Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 29 de junho de 2013

Minha escrita e alguns estranhamentos.

Minha escrita e alguns estranhamentos. 

Quando uma pessoa como eu faz da escrita uma parte importantíssima da sua vida, ao lado de sua profissão, algumas coisas “soam” estranhas. Escrevo crônicas desde 2003, formei um blog em 2007, passei a escrever para jornais no ano seguinte e isso segue até hoje. 
Nas redes sociais o que mais faço é divulgar meus pensamentos, minhas idéias e, consequentemente, quem eu sou. Não me envaideço com elogios, eles apenas me instigam, claro que, quando alguém concorda com o que lê, eu tenho a honra de sentir o doce sabor da identificação: “que bom que alguém pensa como eu!” 
Todavia, este não é o fim para o qual escrevo. Eu escrevo, porque as palavras são minhas maiores e melhores companheiras, porque eu poderia parar de respirar com menos dor do que parar de escrever. 
É na escrita que coloco meus sentimentos, meu coração, meus desabafos, graças a ela não preciso fazer terapia, nem chorar todos os dias quando vejo ou ouço algo que me assusta e desaponta. Uma taça de vinho e uma crônica são os maiores prazeres da minha vida nos últimos dois anos (claro, se for mais do que uma taça o prazer aumenta). 
Logo, bem ou mal, mais inconsciente do que conscientemente eu acho estranho quando alguém do sexo oposto, que se diz interessado por mim, afirma que nunca entra no meu blog, nem lê meu Facebook. Lá esta a minha vida, lá esta a minha essência, lá esta quem eu sou! 
É quase elementar que uma pessoa que, realmente, se interessa por você queira saber o terreno no qual esta pisando, queira conhecer-lhe. Logo, quando a pessoa fala que nunca lê o que eu escrevo, meus dois pés vão para trás. 
Uma pessoa que queira me conhecer, que deseje me desvelar, irá, de uma forma ou outra, procurar ler algo que escrevo, ver como penso e quem sou eu, ainda que o seu tempo seja curto, afinal, tempo é questão de prioridade, quando você tem alguma meta irá encontrar um tempo para cumpri - lá, em especial nos dias de hoje em que a tecnologia nos favorece. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de junho de 2013.

C´est la vie

C´est la vie 

Uma pessoa pode ser tudo no mundo. Pode ser qualquer coisa: o mais virtuoso dos homens ou o mais abjeto, afinal todos possuem algo de perfeito e de vil em si. Todavia, o que um ser não pode ser jamais é falso, pelos mais moderninhos chamado de “fazido”. 
O “fazido”, ou mais propriamente, o individuo falso é aquele que adora usar máscaras. Que diz não, quando o coração e corpo dizem sim, que diz sim quando acha que irá convir ao seu bom julgamento por parte dos outros. 
São aquelas pessoas que vivem conforme a onda e, via de regra, pensando mais na opinião dos outros marinheiros do que na realidade de seu sentir e navegar. Admiro pessoas complicadas, introspectas, covardes, carentes, atrapalhadas, inexperientes, mas jamais uma pessoa falsa que vive fazendo “charme”. 
A vida requer objetividade. Eu não quero. Agora eu quero. Eu não faço, ou eu faço. Todos os atos são válidos desde que honestos, desde que a pessoa não esteja traindo a si mesma quando fala, desde que não esteja tomando atitudes que vão de encontro com seus anseios e desejos, ainda que momentâneos. 
Detesto falsidade, mais ainda: abomino hipocrisia. Não tolero pessoas que se colocam num pedestal quando na verdade deveriam ser humildes, não suporto vagabundas se fazendo de santas, não suporto pessoas fracas fingindo serem fortes, seres frustrados se fazendo de “experientes cansados da vida”. 
Não tolero beatas, senhoras que rezam um terço e meio por dia e difamam pessoas honestas que não conhecem dizendo que são privilegiadas por seu Deus. Não gosto de quem tenta convencer aos outros de que sua vida é um mar de rosas e de que eles são os seres mais bem resolvidos do mundo. 
Não aguento políticos corruptos apregoando honestidade, juízes que crêem ser uma divindade encarnada quando, na verdade, desconhecem a realidade da maioria brasileira que ganha menos de vinte mil reais mensais. 
Não aguento  não aceito, não suporto hipocrisia. Eu já disse né!? Mas não me canso de repetir. Como nada posso fazer vou vivendo nesse mundo em que a falsidade predomina. Eu, minha desordem hormonal e minha gastrite variável, acompanhados pelo meu tradicional bom humor. C´est la vie. 
Vivo feliz porque eu vivo o hoje, sem hipocrisias, sem palavras medidas para agradar aqueles que não pagam minhas contas, não choram, não riem, e tampouco colherão os louros de minhas vitórias por mim. 
Eu não vim ao mundo para representar, se assim tivesse ocorrido teria me tornado atriz. Sou o que sou e só a vida poderá me mudar. Só um dia após o outro para me melhorar. Mas dias honestos. Vida intensa, sincera, sem meios termos. Vida feliz, nem sempre certa, nem sempre previsível, em meio a um mundo nem sempre errado, mas sempre inconstante.  
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 31 de janeiro de 2007.

Os vestidos encolheram II

Os vestidos encolheram II 

Uma noite dessas sai numa festa badalada. De repente baixo os olhos para os vestidos das outras moças e pasmo! Eles encolheram!Vestido curto e saias curtas ficaram no passado, a “onda” das mocinhas é vestido que mal tapa a bunda. 
Coxas e não as pernas estão de fora, mais um pouco e a bunda fica a mostra e se tapa apenas a cintura. Desse jeito não tarda para as mulheres saírem seminuas na noite. Isso não é sexy, não é bonito. É o quadro do desespero, da apelação do “preciso de homem urgente”. 
De cada dez moças que encontrei nove mostravam as coxas ou tapavam apenas os mamilos dos seios. Confesso que me preocupei com o futuro das prostitutas se a mulherada continuar desesperada desse jeito. Acho que estamos prestes a uma quebradeira geral das zonas de meretrício. 
Os homens não precisam mais pagar bebidas para elas, nem gastar seu dinheiro em casas de prostituição que oferecem sexo pago com belas universitárias e afins. 
Basta sair à noite nos locais de festa de gente “decente” e lá estarão inúmeras jovens até mesmo de boa família realizando o sonho de saírem fantasiadas de piranhas por ai, e, o que deve felicitar aos homens: Dê-lhes champagne (que elas chamam tão vulgarmente quanto se vestem de “champa”) e não precisam lhes pagar pelo sexo. 
 A vulgaridade dá Ibope do contrário os programas televisivos não estariam cheios de peitudas e bundudas mostrando seus dotes. Físicos, é claro. Recuperar a classe, a auto-estima, o bom gosto e o charme das ladies de outrora vem a calhar hoje em dia. 
Estilistas de bom gosto salvem as mulheres: Os vestidos encolheram, estão virando blusas! Ou será que em nada poderão ajudar porque o que encolheu mesmo foram o amor próprio e a inteligência das moçoilas?(Acho que é esta a opção correta, infelizmente, não tem solução as prostitutas vão falir). 
É assustador a conduta agressiva das mulheres, a paquera, a necessidade de companhia e o que elas se dispõe para ter alguém para chamar de “seu”, nem que seja por breves momentos. Então, ficam sem compromisso com algum individuo e o perseguem noite a fora para terminarem a noite com eles. 
Os procuram, ou melhor, “vão ao seu encalço” como insanas! Beijam-lhes, lhes abraçam, enquanto eles ficam lá, de braços cruzados, com o copo na mão e, em público, pouca atenção e carinho lhes dispensam. Mal e parcamente um toque na cintura ou, quando agarrados, um beijo. 
É o final dos tempos. O tão démodé do tal de ficar é moda nas cidades pequenas em que o dinheiro fala mais alto. As mulheres pouco se importam de serem legadas a segundo plano pelos homens, desde que possam desfilar num carro legal. É uma segunda forma de vender o próprio corpo, mas tão abjeta quanto qualquer outra maneira de fazer isso. 
Morreram os bons valores para a maioria, a auto-estima e os anseios de amar que estão na mente das poucas e raras moças que procuram um homem de verdade e não um homem que age e pensa como um menino, permanecem a duras penas. 
A maioria das mulheres não se importa de serem joguetes nas mãos de homens que testam a sua decência lhes deixando sozinhas na noite. São raras as mulheres que tem maturidade para desejar alguém que as ame, as valorize e queira a sua companhia sem medo do amanha, sem medo de ser feliz e sem se importar com a opinião alheia. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de junho de 2013.

Opção

Opção 

“Não trate como prioridade quem lhe trata como opção”. Não sei de quem é a autoria desta frase que, para mim, tornou-se um ditado, um chavão. Inexiste algo mais real. 
Priorizar quem nos deixa em segundo plano é mais do que burrice, é quase indicio de insanidade. Quem nos prioriza age e pensa nos efeitos que suas ações terão em nós, quem nos prioriza não se esquece de nossos sentimentos e vontades. 
Por outro lado, quem nos trata como opção prioriza o trabalho, os amigos, o futebol, a bebedeira, a balada, a janta com A. B ou C, e, então, em ultima instancia (e se acaso ele não tiver mais alguma prioridade), estamos nós. 
Sabe aqueles casos em que no final de semana o sujeito sai com os amigos, enche a cara e durante a semana lhe liga para você ir à casa dele, para vocês jantarem e obviamente terem “algo mais”? É nesses casos que a frase se adéqua. 
Você é a segunda opção da pessoa que deseja lhe beijar escondido para não se comprometer na frente de ninguém que esta tendo ou desejando ter “algo” com você. 
Veja bem, sequer o individuo deseja que os outros saibam que vocês estão tendo ou estão na iminência de terem um “caso paralelo”, afinal das contas, beijar alguém em publico não é pedido de namoro ou casamento. 
Então o cara faz de conta que você não existe, não lhe convida para sair diante de amigos e, se convida, ignora a sua presença, faz de conta que esta sozinho, mas provavelmente vai tentar lhe “traçar” durante a semana ou quando a ressaca passar. Bem, daí depende da sua inteligência e sanidade dar fim a um caso que não tem futuro. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de junho de 2013.

Maternidade e capacidade de amar

Maternidade e capacidade de amar 

A maternidade é uma responsabilidade homérica que nem todas as mulheres nasceram para ter. Filhos são para sempre e por eles as boas mães abrem mão de seus próprios desejos, vontades e anseios, (talvez por tal certo motivo eu queira ser mãe quando estiver mais madura, financeiramente bem e, obviamente, casada com um homem admirável). 
Tira-se a própria roupa para cobrir um filho, deixa-se de namorar, de sair de casa, de ir à academia, de beber com os amigos para dar atenção a um filho. Boas mães usam o máximo de seu tempo para cuidar e dar carinho aos seus rebentos, em especial quando são separadas e eles são pequenos ou jovens, fase na qual carecem de muito esmero materno. 
Têm-se desejos e vontades, mas a principal de todas é estar na companhia dos filhos e dar-lhes o máximo de amor e atenção do qual necessitam para tornarem-se pessoas bem resolvidas. 
Se você não quer abrir mão de si mesma em prol de alguém, não engravide. Não tenha filhos. Se você não quer ficar em casa quando todo mundo sai, se você não quer tomar suco quando todo mundo se embriaga, se você não quer ir cedo para casa enquanto todos vão se exercitar, não tenha filhos. 
Se você não quer deixar a sua vida pessoal e vaidade de lado por amor a alguém, não engravide. Duvide da capacidade de amar das mulheres que têm filhos e os deixam nas mãos de outras pessoas, duvide da bondade e do caráter de quem não se deixa de lado para dar atenção e usar seu tempo com os filhos que tem. 
Boas mulheres abrem mão de praticamente tudo pelos seus filhos. Se os pais têm o mesmo dever? Deveriam, mas é hipocrisia dizer que a maternidade e a paternidade são idênticas. O vínculo e a responsabilidade das mulheres são, de regra, psicologicamente maiores. 
Somos nós quem carregamos um ser dentro de nosso ventre, somos nós quem temos o poder de gerar uma vida. A responsabilidade psíquica e o apego anímico, das mães em relação aos pais, pela criança são maiores, mas a responsabilidade não deveria ser, todavia existe muita diferença entre o “dever ser” e o “ser” 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de junho de 2013.

Segurança II

Segurança II

Sabe o que eu acho? Eu acho que quem gosta de você, admira o seu jeito e curte a sua companhia, faz que nem gato que ama a casa em que vive quando chega nela ou outro animal é colocado dentro do mesmo recinto: demarca território. 
 Quem gosta de você não vai ficar testando a sua lealdade e fidelidade, vai sentir que é gostado (se tiver sensibilidade, maturidade e QI suficientes) e vai querer a sua companhia, vai querer se comprometer, vai lhe dar atenção, vai lhe cuidar. 
Esse negócio de ficar, de não ter compromisso, para mim, nada mais é do que indiferença. Quem gosta cuida, zela e, não adianta, nem que tente, não consegue deixar de sentir ciúmes e aquela vontade imensa de ficar junto, de beijar, de abraçar, enfim, de “demarcar território”. 
Isso quando se trata de pessoas maduras, de homens de verdade, não de meninos disfarçados de homens, meninos que acham que podem tudo e que suas teses psíquicas tem algum valor para as mulheres. 
Mulher quer amor, mulher quer atenção, quer carinho, mulheres querem um homem que não queira só dormir com elas, querem um homem que queira acordar ao seu lado, tomar café da manha junto e almoçar. 
Mulheres maduras querem um homem com “h” maiúsculo. Toda mulher decente, quando gosta, quer compromisso. Não se trata de possessividade, se trata de bem querer, coisa que nem todo ser humano do sexo masculino consegue compreender nos dias de hoje em que tem “piriguete” disposta a qualquer coisa para passear num carro bonito e transar no final da noite e, de preferência, dar algum golpezinho financeiro. 
Quem gosta quer sentir-se cuidado, quem gosta quer ser cuidado. Essa coisa de não ter compromisso, é démodé demais e ainda tem gente que acha moderno e interessante. 
Moderno mesmo é ser homem e mulher suficiente para dizer “eu gosto de você, eu quero só você”, moderno mesmo é levar a parceira nas noitadas, apresentar para os amigos e dizer que essa é “minha” independente do tempo que vai durar a relação, porque uma coisa eu garanto, não é ficando na noite, levando pra casa, transando e pedindo pizza que você conhece alguém. 
Você conhece alguém quando dá um passo maior, quando se compromete com ele, quando lhe dá liberdade dele ser quem realmente é com mais segurança, com mais confiança para se entregar. 
Será que só as mulheres entendem isso? Uso a frase da canção dos anos 80 dos Engenheiros do Hawaii nesta crônica novamente: “Você precisa de alguém que te dê segurança se não você se cansa e dança.”. Simples assim, pena que tem gente que complica. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de junho de 2013.

Assustada!

Assustada! 

Sorriso é uma cidade encantadora, mas estou aprendendo a abominar a tai da “diferença cultural”. Tem coisas que vejo e ouço aqui que me apavoram, a forma das pessoas agirem também me assusta. 
Das pessoas, leia-se, de algumas mulheres fúteis que pouco ou nenhum valor se dão e dos homens que acham que dinheiro no bolso vale mais do que beijos, carinho e um belo “pegar de mãos”. 
Sobra-lhes habilidade para lidar com negócios e fazê-los render e falta capacidade de conquistar, galantear e seduzir uma mulher. Digo, uma mulher decente, batalhadora, de moral ilibada e nada interesseira. 
As de outro tipo, as que usam o corpo malhado em horas de academia com o objetivo de caçar um homem abonado não dão bola se são agradadas, respeitadas ou bem cuidadas. Elas só querem um sujeito para pagar-lhes a bebida, o motel e, obviamente, algo mais. 
É estranho viver num mundo em que o dinheiro fala tão alto! Ele praticamente “grita” por aqui! Num mundo em que as piranhas não poupam condutas vulgares para fisgarem um “peixe grande”, é estranho viver num lugar em que eu não vejo homens tentando conquistar o coração de boas mulheres com cuidados, carinho e afeto. 
Aqui as pessoas “ficam”, acham legal não assumirem compromisso para testar a lealdade do outro, sendo que a gente só conhece alguém convivendo com ele e, não raras vezes, só depois do casamento se conhece realmente ao outro. 
Aqui as analises são feitas de forma superficial com base em experiências igualmente superficiais e carentes de intensidade. Enfim, após sair na minha primeira noite em Sorriso sofri de um susto enorme, de uma saudade imensa da minha TV, dos meus filmes, DVDs, gatos e edredom. Mas, já disse o grande Chico Xavier: “Isso também vai passar”. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de junho de 2013.

Famosos

Famosos 

Sou praticamente um ET quando se trata de programas televisivos nacionais. Faz anos que não assisto uma novela ou nenhum programa da Rede Globo. Informo-me via internet e tenho asco da maioria da programação de SBT, Rede TV e assemelhados. 
Troquei tudo isso por seriados, canais de filmes, livros e DVDs de musica para me distrair. Sou uma pessoa que tem asco da conduta da maioria das pessoas famosas. 
Famosas, não raras vezes, mesmo que não tenham cultura alguma, mesmo que não ralem 8 horas por dia, mesmo que a fama se deva a um par de seios siliconados e uma bunda grande. 
Não me interessa em saber sobre a cintura da mini cantora antipática da moda, sobre as coxas das cantoras de axé, sobre o proceder do sertanejo pegador, do jogador de futebol mulherengo que não sabe usar preservativo e engravida bailarina de programa de quinta que, também, conquista a fama por isso. 
Para mim, atores, jogadores de futebol, cantores, lutadores, são apenas pessoas cuja profissão os levou as telinhas de televisão e os tornaram famosos. O que me importa neles é o talento e o proceder. Tenho asco de gente vulgar, homens mulherengos e mulheres antipáticas. 
Para mim famosos são famosos e fama não tem valor. Eu gosto é de quem escreve, de quem cria, de quem compõe, por isso admiro alguns cantores que, além cantarem e se exibirem com calças justas, escrevem. Ser artista é isso: criar arte! Os demais não me importam. 
Ademais, não dou importância alguma à beleza dessas pessoas que possuem os melhores maquiadores, cabeleireiros, dermatologistas, cirurgiões plásticos e estilistas a seu dispor. Pessoas que malham horas por dia, que fazem lipoaspiração a cada seis meses. 
Eu admiro mesmo são as mulheres que acordam cedo para trabalhar, que passam um pó no rosto, colocam um sorriso na face, uma roupa que não custou um valor suficiente para sustentar uma família por um mês e, ainda assim, são belas e elegantes. 
Eu admiro as mulheres que saem do trabalho exaustas e vão malhar para manter a saúde do corpo e da alma, que, apesar de nunca terem colocado silicone nos seios e remodelado o abdômen com cirurgião plástico, são bonitas e charmosas. 
É fácil ter a cintura fina quando se ganha milhões por mês, qual é a graça disso? Bonita mesma é a mulher que esta ao seu lado, que corre o dia inteiro e ainda consegue ficar graciosa para lhe agradar, bonita é a mulher que não depende de homem para lhe bancar. 
Bonito não é o jogador de futebol milionário ou o cantor que pega todas como se não valorizasse o que tem no meio das pernas, bonito é o sujeito humilde, honesto e trabalhador, que lutou a vida inteira para melhorar de vida e que não aparece na televisão. 
“Artistas”, para mim, não são entidades especiais e intocáveis, são pessoas cujo proceder e virtudes eu desconheço, cidadãos que eu não sei se lêem um livro por mês, por ano. Pessoas cuja cultura eu não sei se possuem, e é isso que eu estimo, o resto é futilidade de primeira. 
Essas pessoas só são diferentes de mim e de você, porque tiveram talento e sorte para serem “descobertos” e conquistarem a mídia, para estarem nas revistas, nos sites, para venderem discos e fazerem shows e DVDs onde a cada intervalo um maquiador os arruma. São pessoas normais, mas famosas e isso, repito, não tem valor algum para mim. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de junho de 2013.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Amor, admiração e paixão

Amor, admiração e paixão 

O amor não depende do tempo para existir. Sentimentos são irracionais. Basta que o sentimento domine o seu coração. O resto não se afere com racionalidade, não espere isso ou o louco será você. 
É certo que tendemos a confundir amor com paixão, todavia o amor é a paixão com admiração. Quando você esta meramente apaixonado você não precisa admirar o outro para desejá-lo, quando você ama, você admira e deseja. 
O tempo é meramente um fator que confirma a sua convicção e a intensidade do seu sentir, não é ele quem determina “quando” você vai amar ou deixar de amar alguém. Quem pensa o contrário é, porque nunca amou. 
Se você deixa de admirar alguém e, por isso, resolve abandoná-la, significa que você, além de apaixonado, nutria um pouco de amor ou, então, era apenas apaixonado e não conseguiu amar, porque não conseguiu admirar realmente ao outro. 
A admiração é irmã do amor. Ninguém ama o que não admira, todavia é possível desejar o que não é admirável: isso se chama paixão, algo que termina tão fulminantemente como começa, o que não ocorre quando você consegue admirar ao outro de corpo, alma e mente. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 28 de junho de 2013.

Ou tudo ou nada?

Ou tudo ou nada? 

Não tenho meio termo. Ou sou tudo ou sou nada, ou me entrego ou a indiferença me domina. Não sou mulher de molhar os pés, ou mergulho ou nem me molho. 
Tenho uma dificuldade extrema para “me fazer’ de qualquer coisa, inclusive para fazer de conta que sou uma pessoa fria, distante, paciente e que não esta nem “aí”. Ao menos, não quando eu estou. 
Todavia, o mundo requer pouca intensidade. É preciso viver como quem está em cima do muro, é preciso procurar certezas e não intuir. E isso é difícil para mim, muito difícil. 
Essa coisa de pisar devagar, de ir com calma, de não colocar a alma e usar o corpo não combina com a minha personalidade e requer mais de mim do que qualquer coisa nesta vida. 
Mas, não adianta teimar com as vivencias que temos. Às vezes é preciso se segurar, às vezes é preciso molhar apenas os dedos, o pé e não o corpo inteiro. E é nessas circunstancias que o “8 ou 80” se mostra nítido para mim. 
Tendo a desistir, tendo a recuar e ficar longe de qualquer respingo de água se não posso confiar nela e me jogar. Tendo a cansar facilmente e abandonar o posto e, assim, procuro um lugar diferente, seguro e seco para ficar. E, por fim, me sinto segura. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 28 de junho de 2013.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Na verdade.

Na verdade. 

Eu não vou negar: às vezes eu tenho vontade de ser surda para não ouvir certas imbecilidades que ouço ou cega para não ver os absurdos que vejo. A infidelidade, a imoralidade e a indecência tornarem-se “admiráveis”, por exemplo. 
É muita gente crescida, que deveria ter amadurecido pensando como adolescente, e é muito adolescente com sentimentos, pensando como gente madura. 
Não se sabe mais o que esperar das pessoas. É impossível prever quando virá à decepção, as palavras inapropriadas nos momentos inadequados. É impossível prever quando você vai errar e tropeçar. 
Você segue seu caminho de forma reta, você sonha que encontrará alguém que esteja seguindo o seu caminho da mesma forma, alguém que queira amar, que queira alguém para chamar de seu. 
Então, de repente, você encontra alguém que pensa absurdos, que acha “legal” o que não é admirável, que valoriza o que não tem valor. Que fala uma coisa e, no fundo, pensa outra. 
Logo, mais uma vez você se pega desapontado e decepcionado com os seres humanos e com sua imensa capacidade de falar sem pensar, de não ter empatia, sensibilidade, enfim, com sua incapacidade de se colocar no lugar do outro e omitir pensamentos estúpidos que não precisam ser manifestados. 
Falta o tal do “semancol”, falta as pessoas desenvolverem sensibilidade para saber com quem estão lidando, para tentar sentir o coração do outro e não apenas o seu corpo. Falta tentar ver a alma, a essência e não a aparência. 
Falta, enfim, muita coisa para alguns seres humanos evoluírem, afinal das contas, crescer financeiramente é quase mais fácil do que amadurecer e desenvolver anseios decorosos, decentes, sensíveis e românticos. 
Aliás, tem gente cuja decência é inversamente proporcional ao poder aquisitivo, exemplo disso são os cantores e atores famosos. Na verdade, ou a pessoa deseja amar ou a pessoa deseja usar a vida e aos outros da mesma forma que usa seu cartão de crédito, porém sem a mínima responsabilidade, (nem a de pagar fatura no final do mês). 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 27 de junho de 2013.

Adorável contradição!

Adorável contradição! 

O que tem de homem neste mundo que precisava de um manual sobre a alma feminina não está no gibi! Eu não sei se a ignorância acerca dos sentimentos femininos vem de certa frieza, imaturidade ou do pensamento de que mulher se compra, logo, pode ouvir de tudo. 
Tem homem que acha que, porque tem grana, pode fazer e falar o que quiser, tem homem que acha que mulher quer dinheiro e não afeto, amor, atenção e assuntos inteligentes para conversar. 
Todavia, essa espécie masculina erra feio e, quando acerta, vira “agiota” de biscate. Opa, agiota não, porque agiotas são espertos. Vira “mantenedor” de interesseira, mesmo. 
Pra começar, conto uma coisa sobre as mulheres: nós não gostamos que o nosso companheiro elogie o corpo de outra mulher, estando ela ao nosso lado ou na televisão. Se nós elogiarmos, contente-se em concordar ou discordar, nada além disso. 
Da mesma forma que não gostamos de saber de sua admiração por homens que têm milhares de mulheres aos seus pés para levar para a cama. Nós gostamos de romantismo, de homens que digam que querem ter um amor apenas e não muitas que estão interessadas neles somente pela sua fama ou dinheiro. Aliás, normalmente homens maduros e decentes pensam da segunda forma. 
Enfim, nós só iremos aceitar que você elogie o corpo de outra mulher na nossa frente se estivermos pouco nos importando com você. Se o trairmos, se formos apaixonadas por outro ou se estivermos interessadas apenas em seu dinheiro, no seu carro ou no conforto que você nos proporciona. 
Acredite, mulheres apaixonadas são passionais e a passionalidade faz com que não aceitemos certas coisas e tenhamos ciúmes de seus comentários. Na verdade, se você for extremamente apaixonado pela sua parceira, vai se sentir contente se ela começar a elogiar os homens bonitos que passam ao seu lado? 
Bem, talvez você não ligue para isso, mas uma coisa eu tenho certeza: mulheres apaixonadas se importam com seus olhares, mulheres apaixonadas são chatas e sentem ciúmes tolos, todavia, mulheres que não se importam e acham que o têm em suas mãos como um boneco, são as que costumam agradar a alguns homens. 
Elas concordam com qualquer disparate que você fale, não se importam onde você vai, com quem você vai, o que vai fazer, para quem você vai olhar, quem você deseja ou com quem você fantasia sexualmente. Elas não se importam se você acha a atriz da televisão uma “delícia”, se você acha a moça da praia bonita. Simplesmente, porque elas não se importam com você! 
Então elas nunca vão reclamar de nada, nunca vão lhe ligar tarde da noite, nem cobrar carinho, atenção ou amor. É impossível uma mulher “cobrar” algo de quem elas não gostam profundamente e, coincidentemente, como a maior parte dos homens adora sentir-se “livre” é normalmente por mulheres que lhes desejam e amam de pouco a nada que eles se encantam. Adorável contradição! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 27 de junho de 2013.

O momento

O momento 

Saber o momento certo de parar, pensar e se valorizar é uma dádiva. Saber o momento em que vale a pena investir em algo e o momento de se retrair e pular fora do barco também. 
Aliás, com o passar do tempo e certo sentimentalismo a gente começa a perceber que barcos furados são o que mais têm neste mundo. Aparentemente você acha que a pessoa é legal, empática, sincera, mas educada e acaba se desapontando. 
Não raras vezes eu penso que tudo o que eu mais queria era ter amado para sempre quem me amou e ter, de imediato, mandado para o inferno quem, ainda que sem querer, me fez chorar e me machucou. Isso era o que eu queria, mas, depois de certa idade e algumas experiências vividas se tornou o que eu faço, não mais o que eu “quero” ou “desejava” fazer. 
Relacionamentos requerem afinidades. Se você é uma pessoa sensível, romântica, que valoriza mais o ser do que o ter, que tem a sutil capacidade de se colocar no lugar do outro e se entregar a um relacionamento, procure uma pessoa semelhante a você. Se não encontrar, fique sozinho. 
A solidão não mata, mas o desgaste de uma relação entre pessoas que pensam de forma diferente sobre a forma de se relacionar, de vivenciar o dia a dia, de conviver e levar a vida lhe estressa e termina com a maciez da sua cútis. Não deixe a sua beleza cansar-se! 
Logo, saiba o momento certo de iniciar algo e, principalmente, de desistir. Pule fora de barcos furados, pule fora de relações que começam com divergências, que você pensa que vai ser uma coisa e é outra, fuja de pessoas que pensam de forma diferente de você. 
 Pessoas materialistas devem ficar com pessoas materialistas, pessoas sentimentais com pessoas sentimentais, pessoas frias com pessoas frias, pessoas de coração quente com pessoas de coração quente, pessoas românticas com pessoas românticas, apenas assim ambos serão felizes na paz de suas semelhanças e afinidades, o resto é conversa fiada. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 27 de junho de 2013.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Felicidade

Felicidade 

O segredo da felicidade é valorizar mais o que você tem do que aquilo que gostaria de ter. É impossível ser feliz sem ser contente consigo mesmo. Se você espera a felicidade de outra forma, está plenamente equivocado. 
O que você tem hoje é seu, valorize! O que você deseja ter é uma forma de impulso para batalhar, mas não é seu e a vida é muito perene para você sentir-se descontente, porque não consegue tudo aquilo que deseja. 
 Não adianta andar de bicicleta e querer um Fusca, não adianta ter um Fusca e querer um Gol, não adianta ter um Gol e querer uma BMW ou ter uma BMW e desejar um Porsche. Sempre existirão os que gostariam de ter pernas para poderem caminhar! 
Coisas são coisas, logo, o desejo pelo aprimoramento financeiro pode lhe impulsionar a trabalhar e se dedicar aos seus negócios, mas daí a nunca se satisfazer com o que se tem, é um caminho para a frustração. 
É por isso que existem muitos ricos miseráveis. Falta-lhes cultura, falta-lhes espiritualidade, faltam-lhes serenidade e contentamento, fatores essenciais para a satisfação pessoal. 
Pessoas felizes o são independente do que possuem e, inclusive, da beleza que tem. A felicidade surge da aceitação e da gratidão que se tem por aquilo que se possui e se é, na frente ou longe do espelho. 
No entanto, vivemos num mundo em que as pessoas nunca estão satisfeitas, em que nada nunca lhes basta, em que os homens vivem correndo atrás da felicidade como gatos correm atrás do próprio rabo, afinal ela esta ali, pertinho delas, mas elas fantasiam e a perseguem em caminhos distantes. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 26 de junho de 2013.

Gato escaldado?

Gato escaldado? 

Você não tem como ter certeza sobre qual será o momento certo para entregar o seu coração para alguém, mas se você não arriscar nunca saberá e tampouco viverá uma grande história de amor. 
Ah, mas “gato escaldado tem medo de água fria”? Pois é, mas o fato do gatinho ter medo, não significa que ele estará ficar livre de ter um balde de água gelada derramado em seu meigo corpinho quando ele menos espera. Ou seja: querer proteger-se e conseguir são duas coisas diferentes, o medo é apenas o medo, ele não significa um escudo de proteção realmente eficaz. 
Talvez, o medo signifique um fácil bloqueio a possibilidade de ser feliz, porque uma coisa eu garanto, impedir a tristeza, quando ela é inevitável, ele não vai. Quando for para você se decepcionar e sofrer, você irá decepciona-se, se frustrar e chorar. 
O que é possível a todos os seres humanos é darem-se o tempo de escolher bem antes de se apaixonar. Não acredito que exista no mundo uma pessoa que não consiga fazer uma análise do jeito do outro antes de “dar-se” a conhecer a ele! 
Então, você tem, com toda certeza, o direito de temer ao sofrimento, mas, sobretudo, tem o dever de ser seletivo, de ouvir ao outro, de conhecê-lo, de verificar se existem afinidades, semelhanças de caráter e de objetivos. 
Logo, daí em diante, se você sentir um frio na barriga, se a pessoa não sair da sua mente, se você sentir vontade de sua companhia, de seus beijos e abraços, porque não arriscar? Uma coisa é certa, mais do que desapontar-se não irá ocorrer e este risco é muito reles para impedir você de aproveitar o amor ao máximo! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 26 de junho de 2013.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Preguiça

Preguiça 

É muita gente vazia, gente interesseira, gente superficial, gente fútil, sem assunto, sem inteligência, sem senso de humor. É muita gente que se acha mais do que é, que tem o nariz mais elevado que a alma! 
É muita gente arrogante, presunçosa que ganhou tudo de “mão beijada” e acha que é melhor do que os outros. É muita gente egoísta, interesseira, que valoriza as coisas e usa as pessoas. 
É a futilidade, o “interesseirismo” e a superficialidade dominando o mundo de tal forma que eu tenho uma profunda preguiça de conhecer outras pessoas. De repente olho para os lados e vejo que as pessoas que conheço bastam. 
Não que elas bastem por serem excelentes, mas por já terem me desapontado o suficiente, com intrigas, inveja, assuntos fúteis, banalidades e grosseria. E, algumas delas, obviamente, por serem boas demais para mim. 
Para que conhecer mais gente? Depois de algumas decepções afetivas e pessoais você começa a se questionar a respeito disso. Para se desapontar mais e de novo? Para se frustrar? Para ver que, por melhor que você seja, não encontra quem lhe valorize pelo que você é não pelo que aparenta, nem pelo que possui? 
Não é a toa que há alguns anos eu passo meus finais de semana sozinha em casa. Eu, meus filmes, meus gatos, minha mãe e alguma bebida alcoólica para relaxar. Longe de festas, longe de galanteios baseados meramente na minha aparência, vindos de pessoas que, dificilmente, desejam conhecer a minha essência. 
Enfim, pensar em conhecer novas pessoas no mundo do jeito que está me dá preguiça. Talvez, com sorte, em algum lugar inesperado surja um milagre em forma de ser humano na minha vida. Talvez não. Mas a preguiça de conhecer pessoas, está eu sei, vai continuar até o dia de o inesperado acontecer. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 22 de junho de 2013.

Bem vindo ao mundo!

Bem vindo ao mundo! 

Bem vindo ao mundo, meu caro amigo, um lugar onde tomar conhecimento de tudo o que se passa por aí faz você assustar-se tanto a ponto de se tornar uma pessoa quase com fobia social! 
Um lugar onde, para garantir a sua paz de espírito e confiança na bondade humana, é preciso fechar os olhos, tapar os ouvidos e falar muito pouco. São poucos os que merecem ouvir o que você pensa, mas você só descobre isso após muitos desapontamentos. 
Bem vindo ao mundo, prezado cidadão, um lugar onde bajuladores são mais valorizados do que pessoas competentes, um lugar onde mulheres piradas, falsas e interesseiras acham parceiros amorosos e dispostos a dar-lhes o que elas desejam, enquanto as justas e bondosas encontram usurpadores espertalhões. 
Bem vindo ao mundo, um lugar onde você é amado de acordo com o limite do seu cartão de crédito, poder aquisitivo, salário e carro. Bem vindo ao mundo, onde as “caça dotes” conseguem homens tolos para de eles fazer-lhe suas prezas. 
Bem vindo ao mundo, meu jovem, um local onde você não encontra justiça, pelo contrário: se você busca justiça, saiba de antemão que esta no local errado. Muito errado! Aqui as pessoas não amam por afinidade, por simpatia, por pureza. Aqui o que vale é a beleza, o peito siliconado, o mega hair nas melenas, o corpo torneado. Aqui homem é o que anda com o carro mais caro, com as roupas de marca. 
Aqui são mais amados os que estão dispostos a gastar mais em shoppings, os que pagam viagens, os que bancam carros, telefones importados, roupas, bolsas e até o seu sustento. Aqui se ganha amor na medida em que os homens “abrem a mão” e as mulheres abrem as pernas. Aqui os homens estão se acostumando a serem bem amados pelos bens que tem, não pelo bem que fazem. 
E, acredite, neste mundo aqui, as mulheres que são exceções a essa regra, as mulheres que querem amar por, simplesmente, amar, não são valorizadas como merecem e os homens que não procuram apenas um “pedaço de carne” para ter ao lado não são estimados e respeitados como merecem. 
Aqui, meu caro, os valores estão invertidos e são os espertos quem saem por cima! Vivemos num mundo em que pessoas mau caráter se dão bem, onde os justos só se prejudicam e onde pessoas boas se apaixonam por pessoas mal-intencionadas que as fazem de bobas sem que elas percebam. 
É meu caro, bem vindo ao mundo, quisera eu ter algo melhor para falar dele. Por aqui, as pessoas traem a confiança uma das outras, as pessoas mentem, enganam e ludibriam quem não merece, mas, aqui é a terra da esperança e da luta. Bem ou mal é por esperarmos encontrar alguém especial ao cruzar uma esquina, que não desistimos de andar por aí. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 24 de junho de 2013.

Bom consolo

Bom consolo 

Tem dias que eu fico realmente desconsertada enquanto penso no que realmente tem valor para as pessoas e como o ser humano é manipulável quando ouve aquilo que quer. 
Qual o nexo entre uma coisa e outra? É que, às vezes, ser transparente e sincero, não lhe direciona para a felicidade, para o bem viver, para a harmonia e a alegria, pelo contrário, lhe leva a ser solitário e incompreendido. 
Às vezes as pessoas felizes e que conseguem uma companhia amorosa são aquelas que conseguem ser falsas, que anuem com tudo que o outro fala, que não manifestam as suas opiniões, e que são manipuladoras, enfim, usam a falsidade e certo charme a seu favor. 
Falam o que o outro quer ouvir, enganam, iludem e, ainda assim, continuam recebendo credibilidade. São pessoas que sabem mentir, que têm malicia, que têm jeito para iludir ao outro. 
Então, de repente, me pego só e pensando que a minha decência, a minha franqueza e a minha transparência nem sempre me levaram aos melhores lugares, nem sempre me colocaram frente a frente com a felicidade. 
Portanto, novamente eu me indago, mas afinal das contas, que mundo é esse no qual eu vivo? Quais são os valores que imperam nesta vida? E, assim, mais sem resposta e confusa do que antes, eu penso: “Que se dane o mundo e tudo, eu sou eu e me sinto bem assim.” Isso não é muito, mas é um bom consolo. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 24 de junho de 2013.

Homens bons, mulheres más.

Homens bons, mulheres más. 

Não devemos criticar o que as pessoas fazem por amor, todavia, não consigo quedar-me calada diante de certos atos absurdos totalmente desprovidos de lógica e explicação que eu vejo neste mundo! 
Tenho uma tia que sempre dizia uma frase com a qual discordo: “Homem bom, mulher má.” E vice versa. Ela quer dizer que, de regra, quando a mulher é maldosa e de más intenções, o homem é bom, o contrário quando ele não é. 
Pois eu, do alto (ou do baixo) de meu romantismo, passo a vida tentando crer que existe simetria moral entre alguns casais, que ambos são bondosos, bem- intencionados e se amam. Que nem um dos dois quer usar ao outro, nem ele a beleza dela, nem ela o dinheiro dele. 
Mas, ouço algumas histórias que me arrepiam os pelos! É muita mulher biscate, insana e mal-intencionada se aproveitando de homens benévolos, não sei se carentes ou se simplesmente “inebriados” de paixão, de fissura sexual, de atração física. Enfim, não consigo explicar o que não tem a mínima lógica em minha humilde mente. 
 Com tanta mulher solteira, batalhadora, inteligente e charmosa neste mundo, tem homem desperdiçando tempo e dinheiro com mulher com filhos, financeiramente dependentes e desorganizadas. Aliás, vejo homens deixarem a família por mulheres deste tipo! 
Em especial aqui no Centro Oeste do Brasil, mais ainda deve ocorrer isso no Norte e Nordeste. O pessoal do Sul é um pouco mais “preconceituoso”, enfim, os homens pensam mil vezes antes de se envolverem com uma mulher separada, jovem e com mais de um filho, enquanto tem tanta mulher legal, bonita e sozinha por lá. 
Todavia, mesmo assim existem aqueles que se tornam joguetes nas mãos de mulheres insanas e sem caráter, aliás, em qualquer lugar do mundo, existem sujeitos que se apaixonam na exata proporção em que são judiados e usados.
Enfim, quanto mais a mulher abusa de sua boa vontade, quanto mais ela lhes faz de tolos e, creio eu, quanto mais ela se enfeita e lhe satisfaz sexualmente, mais ele abre a mão e lhe dá dinheiro e, quiçá, sustento. Sustento, inclusive aos filhos que ela teve com outro. 
 Não foram poucas as vezes que ouvi de amigas que eu deveria aproveitar a minha beleza, o meu corpo e inteligência para achar algum “idiota carente” para me sustentar, para eu não precisar trabalhar e ter que bancar a minha casa. Pois eu acho e sempre acharei essa idéia abjeta o fim da picada! Algo que, literalmente, “nem morta” seria uma opção na minha bela, boa e honesta vida! 
Tenho asco e nojo de mulheres que se aproveitam da sua beleza, charme ou capacidade de persuasão para conseguirem dinheiro de homem. Mulheres que fazem isso são prostitutas que “fingem” que têm outra profissão, enquanto um infeliz lhes banca. Mulheres com este proceder são garotas de programa, isto sim. 
Garotas de programa sem luxo, garotas de programa com filhos para criar, garotas de programa desequilibradas mentalmente, garotas de programa que acham um único homem para enganar e tirar-lhes dinheiro. E conseguem! O incrível é que conseguem homens de ótimo coração para fazer isso, não sei se usam macumba, sexo, beleza, ou falsidade, mas elas conseguem o que querem!
Então, quando esses homens acordarem, a minha grande dúvida é: será que eles irão procurar uma mulher com outros valores, mulheres decentes e honestas e, então, irão lhes agradar como fizeram com a interesseira que tinham outrora ou irão “traumatizar-se”? Será que ficarão traumatizados e mudarão o seu jeito bondoso de ser e viver? 
Enfim, eu não sei a resposta, mas me preocupo, afinal, conheço tantas mulheres lindas, bondosas, inteligentes e trabalhadoras que estão sozinhas a procura de um bom companheiro e não encontram, enquanto existem homens inteligentes, charmosos, bonitos e ricos sustentando mulher insana, mal-intencionada e que, sequer, sabe lhes amar pelo que eles são, mas, apenas, pelo que eles possuem. Minha nossa, que triste realidade! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de junho de 2013.

sábado, 22 de junho de 2013

Quem guarda tem, quem cuida não perde.

Quem guarda tem, quem cuida não perde. 

Já dizia meu avô: “Quem guarda tem”. Quem guarda, quem cuida, realmente tem, ou mantém por mais tempo os papéis nas gavetas. Quem cuida do que gosta, invariavelmente, também vai poder gozar por mais tempo do objeto prezado. Relacionamentos, amizades, amores, romances enfim, são como plantas - eles duram na medida em que deles cuidamos, zelamos, regamos. Quem não sabe cuidar de algo, quem não tem a paciência de um semeador, de regra, acaba com a semeadura antes da germinação da semente. 
Existe um refrão de uma musiquinha que fala em tom de ordem: “Cuide bem de seu amor, seja quem for”. Esse “seja quem for” acho meio sem rima, sem graça e sem sentido, porque, para quem ama “seja quem for”, esse alguém possui muita significância a ponto de se tornar a pessoa mais iluminada da sua existência. 
Todavia, se por acaso o “seja sem for” me pareça sem sentido, o “cuide bem de seu amor” faz muito sentido. Ora, mas como cuidar bem de um amor? Como se cuida de qualquer coisa valiosa, como se cuida de uma jóia, de algo que tenhamos muito apreço: com cuidado, delicadeza, zelo, atenção. É simples, não tem segredos. O amor não tem segredos: o coração intui, a alma sente, o corpo se exalta num calor doce que queima sem se ver, como diria o grande Camões. 
Não é preciso muitos paparicos, mas zelo, cuidado com o que se diz, com as atitudes que se toma, com a coerência entre o que se sente, pensa, faz e fala. Ninguém deixa um anel de diamantes exposto na chuva em cima de um carro, certo? Da mesma forma quem ama não expõe seu amor às intempéries, pelo contrário, cuida e zela, evita o mau tempo para curtir bons momentos. A vida ensina. 
A vida ensina a amar e a ser bem amado também. É, nada como um dia depois do outro para fazer a gente ver como é importante guardar para se ter, e cuidar do que se preza para não perder, por pouco, o que não se acha tão fácil. Cuide bem do seu amor, porque o anel de diamantes pode ser roubado, perdido e readquirido, mas um grande amor não se vende em qualquer joalheria. 
Pessoas não são como objetos, possuem alma não são seres inanimados. Só quem já teve a coragem suficiente para entregar seu coração ao amor sabe que não existem benesses que lhe supra a falta, não existe dinheiro que o compre. Todavia, o tempo também nos ensina que eles existem (o dinheiro e o álcool) para suprirem na vida humana a falta que um amor de verdade ou a dor que a sua perda pode causar. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 26 de dezembro de 2006.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O nosso melhor

O nosso melhor 

O que teria sido de você se todos os seus planos tivessem “dado certo”? Se tudo o que você sonhou se tornasse realidade e se a sua vida fosse isenta de frustrações, sofrimento e lágrimas derramadas? 
Será que todas as dores que você enfrentou não foram responsáveis por levar-lhe aonde você esta, aonde, enfim, você se sente bem e feliz? Será que se não fosse a dor, você seria quem é? 
Partindo-se do pressuposto de que você sente-se bem consigo mesmo e contente, é possível dizer que todo o seu passado, incluindo os seus percalços e dores valeram à pena. Foram uteis e lhe fizeram, ainda que não facilmente, algum bem. 
Toda pessoa que já fez alguma espécie de exercício de reforço muscular sabe que sem esforço e um pouco de dor não é possível tornar-se mais forte, definir musculatura, nem alcançar nenhum objetivo de ordem estética ou física. 
A dor às vezes nos torna mais fortes. Sem esforço, muitas vezes, não somos nada. Não evoluímos, não crescemos, não aprendemos e não nos fortalecemos. 
Então, não convém reclamar do sofrimento e da necessidade que a vida nos impõe de fazermos esforço para conquistar o que desejamos. Isto é algo “próprio” dela, da vida, enfim. Não nos é permitido discutir ou mudar, precisamos, isto sim, aceitarmos e darmos o nosso melhor. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 21 de junho de 2013.

Haja paciência!

Haja paciência! 

Tão ou mais feio do que "chorar de barriga cheia" é gente se gabando de barriga vazia: tem muita gente por aí, incapaz de construir a própria carreira, mas que fica se elogiando por conquistas fúteis que, não raras vezes, são de quem lhe cerca e não suas. 
Conheço bacharel em Direito incapaz de passar no exame da OAB ou profissionais de outras áreas que não possuem as devidas credenciais, que vivem elogiando as conquistas dos pais, dos namorados, dos “ficantes”, dos amigos. 
O pai é um bom profissional, o pai tem um carro ótimo, o marido é bem sucedido, o namorado tem dinheiro, o “ficante” é milionário, a mãe ganha bem, mas eles, em si, não conseguiram nada por conta própria. 
Então usam o que ganham para “aparecer”, afinal, têm casa, comida e roupa lavada de graça. Graças ao esforço dos pais, todavia, com a sua dedicação, pouco ou nada conseguem. 
É feio ver gente que conquistou muita coisa, que tem muito e reclama demais, mas ver pessoas que não fizeram nada além de sua obrigação (formar-se numa Universidade particular, por exemplo) tentando se gabar pela conquista dos outros é praticamente nojento. 
E o triste é ver essas pessoas preocupadas com o carro que possuem (com o qual, não raras vezes, foram "presenteados"), com as roupas que compram e não em crescer na vida e construir uma carreira com as próprias pernas. Valha-me Senhor, é preciso muita paciência para ouvir tanta asneira e ter que ficar calada! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 21 de junho de 2013.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Doença da alma

Doença da alma 

A tristeza é uma doença da alma. E ninguém esta imune a ela. Você sofre de tristeza diante de mudanças bruscas e inesperadas, você sofre de tristeza quando a vida lhe obriga a mudar sua trajetória, a fazer novas escolhas, quando você sente seus sonhos e planos de dissolverem e a frustração lhe domina. 
Você sofre de tristeza quando vê quem mais ama sofrendo, quando se sente impotente diante da dor de quem é importante em sua vida. Nenhuma pessoa profundamente triste age de forma normal, de forma natural. 
Assim como nenhuma pessoa fisicamente doente consegue agir como um ser humano saudável. A alma triste esta doente e isso reflete nos atos da pessoa: perde-se o apetite, perde-se o ânimo, derramam-se rios de lágrimas, a introspecção aumenta e a angústia também. A pessoa move-se, anda, muda de lugar e não pára, em paz, em local algum. 
Não queira ver uma pessoa que sofre agindo como uma pessoa que está bem. Isso é impossível. Em sofrimento a pessoa faz o possível para auxiliar quem ama, mas ela passa por dias em que, como já cantou Roberto Carlos, “vive por viver”. 
Aliás, “Vivendo por viver” é uma música marcante em minha vida. Hoje em dia eu não me identifico com ela, mas compreendo cada palavra. Acho-a lindíssima! É a narrativa da vida e dos sentimentos do individuo que deixa de quem ama ou de quem, um dia, amou. 
Enfim, eu entendo quem sofre, eu entendo essas almas doentes que, mesmo com fé, sofrem por frustração, sofrem pelos sonhos que foram despedaçados, sofrem por ver quem amam e quem um dia amaram sofrer. Eu entendo quem sofre de tristeza. Entendo muito bem. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 20 de junho de 2013.

Azedos

Azedos 

Com tanta paisagem bonita, dia nascendo ensolarado e pedindo um sorriso, dia nascendo friozinho, pedindo aconchego, agasalho e um vinhozinho, pedindo um leite quentinho e um pão, ainda tem gente que acorda de mau humor! 
Acorda de mau humor mesmo tendo comida em casa, dinheiro no bolso, uma cama gostosa para dormir, um cobertor para se aquecer, roupas para usar e um emprego para trabalhar! 
Eu não consigo entender as pessoas azedas e mal-humoradas, de cara amarrada, que reclamam demais, que agradecem de menos, que não perdoam aos outros e que fecham a cara para quem não lhes fez nada ou sequer agiu com más intenções. 
Não suporto gente amarga, azeda e de humor ruim! Gosto de alto astral, de quem vê motivo para sorrir nas pequenas coisas, de quem não precisa de alguém lhes puxando o saco para ser simpático e condescendente. 
Gosto de gente bem resolvida, de gente animada e que encontra, ainda que na gratidão ao que Deus já lhe deu, motivos para sorrir, para ser feliz e tirar o traseiro da própria face! (Em “um” português melhor “rebuscado”). 
Gosto de quem tem controle sobre a própria personalidade e sabedoria para direcionar o seu azedume à pessoa que o causa, enfim, não gosto de gente que chega à academia sendo grosso com o instrutor, porque se incomodou com o patrão no trabalho. 
Tampouco acho justo o marido que chega a sua casa de cara amarrada com a esposa e com os filhos, porque alguém cortou a frente de seu carro, porque o chefe lhe cobra muito, porque a secretária é preguiçosa, porque esta com fome ou qualquer causa assemelhada. 
Você pode ficar zangado, ficar desapontado, magoado e, inclusive, mal-humorado, o que não lhe dá o direito de ser estúpido. Tranque-se no quarto, corra pelas ruas, erga peso na academia, faça abdominais, enfim nada lhe dá “salvo conduto” para magoar alguém, porque você esta ressentido com algo. 
Se a mulher não quis transar a noite, se o marido não lhe chamou de “meu amor”, se o filho chorou, se as crianças incomodaram, se os clientes são chatos, se o chefe esta exigindo demais, se o amigo lhe frustrou a confiança, nunca se esqueça: é tudo uma questão de escolha! 
Você escolheu a esposa que tem e pode optar por deixá-la, você escolheu o marido que tem e pode dialogar com ele ou separar-se, você optou por ter filhos e crianças dão trabalho! Amizades, relações de emprego e relacionamentos se desfazem e ninguém morre por isso. 
Você morre, isto sim, a cada dia em que se deixa vencer pelo mau humor, pelo azedume, pela tendência em ver melhor o lado negativo do que o aspecto positivo da vida, das pessoas e das circunstancias que lhe ocorrem. Todo dia que nasce é uma nova oportunidade de construir novos caminhos e fazer novas escolhas. 
E as que você já fez? Ou você as mantém com alegria ou faz novas! Todavia, amarrar a cara, ser grosseiro e pouco afável com quem lhe cerca não vai ajudar em nada, pelo contrário, pode ser que ajude você a ser malquisto por quem lhe cerca, se isso lhe serve, bom para você! (Em bom inglês: “Good for you, baby!”) 
Cláudia de Marchi 
Sorriso, 20 de junho de 2013.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Segurança excessiva

Segurança excessiva 

Em qualquer relacionamento, tudo o que é demais sobra. Ciúmes, possessividade, individualidade e, inclusive, segurança. Sentir-se seguro demais pode sim, prejudicar o relacionamento. 
A pessoa demasiado segura, que acredita que nada ou ninguém irá afetar o seu relacionamento acaba por deixar de cuidar do outro. A segurança excessiva é, portanto, um caminho muito perigoso. 
Algumas pessoas quando se sentem muito seguras numa relação acham que podem falar tudo o que pensam sobre o outro, sua forma de agir, de pensar e de ser, acham que podem ser mais frias e dispersas, pois “nada” ocorrerá. 
O outro lhe ama, é bondoso e será sempre “seu”. Ocorre que ninguém é de ninguém. O amor próprio, um dia, sempre vem falar mais alto do que qualquer pretensão demasiada e tola de um parceiro distraído e egoísta. 
Da mesma forma, alguns pensam que não precisam se dedicar a cuidar do relacionamento já que o outro lhe ama e lhe aceita como eles são e, portanto, terminam por descuidar-se. 
Acabam não dando ao outro o carinho de que ele necessita, a atenção de que precisa, o amor, o afeto e, não raras vezes, sequer o respeito. As pessoas se sentem demasiado seguras por inúmeras razões, mas nenhuma realmente nobre. 
Existem pessoas que se sentem muito seguras por serem mais abastadas financeiramente do que o parceiro, outros se sentem demasiado seguros por serem mais inteligentes, mais velhos, mais cultos, por terem a profissão melhor, noutros casos por serem mais jovens, mais belos, mais elegantes, mais independentes. 
Enfim, não importa o motivo, sentir-se muito seguro num relacionamento faz com que a pessoa se torne mais fria e relapsa em relação ao companheiro, suas necessidades, seus anseios, sua essência e jeito de ser. 
 Ademais, o amor puro e verdadeiro, em pessoas emocionalmente inteligentes, traz um “eterno” medo de perder, logo, tal qual a uma planta, o amante zela pela relação, regando-a com afeto,  com carinho, enfim, pura e simplesmente cuida do outro, porque amar é, também, cuidar. Amor sem cuidado não leva nenhum relacionamento adiante, amar, apenas, não basta. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 18 de junho de 2013.

Você perde?

Você perde? 

Às vezes tudo começa, depois do fim, às vezes a gente ganha quando perde. O tempo trás as respostas, ele sempre será o senhor da razão. Ore, tenha fé, aja e espere. As respostas chegarão no momento certo. 
Não pense que tudo termina com o fim de algo, seguidamente o fim de um ciclo ou de uma fase representa um marco em sua vida. O marco do inicio de uma nova fase, de uma nova vida, enfim. 
Todavia, é preciso compreender que você não perde, você ganha nas não raras vezes em que deixa sonhos e expectativas para trás. Você ganha aprendizado, ganha experiência, ganha novas oportunidades. 
O grande problema do ser humano é o imediatismo e a dificuldade em lidar com frustrações, é a falta de aceitação daquilo que não sai como ele espera e, a regra na vida, é que muito raramente, os planos saem como o planejado. 
Seguidamente o que você espera é, apenas o que você espera, o que você deseja, é apenas o que você deseja. Enfim, esperar, sonhar, ansiar e desejar não torna suas metas reais. 
Na vida, alguns planos darão certo, outros darão certo por algum tempo e, em determinado período, deixarão de ser o que você queria, deixarão de lhe fazer bem, de lhe fazer feliz, e é neste momento que você deixa seus anseios para trás e parte em busca de outros, de novos sonhos, de uma nova vida. 
Enfim, às vezes é justamente quando você acha que perde, que você ganha, que você chega mais perto da realização pessoal que surgirá numa nova fase da sua vida. Afinal, viver é isso: enfrentar uma série de fases, de períodos e renovar suas metas de acordo com elas. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 18 de junho de 2013.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Discretos

Discretos

Quanto menos você falar da sua vida para os outros, mais longe você irá. Não pense que as pessoas que lhe cercam são boas, simplesmente, porque você gostaria que elas fossem bondosas e sinceras. 
Crianças acreditam em coelhinhos da Páscoa e no Papai Noel e nem por isso eles se tornam reais. Então, não tenha um raciocínio infantil: o fato de você querer viver dentre pessoas confiáveis, não faz disso uma realidade. 
 Faça o que você quiser sem espalhar para quem não seja extremamente intimo seu. Se o bolo é bom, coma-o escondido ou divida com os outros, mas se a sua intenção não é dividir, então coma quieto no seu canto! 
Fale menos, aja mais. Mantenha seus planos em segredo, não os espalhe para qualquer um, não confunda “conhecidos” com amigos, não confunda simpatia com amor, nem sorrisos com franqueza. 
Seja discreto sobre a sua vida pessoal e intima, ninguém precisa saber o que você faz quando não esta em sua companhia. Você não vive grudado em pessoa alguma, portanto, mantenha a boca fechada sobre a sua vida. 
Nem todo mundo merece saber o que se passa com você, pelo contrário, são raros os indivíduos que merecem. A maioria quer saber, apenas para torcer contra e, quando você lastimar o que perdeu ou não deu certo, eles darem risada. 
Acredite, vivemos num mundo de pessoas frustradas que se rejubilam com a tristeza alheia, o oposto seria o ideal, todavia, como eu já disse, nem tudo o que “deveria ser”, necessariamente, “é”. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 17 de junho de 2013.

Hoje II

Hoje II 

Hoje eu acordei feliz! Sabe aqueles dias em que você acorda animado para o que der e vier, que você assume qualquer missão, que esta preparado para qualquer desafio e animado para fazer o que precisar para cumpri - lá? 
 Hoje eu estou assim. Animada para trabalhar, para ir à academia, para escovar meu gato persa, para conversar com quem tiver algo de bom para me dizer, para solucionar qualquer problema. 
 Hoje a ignorância alheia não vai me afetar, não vai me deixar triste, hoje os olhares tortos vindo de pessoas mal amadas e infelizes não irão me deixar mal, não vão me irritar. 
 Hoje eu não vou sentir-me excluída de coisa alguma, porque hoje eu estou “bastando-me”, hoje eu não preciso dos sorrisos, tampouco da atenção alheios. Hoje ser eu está bom e pronto! 
 E hoje é segunda-feira, inicio de semana! Faz um bom tempo que eu não me sinto tão contente, alegre e entusiasmada numa segunda-feira, faz muito tempo que não me sinto tão empolgada e contente num dia tão comum. 
 Hoje a preguiça dobrou à direita e eu virei à esquerda, hoje o desanimo seguiu reto, enquanto eu dobrava a esquina, hoje os invejosos caíram num bueiro, enquanto eu andava alegre e saltitante a sua frente. Hoje quem fala mal de mim pelas costas constatou que eu estou a sua frente e quedou-se silente. 
 Enfim, hoje eu não quero saber das minhas desilusões do passado, não quero me recordar do quanto sofri, das decepções que me fizeram mal. Hoje é o presente, o melhor momento da minha vida. O passado eu deixei para trás e o futuro a Deus pertence, mas o hoje, meu amigo, o hoje é todinho meu e eu farei bom uso dele! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 17 de junho de 2013.

Recalcados

Recalcados 

Ninguém tem culpa por você não se relacionar bem com sua mãe, seu pai ou seus irmãos, ninguém tem culpa por seu filho ser rebelde, mimado ou demasiado passivo. Ninguém tem culpa por seu marido ter lhe traído ou abandonado, ninguém tem culpa por você ter barriga ou pele flácida. 
Ninguém tem culpa por seus amigos serem falsos, por sua sogra ser maldosa, por você ter engravidado sem planejar, por não ter casado ou por não ter um namorado que lhe ame e faça o possível para estar ao seu lado. 
 Ninguém tem culpa por seu relacionamento seguir aos trancos e barrancos, pelas brigas que você tem em casa, por suas celeumas de ordem pessoal, intima ou profissional. Ninguém tem culpa por seus problemas, logo, não despeje fel em cima de ser humano algum. 
 Se você se sente mal, frustrado, traído ou indeciso, ore. Vá a uma igreja, a um centro espírita, siga o rumo evangélico, católico, enfim, qualquer um, mas, por favor, não se torne uma pessoa recalcada. 
Faça terapia, vá a um psiquiatra, psicanalista, psicólogo, “psico qualquer coisa”, mas não se torne uma pessoa amarga que não se conforma ao ver a alegria e o bem estar alheios, porque se sente mal na própria pele, porque é infeliz e frustrado. 
 Não passe a invejar quem esta ao seu redor, porque você crê que a vida dos outros é melhor que a sua, é mais agradável, mais cheia de carinho, de amor e atenção. Seja como for, ninguém tem a vida perfeita, então, não seja tolo, tampouco maldoso. 
Enfim, problemas cada um têm os seus, logo, não seja um ser humano problemático, porque os seus lhe afetam, lhe frustram e lhe fazem sentir-se inferior aos outros ou pequeno diante deles. 
Sinta-se forte, tente reagir, você não é a única pessoa no mundo a ter problemas e sentir-se mal diante deles, você não é a única pessoa no mundo que sofre calado e acha que a vida de quem lhe cerca é mais feliz que a sua. 
Todavia, existem aqueles que, sabendo disso, fogem de sentimentos negativos como a inveja, que, diga-se, é um sentimento que mais aniquila aquele que a sente, pois, a cada dia, ele irá sentir-se menor e mais insignificante perante os problemas que ele mesmo deixa lhe abater. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 17 de junho de 2013.

domingo, 16 de junho de 2013

A vida social da mulher bonita

A vida social da mulher bonita 

Creio que depois do livro sobre a vida sexual da mulher feia, poderia ser escrito um livro sobre o convívio e a interação social da mulher bonita e solteira dentre outras mulheres Dificilmente, uma mulher atraente é bem quista nos círculos de amizades. Não pelas outras, é claro. 
As mulheres, em sua maioria, têm receio de conviver com mulheres atraentes e de perderem a atenção dos homens que desejam para si, algo primitivo. Demasiado primitivo. 
O instinto me parece ser o seguinte: “eu procuro um homem para acasalar se ele enxergar outra pessoa mais atraente do que eu vai desejá-la e não terei com quem satisfazer as minhas necessidades.” 
Então as mulheres elegantes, magras, interessantes, alegres, de sorriso aberto, de estilo sexy, convivem com a má vontade das outras, que, certamente, preferem trazer ao seu convívio social uma mulher menos interessante do que elas, segundo os padrões de beleza vigentes.  
Logo, hoje em dia, levar uma mulher gordinha num jantar onde haverá homens é muito mais interessante do que levar uma mulher magra e simpática, afinal, a simpatia, em especial nas mulheres atraentes, faz com que as atenções direcionem-se a elas e, como já explicado, o instinto de “concorrência” não leva isso numa boa. 
Falo “hoje em dia”, embora a minha avó materna tenha ensinado a minha mãe e tias que ter amigos homens é muito mais interessante pelo fato deles serem mais leais, sinceros e menos invejosos, isto, claro, quando se entabula uma amizade saudável sem “paixonite” mal resolvida. 
Logo, quanto mais distante as mulheres de beleza razoável manter as atraentes de seu grupo, melhor e mais confiantes elas se sentem, em especial se a moça bonita tiver alguns adendos, como inteligência, bom humor e simpatia. Pobre destas mulheres! Ou aprendem a viver sozinhas ou fazem amizade com homens, porque é muito difícil serem (bem) aceitas dentre as outras. 
 Mulheres bonitas ou cultivam amizades de longa data ou se dão bem com aquelas bem resolvidas e seguras de si, porque, tanto no ambiente de trabalho como no de lazer, elas costumam ser deixadas de lado, como uma forma das senhoritas infelizes e menos atraentes vingarem-se por não terem seus atributos estéticos. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 16 de junho de 2013.

Animais e gente

Animais e pessoas 

 Pode parecer estranho, mas enquanto eu achar que alguns animais são mais gentis e doces do que muitas pessoas por ai, eu continuarei confiando pouco nelas, o que não me torna uma pessoa antipática, mas seletiva. 
 Seletiva ao extremo. Eu posso conhecer as pessoas, mas só me entrego a elas depois de bem conhecê-las e, ainda assim, não estou imune a equívocos e erros na minha forma de julgar. 
Quando assisti ao filme "Sempre ao seu lado" derramei rios de lágrimas, ontem vendo ao final de "Marley e Eu" chorei muito novamente, embora já o tivesse assistido há alguns anos. 
 De certa forma uma sensação de estranheza me surpreende quando histórias de lealdade entre animais e seus donos são praticamente mais belas do que muita história de amizade entre seres humanos. 
Amizades que a inveja, a arrogância, o orgulho e a falsidade atrapalham. Um bicho lhe ama e lhe dá amor sem se importar se você esta numa boa ou na "fossa", sem precisar de retribuições que não seja um pouco de água e comida. Ademais, ainda que você se esqueça de lhes alimentar, eles continuarão lhe dando carinho incondicional! 
É, realmente, diante de amizades que terminam pela ignorância humana, pela vontade de uns em estar acima de outros, em sentirem-se superiores, histórias de afeto entre homens e seus animais continuarão me emocionando mais. Muito mais. 
Enquanto “Marley e Eu”, por exemplo, me emocionar mais do que muitos filmes que retratam relações entre pessoas, continuará existindo um indício de que a raça humana esta moralmente defasada. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 16 de junho de 2013.

sábado, 15 de junho de 2013

Indulgência

Indulgência 
 “O que você pensa sobre mim não vai mudar quem eu sou, mas pode mudar o meu conceito sobre você”. Frase do Dr. House que me define com perfeição, creio, que não apenas a mim, mas a todas as pessoas de personalidade forte e com brio. 
Os seus pensamentos a meu respeito ou sobre qualquer pessoa ou coisas, são apenas os seus pensamentos, eles não me afetam, não fazem bem, nem mal, quiçá, dependendo de quem venha, me magoe. 
Apenas isso, magoar, porque eu não vou mudar porque alguém quer que eu mude, eu mudarei, isto sim, com as ocorrências da vida, por minha própria vontade, não pela alheia. 
Se eu sou perfeita? Claro que não! Tenho uma vasta porção de defeitos, mas sou assim e, enquanto eu não quiser mudar, significa que ser como sou esta me fazendo bem, esta me deixando feliz. 
Se você quer perder a minha estima, então tente mudar-me e exponha suas opiniões ao meu respeito. Ademais, se eu não perguntei o que você pensa sobre mim é porque, obviamente, eu não quero saber. 
Ou não quero saber, porque desejo seu amor, ou porque lhe desprezo, ou, simplesmente, porque ser como sou esta dando certo na minha vida, esta me fazendo uma pessoa feliz, contente e realizada. 
Então, dependendo da sua manifestação, será apenas de você que eu não desejarei mais companhia ou afeto, afinal, quem ama não julga e, principalmente, pensa duas ou milhares de vezes antes de falar ao seu amado o que pensa a seu respeito, afinal das contas, o amor é indulgente e não critico. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 15 de junho de 2013.