é independente e impaciente, também. Enfim, acredito que não exista amor incondicional, mas necessidade incondicional. Se existem exceções? Claro, e eu acredito nelas. 
Casos de diferenças culturais grandes, onde o homem estuda, trabalha fora, vive num meio de pessoas cultas e a esposa mal sabe conjugar um verbo, se dão certo, é porque o homem se sente mais seguro sendo casado com uma mulher que é, culturalmente, inferior a ele, isso se ela não for, também, financeiramente dependente dele, o que reforça a sua “segurança”. Ou melhor, ilusão de segurança. 
Enfim, dentro do meu raciocínio acredito que, se uma pessoa sai da roça junto com a outra, estuda, cresce, lê, aprende a falar direito, a se portar direito e o outro continua sem a mínima noção de cultura urbana, cedo ou tarde, a decepção nasce e o casamento afunda. A menos, é claro, que o culto goste da referida “ilusão de segurança” gerada pela disparidade cultural. 
Existe, por outro lado, a insegurança que a pessoa inculta fica diante dos amigos e conhecidos do outro, que tem um nível cultural mais avantajado. Só bondade, carinho, simpatia, beleza, sexo ou filhos não constituem uma união feliz em que ambos são fiéis “para sempre”. 
É preciso que as afinidades não apenas se mantenham, como cresçam com o passar do tempo, é preciso que exista identificação entre o casal sempre, é necessário que o homem e a mulher se identifiquem um com o outro, do contrário, com decurso dos anos, um passa a estranhar o outro e logo, o fim chega. Um dia, não importa se cedo ou tarde, mas chega. 
Isso, é claro, para quem acha que cultura é virtude ou característica, existem pessoas neste País para as quais cultura não é algo, sequer, cogitado em suas mentes. Tem de tudo neste mundo! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 25 de julho de 2013.

Intrometidos

Intrometidos 

Você reconhece a classe e a boa educação de uma pessoa quando ela tem a sutil habilidade de não manifestar a sua opinião quando não solicitada, o que, infelizmente, é raro hoje em dia. 
Não sei se a sociedade foi agraciada com uma “epidemia” de amor próprio, que faz com que as pessoas superestimem seus pontos de vista em detrimento do dos outros ou que está ocorrendo. 
Sei, isto sim, que é demasiado difícil viver sem precisar de uma válvula de escape para amenizar as irritações que passamos todos os dias. Ou é a academia, ou os ouvidos de quem amamos, ou, para os solitários, um terapeuta, ou uma taça de um bom vinho. Nos piores casos, um bom antidepressivo ou  um ansiolítico ajuda, também. 
O convívio com pessoas é naturalmente difícil, eu, ao menos, prefiro muito mais passar meu tempo trancada em casa, com a minha mãe, minhas tias amadas e meus gatos do que com um bando de pessoas estranhas. Fobia social? Talvez, mas com algumas “especificidades”. 
Eu não suporto mesmo é gente mal educada e intrometida, gente recalcada e fofoqueira, não suporto gente falsa, que fala uma coisa na sua frente e outra nas suas costas, tampouco os oportunistas que agem como cobras: enquanto você se distrai, eles lhe dão o bote. 
Da mesma forma, odeio gente bajuladora, que consegue o que quer dentro de uma empresa dizendo o que os superiores querem ouvir e estão sempre atentos para as falhas dos colegas no intuito de puxar-lhes o tapete. 
Gente que dá opinião quando ninguém pede? Tenho asco. Educação e respeito fazem bem para a saúde, para a pele e, já dizia meu pai, para os dentes. Não importa se você acha que suas crenças são melhores que a dos outros, quede-se silente quanto ninguém pede a sua concordância ou a sua opinião. 
Fique quieto quando duas ou mais pessoas conversam sobre algo e não pedem a sua manifestação. Isso significa que eles não querem saber o que você pensa, logo, é sinal de classe e até de certa gentileza, você manter a boca calada, guardando os seus pensamentos para si mesmo. 
Benzadeus! Como gostar do convívio social se a sua paciência é testada todo o tempo? Como preferir os seres humanos aos bichos se aqueles perderam de vez o tão famoso “semancol”? No mínimo, isso é quase impossível! 
O negocio é seguir o conselho da minha tia: deixar as opiniões dos mal educados entrarem num ouvido e saírem por outro, porque, no fundo, eles nem tem argumentos bem embasados para darem seus infelizes palpites. Todavia, isso é difícil, muito difícil. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 25 de julho de 2013.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Gente Boa

Gente Boa 

Quem não conhece o tal "gente boa", aquele cara ou a mulher que é agradável, prestativo, sincero, educado, adorável, enfim, que é bom para todos, mas que vive numa situação "meia boca" na vida afetiva ou profissional? Existe muitos "gente boa" mundo afora. Gente boa para os outros e ruim para si mesmos. 
Os adjetivos são bem definidos: é bom para "lá", e ruim para cá. Ruim porque não sabe o que quer, ou exige demais, ruim porque não amadureceu ou se tornou impaciente. Ruim por ser inocente não existe. Inocência é inocência e incompetência é incompetência e o que existe entre uma e outra pode caracterizar o "gente boa para os outros". 
A palavra incompetência não é usada no sentido negativo, mas significando que falta capacidade, competência para se relacionar, por exemplo. Existem pessoas que são praticamente "cupidos" para os outros, mas que estão sempre sozinhas. E ninguém fica só em vão se além de ser gente boa para os outros é para si mesmo. 
Fica só porque espera um príncipe encantado, chegando num cavalo branco: lindo, loiro, de olhos azuis ou o "típico" moreno, alto, bonito e sensual (com o adendo cada vez mais requerido pelas donzelas na atualidade: rico, muito rico!) para resolver os "seus problemas". E, niente, nada de príncipes, de homem ideal. Dia após dia, noite após noite, restam suspiros de uma espera sem realização. 
Via de regra, a pessoa gente boa se atrapalha nos relacionamentos, profissionalmente a situação é mais material e se resolve com maior facilidade porque qualquer gente boa ruim para si muda neste aspecto quando o prejuízo surge, todavia, na vida afetiva não é tão fácil de verificar o "preju" inerente à exigência demasiada ou a total falta de seletividade: somente o passar dos anos, da vida, enfim, mostra o saldo negativo. 
Bom mesmo é aprender a ser feliz, e para ser feliz não basta ser bom para os outros, é preciso ser bom para si mesmo. Tudo na vida é uma questão de equilíbrio, de "meio termo", e pensar em si mesmo não é egoísmo quando bem dosado, é uma questão de lógica, de previdência e de resguardo dos próprios sentimentos e felicidade. É uma questão de sobrevivência. 
A melhor oração que um homem pode fazer não é o "Pai Nosso" ou rezar um terço, é viver bem, é ser bom para si mesmo, porque, se amando, se compreendendo, se descobrindo e sendo feliz ele será "gente boa" para o mundo e para a pessoa mais importante em sua vida- ele próprio. Ser feliz nessa vida e goza-lá, racional e prudentemente, é o melhor ato de agradecimento aos deuses que se pode ter. 
Religião nenhuma diz isso, mas não basta orar, é preciso ser contente com o que se tem e com o que se é, esse agradecimento sim possui valor imensurável. É preciso ser caridoso, ser bondoso, ser honesto e indulgente, mas, sobretudo, é preciso ser bom para si mesmo, pena da virtude se tornar hipocrisia e da bondade se tornar iníqua. 
 Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 11 de dezembro de 2006.

Inspirada

Inspirada 

Eu escrevo crônicas. Sou uma pessoa observadora e demasiado critica, não omito meus pensamentos, ao menos não no meu blog e em qualquer rede social em que eu possa manifestá-los. 
Sou uma pessoa extrovertida, porém introspectiva, penso sobre tudo o que ouço, analiso, reflito, porém, nove em dez vezes, eu escrevo. Faço isso há praticamente dez anos e a escrita é, para mim, uma terapia. 
O problema é que as pessoas que me cercam, desde namorado até colegas, não raras vezes, terminam tomando para si o que lêem. Ocorre, que, embora muitos fatos me inspirem eu não escrevo direcionando nada para ninguém. Eu escrevo sobre o que eu sinto, sobre o que vivi, sobre o que vejo, sobre o que eu penso da vida, das coisas e do comportamento humano. 
Todavia, é uma mania dos seres humanos, em especial quando algo lhes tira o sossego, interpretar o que lêem de um conhecido ou amigo como “indireta” ou algo assemelhado, ignorando que ele escreve e sempre escreveu sobre tudo. Ocorre que em 99% das vezes eu não escrevo para dar indiretas, eu escrevo porque gosto, para extravasar. 
Mas, não nego, assim como eu tenho direito de desabafar, não posso cercear o direito de pessoa alguma em se ofender, mas friso: sou responsável pelo que penso, não pelo que a pessoa interpreta de minhas palavras. 
Se eu tenho algo a dizer a quem me cerca, eu digo e, confesso, depois posso escrever para desabafar, mas não escrevo nada que eu já não tenha dito para a pessoa quando algo é direcionado a ela ou a qualquer um. 
Caso eu tenha publicado algo sobre problemas de relacionamento inspirada em vivências particulares, quem esta ao meu lado já saberá do que se trata e se minhas palavras narram o que ocorreu entre nós ou não. 
De regra, eu me inspiro com o que vejo passar na rua, com o que vejo na academia, no supermercado, na beira da praia, nos relacionamentos amorosos alheios e nos meus, obviamente. Uma unha quebrada me inspira! 
A vida me inspira e, lamento, não posso controlar esta minha tendência de amar escrever sobre praticamente tudo o que me chama a atenção ou desperta o meu interesse. Sem a escrita, quiçá eu precisasse de um terapeuta, de um padre, de um pastor, com ela eu sou a pessoa alegre e bem resolvida que me tornei. Escrever é um remédio para mim, sempre foi e sempre será. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 24 de julho de 2013.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Pra quem sabe ter!

Pra quem sabe ter! 

Se você não tem do que sentir saudade, você não viveu intensamente a sua vida. Você não teve momentos marcantes, não conviveu com pessoas interessantes e legais. 
Você não precisa de melancolia para sentir saudades! Tolo quem pensa que só melancólicos sentem saudade! Já disse alguma letra de musica: “Saudade existe pra quem sabe ter.” 
Logo, não é preciso chorar, parar no tempo, tampouco ignorar as suas conquistas e alegrias do presente para sentir saudade. Sempre tem uma frase que irá lhe lembrar alguém, um presente, uma música, uma comida, um seriado de televisão, um filme, um DVD. 
Sempre existirão sabores que lhe remeterão a determinada experiência. Eu não esqueço o sabor do vinho que tomei antes de acidentar-me uma vez. Se eu sinto falta de ter capotado o carro? Claro que não. 
Eu gosto de me lembrar das pessoas que me cercavam, dos assuntos daquele momento, do meu pai, da estrada, da música que eu ouvia. Se isso me causa tristeza? Também não! 
Eu era feliz e sabia que era. Se eu agi errado foi utilizando o “não muito” que eu sabia naquela época. Na verdade durante todas as fases da minha vida eu sabia que era feliz, assim como soube quando estava no fundo do poço. Não sou o tipo de pessoa que se desconecta de si própria e de seus sentimentos. 
Já estive realizada, já estive no céu e já estive no inferno, já vivenciei os melhores e mais abençoados sentimentos que um ser humano pode sentir e já vivenciei os piores, os mais animalescos e vis sentimentos que assombram a alma humana. 
Já andei com loucos, já fiquei louca, já fiz pessoas felizes, já fui realizada por algumas. Muitas das quais eu magoei sem querer. Magoei com a intenção de ser feliz sem pensar em seus sentimentos. Já fui muito egoísta, mas não posso dizer que me arrependo de ter sido. 
Existe uma razão para tudo nesta vida, até para magoarmos involuntariamente alguém, quando, entre a sua felicidade e a nossa optamos pela nossa. Afinal, do que adianta estar ao lado de quem não amamos por completo, ou achamos que não amamos? 
Enfim, eu tenho muito do que sentir saudade, muitas pessoas, muitas histórias, muitas vivencias. Posso dizer, sem sobra de dúvidas que cada década da minha vida foi tão bem vivida que pode ser multiplicada por dois, o que eu não fiz muito na juventude, fiz quando já estava passando da “hora”: bobagens. 
Porres homéricos, ligações e mensagens estapafúrdias, enfim, errei, vivi e, ainda que tardiamente, passei por todas as fases que um ser humano deve passar para conquistar o seu equilíbrio, ainda que seja cortejando a insanidade. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de julho de 2013.

O que tiver que ser, será!

O que tiver que ser, será! 

Um dos inúmeros benefícios da maturidade é saber que não importa o que você faça, o que é seu está guardado, não importa o quanto você se estressa, lamenta ou chora, o que tiver que ser, será! 
Logo, aos poucos você descobre que a ansiedade é uma tolice que só causa rugas e faz mal ao seu organismo. Você aprende a ser mais paciente, menos estressado, menos nervoso. 
Aprende que as coisas dependem muito de suas atitudes, mas que por trás de seu livre arbítrio existe a vontade de forças que você desconhece e não pode mensurar o poder que tem. 
Casos do acaso ocorrem todos os dias. Não existe uma planta que nasça sem motivo, não cai uma gota do céu sem razão. Existe um motivo por trás de tudo o que lhe acontece. 
Cada rompimento, cada desilusão, cada decepção, cada frustração, cada pessoa que lhe cruzou o caminho, cada realização, cada riso, cada lágrima, existiram para lhe trazer aonde você esta no presente. Quer você esteja contente, quer não esteja. 
De tudo resta a lição de que este (o presente) é o único tempo de sua vida. Viver no passado lhe deprime e lhe angustia, viver no futuro é besteira, afinal das contas, são os seus atos no hoje que determinam o que será de você no amanha. 
Enfim, não adianta lamentar o que passou, nem ficar ansioso pelo que virá, não adianta perder o sono com preocupações, não adianta esbravejar por causa de seus “problemas”. 
Todos eles têm solução, a única coisa que não ajuda, é se lamentar e se sentir pequeno diante deles, afinal, nesta vida a única coisa que você não pode solucionar é a morte, o resto, meu amigo, tudo é solucionável e (benzadeus!) possível de se modificar. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de julho de 2013.

Estranhamento

Estranhamento 

Não é a primeira vez que me mudo de cidade na vida, todavia acredito que seja a última e aquela em que, por ser mais madura e estar solteira, eu esteja sentindo e sofrendo mais com as (infelizes) “diferenças culturais”. 
 Não foi o calor que eu estranhei em Sorriso, mas a cultura das pessoas ou a falta dela, na maioria dos casos. Estranhei o prevalecimento do “dinheirismo” em detrimento da cultura, da beleza em detrimento da inteligência e da simpatia, e do poder em detrimento da empatia. 
A falta de tato na conquista masculina e a vulgaridade das mulheres são demasiadas explicitas aqui. Eles acham que as conquistam com carros caríssimos, viagens e status, logo, não vi uma floricultura interessante na cidade. Por que galantear se o bolso fala por suas cabeças quase vazias e as mulheres anuem com isso quase em estado de regozijo? 
Obviamente, mulheres vulgares, homens galinhas e gente fútil existem em todos os lugares do mundo, mas desta vez eu dei um azar relativamente grande! Nove em dez pessoas que conheci e conheço são do mesmo “naipe”. 
Crêem que dinheiro, corpo torneado, silicone e mega hair resolvem problemas emocionais. As mulheres usam os homens ricos como eles as usam para exibirem-se. Lembra daquela historinha de que o homem com carro melhor pega a mulher “melhor”, que, no caso, seria a mais bonita (porém “oca”)? É por ai. 
O problema esta no fato de que isso é mais “discreto” nas cidades em que vivi e, especialmente, na minha cidade natal em que existe um grupo de “interesseiras” e os homens espertos sabem quem são. 
Só que, via de regra, eles não namoram com elas. Não as sustentam, em suma. Não pagam silicone, conta em loja, conta de celular, dividas bancárias. Eles valorizam-se mais, bem como ao dinheiro que possuem, com raríssimas exceções. 
Aqui me deparo com um monte de homem tosco que se acha esperto e me causa asco. Nojo, especificamente. Homens que acham que, porque têm dinheiro, podem abrir mão do cavalheirismo, da gentileza, da afetuosidade e da cultura. 
Ocorre que, nem em contos de fadas, nem no Rio Grande do Sul, nem no Mato Grosso, nem em lugar algum do mundo, princesas ficam com cavaleiros. Elas ficam com os cavalheiros. Sempre foi e sempre será assim, logo, o destino dos homens grosseiros e com a conta bancária gorda é ficar com uma mulher elegante, porém vazia, que ama o que eles têm e não quem eles são. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de julho de 2013.

Insistência

Insistência 

Toda vez que você dá confiança a quem já lhe decepcionou, você perde, literalmente, um pouco da razão que possui. Cair no engodo de alguém uma vez é perdoável, duas é tolice, três, já diria o ditado (ou eu que inventei, não posso garantir), é paixão. 
Todavia, que não sejamos tolos e que sejamos apaixonados por nós mesmos antes de tudo. Confiar em quem já nos decepcionou é pedir para se decepcionar novamente. 
Existem dois tipos de pessoas no mundo: as que se afinam com você e as que não se afinam com você. É impossível querer que as segundas passem a ser as primeiras ou ao contrário. 
Quem pensa, vive e age de forma diferente da sua o fará uma vida inteira, logo, problemas na primeira semana, na quarta, na décima e na milésima. Não adianta insistir. 
Ou você fica com quem não lhe desaponta, não lhe frustra e não lhe decepciona ou fica sozinho. Insistir em quem lhe faz chorar uma vez é perder a racionalidade e a razão que você possui. 
É mostrar-se fraco, com pouco brio e vergonha na cara e se expor ao ensandecimento, afinal, cedo ou tarde, de tanto se desapontar com o outro você vai passar a ter asco de você mesmo e é ai, meu caro, que tudo se complica. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de julho de 2013.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Fuja!

Fuja! 

Não esta contente? Segue o conselho do Capitão Nascimento: "Pede pra sair!" Só não vai encher o saco de quem quer "ficar" com reclamações constantes, negativas e chatas! 
Leva o seu mau humor pra onde quiser, mas não fica onde você não esta feliz. Ninguém deveria ser obrigado a conviver com gente complicada e azeda, aliás, todos deveriam manter-se longe deste tipo de ser humano. 
Fuja de pessoas complicadas, nunca coloque seu coração nas mãos de pessoas complexas e complicadinhas demais, é frustração na certa! Não crie dependência de quem vai lhe decepcionar. 
Não dê confiança para pessoas que fazem tempestade em copo de água, que fazem escândalo, que se sentem inseguras, que lamentam seus erros o tempo todo, que não aceitam nem a família na qual nasceram e, portanto, são grosseiras e inconvenientes. 
Prefira conviver com pessoas leves, confiáveis e alegres, com quem trabalha por prazer, namora por prazer, é solteiro e bem resolvido, enfim com quem não conserva amargura na sua mente, tampouco em sua língua. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 22 de julho de 2013.

A idade das mulheres

A idade das mulheres 

Toda mulher tem a idade que aparenta ter! Números são apenas números. Atitude, inteligência, maturidade e boa aparência dizem mais de nós do que a certidão de nascimento. 
Sim, eu falei em “boa aparência”! Cuidar do corpo, cuidar da pele e das melenas não é futilidade. Futilidade é quando os cuidados com o exterior se tornam excessivos a ponto de superarem a preocupação com o crescimento intelectual e mental. 
Mens sana in corpore sano. Já foi dito pelo poeta romano Juvenal e é uma verdade incontestável. Todavia, na minha concepção o “corpo são” não é aquele ao qual a mídia faz propaganda, (quase apologia) mas aquele no qual você se sente bem. 
Magricela, gordinha, marombada, siliconada, não importa qual seja o seu biótipo, o que importa é ser uma mulher que carrega no rosto o sorriso de estar de bem consigo mesma, inclusive com sua aparência. 
A pele mais radiante e mais bonita é aquela que tem o brilho do contentamento da sua dona, os olhos mais lindos são os que brilham de empolgação e alegria, o corpo mais belo é o que carrega a mente mais sã. 
Logo, mulheres alegres e bem resolvidas são mais jovens, sorriem mais, a ponto de a beleza da sua alma refletir no seu corpo e a deste animar a sua essência, descontraindo as tensões e dando entusiasmo. 
As mulheres precisam sentir-se bem consigo mesmas, então elas conservam-se mais jovens por muito mais tempo, ao contrário daquelas que pouca estima possuem por si mesmas e tornam-se chatas, inseguras e envelhecidas antes do tempo. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 22 de julho de 2013.

Comportamentos repetidos

Comportamentos repetidos 

Os comportamentos humanos tendem a se repetir, portanto, tenha cuidado de quem fala mal de alguém para você, não tardará para esta pessoa falar mal de você para alguém. 
Cuide-se, também, com quem é infiel em relacionamentos. Quem trai alguém com você, tenderá a trair você com alguém. Enfim, não seja pretensioso, você pode se achar melhor ou acima dos outros, mas não é e nem está. 
O que hoje “vitimiza” seus amigos, conhecidos, não amigos ou desconhecidos amanha pode “vitimizar” você, aprenda, isto sim, a se colocar no lugar de quem é criticado, vilipendiado, mal tratado ou traído. 
Não critique, nem pense mal de quem você não conhece bem. Quede-se silente se você só ouviu um lado da mesma história. Todos têm direito a contestação na vida real, tanto quanto na jurídica. 
Dê a sua confiança para pessoas cujos atos denotam bondade, compaixão, empatia e amor ao próximo. Desconfie de quem fala mal, mas esta ao lado de alguém, desconfie de quem se diz amigo, mas critica pelas costas, desconfie de quem diz ser mal-cuidado, mas continua na companhia do outro. 
Enfim, se você quer saber como uma pessoa irá agir com você no futuro, veja a forma como ela age com quem esta ao seu redor no momento atual da sua vida. Agora, o criticado pode ser o amigo, o namorado, o amante, o filho, amanha, sem muitas dúvidas, poderá ser você se estiver no lugar de tais pessoas. 
Seres humanos são falhos, são errantes e tendem a repetir os mesmos erros, acertos, enfim, as mesmas condutas, o que pode mudar, é quem estará em sua companhia, porque os atos que eles irão tomar são determinados mais pela sua personalidade e instinto do que pela sua boa vontade. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 22 de julho de 2013.

domingo, 21 de julho de 2013

Quase

Quase 

Eu não vim a este mundo para agradar a ninguém, eu não vim para preencher as expectativas ou os anseios de pessoa alguma, eu vim para ser quem eu sou e, principalmente, para crescer, para aprender, para evoluir, ainda que para tudo isso eu precise viver o significado do verbo “sofrer”. 
Não vim para receber lições de pessoas pretensiosas, vim para viver com quem me aceita e consegue perdoar as minhas loucuras, a minha sanidade insana, o meu equilíbrio desequilibrado. 
Nunca fiz questão de não perder o controle. Eu vivi e vivo a vida intensamente, sem disfarces. Tive momentos nos quais eu não consegui e nem tentei disfarçar a dor ou o total desequilíbrio que me assolavam. 
Se existe uma coisa que quem me conhece pode dizer é que eu sempre fui autentica e transparente ao extremo, que eu nunca tive medo de me entregar, de me apaixonar e de falar sobre meus sentimentos. Nunca tive medo de ser quem eu sou. 
Nunca disfarcei minha tristeza, nunca escondi meus motivos e quando consegui disfarçar a minha vontade de chorar, foi por qualquer razão demasiado racional, foi pelo trabalho, pelos clientes, nunca diante de quem confio, com quem amo, com quem eu prezo. 
Quem me conhece? Quem esteve uma vida ao meu lado. Minha mãe, minhas tias, minha amiga de longa data. Poucas pessoas, mas pessoas que, se não bastaram para conter-me, bastaram pelo amor que me deram. 
Sou imprevisível, apesar de parecer excessivamente humorada. Analiso cada passo, cada olhar de quem me interessa. Sou observadora, quase investigativa e não me entrego de verdade a quem não me conquista plenamente. Vou por partes, nunca direto ao ponto, enquanto eu não me sinto completamente segura. 
As pessoas pensam que sou tola, que sou animada, que falo demais, que sou extrovertida e que estou sempre alegre. Eu estou, praticamente, sempre alegre, mas meu silêncio, meus risos e meu sorriso não significam que eu sou boba. Servem para enganar. Para enganar bobos! 
Sou mais profunda do que pareço, mais inteligente do que deixo notar que sou, mais cheia de mistérios do que transpareço e melhor do que qualquer pessoa que me conhece superficialmente pode acreditar que eu sou. Pareço ser distraída, pareço ser contente demais, ajuizada de menos (ou demais), em momento algum as pessoas dispersas vêem quem realmente eu sou. 
Para me conhecer, não basta conviver comigo, é preciso estar vinte e quatro horas ao meu lado, é preciso ouvir e dar atenção para cada palavra que falo, suspiro e sorrisos sem graça que dou e para cada letra que escrevo. Ou melhor, estar ao meu lado não basta, é preciso querer desvendar a pessoa por trás do corpo, a alma por trás da mulher. 
Dificilmente eu perco o controle, dificilmente eu me torno agressiva ou grosseira, dificilmente falo palavras demasiado vulgares, dificilmente eu sou como qualquer uma e, quando pareço agir como uma, é porque eu quis perder o controle. E perdi. Mas sou muito mais do que meus momentos de devaneios sem equilíbrio e travas na língua. Sou muito melhor do que meus momentos de descontrole. 
Embora, eu não seja controlável. Eu não sou uma pessoa que se adeque aquilo que chamam de “normal”. Eu sou eu, assim como você é você, cada um com suas características, mas eu, meu caro, muito transparente, muito sincera, nem sempre elegante, mas quase sempre bastante fina. Quase, é claro. Sou autentica, muito longe de ser perfeita. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 20 de julho de 2013.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Paixão II

Paixão II 

Uma coisa que a vida me ensinou: tentar persuadir um apaixonado é perda de tempo. A paixão é uma doença que afeta os sentidos da pessoa, ela vê o objeto de seu sentimento com outros olhos. Olhos irracionais. 
A lógica é inexistente na paixão. Todos sabem que a pessoa vale pouco, é mau caráter, interesseira e traiçoeira, mas para o apaixonado ela é a melhor pessoa do mundo. 
Argumentos racionais não funcionam com pessoas cegas: sejam elas por alguma religião, sejam elas cegas de paixão. Logo, por mais que você tente o apaixonado não vai enxergar as situações como você. 
Ele teima, ele insiste, ele vai até onde consegue ir, ele faz o possível e o impossível para conseguir o que quer, passa por cima de todos seus princípios, ignora os conselhos de todos que lhe amam. 
Só quem alcança os ouvidos de uma pessoa apaixonada é o objeto de seu desejo. Para os outros ele fica surdo, para o amante, ele fica cego. Combinações perigosas capazes de endoidecer uma mente sã. 
 Eu vejo tanta gente fazendo loucuras por quem não merece, tanta gente tomando decisões equivocadas e desarrazoadas por paixão que eu chego a conclusão que estas pessoas se odeiam, ou melhor, não têm o mínimo apreço por si mesmas, não sabem o valor que possuem ou, no mínimo, cegos, esquecem-se dele. 
Todavia, tal qual o efeito de uma droga, quando a paixão termina a pessoa percebe quão vil e tola ela foi, então nasce uma nova e ruim fase, aquela na qual ela remói o arrependimento de ter feito tanto mal a si mesmo em prol de quem não lhe merecia. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 16 de julho de 2013.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Disfarce

Disfarce 

Você demonstra maturidade quando, mesmo com o coração doído, com a alma atordoada e com o corpo exausto por algum sofrimento, você consegue passar uma maquiagem, colocar um salto, passar um perfume, sorrir e ir trabalhar, apesar de ter feito certo esforço para levantar-se. 
Quando o que você mais deseja é ficar na sua cama chorando a dor de algum ato que usurpou os seus sentimentos ou que lhe fez sentir-se mal, no entanto, se reveste de uma força psíquica enorme e vai trabalhar, fazer o que costuma fazer, segue com a sua vida adiante. 
Segue, claro, mas busca uma solução, um remédio que lhe acalme, alguém que lhe ouça, alguém que lhe entenda, alguém que lhe apoie.  Enfim, você mostra que é forte quando você esta desmoronado por dentro e firme por fora. 
Às vezes a vida nos coloca diante de situações inusitadas e incrivelmente infelizes, situações de abuso de confiança, situações em que alguém age com péssimas intenções quando você lhe dá confiança.
Então, de repente você sente um vazio por dentro, um desespero interior como se a sua alma quisesse sair de seu corpo e encontrar abrigo em outro lugar, em outro espaço, como se ela quisesse recuperar a paz que, por algum motivo, algo ou alguém levou. 
Todavia, apesar deste vazio, você continua em pé, você disfarça, afinal, não é mais uma criança, sabe das responsabilidades que tem e conhece o poder de uma maquiagem e um sorriso, ainda que amarelo. Tem dias, enfim que você só consegue fazer isso: disfarçar, mas, convenhamos isso já é muito. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 16 de julho de 2013.

Vontade

Vontade 

Seguidamente uma vontade de mandar as pessoas cuidarem de suas próprias vidas, de darem opiniões apenas quando solicitadas e de calarem suas bocas, que destilam fel, me domina. Então eu me calo, porque baixar o nível e descer do salto não costuma ser do meu feitio. 
É muita gente se intrometendo onde não é chamado, julgando aos outros como se fossem santos e, além de tudo, criticando o proceder alheio. É muita gente sem elegância, sem educação e classe que não sabe o limite em que a grosseria ultrapassa o da sinceridade. 
É muita gente centrada na própria vida e nos próprios problemas que não olvidam em serem estúpidas com você, como se você tivesse obrigação de tolerar o seu mau humor. É muita gente falsa que diz uma coisa na sua frente e outra nas suas costas, é muita gente intrometida e sem finesse, é muita gente querendo dar opinião não solicitada e, portanto, nada bem vinda. 
Alguns indivíduos não se mancam, não tem inteligência suficiente para distinguirem o momento de falar e o de calar suas ricas boquinhas. Falam tudo o que pensam sem pensarem antes de falar. Aliás, pensar virou objeto de luxo neste mundo de pessoas estúpidas. 
São pessoas deselegantes, grosseiras e inconvenientes, logo, irremediavelmente, uma vontade de mandar-lhes para o inferno costuma me dominar, então eu peço serenidade e paciência aos Céus e, graças ao bom Deus, meu pedido é ouvido, para sorte minha e das pessoas mal educadas que mereceriam ouvir umas verdades. 
Muito embora, com certo esforço eu consiga manter-me no nível, não são poucos os momentos em que eu gostaria de me trancar num calabouço e engolir a chave, para, assim, deixar de ter meus sentimentos malbaratados, de ter que ouvir asneira e grosseria de gente imersa em recalques. Claro, seria um calabouço com uma boa adega, chocolate, TV a cabo, DVDs, livros, uma banheira de hidromassagem e uma boa churrasqueira. Um calabouço pós moderno, enfim. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 15 de julho de 2013.

sábado, 13 de julho de 2013

Quem sou eu?

Quem sou eu? 

Quem sou eu afinal? Essa pergunta sempre me vem à mente quando, por algum motivo a minha inteligência e experiência de vida me desapontam, quando alguém me ludibria, me engana e eu fico me sentindo uma sonsa. 
 Faço esta pergunta a mim mesma toda vez que me decepciono comigo. Toda vez que confio em quem não merece minha confiança, toda vez que sou ingênua, que acredito na pureza e nas boas intenções das pessoas e elas me decepcionam. 
Às vezes chego a pensar que a realidade da minha essência é um mundo paralelo, um mundo habitado só por mim e, não raras vezes, quando tento aproximar alguém dele, acabo me frustrando. 
Não sou nenhuma criança, tive experiências duras na vida, nos mais variados aspectos, mas, ainda assim, tenho comigo uma inocência quase infantil, uma inocência tola, mas que eu não consigo tirar do meu gênio. 
Eu sou assim, nem a vida, nem as desilusões, nem as lágrimas, nem os anos, nem a idade, nada me fez mudar, logo, resigno-me a ser quem sou: um misto louco de pureza, de uma capacidade enorme de confiar no ser humano e certa inteligência que não se coaduna com o meu hábito de acreditar que os outros são como eu. 
Julgo os outros com base nos meus princípios e este é o meu erro. Acredito que quando alguém pede para ser respeitado ele será respeitado, acredito que quando você fala que gosta de alguém e que esta pessoa é especial é porque realmente gosta e pensa isso. 
Eu não entendo o engodo, eu não entendo a infidelidade, eu não entendo a galinhagem que rola solta no mundo. Não entendo a vulgaridade, não entendo homens acharem que dinheiro conquista mulher, nem mulheres se venderem porque o cara tem grana. Dinheiro conquista vadias, não mulheres decentes. 
Enfim, eu sou uma pessoa de muita boa-fé. Alias, se existe uma palavra que me define é esta. Boa-fé! Eu acredito na bondade humana mesmo vivendo num mundo torto, onde os seres humanos usam as pessoas e cuidam das coisas. É difícil ser como sou. Eu sofro, quebro a cara e não consigo mudar. “People don´t change”, frase do Dr. House, vale para a minha pessoa, afinal por mais que eu queira, por mais que tente, eu não consigo mudar. 
Acredito nos seres humanos, acredito na sua bondade, acredito que, como eu, eles também agem de boa-fé nos seus relacionamentos interpessoais, eles não enganam quem lhes dá confiança e consideração. E, assim, me decepciono, choro antes de dormir e, no outro dia, acordo mais conformada e pronta para cometer os mesmos erros. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 14 de julho de 2013.

Esclarecendo II

Esclarecendo II 

Nos últimos dias estou praticamente escrevendo, sucintamente, uma revista “Nova” para homens dando a minha versão sobre alguns assuntos que envolvem os relacionamentos humanos. Continuo com a intenção de esclarecer algumas idéias sonsas que existem mundo a fora. 
Começo aqui falando de sexo e o momento em que ele ocorre afirmando: isso não significa nada. Absolutamente nada. Você pode demorar dois meses para transar com alguém e no outro dia não vê-lo mais, assim como pode ser em uma semana e você casar no ano seguinte. Em relacionamentos o que importa são as afinidades intelectuais, psíquicas e, claro, sexuais. Tem que ter química! 
Outra coisa, o fato de você transar com uma pessoa mesmo conhecendo-a pouco não faz de você uma puta. Assim como enrolar meses, não a torna uma santa. A espontaneidade é sinal de bom caráter, logo, se você posterga algo para parecer ser o que não é, mesmo olvidando de seus instintos, há algo errado com sua “boa” moral. 
Você tenta ser o que não é. E isso é ruim. Claro, não falo dessas pessoas frívolas e levianas que dormem cada dia ou semana com um parceiro diferente. Estou falando de quem se preza, mas sabe o que quer e quando deseja. 
Falo de mulheres de verdade que assumem as suas vontades sem querer fazer-se passar por beatas. Falo de espontaneidade, falo de pessoas que não escondem o que sentem na cama e fora dela. 
Outra historinha que merece desmistificação é a de que a sua esposa é uma santa ou o seu marido é diferente de todos os homens do mundo! Eles não são. Se você fala sobre sexo, tamanho de órgãos, posições, beleza alheia e assuntos afins com seus amigos, saiba que a sua mulher faz o mesmo com as amigas dela. 
Dói saber que você não se casou com uma santa, certo? Dói saber que a sua mulher é humana como as suas colegas ou empregadas que você repara por falarem sobre “isso” ou “aquilo”. Longe de você a sua mulher também fala besteiras e ri, ri muito! 
Todavia, em especial o “bicho” homem, adora ter a sensação de posse sobre a sua mulher e de criar a ilusão de que ela não faz ou não fala certas coisas. Ocorre que ela pode ser discreta e calada, mas é humana e fala de assuntos humanos com as pessoas com as quais ela convive longe de você. Ela também fala de sexo e assuntos tolos, enfim. Pode negar, mas fala! 
Sabe aquela história de que os homens, antigamente, achavam que só prostitutas podiam fazer certas “caricias” neles? Ainda resta um pouco disso no subconsciente masculino, embora eles, em sua maioria, não só queiram como tem em casa o que antes se conseguia nas ruas. 
Só que o “pouco disso” ao qual me refiro esta nisso: “Eu casei-me com ela, ela é diferente, não é vulgar como as outras, não fala besteiras, é só minha. Eu não fui o seu primeiro homem, mas fui o seu melhor parceiro.” 
Esse pensamento enaltece o ego masculino e os homens são, via de regra, muito ligados ao seu ego, eles gostam de elogios e de “mentiras sinceras” que, no entanto, interpretam como verdades absolutas, afinal, lhes fazem um bem enorme a alma. 
No entanto, assim como você comenta com o amigo sobre a sua vizinha “gostosa”, saiba que há uma possibilidade de nove em dez vezes de a sua adorável esposa comentar com as amigas sobre a beleza do dermatologista lindo com quem ela consultou. 
 O que não significa que ela queira ir para a cama com ele, tampouco você com a sua vizinha. A beleza só serve para ser vista, não é por achar algo belo que você deseje tê-lo. Ocorre que só com o decurso do tempo a confiança mutua aumenta e você se conscientiza plenamente disso. 
Eu afirmo uma coisa: casais são casais, amigos são amigos. Para se amar é preciso que exista cumplicidade e uma bela amizade como base da relação, o que não significa que você possa ou deva falar tudo o que pensa para o seu parceiro. 
Existem limites para tudo neste mundo, existem coisas que causam desconforto em quem ama, que causam ciúmes, logo, não convém contar, tampouco comentar com seu parceiro, é melhor brincar com os conhecidos ou amigos, e não criar uma situação desagradável por algo tolo. 
A sua mulher não quer saber quem você acha “gostosa”, assim como você não quer saber qual é o “gato” cujo nome circula na boca dela e de suas amigas ou colegas. Seguidamente, quando você ama, você quer sentir-se único, especial, raro e maravilhoso para o seu parceiro. 
Se é uma ilusão que se cria? Pode ser, mas a vida é constituída de pequenas ilusões que a tornam mais amena e que nos fazem crer que somos excepcionais. No fundo, a gente precisa disso. As ilusões são o recheio do bolo, a cobertura doce e suave é a realidade, mas o recheio, convenhamos, é sempre muito gostoso! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 14 de julho de 2013.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Paixão

Paixão 

A paixão é como uma droga, um vicio. Anima-lhe, lhe leva ao céu e depois lhe tira o chão, lhe coloca frente a frente com demônios maléficos. A paixão lhe deixa suscetível demais aos atos do outro. 
A paixão faz a pessoa tranquila virar possessiva, a paixão faz a pessoa calma ficar furiosa, faz a pessoa segura de si virar ciumenta, faz a pessoa sã, ensandecer. Por ficar suscetível aos atos do amante, o apaixonado perde o chão quando o outro não corresponde as suas expectativas, a sua idealização, porque a paixão tem muito mais de idealização do que de razão. 
Logo, quando você se sente machucado, frustrado e ferido por aquele para o qual você entregou sua alma, você se torna uma pessoa capaz de fazer loucuras. Algumas por prazer, algumas por alegria e outras por decepção, por egoísmo, pela vontade de se apossar da alma do outro. 
Apaixonado você vivencia os seus melhores momentos e, também, os mais doentios. A cura para a doença, enfim, para o vicio da paixão é tentar amar mais a si mesmo do que ao outro. Se funciona? Talvez, a tentativa é válida, mas isso não é automático. 
Todavia, a verdade é que só o que cura o mal da paixão é o tempo, o decurso de um dia após o outro. Tudo ajuda desde que você consiga manter o controle sobre os seus impulsos e instintos mais primitivos que a paixão desperta no âmago do seu ser. 
Sendo a paixão um vicio de uma pessoa no corpo, na alma, no toque, na pele e na presença do outro até os doze passos dos alcoólicos anônimos ajudam a pessoa que deseja supera - lá. É preciso viver um dia de cada vez. Um dia sem chorar, um dia sem ceder ao outro, um dia sem ligar, um dia sem fazer loucuras. Sem fazer nenhuma loucura. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 13 de julho de 2013.

Esclarecendo

Esclarecendo 

Não são poucas as idéias populares equivocadas que a minha experiência de vida é capaz de aniquilar ou, no mínimo, colocar em duvida. Então resolvi escrever sobre isso, afinal vai que este texto seja interessante para alguém menos sofrido e experiente? 
Pois bem, dizem que “os homens são todos iguais”, pois não são, assim como as mulheres não são todas do mesmo naipe. Existem as decentes, existem as educadas, as legais, as maduras, as inteligentes, as “alto astral” e existem as imbecis e chatas. Sempre foi assim e sempre será. 
Tem quem pense que quem está casado ou namorando é plenamente feliz. Nem sempre, por outro lado, também é uma inverdade que o casamento aniquila com o amor e a paixão e que os solteiros são infelizes. O casamento fortalece laços que merecem serem fortalecidos e afrouxa os que nunca foram bem “amarrados”. 
 O fato é que o ser humano tem o péssimo hábito de achar que a vida alheia é sempre melhor que a sua. Ledo engano! Não se pode julgar o que não se vê diariamente, não se pode julgar pelas aparências, é daí que surge a inveja, por exemplo. 
Chamam de prostitutas as mulheres que se vendem por sexo como profissão. Mulher que casa por interesse, que fica com alguém visando os seus bens e status se vende da mesma forma e, quiçá, seja mais barata do que aquelas. 
Mulher que fica com homem por interesse no que ele tem e não em quem ele é se chama “biscate” e homens que se “acham”, porque têm dinheiro e conquistam a biscate que desejam são otários imaturos e, bem no fundo, infelizes e frustrados. (Se é que eles têm capacidade intelectual para fazer alguma espécie de mea culpa). 
Por exemplo, para parar e pensar: “Será que se eu não tivesse o que eu tenho ela estaria aqui comigo?”, a resposta quase sempre seria decepcionante para quem se preza e tem vergonha na cara, mas nem todos possuem, pois, como dito, (benzadeus!) nem todos os homens são iguais. 
Outra ideia tola: casamento é uma instituição falida. Não é. Casamento é fundamental para quem ama, o que inclui sua forma informal, a união estável. Viver ao lado de quem se ama é uma das maiores alegrias que o ser humano pode sentir! Chegar em casa, abraçar e beijar a pessoa amada é algo que não tem preço, fazer uma comidinha, tomar um vinho e namorar bastante, literalmente, não tem valor em dinheiro que possa lhe ser atribuído! 
Todavia, tudo só funciona bem enquanto existir amor, paixão e atração, em bom, porém um pouco “vulgar” português, enquanto o sexo rolar bem, com afinidade, com desejo, com prazer. Sexo segura casamento? Não, sexo não segura nada. Da mesma forma, dinheiro, beleza, elegância e corpo bonito não seguram relação alguma, mas o fato é que o sexo é o termômetro de uma boa relação: quando ele começa a ficar ruim, quando um começa a parar de desejar ao outro é um sinal da bancarrota do amor. Assim como quem se casa com pessoas frias na cama tendem a ser infiéis cedo ou tarde. 
E, desmistificando mais algumas coisas, o fato é que o sexo é tão ou mais importante do que as pessoas têm coragem de afirmar, talvez por sua educação católica, falsos pudores ou por causa da “boa e velha” hipocrisia. Não existe cachorro ovelheiro que não mude quando encontra uma mulher tarada. 
Não existe homem galinha que não mude o estilo de vida quando encontra uma mulher completa, uma mulher que lhe realize sexualmente. Para as mulheres e homens o sexo bom e a atração física forte são capazes de gerar uma paixão homérica, quase ensandecedora! 
Outra historinha tola é a de que “quem é bom tem dono”, mito de quinta categoria. Quem é ruim, chato, possessivo, infiel, mal-sucedido, mau caráter e burro também podem ter dono, assim como podem não ter. Sou vivida o suficiente para saber que existe muita gente boa neste mundo procurando um parceiro que lhe complete e lhe faça feliz, ocorre que objetos de grande valor não são adquiridos por qualquer um, nem por quem quer economizar em sentimentos! 
Outra asneira sem tamanho é a que diz que “quem gosta de homem é gay, mulher gosta de dinheiro”. Como já dito, biscates, mulheres acéfalas e fúteis gostam de dinheiro, mulheres virtuosas querem ser amadas, admiradas e respeitadas. Não são objetos compráveis e baratos, não escolhem seus parceiros pela casta social a que pertencem, pelo carro ou pelos bens que possuem. Mulher de verdade gosta de homem bom, carinhoso, afetuoso, inteligente, honesto, bem humorado e, claro, bom de cama. 
Enfim, toda generalização é burra! Existem pessoas maravilhosas sozinhas por se valorizarem o que é muito mais digno do que manter-se numa relação morna ou ser infiel. Existe muito diamante perdido neste mundo e muita bijuteria acompanhada, apenas porque brilha e engana, não porque vale à pena. Não há nada de mal em ser sozinho quando você consegue ser feliz consigo mesmo e está só por ser seletivo, não por ser carente. 
Obviamente, existem situações que nos causam “estranhamento”, como, por exemplo, homens ou mulheres com mais de quarenta anos que nunca viveram em união estável ou nunca foram casados nos faz subentender alguma “complicação” de gênio da pessoa, todavia, como eu disse, toda generalização é tola, mas desconfiar, às vezes, não faz mal nenhum, pelo contrário.
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 13 de julho de 2013.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Inertes

Inertes 

A preguiça mora na mente e não no corpo da gente, então tudo depende de nós, de nosso esforço e dedicação. É elementar aos seres humanos desejarem o que lhes dá prazer: inércia, bastante comida, muitas horas de sono, pouco trabalho, enfim. 
Todavia, você só se torna alguém melhor quando aprende a limitar a sua preguiça e a aumentar a sua boa vontade, seja para fazer uma dieta, seja para trabalhar com maior rendimento, seja para se exercitar. 
Ficar parado, reclamando no mesmo lugar é indicio de insanidade. Nada muda se você não agir. “Ai eu estou gorda”, “estou sem fôlego”, “estou sem crescer na carreira”, “minha vida financeira é um caos”. Essas reclamações não servem para nada. 
Se você quer emagrecer, tome uma atitude, coma menos, se exercite, se esta com o fôlego lento, faça caminhadas, malhe, se esta estagnado no emprego, se dedique mais a ele, acrescente um “plus” ao seu rendimento ou, simples e tranquilamente, se demita e, se sua situação econômica esta ruim, aprenda a poupar ou trabalhe com o objetivo de aferir maior renda. 
 O que não pode acontecer é você ter preguiça de fazer suas tarefas, preguiça de trabalhar, preguiça de estudar, preguiça de se exercitar, ou melhor, você pode sentir preguiça, mas não se entregar a ela, do contrário, sua vida se tornará extremamente entediante e irritante aos que convivem com você. 
Ademais, não existe sensação mais compensadora do que vencer a si mesmo e a seus instintos negativos, como este, da preguiça, que lhe corrompe e puxa para baixo, afinal das contas, quem nada faz vive a sete palmos do chão. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 11 de julho de 2013.