Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 30 de março de 2013

Desígnios divinos

Desígnios divinos 

Você tem duas opções nítidas na sua vida: não acreditar em Deus e em seus desígnios ou crer Nele. E é diante da descrença ou da crença que você se definirá como ser humano. 
Existem ateus muito mais bondosos do que cristãos que vão à missa toda a semana. Todavia, eu falo sobre ter fé. Eu falo de ter confiança de que nem tudo é como desejamos, porque existe uma força maior regendo o universo. 
Entretanto, eu não entendo as pessoas que oram todos os dias, que são quase fanáticas religiosas, mas sentem medo de qualquer coisa, que pensam de forma negativa e raramente vêem o bem em algo. 
Como uma pessoa que acredita em Deus pode temer tanto a vida? Como uma pessoa que crê em Deus pode ver apenas o lado negativo de qualquer possibilidade? 
Quem crê não precisa ser tolo, não precisa descuidar da própria saúde ou ser imprudente, todavia, existe uma grande incompatibilidade entre ter fé e ser um sujeito covarde que a tudo teme e com tudo se preocupa. 
Antes de perder o sono preocupando-se com algo, coloque a sua vida nas mãos de Deus. Acredite. Tenha fé que você irá vencer suas agruras. Agora, se você não crê em nada eu entenderei os seus temores, seu desespero. Apenas assim. 
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 30 de março de 2013.

Pensamentos positivos

Pensamentos positivos 

Desistir não é covardia. Não raras vezes é um nobre ato de coragem, porque quando você desiste de algo, enterra seus sonhos, suas expectativas, sua ilusão. Resta-lhe apenas uma lápide onde esta escrita esta palavra: Frustração. 
Quem insiste demais no que já esta perdido, no que não existe solução, remendo e melhora age como insano. Sonhos existem, sempre existirão, mas tenha sempre um plano “b”. Ou um “c”, um “d” e assim sucessivamente. 
Existe um milhão de oportunidades fora do seu quarto, longe do seu sofá e de seu travesseiro onde você amarga a dor da frustração. Vá à luta, talvez você consiga o que quer. 
Mas, e se não conseguir? Você não vai morrer. Quem já sofreu uma vez sabe que dor nenhuma mata. Sendo assim, se você não conseguir o esperado, vai se recuperar e criar novas esperanças. 
Uma coisa eu tenho certeza que não ajuda ninguém: reclamar, se lamuriar, se queixar e sentir pena de si mesmo. Atitudes e pensamentos positivos podem fazer milagres por você. Use-os, portanto. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 30 de março de 2013.

Anti-social?

Anti-social? 

 Recebi um telefonema de uma amiga convidando-me para sair a noite. Eu lhe disse que não queria. Então eu penso: Será que sou anti-social? Não gosto muito de gente, de conviver com gente demais. 
Ou minha antissocialidade é seletiva? Sim, porque acompanhada de namorado e em festas e junções de família eu gosto. O fato é que música boa eu ouço em casa, vinho bom eu tomo em casa, além de assistir filmes, comer pizza e conversar com quem confio a ponto de abrir a porta da minha casa para eles. 
Enfim, junção de gente, pessoas interessadas mais no meu corpo do que na essência (afinal, mal se ouve o que o outro diz dentro de uma casa noturna), não me agrada. Pelo contrário, me deprime. 
Gosto mais de mato, da minha família reunida, da minha cama quentinha com a televisão na frente, gosto de trabalhar até tarde, de assistir seriados e filmes, de ficar com minha mãe, minhas tias e meu gato. Da mesma forma, adoro bater papo com uma das melhores pessoas que conheço, a minha melhor amiga cuja amizade cultivo há quase 25 anos. O melhor lugar do mundo, para mim, é o meu lar. 
Baladas, paqueras na noite, bebedeira, não é meu forte. Definitivamente! A bem da verdade eu nem sei se seres humanos são meu forte. Eu não faço mal a ninguém, mas, sinceramente, não sinto falta deles. Acostumei-me a ser só ou quase totalmente só. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 30 de março de 2013.

Meu gosto

Meu gosto 

No meu humilde e despretensioso ponto de vista eu sou uma mulher simples. Gosto das coisas simples, detesto complicações, por outro lado, não nego, não sou um tipo de pessoa fácil. Não, eu não tenho TPM, não deixo de ser carinhosa e de respeitar as pessoas que amo. 
E é ai que entra a parte menos fácil do meu ser: dou, embora sem uma intenção deliberada de receber, o que acho digno que todos os seres humanos tenham. Respeito à liberdade de quem me cerca, se a roupa deles é feia e eles estão vestindo é porque estão sentindo-se bem nela.
Se a blusa da minha mãe é muito colorida é porque faz parte de seu estilo. Se conheci uma pessoa acima do peso e me apaixonei não vou lhe dar dicas de dieta: as pessoas têm espelho, ninguém depende do meu humilde ponto de vista para coisa alguma. 
Da mesma forma que, se eu me apaixonar por uma pessoa magérrima, não insistirei para que ela engorde. Eu gosto das pessoas pelo que elas sentem por mim, não pelo que vestem, pelo salário, pela aparência física. 
E é ai que as coisas não se tornam fáceis: não suporto homem algum dando dicas de vestimentas para mim, não suporto pessoa alguma, com exceção da minha mãe, criticando a minha blusa, calça, cabelo ou seja lá o que for. 
 Quando eu não me sinto bem vou ao shopping ou ao cabeleireiro. Da minha aparência, cuido eu. Alias, assim como da vida em geral, disso, cada um deveria cuidar da sua. 
Não sou uma mulher barata. O que uso é caro e eu amo, tanto que compro, logo, qualquer intromissão neste aspecto da minha vida me cansa e irrita, afinal, se o outro quer mudar a sua forma de vestir é porque ele esta descontente e, sem demora, irá querer mudar quem você é, como você pensa, age e vive. 
Enfim, sou só uma pessoa que acredita no amor e, sobretudo, acredito que um dia encontrarei alguém que me respeite e seja sutil, tal qual eu sou. Sem complicações, sem criticas, sem menosprezo ao que tenho e adquiro com o suor do meu trabalho simplesmente porque isso me faz feliz. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 30 de março de 2013.

É para frente que se anda!

É para frente que se anda! 

Depois de certa idade eu comecei a ter receios de terminar relacionamentos. A vida e a maturidade me fizeram arrepender-me de muitos “foras” que dei por ai. 
Além daqueles, tem os profissionais. Tentativa com sócia, tentativa de empregada comissionada, tentativa de trabalhar sozinha, tentativa de comprar parte de um escritório grande, tentativa de advogar no interior e, ainda por cima, bancar gerente de atacado de pneus. 
Enfim, eu não desisto facilmente, só que uma coisa é certa: quando tentamos e conseguimos algo somos abençoados, somos tidos como pessoas de sorte, quando as tentativas se vêem frustradas, por outro lado, somos fracassados. Aos olhos dos outros, claro, mas não raramente nos nossos também. 
Logo, tenho uma mania de caranguejo: não me importo em voltar para trás em decisões afetivas, afinal regressar ao passado seguidamente é mais “seguro”. Ate que, depois de balzaquiana, comecei a entender a frase da minha mãe que dizia: “Querida, é para frente que se anda!”. 
Pois então, coloquei na mochila da minha alma, altas doses de energia, algumas vestes, um sorriso que carrego no rosto e às vezes uma lagrima para iluminar meu olhar. Ir em frente é fundamental, mas não o isenta de sofrer. 
Todavia, o relevante é superar o passado, é querer o novo e se tornar uma pessoa melhor e diferente para conquistar aquilo que você deseja, afinal, é para frente que a gente tem que andar! 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 30 de março de 2013.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Quando perdem?

Quando perdem? 

Eu não compreendo, tampouco concordo com a historinha que diz que "as pessoas só valorizam quando perdem". Creio que as pessoas, graças a carência que as domina e certos lapsos de memórias, esquecem-se do que as fez se afastarem do outro ou dos atos deste que lhe feriram. 
Então, passam a dar maior estima ao que tinham antes: por esquecimento provocado pela solidão e carência. Só por isso. Quem valoriza, o faz sempre, a menos que tenha motivos para se afastar e desvalorizar a outra pessoa, sem que a distância as faça mudar seus conceitos. 
Quem valoriza quando perde das duas uma: ou nunca deu o valor e amor merecido ao parceiro ou se encontra num estado de carência e sofrimento muito grande. Ninguém melhora porque se afasta ou porque morre, o que muda, isto sim, é o pesar de quem se vê só e abandonado. 
Não é a toa que existem tantos relacionamentos que findam e recomeçam. Claro, às vezes é a paixão que justifica isso, noutros casos é o tal do “ruim com ele, pior sem ele.” 
Diga-se que se trata de um “brocardo” abjeto. Relacionamentos existem para que sejamos felizes ao lado da pessoa, não para que, amargando a solidão, passemos a lhe estimar mais e sentir vontade de estar ao seu lado, não por amor, mas por necessidade e dependência emocional. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 29 de março de 2013.

"Fazendo de conta"

"Fazendo de conta"

 Vamos brincar de “faz de conta”? Faz de conta que você tem a vida financeira e profissional que sempre quis ter. Tudo bem, até ai esta ótimo. Agora faça de conta que você esta ao lado do amor da sua vida. Como é, enfim, esta pessoa que você ama? É ela que, fora da brincadeira de fazer de conta esta ao seu lado ou você esta com alguém apenas por carência e medo da solidão? 
Solidão não mata. Só para avisar, caso você não saiba. O que mata os nervos de qualquer um é estar ao lado de quem não lhe aceita, de quem diz uma coisa e faz outra, de quem quer uma cópia de si mesmo, de quem acha que deve lhe ensinar a ser uma pessoa “melhor”, de quem faz promessas e não cumpre ou de quem sequer percebe o quanto lhe fere. 
Então eu vou começar a brincadeira dizendo que eu estou ao lado de um homem amável, calmo, desprovido de manias estranhas, um ser humano romântico, mas não egoísta, uma pessoa humilde que organiza a sua vida para sustentar os filhos que pretende ter, uma pessoa batalhadora que não perde o bom humor por qualquer bobagem e, principalmente, uma pessoas cujas falhas eu relevo, tal qual ele faz com as minhas. 
Sim, um homem fino, elegante e sincero, mas que sabe dosar cada uma de suas características por ter a sutil capacidade de colocar-se em meu lugar e saber que nem tudo o que ele pensa deve ser dito sob pena de me decepcionar. Enfim, um homem imperfeito, mas que sabe o valor do respeito e da humildade em qualquer relacionamento. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 29 de março de 2013.

Consolo

Consolo 

 O ruim de envelhecer não são as rugas, não são as marcas que o tempo deixa em nossos corpos. Na verdade envelhecer não é ruim, o seu lado bom compensa qualquer sofrimento. 
A maturidade, enfim, compensa a pele mais flácida, o cansaço que abate mais rapidamente, as rugas nos olhos e tudo o mais. O estranho de ficar mais velho é que acumulamos muitas lembranças, muitas recordações e, quase sempre, alguma espécie de arrependimento. 
Confesso que admiro as pessoas que não se arrependem de nada na vida. Ou, para ser franca, admiro tal idéia, mas desconfio dela. A vida é muito complexa, cheia de caminhos e opções aliadas a ilusões. É difícil viver intensamente sem arrepender-se de coisa alguma. 
Quanto mais vivemos, mais escolhas fazemos. E muitas renuncias ficam para trás. Logo, impossível, em determinadas situações, diante de alguma frustração, não pensarmos que poderíamos ter escolhido outro caminho e não renunciar o que outrora deixamos de lado. 
Se você não se arrepende, realmente, de nada. Dou-lhe os parabéns. Eu me arrependo de muitas coisas, talvez, obviamente, porque eu tenha muitas frustrações guardadas no meu coração. O que me alivia? Saber que me arrependo do que fiz, não do que deixei de fazer. Isso, no mínimo, é um consolo. 
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 29 de março de 2013.

Poucas e boas

Poucas e boas 

Eu gosto de gente honesta, transparente, espontânea, bem humorada, bem resolvida, honesta, sensível e alegre. Todavia, por ser difícil de encontrar pessoas assim, passei a me sentir melhor sozinha e a não gostar muito do tipo de gente que tem espalhada pelo mundo. 
Por isso eu amo meu gato e algumas poucas pessoas. Se estou errada? Não sei, nem me importo. Sou feliz assim e tento não fazer mal a ninguém. Não me enquadro no tipo de pessoa que precisa estar cercada de gente para ser feliz. 
Eu gosto de me tornar intima de quem conquista a minha confiança. Digo, inclusive que na época em que eu mais dependia de convívio humano era quando mais infeliz eu me sentia. 
As pessoas traem, as pessoas fazem intrigas, usam da sua boa vontade e bondade. Por isso eu não gosto de gente. Não no sentido geral. 
Eu gosto de poucas e boas pessoas. Ninguém paga as minhas contas e, menos ainda, ninguém se preocupa se estou bem, se estou mal. Não raras vezes existem pessoas cuja alegria é inversamente proporcional ao meu (ou ao seu) bem estar. 
Então eu vou vivendo sozinha, mas sabendo que, quem quer que esteja ao meu redor merece o meu melhor e é merecedor de saber tudo o que se passa em minha alma e em meu coração. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 29 de março de 2013.

Indiretas

Indiretas 

Creio que as tão faladas "indiretas" nas redes sociais ou tête-à-tête tenham algo em comum: a consciência de quem as lê ou ouve. 
Indiretas só ferem quem sabe que tem motivos para ser ferido. Seguidamente a indireta pode ser para um sujeito e outro acaba por se ofender, unicamente, porque ele se identificou com o que foi dito por ter a consciência pesada. Simples! 
Logo, se um terceiro se sentiu mal com uma indireta ou, simplesmente, com algo que você falou despretensiosamente é porque ele também mereceu o que ouviu. Ou, no mínimo, achou que mereceu. Na verdade, o problema é dele, não seu. 
Nem sempre o que você fala e desagrada a outrem significa que seja uma indireta ou algo que deva maculá-lo, não raras vezes você só esta desabafando e pensando, unicamente, em se aliviar com o que diz, sem pensar que irá ferir alguém. 
Todavia, o chapéu serve de acordo com o tamanho da cabeça das pessoas que o provam. Você não precisa fabricá-lo, ele entra se a pessoa estiver disposta a colocá-lo caso ele caiba. Simples assim. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 29 de março de 2013.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Evasão

Evasão 

Quer saber? Parentes são apenas parentes. Eles não advêm de seu livre arbítrio, de seu bom gosto, menos ainda da constatação de afinidades. O que, obviamente, não implica na necessidade de revolta e brigas. 
Talvez, signifique única e exclusivamente a vontade de se afastar. Sem discórdia, sem embates. Você apenas sair de perto para viver a sua vida com quem bem entender ou, é claro, com quem, além de laços sanguíneos possui afinidades com a sua pessoa. 
Eu sou uma ativista da união, mas jamais renego a desunião: se para ser feliz você precisar se afastar de quem é muito intolerante e diferente de você, eu não obstaculizo o seu afastamento. 
Pessoa alguma neste mundo é obrigado a viver e conviver com quem avilta suas crenças, seu jeito de ser e de pensar. Ademais, sou adepta da velha frase: “Os incomodados que se retirem.” 
Portanto, se você é o incomodado, se você se sente aviltado com as opiniões e forma de ser de quem tem o mesmo sangue que o seu, se liberte. Mais vale se afastar tacitamente, do que conviver e ter brigas hediondas e de baixo nível. Ou seja, não tenho nada contra a evasão do local da discórdia, mesmo que ele inclua parentes. 
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 28 de março de 2013.

Pais e filhos

Pais e filhos 

Não sei se Freud explica, mas com a minha experiência de vida passei a ter uma certeza: a auto-estima dos filhos depende muito do apoio, carinho e, inclusive, conceitos que os pais fazem deles. 
Não importa a idade, filhos sempre serão filhos. Seres humanos sempre serão humanos e, portanto, pais e filhos precisam de carinho, de afeto, de atenção, de indulgência. Filhos precisam saber que seus pais admiram seus atos. 
Um marginal jamais se sentirá tão algoz se tiver o respeito e o carinho de seus pais, por outro lado, um médico bem sucedido nunca será interiormente realizado se seus pais o julgam mal. Ele sempre sentirá que tem um “débito” com quem lhe deu a vida. Em minha opinião o conceito de pessoa alguma a respeito de minha pessoa tem importância, mas o dos meus pais tem. 
Nada nos deixa mais realizados do que o sorriso de nossos pais orgulhando-se de alguma façanha que fizemos. Entretanto, nada nos dói mais do que a critica injusta, do que a falta de confiança, do que o abandono, do que o julgamento errôneo acerca do que somos e do que sentimos. 
Nem todo dinheiro do mundo pode comprar uma família harmônica e feliz, dinheiro algum compra um pai bondoso, uma mãe indulgente. Nada compra pais que tentem nos compreender, apesar de nossos erros, de nossas falhas. Seguidamente, o que mais precisamos, não é o perdão de Deus, mas o de nossos pais. Enfim, o perdão de quem nos deu a vida. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 28 de março de 2013.

Medos

Medos 

Eu não sou o tipo de mulher que tenha muitos medos. Não tenho medo de mudar de vida, de pegar a estrada, de sair pelo mundo. Não tenho medo de me aventurar se for para mudar de vida. Não me arrependo de tentar nada. 
Os únicos medos que conservo é uma aracnofobia infeliz e o medo de perder alguém que eu amo muito. Não sou muito capaz de lidar com esse negocio de “nunca mais”, enfim, de morte. 
Afinal das contas, independente da crença espiritual que se tenha, se perdermos alguém querido, nesta vida, com este corpo, neste ambiente jamais o veremos de novo. 
E é por isso que eu rezo para que Deus dê saudade a minha mãe, proteja o meu pai e faça com que a vida de minhas poucas e boas amigas (incluindo tias e avós) seja longa, proveitosa e cheia de ânimo. 
 Se eu tenho medo de ser traída, de sofrer uma decepção amorosa, de me deprimir e perder o ânimo de viver? Não, não tenho, pois confio que, o que é, realmente, bom para mim não irá me decepcionar, e se o fizer, bem, se o fizer é porque não era bom pra mim e merece meu desprezo. Simples! 
De resto, nada temo, só preciso de coragem e paciência, pois sei que, com elas, tudo se ajeita e tudo se consegue, basta ter fé em Deus, ter fé na vida e confiança em si mesmo. O futuro esta ai, em nossas mãos, cabe a nos fazermos o nosso melhor, para, enfim, conquistarmos o melhor. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 28 de março de 2013.

Frustração

Frustração 

A nossa mente e sua criatividade podem ser nossos maiores inimigos. É dentro de nós que surgem grandes expectativas, confiança depositada em quem cremos merecê-la e sonhos homéricos. Até nos desapontarmos. 
Então, com o passar do tempo, a gente começa a se cansar da vida. Não de viver, de respirar e ter saúde, mas das experiências que vivenciamos, dos tombos grandes que caímos por termos expectativas grandiosas. Em determinado período só queremos uma cama, uma taça de vinho, uma fatia de queijo e um animal de estimação ao nosso lado. 
Quem, em algum momento da vida, não pensou: “Que vontade de sumir daqui, que vontade de viver em paz, longe do que me entristece!”. Quem, enfim, nunca se sentiu exausto em alguma fase de seu viver? 
Fase em que queremos muito, podemos pouco e não realizamos quase nada do que, outrora, esperávamos tornar realidade. Fase em que nos sentimos desamparados, cheios de sonhos, cheios de expectativas e uma existência que parece vazia em comparação ao que habita ou habitou em nosso intimo. 
Pois é, isso acontece com quase todos os seres humanos. Todas as pessoas, em algum momento de suas vidas, sentem-se cansadas delas. Talvez tirar férias as ajude, talvez ela sirva apenas para amenizar o cansaço físico, não o psíquico. Tudo depende, obviamente, do teor da sua exaustão que é exatamente proporcional ao tamanho da sua frustração. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 28 de março de 2013.

Ovos de páscoa

Ovos de páscoa 

Eu não tenho nada contra os ovos de páscoa, apesar de concordar que seu preço é muito alto. Mas, mesmo assim, gosto de comprá-los para dar e, obviamente, adoro receber também. 
Lembram-me o sabor doce dos domingos de páscoa na minha infância. Meu pai e minha mãe juntos, acordar e procurar os ovos que eles escondiam e depois ir celebrar a data com a família, churrasco e troca de ovinhos com os demais parentes. 
Os ovos de páscoa são caros, representa a “safra” dos fabricantes que se excedem demais. Todavia, eles me trazem boas lembranças e não me revolto em comprá-los. Poucas coisas são baratas hoje em dia, logo, a questão não é o preço, mas a alegria que o consumo de tais coisas nos proporciona. 
Enfim, o vinho que bebo também não é barato, a minha cuca de padaria predileta também não, sequer a ração do meu gato possui preço módico, tampouco os perfumes, bolsas, bijuterias e roupas que uso. No entanto, não deixo de comprar o que me apraz. 
O que fazer? A questão neste momento é que os ovos de páscoa trazem um simbolismo importante. E, o principal, não é seu sabor maravilhoso de chocolate e sua bela forma redondinha, mas, isto sim, que não se esqueça o que se comemora nesta data: a vida de Jesus Cristo. Enfim, que não se esqueça o seu legado e, principalmente, de tentar seguir seus exemplos. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 28 de março de 2013.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Mães, sempre mães!

Mães, sempre mães! 

Minha avó materna com 88 anos de idade sente saudades da mãe dela, da minha bisavó. Creio que todos os seres humanos guardem dentro de si características infantis: quase todo mundo quer um colo, um ombro para chorar, um abraço, um consolo. 
Mães são especiais. Elas fazem falta porque, via de regra, representam todo o carinho de que necessitamos para formar uma psique saudável. Afeto, toque, voz mansa, amor, respeito. 
Nem todos têm a sorte de ter mães bondosas, todavia, todos sabem do que precisam. Todo ser humano carece de afeto, afeição e amor. Mesmo quem não tenha uma mãe amorosa sente falta do que não teve: amor incondicional. 
Todos precisam de atenção, de valorização, de respeito, de harmonia, de carinho. E, não raramente, a realização de nossos anseios nos remete à nossa infância, época em que nos eram doados todos os bons sentimentos do mundo. 
É, sentir saudade da mãe, querida vovó, é sinal de que você foi bem amada por ela. Mães não são materialmente eternas, mas, com toda certeza elas se eternizam em cada palavra doce, afago e boas lembranças que deixam gravadas em nossos corações. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 de março de 2013.

Muita saudade!

Muita saudade! 

Como é bom ter uma família unida. Como é boa a idéia de que nossos pais se amam, são felizes e, conosco, formam uma família feliz. Que saudades eu sinto desta idéia que me deixava tão contente e plena de boas esperanças! 
Existem coisas nesta vida com as quais a gente se acostuma, mas não gosta. Coisas que a gente aceita por obrigação, não de bom grado. Coisas que nos fazem mal, mas que a gente junta forças para enfrentar. 
Exemplo disso é passar anos pensando que sua família é unida, feliz e sólida e, de repente, ver tudo se modificar. Mas você já é adulto e sua família se dissolve, então você não deve sofrer, certo? Errado. Na prática, muito errado. 
Talvez não “deva”, mas pode sofrer. E sofre. Talvez muito mais do que se, desde a infância você já estivesse acostumado com a “mamãe” de um lado e o “papai” de outro. 
Época de páscoa e Natal, principalmente, me causam uma saudade enorme dos tempos em que eu, meu pai e minha mãe íamos colher marcela, época em que meu pai trazia chocolate para mim, minha mãe fazia cestinha, meu pai assava peixe na sexta-feira santa e churrasco no domingo 
Como eu era feliz em tal época! Era feliz e sabia que era, só não previa que tais momentos jamais se repetiriam. Não previa que minha mãe iria dormir sozinha e frustrada para sempre, não previa que meu pai ia formar uma nova família e só iria me visitar a cada oito meses ou mais. 
Era bom sentir aquele amor entre os familiares, era bom ver que meu pai, apesar do trabalho, se esforçava para estar presente na minha vida. Agora, felizmente, ele esta bem e com saúde. Mas longe, muito longe. 
Nunca me viu chorar, não acompanhou minhas frustrações, minhas quedas, tampouco soube ver como eu consegui me reerguer. Eu sinto saudades do pai que eu tinha e da alegria da minha mãe quando ele chegava em casa. Sinto saudades da família feliz que eu, ao menos, achava que tinha. 
Hoje nem sei se meu amado pai me conhece. Pela distancia que se criou entre nós, creio que eu seja uma estranha para ele. Uma estranha que ele não julga muito bem. Uma estranha que o ama, mas que, no fundo, ele desconhece os motivos pelos quais se lamenta, pelos quais chora, pelos quais cai, pelos quais batalha e, apesar dos pesares, se levanta e se mantém viva. Mas nem sempre feliz. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 de março de 2013.

terça-feira, 26 de março de 2013

Loucos?

Loucos? 

 É incrível como a definição de “loucura” varia conforme a personalidade e estilo de vida de cada um. As pessoas adoram dizer que os outros são desequilibrados, fracassados ou algo assemelhado, simplesmente, porque não sabem ser empáticos e compreender as suas razões. 
Como eles não compreendem a coragem do outro em fazer ou deixar de fazer algo o criticam e, na melhor das hipóteses, atribuem alguma “anomalia” ao seu gênio. 
Então, nasce a fofoca maldosa: “tu viu que a fulana terminou outro relacionamento?”, “o fulano saiu do emprego novamente”, “ela vive naquele casamento sem graça sem saber o que é um parceiro de verdade”, “a sicrana não sai de casa nunca”, “a fulana vive indo em baladas”, etc. E assim seguem os comentários com um adendo: “eles devem ser malucos e infelizes”. 
Acontece que ninguém que tenha coragem de viver como bem entende é desequilibrado. Insanos são quem lhes criticam, quem não tem nada para fazer, (nem sequer um livro para ler), e, por isso, ocupam seu tempo inútil criticando as atitudes alheias sem conhecerem seus motivos. 
Todo ser humano tem como objetivo ser feliz nesta vida. Enquanto alguns toleram muito, outros não aceitam certas coisas. Questão de auto-estima. Pessoas com grande amor próprio são mais exigentes. 
Elas não são loucas, menos ainda covardes. Covarde é quem vive uma vida fracassada e monótona todos os dias e não faz nada para mudá-la e, ainda, projeta nos outros a frustração que lhe domina. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 26 de março de 2013.

Arrisque-se!

Arrisque-se! 

Se for para dar certo, vai dar. Mas só se você tentar. Ficar parado, estagnar no mesmo lugar, repetir as mesmas reclamações, orar e nada fazer é praticamente um indicio de demência. 
As coisas só podem mudar se você ousar agir diferente, se você for à luta, se você tentar! Eu tenho, pois, certa piedade daqueles seres humanos que agem da mesma forma, estagnam na sua “zona de conforto” e esperam resultados diferentes, enquanto fazem o que sempre fizeram. 
Creio que isso não indicie apenas insanidade, mas certa covardia. Nada muda se você não tiver coragem para operar mudanças na sua vida. E, creio que você saiba: reclamar de braços cruzados não ajuda em nada, só piora! 
Então aproveite a sua energia e faça algo para mudar a sua vida. Se você consegue lastimar, chorar e reclamar das “coisas como estão”, é igualmente capaz de usar o lado positivo de sua energia para mudar o que lhe desconserta. 
Tudo nesta vida depende de você e de seu livre arbítrio, portanto levante-se de sua cadeira confortável (ou, nem tanto) e faça algo de bom por si mesmo. Arrisque, tente, vá à luta, porque uma coisa é certa, sem correr riscos ninguém realiza nada. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 26 de março de 2013.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Santa paciência!

Santa paciência! 

 Sou o tipo de pessoa que a vida ensinou a ter um pouco mais de paciência. Tento, seguidamente, conter a vontade que sinto de dizer aos outros o que acho, de dizer, enfim, quão irritantes eles podem ser (e são). 
Faço o possível para não magoar ninguém com o que penso a seu respeito, afinal, o que penso, é só o que penso! Não se trata de uma verdade absoluta e incontestável. 
Todavia, eu me magôo. Ver pessoas sendo estúpidas e dizendo absurdos sobre o que acham do mundo e de quem lhes cerca me assusta, ver pessoas crentes de que seu pensar é superior ao alheio também me assusta. E, portanto, afeta aquela minha tão "batalhada" paciência. Só me resta orar. 
Oro para pedir perdão pela raiva que sinto, oro para que eu não tenha vontade de bater em alguém, oro para não ofender quem eu amo e, como eu, é imperfeito, logo, capaz de me tirar do sério. 
Oro para aceitar as pessoas e o seu jeito sem impor-lhes minhas idéias, oro para saber mais amar do que odiar, mais aceitar do que rejeitar, mais compreender do que criticar. 
Enfim, faço preces silenciosas pedindo a Deus que, não apenas conserve a paciência que a maturidade me trouxe, mas que nunca deixe de me dar um pouco mais dela. Eu preciso. Todos precisam da famosa “santa paciência”. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 25 de março de 2013. 

domingo, 24 de março de 2013

Para frente!

Para frente! 

De todos os conselhos e frases bem elaboradas que ouvi e ouço da minha mãe a que mais me chama a atenção é aquela que diz: “Minha filha, é para frente que de anda!” 
Torna-se um pouco antinômico uma pessoa como eu ter uma mãe tão forte, cheia de bondade e coragem como a minha. Digo isso, porque, não raras vezes na minha vida, eu fiz o oposto do seu conselho. Eu fui para trás, não para frente. 
Sou o tipo de pessoa que, obviamente, com base no que o outro diz e demonstra ser, se ilude. Sou um ser humano que não desiste nunca de encontrar e ver a bondade nas pessoas. Por isso eu analiso-as, me engano e acredito nelas. Ocorre que as palavras enganam. 
Mas, teimosa como boa ariana eu sempre acreditei que poderiam existir mudanças, que quem me fez infeliz noutro momento me faria alegre e feliz no presente. Com base na esperança da evolução do outro, não raras vezes, eu voltei atrás nas minhas decisões. 
Eu fui estúpida e inocentemente ao encontro do que estava no passado, crendo em melhoras e ignorando o fato de que, se fosse bom, se fosse para mim, não teria sido eu a deixá-lo no meu ontem, não no hoje. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 24 de março de 2013.

sábado, 23 de março de 2013

Mudanças

Mudanças 

 Certa vez disse o Dr. House que "as coisas mudam, não quer dizer que melhoram". Pois bem, eu quero é mudança, porque o novo sempre me atrai! Não importa que inexista a certeza de melhora: é a mudança que me encanta. 
Ademais, com a experiência de vida que tenho, sei que vou interpretar como "bom" o futuro que virá afinal, é a ele que almejo, é a ele que escolho. Eu quero mudanças, independente de seus resultados. 
Não sou o tipo de pessoa que cria “zona de conforto”, apenas porque não se sente mal nela. Eu quero me sentir bem, quero agir, quero me sentir feliz fazendo o que gosto e vivendo de forma condizente com meu jeito. 
Jeito caseiro, simples, muito trabalho, um pouco de seriados de televisão, meu gato, um vinho razoável e boa comida. Não preciso de muito para ser feliz, mas, se for preciso mudar de cidade, de rotina, de Estado ou de País para realizar as mudanças que desejo em minha vida, eu o faço! 
Sei que mudança alguma significa, logicamente, melhora ou realização. Todavia sou responsável pelas escolhas que faço e sou forte o suficiente para honrá-las. Se eu quero mudanças é porque elas me farão bem, independente de existir eventuais dificuldades. Sou o tipo de mulher que sabe o que quer e que, principalmente, assume qualquer risco advindo de seus atos. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 23 de março de 2013.

Descontrole controlado

Descontrole controlado 

Ninguém é perfeito neste mundo, portanto desconfie de pessoas que nunca perdem a paciência, que nunca choram, que nunca alteram o tom de voz, que nunca bebem, que nunca perdem o controle. Quem nunca perde o controle, quem nunca se indigna com nada, quem nunca se revolta é chato. Muito chato. Pessoas legais são humanas, como diria Nietzsche, têm algo de “demasiado” humano em si e nos seus atos. 
Eu gosto de quem mostra que tem sangue quente nas veias. Gosto de quem se entusiasma, se anima, de quem bebe e fala tudo o que sente, gosto de quem consegue perder o controle. Por outro lado, nada disso significa ser arrogante, estúpido ou grosseiro. 
Eu gosto de gente intensa, não de gente chata, de quem pensa que tudo o que esta em sua mente é “imperdível” e precisa ser dito. Até gosto de pessoas que se descontrolam, mas com humildade. 
Gosto de quem declara amor, de quem mostra sua vulnerabilidade com humildade depois de umas taças de vinho. Gosto de quem fala o que pensa, mas pensa sobre o que fala. 
Não gosto de arrogância, de gente que age pensando no que os outros vão pensar. Não gosto de quem se torna marionete de uma sociedade hipócrita, gosto de gente autentica, mas, sobretudo, gosto de gente simples, que não complica a vida, afinal praticidade não faz mal a ninguém. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 23 de março de 2013.

Curiosidade e interesse

Curiosidade e interesse 

A curiosidade é irmã do interesse. Ninguém quer saber algo que não seja obvio de quem não lhe interessa, de quem não lhe atrai; Portanto, a curiosidade, raramente merece desprezo. 
 É obvio que existe a curiosidade maligna, aquela de pessoas que querem saber mais da sua vida para criar “causos”, para inventar histórias com base no que deduzem saber. Historias nas quais você é malbaratado e tripudiado. 
A verdade é que não existem ações ou atos nobres que não sejam comandados pela moram de quem age: pessoas boas fazem bom uso de qualquer possibilidade, pessoas más, pelo contrário, usam o bem para construir o mal. 
 Convém, portanto perceber as intenções alheias. Seguidamente uma pessoa curiosa quer, apenas, conhecer-lhe mais por ter se interessado por você, seja para construir uma bela amizade ou um relacionamento amoroso. 
Portanto, apesar de existirem os curiosos maldosos e fofoqueiros, vale à pena analisar a pessoa e ver se, no fundo, tudo o que ela quer é conhecer um pouco mais aquele que lhe desperta a atenção e o interesse. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 23 de março de 2013.

Planos

Planos 

A vida esta ai e várias oportunidades estão ao seu alcance. Se não der certo o seu primeiro plano, tente o segundo, se este falhar, tente o terceiro e siga tentando até realizar seus planos. 
Nada é impossível para quem esta vivo, tem saúde, fé e força de vontade. As cortinas desta existência só se fecham com a morte, logo, se você esta vivo, convém não desistir da vida nunca! 
Concordo que, em determinadas situações, a coragem esta no ato de desistir. Mas isso não significa abdicar de criar sonhos, mas, apenas, mudar de planos. Pessoas corajosas não desistem de tudo, apenas mudam de metas e correm atrás das novas. 
Insistir no que não dá certo é insanidade. Todavia, é preciso tentar, tentar com todas as suas forças e, apenas assim, se não der certo, valerá à pena deixar um plano no passado e buscar realizar outro, um novo sonho. 
Corajosos não são os que nunca desistem, são os que têm sabedoria suficiente para empreender novas idéias e sonhos, para correr atrás da realização de novos anseios em detrimento dos passados, daqueles que, apesar da luta, não puderam ser concretizados. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 23 de março de 2013.

Medo

Medo 

Todo ser humano tem algum tipo de medo, todavia a diferença entre os fracassados e os realizados está na importância que eles dão a seus temores: uns vão a luta mesmo temendo, outros fogem dela e, fugindo, abrem mão da felicidade. 
Você pode ter medo de sofrer, você pode ter medo da solidão. Todavia, se você não se arriscar a conhecer novas pessoas você irá sofrer da forma que sempre temia: sozinho. 
Você pode ter medo de sentir-se sempre descontente com sua vida financeira, de nunca se realizar profissionalmente, mas se você não deixar algumas coisas de lado e ir em busca de seus sonhos, continuará sentindo-se fracassado pelo resto de sua vida. 
O medo prostra as pessoas, lhes impedindo de ir à diante. O medo faz com que os indivíduos enxerguem os empecilhos e as pedras em seu caminho como se fossem maiores do que são. 
Quando as pessoas se libertam de seus temores elas conseguem o que desejam, elas superam o seu pior inimigo e, enfim, conquistam a possibilidade de ter, ser e fazer o que bem entenderem. É, portanto, o medo o pior algoz da realização pessoal, afetiva e profissional dos seres humanos. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 23 de março de 2013.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Dedicação

Dedicação 

 Acho que salários motivam, mas não definem competência. Gente competente usa a dedicação para crescer, os incompetentes fazem pouco e reclamam muito e, seguidamente, fazem por merecer menos do que ganham. 
Sou uma pessoa que pensa que algumas coisas na vida devem ser levadas muito a sério. Creio no poder da responsabilidade para que o mundo evolua, logo, agir com zelo na profissão que escolhida para mim, é sumamente necessário. 
Não importa se você é ministro, deputado, médico, advogado, publicitário, empresário, gari, vendedor ambulante ou seja lá o que for: se você não for bom no que faz, alguém ira passar por cima de você. 
Quando procuramos um profissional, de qualquer área, seja um vendedor de tequila mexicana ou um corretor de imóveis, procuramos o melhor atendimento. Então você diz, “mas o vendedor de bebidas ganha pouco o de imóveis ganha muito mais”. E eu lhe digo: não importa! 
Presume-se, sempre, que a pessoa trabalhe na área que escolheu. Independente de seus motivos. Responsabilidade profissional faz-se necessária sempre, mesmo que você tenha se tornado professor, porque não podia cursar Medicina. 
Então, ao invés de esperar o bem do mundo, dos outros, comece, você mesmo, a ser um profissional mais dedicado, mais competente, mais estudioso. Não importa a profissão que você tem, mas a dedicação que você coloca naquilo que faz. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 22 de março de 2013.

Mentira feia

Mentira feia 

Todo mundo mente. A razão pela qual as pessoas mentem é que varia. Até a omissão de certos fatos que é capaz de fazer o outro crer em algo fora da realidade é uma espécie de mentira: uma mentira silenciosa. 
Eu entendo que a mentira, seguidamente ajude a instaurar a paz nos relacionamentos, todavia, foge ao meu entendimento o habito de algumas pessoas em mentir descaradamente, menosprezando a inteligência alheia. Essas pessoas mentem de forma patológica. Não são normais, tampouco bondosas. Afaste-se de quem mente com maestria como se a falácia fosse verdade. Isso é indicio de transtorno de personalidade anti-social, vulgo “psicopatia”. 
Sabe aquele ditado que diz que o “fulano mata e chora no velório”? Pois, acredite, infelizmente existem muitas pessoas assim. Pessoas que separam os seus sentimentos de suas palavras. Sentem uma coisa, mas falam outra. 
Pessoas que não mentem para proteger alguém de um mal, pessoas que mentem por, simplesmente, mentir, sem que nada de bom advenha da sua mentira. Esses indivíduos são maus. 
Você pensa que a mentira nunca pode gerar nada de bom? Então pense no alivio que você causa a sua mãe quando ela pergunta se você, que está distante, esta bem e, mesmo triste, você diz que sim. 
Pense na sua namorada agoniada perguntando se esta gorda e você, se recusando a ser sincero e fazê-la sentir-se pior, mente para não ferir, para não magoar. O que de ruim advém dessas humildes mentirinhas? Creio que nada, ou praticamente nada! 
Essas mentiras não indiciam doença ou personalidade fria, por outro lado, quem se gaba com freqüência, quem conta histórias que não viveu, quem coloca palavras na boca alheia, com certeza, não é confiável. É um ser humano perigoso. Muito perigoso. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 22 de março de 2013.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Nada é perfeito

Nada é perfeito. 

 Nada é perfeito neste mundo, nem mesmo a esperança que costuma nos dar força para seguir adiante, mas faz com que repitamos alguns atos que, outrora, nos levaram ao sofrimento. 
Então a gente aposta em alguma coisa, acredita, confia, dá o nosso melhor. Daí nos decepcionamos, mas nos conformamos crentes de que o sofrimento nos ensinou alguma lição importante, crentes de que não foi em vão nenhuma lagrima. 
Crentes que aprendemos algo, diante de situação semelhante, repetimos os mesmos atos que outrora nos levaram a desilusão. Sabe por quê? Porque temos esperança de que “desta” vez será diferente. 
“Desta” vez vai dar certo! “Desta” vez o esforço valerá a pena. “Desta” vez tudo valerá a pena e a gente não vai chorar ou sentir pena de nós mesmos, porque confiamos demais, nos entregamos demais e terminamos decepcionados. 
Ocorre que, seguidamente, as coisas se repetem. A gente se decepciona, a gente se desilude, a gente chora. E cansa. Cansa e diz que “nunca” mais vai cometer os mesmos “erros”. “Nunca” mais até ter esperança de novo. 
Mas então, fica a dúvida, será que confiar, acreditar e se entregar a alguém ou a algum projeto é “erro”? Ou é, na verdade, ato corajoso de quem ainda tem fé no ser humano e na vida? 
Eu fico com a segunda opção, porque crer que nada pode ser diferente, para mim é suicídio psíquico. Quem disse que é preciso morrer para estar morto nesta vida? Quem perde a crença de que um dia as coisas poderão dar certo, perde tudo. Morre em vida. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 13 de março de 2013.

Aprendendo a viver

Aprendendo a viver 

Certa vez eu fui num médico psiquiatria a procura de algum remédio que fizesse eu me sentir melhor. Contei para ele o que estava acontecendo na minha vida e ele me disse: “Mas você não tem nada esta, apenas, passando por uma fase ruim.” 
E eu saí do consultório sem remédio algum, afinal, eu não tinha doença nenhuma. Meu mal estar se devia a tal da “fase ruim”, que, segundo o médico (como se eu não soubesse), “todos passam na vida”. 
Pois bem, eu não sou muito diferente de pessoa alguma. Às vezes a gente quer um remédio, uma cápsula milagrosa que faça a fase ruim passar ou que, ao menos, amortize a dor que ela nos causa. 
Então eu resolvi mentir. Pesquisei no Dr. Google o nome de um antidepressivo interessante e consultei um médico desconhecido alegando que eu estava me tratando com outra pessoa, noutra cidade e vinha tomando tal remédio. 
Não sei se o novo psiquiatra acreditou. Falei apenas como me sentia e não o que estava se passando na minha vida. Assim eu saí do consultório contente, com um remédio que iria me ajudar a enfrentar a “fase ruim” da minha vida. 
A verdade é que remédio algum ajuda. Não existe pílula mágica. Nenhum remédio vai impedir você de se frustrar, de chorar, de se decepcionar. Não existem milagres. A questão é aceitar a vida como ela é: fases boas, outras nem tanto. 
É preciso, na verdade, aprender a criar menos expectativas, para evitar muitas quedas e, conseqüentemente, o nascimento de outras “fases ruins”, fases de frustração e descontentamento. O remédio, na verdade, é cair, levantar e aprender a viver, ou, ao menos, se equilibrar entre tombos e caídas. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 13 de março de 2013.

Dó dos infelizes, no mundo dos felizes.

Dó dos infelizes, no mundo dos felizes. 

 É quase trágico sentir-se infeliz num mundo em que todo mundo faz questão de disfarçar a sua tristeza e frustrações. Aparentemente a humanidade imbuiu-se da missão de guardar para si o próprio sofrimento. 
E assim a vida segue. Quase todo mundo apregoando a busca pela melhora interior, a felicidade com que se levantam todos os dias da cama, a tranqüilidade de espírito que possuem, a alegria pela chegada de toda sexta-feira. 
Ninguém reclama, ninguém se sente só, todos são bem sucedidos no amor e na profissão. Sim, quem diz que as pessoas são bem sucedidas numa área ou noutra da vida é pessimista. Todos são realizados nos mais variados aspectos. 
Se a depressão era o mal do século que passou, a hipocrisia vem se mostrando o mal deste século. Pessoas deprimidas não encontram eco para a dor que sentem num mundo em que todos apregoam o bem estar e a felicidade. 
Reclama-se do governo, reclama-se da falta de cuidado com o meio ambiente, reclama-se da corrupção, reclama-se de tudo, mas pessoa alguma, que se sinta desconfortável na própria vida, sente-se à vontade para falar de seu pesar interior. 
É tanta gente feliz, contente e que se preocupa com um mundo melhor nas redes sociais e no dia a dia da gente que, se existe alguém deprimido no mundo, a pessoa tente a sentir-se cada vez mais sozinha e isolada: ninguém é vil, ninguém se sente descontente com a própria vida, ninguém fala de frustração alguma. 
Todos são só sorrisos, fotos bonitas, alegria, projetos sociais, ânimo elevado. Pessoa alguma confessa sentir-se triste, solitária, apesar de ter amigos, ninguém é infeliz ou frustrado. Tenho, portanto, pena das pessoas que não se adéquam a esta felicidade obrigatória que tomou conta do mundo. 
Não penso que a vida é ruim, mas sei que ela não vai ao encontro de todas as expectativas que podemos ter. Existem injustiças, existe tristeza, existe frustração, existem sonhos que desmoronam. Todavia, a regra virou uma apologia estranha ao bem estar, a fé e a alegria. Como se sentir-se mal fosse um pecado, uma heresia. Isso me preocupa. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 13 de março de 2013.

Procure

Procure 

Procure alguém que se importe. Alguém que tenha curiosidade pelo seu dia a dia, alguém que lhe indague sobre seus sentimentos, sobre suas frustrações e alegrias. Procure alguém que respeite seus sentimentos, sua sensibilidade. 
Procure alguém que pergunte sobre tudo que diz respeito a você. Acredite, só tem curiosidade quem se importa, quem quer conhecer, quem quer saber quem você é e o que você já passou na vida. 
Procure alguém que tenta lhe entender ao invés de lhe julgar. Procure quem, antes de criticar as suas escolhas, valoriza quem você se tornou graças a elas. Procure quem lhe valoriza como você é. 
Procure alguém que não queira você diferente, que lhe ache bonito e interessante. Quem tem a ousadia de ser sincero sobre o que gostaria de ver você mudar, ainda que na forma de se vestir ou na aparência, um dia irá demonstrar que quer que você mude noutros aspectos também. 
Procure alguém que seja capaz de não ser sincero para não lhe magoar. Não queira alguém que fala tudo o que pensa a seu respeito. Procure alguém que não queira lhe magoar, ainda que remotamente. Procure alguém que silencia para não correr o risco de lhe ferir. 
Procure, enfim, alguém que se importe com você e não com o que gostaria que você fosse. Deseje alguém que queira lhe proteger e não lhe julgar ou criticar. Procure alguém que lhe aceite como você é e queira estar ao seu lado. Ao seu lado, apenas isso. 
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 13 de março de 2013.

terça-feira, 12 de março de 2013

Roupas e lembranças

Roupas e lembranças 

Mudança de casa, bagunça e reorganização de guarda roupa. Olhando cada peça de roupa que tenho, cada sapato, é estranho quantas lembranças eles me trazem. 
Mulheres, de regra, têm uma ligação especial com as peças de seu vestuário. A gente compra uma blusa pensando em usar com uma saia em determinada ocasião quando estaremos com uma pessoa especial. 
Compramos um sapato pensando em usar numa viagem importante, uma calça para “aquela” ocasião social, um vestido para uma festa. E, acredite, não é a festa, a ocasião ou a viagem que nos marcam: são as pessoas que estarão conosco nestes eventos. O nosso estado de espírito naqueles momentos. 
E, assim, as roupas nos trazem lembranças. Boas ou ruins. Olhando cada peça de roupa que tenho eu consigo visualizar os risos que dei, as lagrimas que chorei, o quanto fui feliz ou o quanto me incomodei quando a vestia. 
Alias, por ter uma personalidade saudosista, não é muito difícil para eu recordar-me de momentos agradáveis ou não tão bons por ter vestido alguma roupa. Todavia, comprovei que quase tudo em mim se relaciona a sentimentos. Inclusive o que visto. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 12 de março de 2013.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Certezas e duvidas

Certezas e duvidas 

Existem coisas que você acha que pode suportar, mas não consegue. Existem outras coisas que você acha que vão lhe fazer bem, mas não fazem. Você amadurece quando passa a ter certeza do que é capaz de tolerar e do que, realmente, lhe faz feliz. 
Às vezes você acha que pode conseguir aceitar algo. Seja a forma de ser de alguém, seja a forma com que a outra pessoa leva a vida, suas metas, seus hábitos, às vezes você acha que consegue se adaptar a alguma situação, largar o trabalho, voltar a estudar, trabalhar em casa, enfim. 
Então você vivencia a “tal” situação e percebe que não consegue se adaptar a ela. Que não consegue, se quer, compreende - lá. 
Seguidamente nos iludimos acerca do que podemos aceitar ou gostar. É quando vivenciamos determinadas situações, quando nossos nervos, nossa paciência e coração são colocados a prova, é que podemos ter certeza sobre o que nos é “aceitável” e sobre o que nos é “inaceitável”, intolerável. 
A nossa tolerância, a nossa paciência e o nosso apreço por qualquer coisa neste mundo só podem ser, categoricamente, afirmados quando experimentamos certas circunstancias. No mundo das nossas idéias e no mundo real, muitas coisas são diferentes. Muito diferentes. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 11 de março de 2013.

Tempo

Tempo 

 Estou numa fase de poucas certezas e muitas indagações. Não é a melhor fase da minha vida. Em alguns momentos eu sei o que quero, noutros eu penso: "Será que não existe algo melhor para se desejar?". 
 E, no intervalo entre uma confusão e outra, a minha vida vai passando. Mas eu estou vivendo ela, como posso, não como eu gostaria. Gosto de ter mais certezas do que dúvidas, mas, fazer o que? O negócio é se conformar. As coisas mudam. Tudo muda. Então, eu espero. 
Espero o tempo passar e as coisas se ajeitarem dentro de mim. Talvez descobrir o que realmente é importante para mim, para, então, saber o que sou capaz de tolerar e o que, para mim, é impossível de agüentar. 
Eu que sempre fui uma moça cheia de certezas, me tornei uma mulher cheia de duvidas, de questionamentos. Eu que já pensei em ser “presidente” de uma nação, não estou conseguindo presidir, com talento, a minha própria vida. 
 Alias, quando chega o momento em que entregamos ao decurso do tempo a melhora de nossa vida é porque, realmente, estamos numa fase complicada. 
O tempo urge como solucionador de problemas quando o ser humano não tem nenhuma solução inteligente em mente. Eis o meu caso. Ainda não descobri quem eu realmente sou e o que, de verdade, tem mais importância na minha vida. Mas o tempo vai passar e eu terei as respostas. Assim espero. 
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 11 de março de 2013.

De perto

De perto 

 A inveja existe porque as pessoas não valorizam o que possuem e dão um valor excessivo ao que vêem e pouco conhecem. Pessoas invejosas só vêem as aparências e julgam por isso, logo, invejam por isso! 
Nove em dez vezes se o invejoso conhecesse bem a realidade do invejado, não o invejaria. Sabe aquela frase: “De perto ninguém é normal”? Pois é, de perto ninguém é plenamente realizado. 
De perto todo mundo abre mão de alguma coisa para ter outra, de perto ninguém é perfeito, de perto nenhum relacionamento é como nas propagandas de televisão. De perto o marido ou a esposa perfeita se mostra inexistente. 
 Acredite, de perto ninguém é 100% realizado em todos os aspectos da vida. De perto ninguém é sempre feliz como nas fotos, sempre arrumado, sempre bonito, sempre elegante, sempre atraente. De perto as pessoas têm problemas, acordam de mau humor, não são sempre finas, elegantes ou sinceras. De perto nada é sempre bonito e invejável. 
De perto o rico sofre, o pobre sofre, o bonito chora, o feio chora, o humorado reclama, o mal humorado também. De perto ninguém é sempre interessante, na verdade, de perto as pessoas costumam ser bem diferentes do que aparentam. Mas só quem esta perto vê. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 11 de março de 2013.

Infelizes

Infelizes 

 Pessoas felizes e bem resolvidas podem fazer muito pelo mundo! Por outro lado, poucos são os seres humanos que, descontentes com a própria existência, preocupam-se em fazer algo pelos outros. 
 Nada disso é estranho ou pouco natural. Creio que raro mesmo seja pessoas frustradas quererem fazer o bem pelos outros, queiram ajudar quem esta mal, queiram mudar o mundo. 
Quem esta mal, ou melhor, quem se sente mal não tem energia para fazer o bem. Não é maldade, nem má vontade: pessoas descontentes consigo mesmas mal conseguem pensar no outro, no mundo. 
A infelicidade torna as pessoas mais egoístas. Gente infeliz pouco se importa com o bem estar alheio. Elas estão mal e ponto final. Não conseguem enxergar nada além do próprio mal estar. 
 Certamente um mundo onde todos se sentem bem na própria pele seria um lugar melhor para se viver. Ocorre que vivemos num mundo em que a maioria sente-se infeliz e poucos são os que estão contentes e tem animo para ajudar ao próximo. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 11 de março de 2013.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Saudade II

Saudade II 

 Eu sou uma pessoa que tem grande tendência a sentir saudades. Não que eu não viva intensamente o presente, na verdade não consigo explicar este meu habito estranho de sentir saudade. 
Sinto saudades de pessoas, de momentos, de lugares, de risos e de lágrimas. Sim, até os momentos tristes me causam saudade, porque hoje eu consigo vê-los com outros olhos. 
 Eles não são mais tristes, são, para mim, momentos que serviram para eu aprender e crescer muito. Então, eu sinto saudades. Sem as lágrimas derramadas outrora, eu não seria quem sou. E eu gosto de quem me tornei, mas sinto saudades, também, de quem eu fui. 
Sinto saudades das esperanças, das ilusões, das convicções que a vida derrubou. Sinto saudades da pessoa cheia de certezas que eu fui. Pessoa que deixei de ser graças a muitas lágrimas. Abençoadas lágrimas que levaram a arrogância imatura para longe da minha alma! 
Tenho saudades da idéia errada que eu fazia de muitas pessoas. Como elas eram surpreendentemente boas na minha cabeça! Como eu seria feliz ao seu lado nos meus sonhos mais tolos. Sonhos que a realidade aniquilou! 
Como eu sinto saudades dos ideais de família que eu tinha. Como a minha família era linda! Como meus pais se amavam e como era bom acreditar que os casamentos eram praticamente indissolúveis! 
Pois é, eu realmente sinto saudades de muita coisa. Mas, o que me resta fazer? Levantar-me do sofá onde passo a mão nos cabelos amargando a saudade que sinto de quase tudo que vivi, para ir viver! Afinal, devo viver bem o hoje, porque, com certeza, será do presente que, no futuro, eu sentirei saudades. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 04 de março de 2013.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Nada

Nada 

Certa paz e tranqüilidade me dominam. Não sinto vontade de falar nada, nem de argumentar contra coisa alguma. 
O silêncio me faz bem neste momento. Não me sinto mal, mas não me sinto ótima. Estou num meio termo estranho, mas, com certeza estou bem, obrigada! Nada esta me causando indignação, logo, não estou inspirada. 
Tudo que me descontenta, desconserta e desatina me inspira. Sendo muito bom ou muito ruim. Emoções fortes, de qualquer natureza, me dão inspiração para escrever, para argumentar, para falar. 
Na falta de emoções arrebatadoras o silêncio me acompanha. Confesso, é algo sem graça, sem brilho. Para uma ariana como eu, coisas sem muita força não agradam, mas, confesso, também não desagradam demais. 
 Digamos que eu não esteja me sentindo nem bem, nem mal. Não estou sentindo nada. Um nada sem graça, mas, ao menos, nada que faça meu sangue ferver de indignação, nada que afete a estima que tenho por mim mesma, nada que me machuque ou fira meus princípios. 
 Não sinto dor, mas também não estou sentindo um ânimo de alegria muito grande em mim. E isso me incomoda um pouco, mas, fazer o que? A vida é feita de fases e é preferível passar esta fase insossa sem sentir dor, do que rir a noite para chorar pela manha. Fase, (benzadeus), já superada na minha vida. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 1º de março de 2013.