Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 29 de abril de 2009

As lentes simplificadoras da maturidade.

As lentes simplificadoras da maturidade.

Na medida em que amadurece o homem se torna menos complicado e, principalmente, passa a ver a vida com lentes “simplificadoras”. Com a maturidade, resultado da vivência e de algum sofrimento as pessoas aprendem que ser feliz é simples e que a felicidade não tem trilha sonora ou rufar de tambores: Ela também é simples e não complexa e cinematográfica.
Quando a imaturidade prevalece pretendemos que tudo na vida venha ao encontro de nossos ideais: Idealização de amor, idealização de pessoas “excelentes” que nem mesmo nós somos. Esperamos e exigimos demais da vida e dos outros, complicamos, pois o que poderia ser fácil com exigências absurdas e reclamações sem nexo.
Depois de viver um pouco e aprender um tanto com a vida, com os outros e com nossos próprios erros verificamos que apesar de nada ser perfeito neste mundo a felicidade esta à nossa disposição, basta que nos desprendamos do orgulho, do egoísmo, e de várias pequenas tolices para abraçá-la e não deixa-la fugir.
Na verdade a felicidade não foge de quem a conquista, é o homem quem, por estupidez e falta de coragem para assumir que é responsável pela sua própria realização quem costuma joga-la fora. É mais fácil ser comum, é mais fácil viver como mais um set “à espera da felicidade que nunca chega” do que assumir para si mesmo que goza de sentimentos extraordinários que a maioria não usufrui, simplesmente porque complica demais a vida.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Passo Fundo, 29 de abril de 2009.

sábado, 25 de abril de 2009

Os atos dos amados.

Os atos dos amados.

Todo aquele que exige demais das pessoas esta assinando um atestado de incompetência para o amor. Ah, o amor! Sentimento tão mágico e cheio de mistérios que nos torna pequenos diante de sua magnitude.
Amamos, no fundo, sem saber o “porque”. Admiração? Sim, muita, todavia podemos admirar muitas pessoas sem que as amemos, sem que a elas entreguemos nosso coração.
Todavia nosso amado pode ter tido ou vir a tomar algumas atitudes que nos decepcionem sem que, graças à elas, deixemos de amá-lo. Não podemos afirmar, mas é fato que existem coisas mais importantes e outras menos no que se refere às atitudes de quem amamos e seu efeito sobre nosso sentimento.
Todo ser humano deseja amar, ser amado, valorizado, respeitado, admirado, mas, o que acontece quando aquele que amamos decepciona e frustra outras pessoas e não a nós? Depende.
Na verdade enquanto estamos imersos em tal sentimento o que desejamos é, simplesmente, a reciprocidade. Amor, respeito, lealdade é isso que nos importa e deve importar. Como ingerir nos atos alheios, pretéritos ou presentes, se a base do amor é a aceitação, o respeito, inclusive aos defeitos?
O remédio é amar, simplesmente amar e viver tal sentimento gozando a relação da melhor forma possível. Dizem que “nem Jesus Cristo agradou à todos”. E é verdade. Aquele que amamos não irá agradar a todas as pessoas e, nem sempre seus agir em relação à nós irá nos felicitar, nos agradar. São naquelas e nestas ocorrências que o amor é provado: Através do respeito às limitações alheias.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 25 de abril de 2009.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O limite da compaixão.

O limite da compaixão.

A gente precisa de várias chacoalhadas da vida para aprender que não podemos mudar vidas, destinos, que somos impotentes para mudar o mundo. Nosso livre arbítrio cinge-se à nossas ações e escolhas e não as dos outros.
Muitas vezes, na gana de querer ajudar, de querer consertar o que julgamos estar “pifado” na vida alheia terminamos maculando a nossa própria paz de espírito e bem estar.
Compaixão é uma virtude, mas sentir o sofrimento do outro e tentar influenciar a opinião alheia para ajudar a quem sofre, tentar gerir o destino de quem nos cerca ainda que em prol do seu bem é algo perigoso, cujos resultados não costumam ser nada bons.
Nem sempre o que desejamos para quem amamos é o que eles desejam, nem sempre nosso anseio por ser mártir da felicidade alheia é algo salutar, afinal podemos expor a nossa própria tranqüilidade, paz de espírito e alegria com nosso ímpeto de resolver problemas que não são nossos.
Assim como é certo que ninguém pode ser feliz em nosso lugar - o que demonstra o poder de nossa liberdade de escolha e livre arbítrio, - também é certo que não somos Deuses para amenizar a dor alheia ou transformar suas mazelas em alegrias.
Podemos ter compaixão, incentivar, mas jamais poderemos carregar o fardo alheio. Se formos ajudar todos que amamos a erguer e segurar os seus fardos podemos ser esmagados pelo nosso. Conselhos e auxilio a gente só deve dar com moderação e a quem nos pede, de resto devemos querer o bem do outro, mas viver a nossa vida sem ingerir na sua vida pessoal.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 24 de abril de 2009.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Equilíbrio

Equilíbrio

A falta de honestidade, brio e valores da minoria andam acabando com o equilíbrio emocional e psíquico da maioria das pessoas. Não existe como trabalhar, conviver com pessoas e não se ter, às vezes, uma sensação de ensandecimento.
Ás vezes é bom nos sentirmos “loucos”: De contentes, de alegres, de apaixonados. É bom sentir-se diferente, como são de fato os chamados, preconceituosamente, de “loucos”. A loucura é, na verdade, o estado do “diferente”, quando há regressão do homem na forma de agir em algum aspecto ou de reagir a alguma situação.
Ser louco, no bom sentido, é ser diferente, logo é óbvio que todos os “sãos” desejam ser considerados “loucos” às vezes. Triste é quando nos sentimos realmente desequilibrados ou a beira da perda do equilíbrio interior.
A ira é a mãe do desequilíbrio. Quando estamos irados, bravos com alguém ou com alguma situação, quando nossa paciência se esgota, começamos a sentir nosso coração agitado, nossa mão fria, começamos a sentir-nos mal em nosso próprio corpo. A ansiedade cresce e mastiga nossa racionalidade.
Hoje em dia chamamos de estresse, temos remédios, calmantes, a depressão se tornou causa de auxilio-doença, porque a cada dia que passa o homem sente menos confiança em seu próximo, o honesto se desilude, o leal sofre com a deslealdade alheia e assim vivemos: À beira de um “ataque de nervos”.
Pode parecer incrível, mas descobrir nosso ponto de equilíbrio se tornou nossa maior tarefa na vida. Não basta gozarmos seus momentos da melhor forma possível, precisamos respirar fundo, contar até dez ou até mil para não agirmos errado com quem não nos causou problema algum, precisamos tentar manter a calma, superar as irritações que aumentam com nosso sangue a flor da pele para que consigamos ser “normais”, boas esposas, mães e profissionais.
Se antes viver era mais simples, no mundo pós-moderno a tecnologia tornou nossa vida mais fácil em muitos aspectos, todavia não aprimorou o caráter humano de forma que estamos sujeitos a muitas decepções que podem ser superadas desde que não pequemos pela irritabilidade e busquemos nosso equilíbrio e, principalmente, a melhor forma de mantê-lo.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Passo Fundo, 16 de abril de 2009.

Perigosos

Perigosos

Pessoas crentes demais são perigosas. Pessoas que se preocupam demais em agradar, que pecam pelo exagero em palavras doces também são. Pessoas que demonstram ou tentam demonstrar muita inocência, tornando explicitas as suas dores e pesares, que, enfim se fazem de "vítimas", também são perigosas. Ou seja, tudo que aparentemente esta no extremo do que pode ser considerado "bom" não é confiável.
Pessoas realmente bondosas e honestas não se preocupam em apregoar suas virtudes, em agradar aos outros. O homem em paz com sua consciência vive sem pensar demais no julgamento alheio, afinal age conforme manda sua consciência e de acordo com seus princípios. Ora, mas porque pessoas crentes, demasiado religiosas, são perigosas? É claro que existem exceções, todavia a crença demasiada no perdão divino pode corroborar as intenções de quem não olvida em agir com má-fé: Age, erra, maltrata alguém ou lhe prejudica, peca e depois reza muito e, como num passe de mágicas se sente remido e perdoado para seguir a vida e errar novamente.
A espontaneidade é uma virtude cada vez mais rara. Pessoas que dizem o que pensam, que vivem e agem como realmente desejam, sem se adequarem ao que os outros possam delas esperar ou desejar são raras e normalmente são aquelas que nos despertam apreço ou raiva, são pessoas que marcam, ou por serem conosco afins ou por serem de nós muito diferentes.
A falsidade é um grande veneno, confunde, engana e causa caos nas mentes dos mais inocentes. O caráter de uma pessoa não se mede pelas suas palavras, ou pela quantidade de orações que faz num dia, mas sim pela forma com que vive e se age de acordo com o que sente e pensa realmente e não para fazer-se passar por bom, por altruísta ou virtuoso.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Passo Fundo, 15 de abril de 2009.