Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sem vitimismo

Sem vitimismo 

 Em minha opinião humildade não tem nada haver com "coitadismo", com essa coisa quase patológica de aceitar tudo de todos que mais indicia falta de amor próprio do que qualquer outra coisa. 
Eu gosto de gente bem resolvida, alto astral, que sabe o momento certo de falar e o de silenciar e, por isso, demonstra humildade. Não aprecio gente que acha que suas opiniões são "imperdíveis" e devem ser ditas em detrimento da vontade do outro em sabê-las. 
Da mesma forma, não admiro quem nunca fala o que pensa mesmo que esteja sendo menosprezado. Gosto de pessoas com atitude, mas humildes, não gosto de quem se humilha aceitando o que lhe fere, nem que quem se mete onde não é solicitado. 
Não gosto de quem se ofende por qualquer coisa, não gosto de quem, apesar de não ter dinheiro ou um bom salário, sai apregoando aos outros que é pobre e não tem o que deseja. 
Acho feio, da mesma forma, a mania de algumas pessoas de supervalorizarem o que não possuem ao invés de agradecer o que têm. Ser orgulhoso e arrogante pelo que possui é muito diferente de ser grato pela mesma coisa. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 de fevereiro de 2013.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Relacionamentos

Relacionamentos 

 Relacionamentos devem existir para você ser feliz, sorrir e amar, para você sentir-se bem sendo você mesmo, sem precisar castrar-se para agradar ao outro. Se uma relação começa a lhe incomodar e a lhe fazer chorar significa que você ficará melhor sozinho. 
Às vezes o homem precisa sofrer acompanhado para perceber que a solidão pode ser sua amiga. Uma boa amiga. Eu não falo em exigir um relacionamento perfeito, mas se você tem amor próprio, não vai aceitar viver uma relação amorosa em que seus princípios e forma de ser são aviltados pela forma do outro pensar. 
Sou da opinião, já conhecida por muitos, de que não é o amor que sustenta o relacionamento, mas a forma de se relacionar que mantém o amor. Logo, relacionamentos afetivos em que tudo é dito sem que se pense no mal estar do outro, em que inexiste respeito à individualidade alheia, não são legais. 
Quando as palavras do outro, com freqüência, lhe atingem, lhe ferem, magoam e fazem chorar, algo está errado. Quando o que a outra pessoa pensa sobre você e sobre o que você ama lhe ofende, algo esta errado. Muito errado. Ademais, se seu parceiro lhe respeita e lhe ama realmente ele não terá coragem de expor o que pensa a seu respeito se isso for desagradável. Haverá empatia, não uma sinceridade cruel e despropositada. 
O fato é que a solidão não mata. É preferível ter paz sozinho a sofrer, chorar e sentir-se mal na companhia de alguém. Você não depende de pessoa alguma nesta vida, logo, é loucura manter-se ao lado de uma pessoa cuja forma de pensar a seu respeito lhe fere. Se o outro não sabe silenciar e lhe respeitar, a melhor opção é ficar só. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 24 de fevereiro de 2013.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Gosto II

Gosto II

Eu gosto de gente leve, de gente alegre, de gente simples, educada e elegante, gosto de gente feliz, de gente sensível, de quem pensa antes de falar, gosto, enfim, de quem valoriza mais o silencio do que as palavras! 
Gosto de quem comemora as pequenas conquistas, de quem se rejubila com o sol no amanhecer e com a chuva que refresca a terra, gosto de quem tenta descomplicar o que lhe parece difícil e, mais ainda, gosto de quem não complica a vida. 
Gosto de quem se ama, se valoriza, se respeita e aceita os outros como são. Gosto de quem sabe amar com liberdade sem querer do outro nada além do que é inerente a tal ato: amor e respeito! 
Gosto de ver quem eu amo sorrir! Fico feliz vendo a realização de meus amigos, o sucesso de quem admiro e a felicidade de quem me cerca! Tenho asco à inveja e prefiro transmutar qualquer sentimento parecido com ela em admiração e alegria pela felicidade do outro. 
Gosto de quem não tem medo de ser como é, de quem assume o que sente, de quem não contém o riso, não segura as lágrimas. Gosto de quem se aceita como é, mas tem humildade para aprender com a vida. 
Gosto de quem respeita plenamente o outro compreendendo que ele é o melhor que pode ser, gosto de quem não fala tudo que pensa, mas pensa sobre tudo o que fala. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 21 de fevereiro de 2013.

Palavras doces

Palavras doces 

Elogios, palavras doces, sedutoras e atraentes nunca afetaram meu coração. Já senti muita dor na minha alma que elogio algum amenizou. 
Eu gosto de afeto sincero, de ser compreendida, de carinho, de aceitação, de amor. Não me envaideço facilmente. Gosto do que toca a alma, não o ego. Sou uma pessoa que gosta mais de atos do que de palavras, não valorizo tanto o que ouço, mas o que vejo. 
Por tal motivo nada me toca mais do que ver atos singelos e gentis, do que atitudes nobres e respeitosas, do que pessoas carinhosas, afetuosas e humoradas. Gosto de pessoas de alma pura, de seres humanos bem intencionados. 
Por outro lado, não desdenho pessoa alguma, não desprezo quem tenta me seduzir com palavras adocicadas. Eu apenas lhes respeito, lhes agradeço. Existe uma grande diferença entre tratar com educação e dar importância ao que se ouve. 
 A importância toca a alma, a educação afeta aos ouvidos. Logo, agradeço elogios e tenho gentileza com todos, inclusive com quem tem valores diversos dos meus. O fato é que gosto, cores, amores e valores não se discutem. Cada um cultiva os que lhe apraz, e não sou eu quem vai questionar o pensamento alheio. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 20 de fevereiro de 2013.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sinceridade e crueldade II

Sinceridade e crueldade II 

 Você deve ser sincero sobre o que você sente, não necessariamente sobre o que você pensa do outro. Seguidamente dizer a uma pessoa o que você acha de pouco agradável nela, magoa e fere. É um ato cruel, não louvável. 
Ademais, o que você pensa sobre o outro tem haver com seus conceitos, com seu ponto de vista, não se coaduna necessariamente com os dele. Cada um é feliz sendo como é, ninguém precisa ser criticado, analisado, julgado e exposto com seus pontos de vista. 
Dizer a uma pessoa o que você pensa sobre o que considera ser fraco ou ruim nela é de uma estupidez e crueldade imensuráveis. Viva e deixe viver, ninguém quer saber a sua opinião sobre seus atos, gestos, forma de pensar e viver. 
Cuide da sua vida, use seu poder de criticar e refletir a respeito das coisas para pensar e refletir sobre as suas atitudes. Se policie, não saia pelo mundo propagando a sua forma de pensar, analisando quem você ama e o que tal pessoa gosta. 
Sinceridade tem haver com sentimentos, não com pensamentos. O que você pensa sobre as outras pessoas, sua vida e atitudes é apenas o que você pensa! Não significa que seja uma verdade absoluta, tanto que o outro vive de acordo com as verdades que possui e não com as suas. 
Ademais, o que você pensa sobre os outros não lhes mudará, irá causar, isto sim, asco deles em relação a você o que, provavelmente, lhes fará se afastar da sua pessoa. 
O que, afinal, você deve fazer quando seu conceito sobre o outro é negativo e seu jeito lhe incomoda? Ao invés de lhe falar, suma de sua vida! Siga o conselho do Capitão Nascimento: "Pede pra sair!". Cedo ou tarde ele vai encontrar uma pessoa que não se incomoda com sua forma de pensar, agir e ser. O que, saliente-se, é um direito dele. 
O que não é um dever seu é falar o que você pensa sobre um ser humano que, provavelmente, lhe estima. Reflita e pense se ele é bom para você, se for, cale-se, não seja cruel achando que expor a sua mera opinião é sinceridade ou algo sumamente necessário, porque não é! 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 20 de fevereiro de 2013.

Sem culpa

Sem culpa 

Seguidamente "culpa" é uma palavra tola. Não raras vezes não importa de quem ou do que é a culpa por qualquer coisa. O fato é que às vezes as coisas não dão certo, não acontecem como planejávamos. 
O que não deu certo foi porque não havia maneira de dar, às vezes as pessoas discutem e se desentendem apenas porque são diferentes e porque tolerar o gênio e o pensar do outro é aviltante ao seu próprio coração. 
Às vezes a visão deturpada que o outro faz de nós nos decepciona. Nada é muito explicável: o outro tem o direito de pensar o que quiser ao nosso respeito e nós temos o direito de não aceitar seus pensamentos. 
Não raras vezes a idéia que o outro tem do que estimamos e de nós mesmos causa-nos um mal estar irremediável, afinal, queremos alguém que tenha afinidades conosco e, principalmente, nos respeite. 
O que o outro pensa a nosso respeito não muda quem somos, mas muda o nosso conceito sobre ele. E essa mudança de conceito trás sérios resultados. O outro, porém, não é culpado por pensar como pensa, tampouco nós de não querermos saber o que se passa em sua cabeça, vez que, seguidamente, o que a outra pessoa pensa diz mais sobre ela do que sobre nós. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 20 de fevereiro de 2013.

A vida segue

A vida segue 

Deixar o passado para trás e viver em harmonia o presente indicia maturidade e evolução psíquica. Só se prende a fatos passados quem não cresce e não tem gratidão pelo que possui no presente. 
Viver é um eterno deixar para trás. Para a vida seguir, você precisa superar muitas coisas e, portanto, deixá-las onde ocorreram: no ontem, no seu passado. Para ser feliz é preciso admitir que, boas ou más lembranças, são apenas lembranças e não devem ser o foco de suas energias. 
Se ontem você sofreu, se ontem alguém lhe humilhou, se ontem alguém lhe feriu e lhe magoou, se ontem você sentiu-se só, se ontem seus pais lhe ignoraram, se ontem seus direitos foram malbaratados, enfim, foi ontem! Já passou. 
É preciso superar o passado para construir um presente harmonioso e plantar as sementes de um futuro feliz. Pessoas que remoem o que passou não seguem adiante. Pensam que seguem porque estão vivendo no presente, mas não estão: elas apenas estão existindo num tempo que não valorizam. 
Do passado resta o aprendizado, algumas lembranças boas, outras nem tanto, resta a possibilidade de amadurecer, de crescer. O passado não deve ser lastimado, porque graças a ele você é quem é no momento presente. Apenas assim você pode dizer quer a vida segue. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 20 de fevereiro de 2013.

Sem reclamações

Sem reclamações 

Penso que viver bem a vida, não significa aproveitar seus bons momentos. É muito fácil ser feliz e contente quando tudo esta ao nosso favor. Viver bem, para mim, é ser capaz de superar as adversidades com brio, com calma e com força. 
Viver bem é, enfim, enfrentar o que acontece de ruim sem revoltar-se contra o que não pode ser modificado, mas com esperança e perseverança para agir em prol do que é possível mudar. 
Creio, porém que estas atitudes sejam inerentes a pessoas de almas grandiosas, independente da crença religiosa que possuam. Crer em Deus é ótimo, mas acreditar, apesar de todos os pesares, na vida, em si mesmo e na bondade humana faz toda a diferença. 
Agir bem, para fazer o bem, isso é sumamente necessário. Sou uma grande admiradora de pessoas que agem muito e reclamam pouco, afinal, apenas seres humanos sábios sabem o momento de resignar-se, o momento de agir e, sobretudo, sabem que reclamações não modificam nada nesta vida. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 20 de fevereiro de 2013.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Descrentes

Descrentes 

 Você pode ter a fé que quiser em Deus, espíritos, santos ou seja o que for, se você não for capaz de tolerar opiniões opostas ou meramente diferentes das suas, a sua religiosidade será praticamente inútil. 
Antes um ateu de mente aberta e humilde, do que um crente arrogante que acha que as suas opiniões são tão boas que precisam ser expostas até 
quando não são solicitadas. 
Eu não valorizo as pessoas pelas crenças que elas possuem, mas pelas as atitudes que elas tomam, pela forma com que elas pensam, pela capacidade de tolerar o diferente e conviver com ele, pela inteligência humilde, pela capacidade de transigir, relevar e perdoar. 
Acreditar em belas filosofias religiosas é fácil, praticar o bem, não. Da mesma forma que ter belas crenças e se tornar orgulhoso delas a ponto de menosprezar o ponto de vista alheio também é fácil. E desprezível. Por isso não me surpreendo com as pessoas pelo que elas crêem, mas pela forma com que agem e pelo que elas fazem com aquilo em que acreditam. 
 Pessoas religiosas não são melhores do que pessoas descrentes, a única diferença são, obviamente, as suas crenças. O que distingue as pessoas uma das outras são as atitudes que tomam, é por isso que indivíduos menos crentes, que contam menos com o “perdão divino” podem agir de forma mais honrosa e nobre do que aquelas que crêem nele. 
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 11 de fevereiro de 2013.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Se eu quiser.

Se eu quiser. 

Sou franca demais, transparente demais e leve demais. Levo a vida com leveza, fico onde desejo, me mantenho perto apenas de quem me faz bem. Afasto-me de todo o resto. Não tenho tempo a perder. 
Talvez tudo isso seja errado, talvez eu esteja errada, mas, uma coisa é certa: só fico perto de quem não me acha equivocada, de quem não me critica, mas respeita. 
Eu posso pensar qualquer coisa sobre minha aparência, intelecto e alma, mas não fico perto de quem não goste inteiramente de mim. Mudar? Talvez, mas só por mim e graças à vida. 
Quem pensa que sou difícil comete um erro. Eu sou uma pessoa que respeita de forma incomum todas as pessoas que me cercam. Permito, sem intrometer-me, que todos pensem, ajam e sejam o que bem entenderem. 
Não critico e nem cerceio a liberdade de quem amo e de quem esta a meu redor. Não exijo muito das pessoas, delas eu quero, apenas, que me deixem ser como sou, pois só eu sei as lágrimas que chorei para me tornar quem me tornei. 
Não gosta de mim assim? Não me admira? Quer-me diferente? Deixe-me, pois não posso me tornar uma pessoa infeliz para satisfazer aos seus anseios. Sou o que sou e apenas a vida pode me mudar, mas, ainda assim, somente se eu quiser e permitir. Algumas coisas na minha existência dependem apenas de mim, todavia, nela fica quem quer.
 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 08 de fevereiro de 2013.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Exercitar o silêncio

Exercitar o silêncio 

Lembro de ter lido que o grande Chico Xavier disse que se as pessoas exercitassem o silêncio não ocorreriam tantas separações conjugais. Concordo com ele, apesar de achar que todos os relacionamentos humanos seriam mais saudáveis se houvesse mais silêncio e menos criticas, menos vontade de instruir o outro a pensar da sua forma. Silenciar é uma forma de fomentar a liberdade que todos têm para viver como desejam. Todavia, parei para pensar no que seria “exercitar o silêncio” nos relacionamentos amorosos
Cheguei, pois, a conclusão de que ele se referia ao fato de que nem todas as diferenças deveriam ser questionadas, nem todas as idéias contrárias rebatidas, afinal, quando o casal pensa igual, ninguém sente vontade de dizer nada. Basta um “é verdade”.  
Quase todos os dilemas de relacionamentos amorosos surgem graças às diferenças e ao pouco respeito que o casal tem entre si. Aliás, o problema não são os pontos de vista divergentes, mas o desrespeito ao outro e certa dose de orgulho da sua forma de pensar em detrimento da alheia. 
 Refiro-me a este orgulho brando, porque quando a pessoa é verdadeiramente humilde ela tolera o pensamento do outro sem a necessidade de expor o seu, sem a necessidade de muitas palavras ou de obter a concordância do amado. 
Você ama, o outro pensa de forma diferente da sua, mas, além de muito amar, você respeita? Certo, então você ouve, tenta entender o ponto de vista alheio e, conseguindo ou não, você silencia. 
 Até mesmo porque, quando o amor é grande ninguém gosta de entrar em embates de idéias, se silencia para se bem viver, o que não ocorre quando alguém quer ver o outro pensar de forma igual a sua. 
O que é, obviamente, um desejo estranho quando se trata de amor de verdade, afinal, o amor puro tudo aceita, pouco contesta e não deseja a igualdade, mas a união, a paz e a tranqüilidade no relacionamento. Reina o respeito, a aceitação e a compreensão. 
Logo, se existe amor e vontade de manter o relacionamento faz-se necessário exercitar o silêncio ao invés de muitas palavras, divagações e diálogos sobre o que existe de divergência entre o casal. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 06 de fevereiro de 2013.

Não estigmatize

Não estigmatize 

Nem toda pessoa com poucos recursos materiais e culturais é humilde. Tem muita gente sem dinheiro, sem elegância, sem beleza, sem bom gosto, estudo e cultura que se acha melhor do que os outros. 
Da mesma forma que nem toda pessoa rica, bela ou culta é arrogante, orgulhosa, ambiciosa ou fútil. Muitas pessoas sem condições financeiras sonham em encontrar parceiros ricos, por exemplo. Isso indica valores fúteis e materialistas. 
Simplicidade é a capacidade de conviver com pessoas de todas as classes sociais e culturais sem se achar superior a ninguém. Posso garantir que esse conceito não se liga a poderes materiais. 
A relação da simplicidade e da humildade com dinheiro é a mesma da higiene e do bom gosto com a ausência de condições econômicas: pobreza não é defeito, mas pouco capricho e zelo para com seu próprio corpo e casa são. 
Sendo assim, não estigmatize as pessoas. Não busque conviver com pobres por achar que eles são humildes, nem fuja de pessoas financeiramente abastadas por presumir seu orgulho. Conheça as pessoas, não as julgue antes disso. 
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 06 de fevereiro de 2013.

Más surpresas

Más surpresas 

Ninguém é isento de más surpresas, de equívocos. Você pode ter vivido, se decepcionado e aprendido algumas lições, nada disso lhe fará imune a outras frustrações, com outras pessoas, em outros aspectos, em outros dias, em novos tempos. 
A verdade é que o que determina o teor da sua decepção são as ilusões que você constrói. De regra, você cria expectativas com base no que deseja, sendo assim é fácil se iludir e arrumar a cama do próprio sofrimento para deitar-se depois. 
Algumas pessoas podem tentar lhe iludir, mas isso é raro, seguidamente você se ilude sem que o outro queira. Enfim, cedo ou tarde todos mostram quem são, ocorre que, por algum motivo, em algumas circunstancias, mesmo diante da realidade você insiste em acreditar no que não vê. 
Criar ilusões é comum, se desapontar também, triste mesmo é quando, apesar da realidade, você insiste em crer no que não existe e se mantém crente de que o outro irá se tornar a pessoa que você quer que ele seja. 
Nada neste mundo irá se adequar a idéia que você tem, àquilo que você quer, apenas porque este é um desejo seu. Ou você se contenta com a realidade, ou sofre, chora e busca novas realidades, novas experiências, novas pessoas. 
Logo, por mais que você já tenha se decepcionado e sofrido muito, enquanto manter-se distante do realismo e do gostar do que e de quem lhe cerca do jeito que é, estará sujeito a se iludir e sofrer novamente. O realismo é um antídoto contra as ilusões que fazem o ser humano sofrer. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 06 de fevereiro de 2013.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Perfeito para mim.

Perfeito para mim.

A melhor declaração de amor que a gente pode ouvir não é “eu te amo”, tampouco “você é linda”, “você é maravilhoso”, o que queremos ouvir é um simples: “Você é perfeito para mim”. 
Tal frase define o ideal de amor para a maioria das pessoas. Ninguém é perfeito e pessoas psiquicamente sãs não buscam perfeição, afinal, sabem que nunca a encontrarão. 
O que as pessoas desejam é encontrar alguém, para quem, elas, do seu jeito, com seus defeitos, virtudes e limites, sejam perfeitas. Alguém que não queira o seu melhor, mas que as queiram como elas são. 
A gente chora, a gente sofre, a gente erra e aprende. O que somos no momento é o melhor que conseguimos nos tornar. E a gente costuma gostar de quem somos, logo, buscamos alguém que respeite, aceite e goste de nós tal qual somos. 
Não importa se somos errantes, se nos equivocamos, se temos uma personalidade fraca ou forte, o que queremos é, não apenas o amor e o respeito do outro, queremos ser o melhor que ele pode desejar. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 05 de fevereiro de 2013.

Bela vida

Bela vida 

Não importa quão boas são suas crenças, não importa quantos bons princípios você tenha, se você for incapaz de colocar em prática o que sabe, eles não valerão nada. 
Não adianta você ir à igreja toda semana, ler vários livros sobre tudo, se você é incapaz de conviver bem com sua família, de aceitar quem Deus colocou a seu lado, de perdoar e buscar a harmonia com as pessoas ao seu redor, sua religiosidade será inócua. 
Da mesma forma que todos os conceitos que você tem sobre amor, carinho e respeito, não terão valor algum se você for incapaz de aceitar o outro como ele é, inclusive, sendo diferente de você. 
A verdade é que o bem viver requer leveza, mais sentimento, entrega e menos teorias. Se você levar tudo e todos muito a sério corre o risco de sofrer e, principalmente, fazer quem lhe cerca sofrer. 
Seguidamente o que importa é a sua capacidade de aproveitar bem os seus momentos, usar o seu humor e não a sua habilidade de muito pensar sobre tudo. Quem pensa demais, não faz nada, só sofre e cansa quem esta ao seu lado. 
De regra pessoas boas não se preocupam o tempo todo em serem boas. Elas simplesmente são. A bondade genuína é despretensiosa e espontânea. Você age de forma boa mesmo que não se esforce para tanto. 
A felicidade requer a sua capacidade de relevar muitas coisas e de ignorar outras tantas. De nada adiantarão os seus belos conceitos se você não é capaz de deixá-los de lado para viver uma bela vida. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 05 de fevereiro de 2013.

Suas verdades

Suas verdades 

Nunca esqueça que quando você é franco e fala "verdades", manifesta unicamente o que é verdadeiro para você. Não exija que o outro concorde, não pense que ele deve anuir com as suas certezas. 
Cada pessoa é um mundo de experiências, convicções e verdades, afinal, a verdade que você fala é sua, não necessariamente de mais alguém. Nove em dez vezes ser sincero alivia mais quem fala do que quem ouve. 
É bom poder falar o que se pensa, mas às vezes o seu pensar magoa e ofende, justamente porque colide com as verdades alheias. Respeito e empatia são, portanto, a chave para qualquer forma de convívio humano ser boa e harmônica. 
Existe uma linha tênue entre a sinceridade e a crueldade. Seguidamente somos cruéis e egoístas quando despejamos as nossas verdades nos ouvidos alheios, mais ainda quando falamos a respeito de suas características e forma de ser. 
Cada pessoa neste mundo é o que lhe convém ser, vive, pensa e age da melhor forma que lhe é possível e, também, da maneira que consegue ser feliz. Pessoa alguma vive como é para ser infeliz, logo, é preciso pensar mil vezes antes de criticar sua forma de ser e viver. 
Se lhe é impossível tolerar a forma do outro viver, se lhe é difícil viver perto de alguém sem falar-lhe o que é verdade para você sobre seu jeito de ser, deixe-o, mas não tente fazer-lhe ser o que você quer, não o julgue severamente nem lhe fale o que pensa a seu respeito. 
 O seu pensamento sobre o que o outro é e como ele vive é apenas o seu pensamento. Da mesma forma que tudo o que você pensa e diz das pessoas e do mundo fala mais sobre você do que sobre aquilo que julga. Portanto, não supervalorize as suas idéias nem pense que elas são “imperdíveis”. 
Silencie mais, reflita mais e, sobretudo, seja sincero consigo mesmo. Se algo ou alguém lhe fere ou irrita, se afaste, sem pensar que a sua sinceridade o mudará. Silenciar e recolher-se pode ser mais virtuoso e justo do que jogar aos outros aquilo que é verdadeiro para você. 
Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 05 de fevereiro de 2013.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Sem razões

Sem razões 

Felicidade sem motivo, paz inexplicável, amor imotivado, tranqüilidade que não se explica! As melhores coisas da vida e as melhores sensações são sentidas sem que se precise explicá-las. 
São aquelas que simplesmente invadem a nossa alma, estupefazem o nosso íntimo e nos deixam pasmos diante do bem estar que nos causam, basta que nos entreguemos ao momento sem muito pensar e, principalmente, sem muitas palavras. 
Os melhores momentos de nossas vidas ocorrem de olhos fechados, quando sentimos a energia, a pele, o toque e o carinho do outro. Quando nos sentimos entregues sem questionar o que motiva nossa alegria e vontades. 
Não é de dinheiro; nem de poder, nem de luxo, que nossa alma necessita, o que nos anima, entusiasma e encanta é aquilo que nossos sentidos percebem, nosso coração capta e faz nosso espírito se entusiasmar, sem que, sequer, saibamos explicar. 
Todas as oportunidades materiais podem ser interessantes, mas quando nos sentimos encantados por algo sem que tenhamos palavras para elucidar a sensação que nos toca, percebemos que o que é realmente bom não tem preço, não tem, sequer, explicação! 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 04 de fevereiro de 2013.

Certezas

Certezas 

 O ser humano gosta de cultivar certezas como uma forma de sentir-se mais forte, mais sapiente. As certezas que as pessoas cultivam, de regra, afugentam seus medos. 
 Entretanto, quando, por algum motivo, as suas convicções são colocadas a prova, paira sobre elas uma forte sensação de insegurança. 
Quem, afinal, a gente se torna sem aquelas convicções que nos protegiam tal qual um cobertor do frio? Tornaremos-nos pessoas melhores sem elas? Ou, na verdade, continuaremos sendo errantes, porém com outras certezas? 
Creio que esta última possibilidade seja a real. Precisamos acreditar profundamente em algo, precisamos nos achar corretos para termos tranqüilidade. A gente não deixa de ter convicções, apenas adquirimos outras. 
O fato é que, seguidamente, as nossas certezas dificultam a nossa mudança ou, pelo menos, a nossa capacidade de reconhecer que precisamos mudar algo em nossa personalidade: estamos certos de que nosso pensar é correto, de que é, enfim, o melhor que podemos ter. 
Então vem a vida e mostra que devemos rever nossas certezas, nos mostrando que nem sempre os conceitos que temos das coisas e dos sentimentos é o que nos fará bem em todos os momentos. 
Resta-nos, portanto conservar a humildade para sermos felizes mudando nossas crenças na medida em que crescemos, sofremos e, enfim, aprendemos. 
As nossas convicções podem ser fortes e arraigadas em nossa alma, mas se não forem mutáveis poderão nos fazer extremamente infelizes. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 04 de fevereiro de 2013.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Aceitação II

Aceitação II 

Penso que amar é aceitar. Não concebo o amor sem a capacidade de aceitar ao outro de coração e alma. Seus defeitos, suas preferências, seu jeito, seus hábitos. 
 Quando existe vontade de mudar ao outro desconfio que inexista aceitação. E sem aceitação não vejo amor de verdade, vejo isto sim, uma paixão imersa em egoísmo e na vontade de que o outro seja uma copia fiel do que se é. Pelo fato, obviamente, de se achar mais sábio ou, em algum aspecto, melhor do que ele. 
O amor de verdade acentua a capacidade de o homem perdoar e aceitar quem ele ama. O amor não enternece apenas a alma, ela enternece a mente do amante. 
 Todavia, o amor não retira as faculdades mentais de ninguém. Aceitar não significa aprovar, tampouco admirar sempre o outro. A aceitação implica em tentar compreender, tentar entender a outra pessoa através do que se conhece dela, ou seja, experiências de vida, educação, decepções vividas. 
 Todo ser humano quer ser aceito, quer que o outro lhe compreenda e aceite sem querer mudá-lo. Se é verdade que as pessoas procuram amor, é fato que, mais do que isso, elas procuram aceitação. 
Enfim, amar não se coaduna com a vontade de tentar mudar o outro, menos ainda com a crença de que depois do (bom e velho) casamento a outra pessoa irá mudar. 
 As pessoas mudam quando elas vivenciam algo e aprendem com isso. De personalidade ninguém muda, porque o outro deseja ou tenta ensinar algo: seres humanos querem aceitação, não professores de virtudes. 
Amar é libertar, é compreender, e, principalmente, aceitar o outro sem afetar-se com o seu jeito, sem sentir-se triste ou mal. É, enfim, superar as diferenças sem impor os seus pensamentos, as suas vontades e expectativas. Para mim, amar implica em saber aceitar. 
 Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 1º de fevereiro de 2013.