Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Respeito

Respeito

Não basta apenas amar, querer bem ou admirar o outro, sentimentos internalizados existem apenas para quem os sente, e do que importa você saber de seus doces sentimentos se o outro que precisa deles para nutrir-se e animar-se não os ouve?
Desça do pedestal, tire seu coração da posição de pico do universo, dê mais carinho, dê mais amor, através da única forma real e divinamente humana de expressá-lo: Respeitando ao outro. Respeitando suas fraquezas, suas limitações e valorizando o seu lado bom, digno e cheio de brio.
Saiba que existem momentos certos para falar tudo, menos para dizer que se ama, um “eu te amo” cai bem na fila do restaurante, no “cachorrão” da esquina, no carro, na cama, cortando a unha do pé. Os “eu te amo” nunca são demais, ser gentil, carinhoso e cordial nunca é exagero, ao menos quando as virtudes não são forjadas, é claro.
Por outro lado existem coisas que, mesmo sendo verdadeiras jamais devem ser ditas, pela questão do respeito. Sinceridade é uma coisa, ser sincero é ser educado, ser bruto com as palavras é coisa de aborígine.Venho falar em prol do carinho, do amor e sua melhor forma de manifestação que se chama respeito: Não quer que teu marido grite ou te repreenda em público? Não faça o mesmo com ela, não quer ser chamado de “corno” não traia, jogue limpo! Não quer que seu filho lhe dê de ombros e vire as costas, o escute e não faça o mesmo quando ele quer lhe mostrar o lindo desenho que fez na escola. Esse é o segredo para uma sociedade harmônica.
Eu te respeito, te adoro, te admiro, te amo, e manifesto isso. Às vezes você pode me irritar, me causar raiva, mas se eu pensar 10 vezes deixarei de dizer algo que lhe trará, no mínimo 10 dias de péssimas energias na sua vida, e talvez gere menos de 10 mil lágrimas nos seus olhos. Respeito, vamos passar adiante no ano que se inicia.

Cláudia de Marchi Pagnussat.

Marau, 30 de dezembro de 2009.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Conhecer e respeitar ao outro.

Conhecer e respeitar ao outro.

Quando eu era criança sempre ouvia minha avó dizer para minhas tias e para minha própria mãe: “A mulher precisa conhecer o homem que tem.” Minha avó que hoje tem 84 anos não estava desprovida de razão, todavia apenas a mulher não deve conhecer o marido que tem, ele também precisa conhecer sua esposa.
Mas, o que afinal ela queria dizer com “conhecer”? Conhecer significa saber o gênio e o temperamento do outro, o que lhe dá ojeriza, o que lhe agrada, o que lhe deprime, o que lhe exalta o ânimo, o que lhe irrita, o que lhe da paz. Para tanto é preciso saber usar muito bem a mente, e obviamente a língua.
Todavia, quem disse que apenas a mulher deve conhecer o seu parceiro? Conhecer o outro e, principalmente respeita-lo é mais do que uma obrigação é uma premissa básica em qualquer relacionamento. Se você sabe que seu marido não gosta de ser tratado com frieza ou repreendido em público (aliás, dou um anel de brilhantes para quem gostar disso), por que o fazes?
Precisamos conhecer nossos parceiros e respeitar seu gênio, sua sensibilidade, sua forma de ser e de sentir a vida e seus acontecimentos, sua forma de interpretar palavras, gestos e atitudes.
Cometer uma gafe e magoar o outro por fazer ou falar algo que lhe desagrada é perdoável, mas repetir freqüentemente a mesma conduta, humilhando e ferindo o outro é um passo para o desamor e para que nasça o caos ao invés da alegria e comunhão no relacionamento. O respeito é, pois irmão siamês do amor.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 23 de dezembro de 2009.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Gente mal humorada.

Gente mal humorada.

A cada ano que passa a vida da gente fica mais corrida: Aumentam as responsabilidades, a busca por uma remuneração justa e condizente com nosso esforço, a superação de fatos insolúveis que nos causam pesar, as mudanças em nossa vida que, ainda que sejam para melhor, nos causam um certo abatimento emocional, enfim, chega ao final de mais um ano e nossa tolerância baixa, enquanto aumenta nossa esperança. Esperança de que no próximo ano tudo se alivie, embora, para mim tudo se alivia num gostoso banho de mar, mas, enquanto não chega o veraneio o solzinho regenera minhas energias.
Creio que não seja eu apenas, mas falo por mim: Gente mal humorada é terrível Faz de uma gota d´água uma enchente, de um comentário uma ofensa, busca (ainda que sem querer) motivos para discutir, pois qualquer mísero fato é motivo para alterar o tom de voz com o outro. Se Friedrich Nietzsche afirmou que gargalhar assemelha os homens a animais relinchando, uma pessoa que altera o tom de voz reclamando e se queixando de algo fica parecendo não apenas um bicho, mas um sujeito abominável, desses demônios que a gente vê em filmes no melhor estilo do clássico "O Exorcista".
A questão é a seguinte: Ergueu a voz, perdeu a razão. O tom de voz alto, a reclamação de um feito na frente de outros humilha e maltrata, é desumano, é um ato vil e desprovido de compaixão, afinal, quem quer ser vítima da ira alheia em público? Qual o empregado ou colega de trabalho deseja ser xingado em público? Qual o marido que gosta de ser repreendido pela esposa na frente de outras pessoas? Provavelmente ninguém, ao menos que exista algum masoquista por ai.
Bem ou mal, todas as pessoas agem tentando acertar e não é com gritos humilhantes que elas irão aprender alguma coisa, pelo contrário, isso só leva ao desamor, ao acúmulo de mágoas que arrasa com qualquer sentimento. Ter paciência é fundamental, paciência com todos. Não existem justificativas para o mau humor. Não dormiu de noite, esta cansado, não relaxou à noite? Azar, durma de dia e deixe os outros trabalharem em paz. Esta com dor de cabeça, dor na perna, dor no joelho, dor na alma? O problema é seu e nenhum ser humano no mundo é obrigado a enfrentar sua ranzinice sem que tenha lhe dado causa.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 22 de dezembro de 2009.

Intrigas no trabalho.

Intrigas no trabalho.

Tem gente por ai que não consegue se mostrar bem, que não consegue demonstrar que é bom, pelo simples fato de sê-lo, e vive tentando diminuir, tripudiar e criticar os outros como se esses fossem degraus de uma escada que lhes levam a um novo “status” social.
É por isso que o mundo é cheio de traições, lidando com seres humanos numa empresa a gente começa a perceber os artifícios dos quais os intelectualmente menos privilegiados fazem uso para “parecerem” bem aos olhos do “patrão”.
Mas apenas pessoas muito pouco experientes, muito tolas não percebem que a inveja reina entre pessoas que estão próximas no local de trabalho. A faxineira nunca terá inveja da executiva presidente de uma companhia, todavia entre ela e suas colegas, entre ela e a cozinheira, existirão muitos “tititis”.
É entre os colegas de trabalho que mais convivem que a inveja aparece solta: Na primeira oportunidade um chega até o chefe jogando pedra no telhado alheio. Pode sua função ser mal e parcamente cumprida, para ele o fato é que o outro “vive dando mancadas”.
O ser humano é cômico. Analisar o homem e suas fraquezas, seus artifícios vis e tolos de se mostrar melhor do que o outro faz até um infante dar risada. Se cada um cuidasse do seu papel, se esforçasse para ser o melhor que pode ser, ao invés de intrigas tragicômicas teríamos trabalhadores mais produtivos e, quiçá, mais bem remunerados e valorizados. Deixemos as fofoquinhas e as intrigas para as crianças que, se educadas por pais de bom caráter certamente deixarão esses atos no seu passado.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 21 de novembro de 2009.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

2009:Perdas e ganhos.


2009: Perdas e ganhos.

Chega ao final o ano de 2009. Ano maravilhoso, cheio de surpresas, de boas novas, de mudanças, mas também cheio de riscos superados, de perdas, de partidas, de risos e de lágrimas.
Ano em que começamos trilhando uma estrada e, de repente mudamos de rumo. Ano em que rompemos laços fortes, mas tornamos real e verdadeiro em nossa vida o significado da palavra amor, liberdade e coragem.
Ano em que pais sofreram a maior de todas as dores: A de enterrar um filho. Ano em que filhos sentiram o maior vazio que o coração pode sentir: O de perder sua mãe. Ano em que muita gente perdeu o chão, mas ao mesmo tempo ganhou o céu caracterizado como aquele “um pouco a mais” de fé, de sapiência e esperança que brota no coração de todos que crêem que existe algo além de nosso arbítrio regendo nossa vida.
Todavia, 2009 não se encerra com missões cumpridas, não para os que estão vivos para começar 2010 com dez mil sonhos para realizar. A missão da gente não termina porque estamos educando bem nossos filhos, porque nosso saldo bancário esta positivo, porque demos apoio para quem necessita, porque nosso casamento esta cheio em alegria.
A missão do homem começa com a dádiva da vida e finda, apenas com o descanso (misterioso) chamado morte, e entre um e outro as perdas e os ganhos são inúmeros, basta estar atento, afinal, não existe escolha sem renúncia, nem perda sem algum ganho, ainda que seja de maturidade e sabedoria, atributos que constroem uma alma forte.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 12 de dezembro de 2009.

In memoriam Maria da Graça Marcondes Dal Piva, minha prima adorada. Força Roberta, Renata, Rafael e Olvide, a missão de vocês continua. Força sempre!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

As manipuladoras e o casamento.


As manipuladoras e o casamento.

Voltei à fase de leitora contumaz apesar de conviver 24 horas por dia com meu marido, nos momentos de folga (quando estou na bicicleta ergométrica, sozinha na banheira, ou quando ele viaja) puxo um livrinho para me fazer companhia.
Adquiri várias obras do Osho, e outras mais complexas, todavia uma aquisição da qual não me arrependo de ter feito é o livro “Porque os homens se casam com as manipuladoras”, não porque tenha gostado do que li, mas pela imensa carga de asneiras que a autora trás em seu pseudo manual que se resume em: “Arranje um marido se fazendo”.
Segundo ela as mulheres têm em mente unicamente casar e ter filhos e demonstram isso para os homens, assustando-lhes, obviamente. Então ela resolveu escrever uma obra afirmando que os homens gostam daquelas que lhes manipulam, das que demonstram distância quando querem aproximação, das que dizem não quando querem dizer sim, porque, segundo ela as mulheres devem ser misteriosas para seus pretendentes. (Se essa tese fosse verídica nenhum casamento duraria mais do que 12 meses).
Trata-se de uma espécie de livro de auto-ajuda para casamenteiras desesperadas que afirma que apenas as mulheres que conseguem manter a razão acima da emoção conseguem se casar. Transar num primeiro encontro? Jamais. Enfim, uma série de argumentos que caem por terra quando duas pessoas realmente se apaixonam e são maduras para assumir um relacionamento sério.
Não é preciso maltratar um homem para tê-lo aos seus pés. Na verdade não é preciso conter seus instintos e desejos para fazer um homem se apaixonar pela “manipuladora” que você não é. Aliás, que homem, ou melhor, que pessoa não gosta de um ser independente, dono de si mesmo, meigo e espontâneo? Quem gostaria de se unir a um ser robótico que “armou” circunstâncias para lhe cativar? Todavia, não deixo de recomendar o livro, porque também é preciso ler tolices para se construir boas idéias.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 08 de dezembro de 2009.

O bom da nossa história.

O bom da nossa história.

Como é bom construir uma história, como é bom saber que demos alegria com sinceridade, que transmitimos força para quem estimamos no momento em que ele precisava, que demos amor e carinho para quem nos deu amor e o prazer de sua companhia. Nossa história pode não ser inserida em livro algum, mas não por isso deixa de ser especial.
Aliás, a nossa história é especial porque é nossa, porque nenhuma outra pessoa no mundo sentiu o prazer que sentimos, ninguém se entregou como nós a um momento extraordinário, ninguém se doou, ninguém se frustrou e sentiu dor como nós, ninguém viveu o que vivemos sejam os mais nobres sentimentos que sentimos, sejam os mais dolorosos.
Cada um constrói a sua história, e assim como refletimos sobre a nossa história de vida às vezes podemos nos dar ao vão trabalho de pensar e julgar a história de quem passou por nós. Todavia, se é verdade que só nós sabemos o que de fato sentimos, é, também verdade que apenas o outro sabe o que de fato se passou em sua mente, em seu coração, e o porque agiu desta ou daquela maneira.
Sei que é bom ter vivido bons momentos na vida. Ter sido julgada como mocinha, como vilã, como leal, como vingativa, mas, principalmente, ter sido o melhor que eu poderia no momento em que vivia, que, apesar dos pesares, sempre foram inquinados de grande ingenuidade. É bom saber que no final de cada ano tenho uma gavetinha cheia de aprendizado guardada no mais profundo de meu coração. Sempre tem algo do qual nos orgulhamos, algo do qual podemos nos arrepender, mas o bom é saber que no final podemos brindar por termos sido sinceros e feito o bem para quem nos cerca, e caso tenhamos magoado alguém, que tenha sido sem querer como aconteceu com aquela taça cristal linda que quebramos na ânsia pela festa.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 04 de dezembro de 2009.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A confiança na vida.

A confiança na vida.

A vida da gente não se cinge as perdas e ganhos que nela obtemos, afinal, sempre que perdemos alguma coisa, acabamos ganhando outra, mesmo que não seja aquilo que desejávamos. Conseguimos, pois descobrir novas paisagens, novos caminhos e, enfim, aprendemos uma nova forma de ver o mundo.
Não resta mais nada para quem quer ser feliz do que ter esperança, fé e confiança em si mesmo. Confiança de que, apesar do lago de lágrimas quentes derramadas, existe um oceano de felicidade lhe cobrando um belo e refrescante mergulho.Todavia, queiramos ou não, para cada escolha existem renúncias. E se você tivesse optado por medicina e não odontologia? E se tivesse deixado teu namoradinho de 15 anos para ir estudar inglês em Londres? E se você, cansada, dispensasse o companheiro preguiçoso? E se tivesse optado por casar com aquela outra que era apaixonada por você?
Poderia, certamente ter dado outro rumo a sua vida, afinal ela é construída por nossas escolhas, mas opções são pessoais e nenhuma pode ser considerada errada. Ninguém opta por este ou por aquele caminho pensando em ser frustrado ou infeliz, e é ai que entra o orgulho pessoal: Porque chorar, e lamentar se você tomou as decisões que acreditava serem certas? Se as escolheu de coração aberto?
Não falo daquele orgulho ligado à empáfia e a arrogância, mas orgulho do que se viveu, do que se foi na vida, do sincero amor dado e recebido, das boas marcas que deixou na vida de muitas pessoas, e pelo perdão dado à quem magoou. Orgulho de ter vivido sendo bondoso é algo que nem a morte apagará.
Portanto nunca paute sua auto estima em sua beleza, em seu belo corpo, em seu sucesso profissional e no dinheiro que afere. Tudo isso pode passar, pode mudar, pode sumir, pode te ser tirado de um instante para o outro, mas a alegria de viver e compreender a vida sem lamentos e auto piedade não podem ser destruídos nunca e fazem de seus donos pessoas de alma forte, apesar de sensível.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 30 de novembro de 2009.