Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O ser humano e sua "memória seletiva"


O ser humano e sua “memória seletiva”

É um ato tipicamente humano o fato de criar uma certa “memória seletiva” para esquecer ou, simplesmente, não recordar de suas atitudes vis, das quais se arrepende ou se envergonha.
Quem humilha se esquece da humilhação que causou, quem é humilhado não. Quem magoa, fere e machuca um coração se esquece de seus atos, mas quem foi magoado e ferido não, ainda que queira é mais difícil esquecer e, portanto, perdoar. Difícil, não impossível afinal tudo é possível quando uma pessoa se dispõe a operar mudanças em sua própria vida e forma de ser.
Bom, seria se as pessoas conseguissem controlar suas emoções e colocar-se no lugar do outro antes de lhe humilhar, magoar e ferir. Certo é ter uma boa lembrança de tudo, inclusive dos atos que se deseja esquecer, sob pena de nos tornarmos “armas letais ambulantes” que saem por ai destilando veneno sem piedade.
Errar é humano, mas perdoar é divino. Concordo, logo precisamos pensar antes de agir e após as mancadas cometidas, para perdoarmos à nós mesmos pelos danos que causamos ao ferir alguém, sem mandar essa lembrança para o saco sem fundo chamado “esquecimento”.
Quem se sente ferido, pode esquecer, mas apenas após perdoar porque, via de regra, tudo o que sentimos na pele parece doer mais do que aquilo que jogamos na pele alheia. Pensar antes de agir ou falar? Sim, eis a solução.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 28 de janeiro de 2008.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Do amor à revolta.

Do amor à revolta.

O ser humano sofre mais quando se frustra ou decepciona com quem mais ama. O abalo psicológico da frustração que se tem por quem nos criou, com nossos pais, enfim, ou com quem escolhemos para chamar de "amor" é mais doída, mais difícil de superar do que com a que podemos ter com qualquer pessoa neste mundo.
A sensação de traição, de rompimento de expectativas, a dor por ofensas objetivas ou subjetivamente feitas, a dor no coração pelo fato do outro ter "quebrado" em nós o que dele esperávamos por ama-lo é pior e mais traumatizante do que qualquer mágoa que quem não amamos possa nos causar.
Assim, como é fato que quando amamos gostamos da presença, de poder sentir e dar amor ao outro, quando gostamos apenas, a ausência não dói, a falta não machuca, não é problema. Mas e quando quem amamos nos fere, nos frustra, não demonstra ou deixa de demonstrar afeto, quando quem amamos some e deixa um lar vazio sem mostrar valorizar a ninguém?
A tristeza é maior, a raiva também tende se tornar grande, surge revolta, medos, desconfiança porque o mesmo ódio que nos maltrata sai da fonte que nos fazia alegres e contentes. E quanto mais amamos, mais seremos capazes de sentir sentimentos baixos (mas humanos) como o ódio a ira e a revolta.
Todavia, o tempo é senhor da razão e coloca as coisas no seu devido lugar, pode trazer ou não o perdão, pode fomentar o desprendimento e fazer-nos ignorar a existência de quem outrora era sumamente necessário em nossa vida. Só um dia depois do outro, o aprendizado e a maturidade podem fazer-nos mudar de posição, ou não.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 21 de janeiro de 2009.

P.S.: Em homenagem (especificando) à meu pai.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ternura e outras especialidades.



Ternura e outras especialidades.

Existem gestos, atitudes e virtudes que alimentam a alma da gente, que mais do que qualquer importância em dinheiro nos fazem levantar da cama alegres, em paz, contentes, felizes com a vida.
Ternura, carinho, delicadeza, afeto, apenas isso. Uma tarde, uma noite, uma manha, qualquer momento se torna especial quando estamos com pessoas ternas e carinhosas. A vida nos sorri quando somos abraçados, beijados, mimados, acarinhados por quem julgamos ser especial.
Muitos se tornam especiais justamente por surgirem em nossas vidas com seus corações calorosos, com sua forma terna de tratar, ser e afagar no momento em que precisávamos ser bem cuidados, afinal, quem não precisa de carinho? Quem não quer redescobrir sentimentos em uma forma simples de amar, de gostar, de curtir um relacionamento?
Sexo, cama, festa? É fácil de achar companhia, mas ternura, sinceridade no olhar, força e delicadeza no tocar, demonstração de valorização e estima são raros, não se encontram em qualquer esquina, assim como não encontramos facilmente pessoas dignas de tais atos, porque embora todos gostem de ser bem tratados, nem todos sabem bem tratar, bem amar.
Fato é que não existe dinheiro, não existe absolutamente nada que supra um beijo terno, um abraço apertado, um toque, um carinho no rosto, no pé, uma massagem nas costas. Ser bem tratado e bem tratar é ambicionado por muitos e conquistado por poucos.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 15 de janeiro de 2009.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Quem guarda tem, quem cuida não perde.

Quem guarda tem, quem cuida não perde.

Já dizia meu avô que quem “guarda tem”. Quem guarda, quem cuida, realmente tem, ou mantém por mais tempo os papéis nas gavetas. Quem cuida do que gosta, invariavelmente, também vai poder gozar por mais tempo do objeto prezado.
Relacionamentos, amizades, amores, romances enfim, são como plantas - eles duram na medida em que deles cuidamos, zelamos, regamos. Quem não sabe cuidar de algo, quem não tem a paciência de um semeador, via de regra, acaba com a semeadura antes da germinação da semente.
Existe um refrão de uma musiquinha que fala em tom de ordem: “Cuide bem de seu amor, seja quem for”. Esse “seja quem for” acho meio sem rima, sem graça e sem sentido porque para quem ama “seja quem for” esse alguém possui muita significância a ponto de se tornar a pessoa mais iluminada da existência do amante.
Embora, o “seja quem for” ser sem sentido, o “cuide bem de seu amor” faz muito sentido. Ora, mas como cuidar bem de um amor? Como se cuida de qualquer coisa valiosa, como se cuida de uma jóia, de algo pelo qual temos muito apreço: Com delicadeza, zelo, atenção.
É simples, não tem segredos. O amor não tem segredos - o coração intui, a alma sente, o corpo se exalta num calor doce que queima sem ser visto, como diria o grande Camões. Não é preciso muitos paparicos, mas zelo, cuidado com o que se diz, com as atitudes que se toma, com a coerência entre o que se sente, pensa e diz.
Ninguém deixa um anel de diamantes exposto na chuva em cima de um carro, certo? Da mesma forma quem ama não expõe seu amor às intempéries, cuida, zela, evita o mau tempo para curtir bons momentos. A vida ensina. A vida ensina a amar e a ser bem amado também.
É, nada como um dia depois do outro para fazer a gente ver como é importante guardar para se ter, e cuidar do que se preza para não perder por pouco o que não se acha tão fácil. Cuide bem do seu amor, porque o anel de diamantes pode ser roubado, perdido e readquirido, mas um grande amor não se vende em qualquer joalheria. Pessoas não são como objetos, possuem alma não são seres inanimados.
Só quem já teve a coragem suficiente para entregar seu coração ao amor sabe que não existem benesses que lhe supra a falta, não existe dinheiro que o compre, apesar de que, graças aos anjos ele existe (money) para suprir na vida humana a falta que um amor de verdade ou a dor que sua perda pode trazer.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 26 de dezembro de 2006.

A verdade sobre a irrelevância.

A verdade sobre a irrelevância.

Tudo na vida possui o valor que atribuímos, o significado, pois que lhes damos. Nada nasce importante, “querido”, estimado, ou desprezado, somos nós que atribuímos às pessoas e coisas estes adjetivos de acordo com nosso prezar, ou falta dele, para com elas.
Podemos dar importância demasiada a determinado fato ou pessoa, por mais que não gostemos de sua lembrança ou existência. Esta ocorrência passada, ou este ser passarão a ter “influência” em nossa vida porque iremos falar e pensar neles.
Através do pensamento e das palavras atraímos coisas boas, e afastamos o que é negativo de nós. Pensar em algo inconveniente, dar importância à existência de alguém que não nos agrada irá causar problemas ainda maiores porque ela irá ganhar importância porque estamos lhe dando certa “atenção” e relevância maior que possui.
A melhor forma de atribuir a pessoas e a fatos a característica de “insignificante” é não falar, tampouco pensar neles, pois, a partir do momento em que “estudar” acontecimentos passados ou psique
 de nossos desafetos acontece, demonstramos que, na verdade, eles possuem significância em nossa trajetória.
Significância porque usamos do pouco tempo que possuímos para pensar em certas pessoas, remoer atos e acontecimentos, lamenta-los ou critica-los. Quando algo realmente é insignificante para nós não precisamos dizer que ele é. Nós simplesmente não falamos dele.


Cláudia de Marchi

Passo Fundo/RS
, 13 de agosto de 2006.

Altos e Baixos

Altos e Baixos

Ontem o dia foi entediante, hoje parece que até as formigas no chão estão sorrindo para nós. A vida é assim, não muda muito de um dia para o outro no que diz respeito a ocorrências grandiosas, todavia muda nossa forma de encarar os dias, por uma razão ou outra, geralmente simples de compreender.
Sem dúvida podemos ter uma segunda-feira assoberbada, enfrentar problemas com colegas de trabalho, clientes grosseiros ou inadimplentes, enfim. Todavia podemos ter uma terça-feira calma, com bastante trabalho, mas sem nenhum “dissabor”. Nada ocorreu de especial, porém nada se deu que infectasse nosso humor.
É nas entrelinhas de nossa existência que percebemos que a dinâmica de nossa vida é a mudança, são os “altos e baixos” ainda que em nossa forma de julgá-la. Hoje estamos alegres e tudo parece lindo, amanha estamos chateados e o mais doce bombom parece ser amargo.
Quando olhamos para um eletrocardiograma percebemos em sua leitura que há pequenas elevações e declínios nas batidas de um coração saudável. Quando a linha fica reta é sinal que a pessoa morreu.
Mudanças de pensamentos, de expectativas, frustrações, surpresas, alegrias, tristezas, fazem parte de nossos dias e da forma com que os encaramos. Viver é estar em constante mudança por mais que não seja perceptível, assim como o pulsar de nosso coração: Ninguém pára para analisar suas batidas, mas ele bate a todo instante.
Viver bem é curtir um dia após o outro com a mesma esperança no coração, fé no futuro e na realização dos sonhos, é tentar rir no final do dia “meia boca” porque amanha poderemos ter um “sorriso inteiro” estampado no rosto. Mudanças e “altos e baixos” indiciam o fluir da vida em nosso corpo e dia a dia.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 25 de outubro de 2006.
APÓS ALGUMAS SEMANAS DE ESTRESSE EXTREMO E BAIXA INSPIRAÇÃO, INSIRO TEXTOS ANTIGOS PARA OS LEITORES QUE AINDA NÃO OS CONHECEM, ÓBVIO QUE ELES ESTARÃO ACIMA DESTE RECADO...
FÉRIAS!!QUEM NÃO PRECISA DELAS?! ESTOU PRECISANDO, MAS SÓ EM FEVEREIRO, POR ENQUANTO: ÂNIMO VENHA À NÓS!!!!!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Tertuliano

Tertuliano

Desde criança minha mãe teve o hábito de recitar-me alguns poemas e poesias em circunstâncias nas quais, segundo ela, eles seriam pertinentes. Há muito tempo atrás ela recitou esse, cujo autor desconhecia, mas que “poderia” ser de Carlos Drummond, há dois dias atrás ela voltou a recitar-me:

“Tertuliano, frívolo peralta, Paspalhão desde fedelho, Incapaz de ouvir um bom conselho;Tipo que, morto, não faria falta.Mas um dia deixou de andar à malta.E indo à casa do pai, honrado e velho,Mirou-se diante de um espelho,E à própria imagem disse em voz bem alta:Tertuliano, és um rapaz formoso,És rico, és talentoso.Que na vida se te faz preciso?O pai, sisudo,Que por trás da cortina ouvia tudo,Serenamente respondeu: JUÍZO!...”

Sempre achei cômico e gostaria de ter certeza sobre a autoria do poema. Tertuliano era um megalomaníaco, do tipo que esbarramos na rua a cada instante. Do tipo que crê que o universo gira em torno de seu umbigo, que não se conforma quando as coisas não saem de seu jeito, perde o controle, se descabela blasfema: “Ora, como Deus não pôde fazer tudo da forma que desejo? Este mundo esta torto, só pode!”.
Tertuliano se achava demais, certamente era menos belo do que a imagem que refletia no espelho, menos rico do que ostentava e menos talentoso do que dizia ser, ele como bom megalomaníaco, se sentia mais do que era e nunca tendo ouvido conselhos, obviamente trilhou o caminho errado e para não admitir seu fracasso, na casa de seu pai, se gabava de seus dotes.
Quem é bom de caráter e alma nunca se gaba. Quem é bom não se vangloria, quem tem importância social não apregoa aos quatro ventos o que é, ou o que um dia foi. Tertuliano era um frustrado, um mal criado, cuja mãe – e pai- deixou-lhe fazer o que queria sem impedir que o paspalhão se criasse de melhor forma.
Existem muitos tertulianos e tertulianas no mundo, já diria minha mãe. Muitos que passaram pela vida de muitos homens, de muitas mulheres, valorosas, sinceras, belas, e lhes fizeram mal, lhes maltrataram, mas, doentes por serem megalomaníacos ainda dizem que poderiam “lhes ter de volta a hora que quisessem”.
Ora, Tertuliano, elas, eles?Voltarem para você? Para o vazio da falta de carinho, para o excesso de egocentrismo com doses se alguma bebida hight class, para a brutalidade e violência física ou verbal, sem afeto, toques sensuais, elogios e beijos? Não, os tertulianos precisam mesmo é de um bom analista. São megalomaníacos e egocêntricos, um perigo para quem com eles convive, não sabem se controlar nem refletir, e como todo bom doente nunca reconhece que precisa de ajuda, afinal eles sabem mais do que todos.
Na verdade muitos, realmente, mortos, pouca falta fariam. Não souberam amar, dar carinho e conforto a quem lhe amou em vida, ignorou os bons princípios, viveu só afastando de si boas pessoas, foi rude, grosseiro, porque “ele era o melhor”, ele estava acima dos outros. Talvez para sua mãe e pai Tertuliano fizesse falta, talvez para seus filhos não, tertulianos não são bons pais, eles querem ser o centro do Universo e jamais conseguiriam assumir um pequeno, um “filhote” como alguém que precisa de toda sua atenção.
Pobres tertulianos, vagando pelo mundo como nadas ambulantes inserindo em sua parca mente e coração – vazio de sentimentos nobres - que possuem alguma importância a mais do que os demais transeuntes na estrada da vida. Coitados, justamente por se acharem além dos outros é que são menos, quase nada nesta vida. São, realmente, aqueles que mortos pouca falta fariam (talvez para o Governo se pagam em dia seus impostos, ou para os pais, cuja ausência logo superariam: Gente que não sabe dar atenção e carinho é esquecida facilmente).
Arrependimento os tertulianos não têm. Mas quanto de tal sentimento sentem os que um dia lhes deram credibilidade, lhes viram como gente decente. Tratando um tertuliano bijuteria, como se fosse uma jóia rara. Esses morrem um pouco por dentro, de arrependimento por terem convivido com um desses tipos que mortos não fazem falta. Mas, ao mesmo tempo, se regozijam porque existem muitos seres especiais neste mundo. Especiais e humildes de espírito.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 29 de dezembro de 2008.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O maior valor

O maior valor.

É incrível o quão mais fácil, ou quiçá mais nobre é para o homem aprender com seus tropeços. Com a superação de cada problema ou dificuldades de espécies várias nós nos tornamos mais maduros e melhores enquanto seres humanos.
Às vezes é enfrentando mentiras, falta de respeito e atenção, desprezo ou qualquer tipo de ato infeliz que aprendemos a ver de longe o que realmente é bom e tem valor nessa vida: O amor.
Não falo do amor carnal, “hetero” ou homossexual, mas o amor à vida, o amor que gera gratidão, respeito, o amor que gera uniões que perseveram, que faz com que as pessoas se disponham aos mais incríveis atos, que nutram boas virtudes e tenham humildade.
Piegas ou não, é o amor que o homem dá e recebe na vida que baliza o que podemos taxar de “seu verdadeiro valor”. Bens materiais vão, a pele dura envelhece, o rosto bonito enruga, a virilidade diminui, mas o amor e respeito que devemos nutrir pela vida, por nossa existência e por aqueles que foram colocados no nosso caminho só aumenta e nos torna mais fortes, se lhes damos importância e os cultivamos, afinal belas flores não nascem em terra seca.
É bom ter grana? Vida boa? Conforto? Luxo? Beleza? Claro, mas a uma grande diferença entre ser valoroso e bom e ser essencial. O essencial, esta além do que os olhos podem ver, esta no coração do homem e na sua capacidade de amar e respeitar o outro, tal qual deseja ser amado e respeitado.
Feliz aquele que quando desta vida sai é lembrado por ter sido bom, por ter amado e dado amor a quem estava a seu redor, que valorizou a própria vida, que não deixou para traz corações injustiçados ou almas doídas por terem sido iludidas, feliz, pois o homem que tem amor no coração, é este amor que lhe eternizará na lembrança dos que nela ficam.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 09 de janeiro de 2009

Pesados conselhos de ano novo.

Pesados conselhos de ano novo.

Mais um ano se inicia, amor, tolerância, paz, respeito, força de vontade, garra, fé, dentre tantos atributos é o que desejamos uns para os outros, todavia por ser pessoa experiente na lida dos amores frustrados e das “mentes perigosas”
[1], venho desejar a cada um, outros anseios.
Desejo, minhas caras amigas e amigos, que não se deixem enganar por lobos em pele de cordeiros, que tenham medo e não piedade daquele que se fazem sempre de vítima: Vítima dos pais, dos irmãos, do médico, dos clientes, de todos. Tema, aqueles que não dizem “eu fui culpado”. São pessoas perigosas aquelas que não sabem assumir suas próprias culpas e responsabilidades.
Temam, da mesma maneira aqueles que não assumem suas responsabilidades em diálogos maduros e sem ofensas, aqueles que tendo lhes magoado são incapazes de secar-lhe as lágrimas e pedir perdão. E, se pestanejar lhes empurram para longe de suas vistas em atos de brutalidade descontrolada.
Tenham medo dos que perdem o controle sobre si mesmos, sobre seus gestos, atos e palavras, que são brutos, que tomam atitudes bruscas, não pensem lindas donzelas, no hoje e no bom sexo (?) que às espera à noite, pensem no pai que desejam para seus filhos: Uma pessoa equilibrada e afetuosa ou uma pessoa instável e cheia de rompantes?
Tenham desconfiança também daqueles que querem lhes afastar da opinião alheia, da opinião que a comunidade tem a seu respeito: Um homem também é o que os outros dizem dele. Onde há fumaça, há fogo. E se avistarem a fumaça, tentem desvendar a origem da queimada.
Fujam dos indivíduos que se acham superiores aos demais e que em seu interior admitem suas fraquezas, dos que bebem demais, reclamam demais, ao mesmo tempo em que se auto-elogiam em demasia como se fossem hoje os mesmos bebês ou adolescentes lindos que eram outrora.
E, sobretudo, meus caros, sigam os conselhos dos pais se ainda os tiverem por perto. Uma mãe não se engana, ela vê mais longe do que qualquer olho pode ver, ela enxerga com a intuição, com o sexto - sentido, com um “que” que só as boas mães possuem. E, assim, desejo felicidades à todos, nos negócios e em quaisquer empreendimentos, no caso, os afetivos, afinal, do que seria a vida sem o amor?

Passo Fundo, 1º de janeiro de 2009.

[1] Silva, Ana Beatris Barbosa. Mentes Perigosas – O psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2008.
Por ter identificação com o texto acima transcrevo parte da música "Mais uma Vez" da Legião Urbana:
"Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!"

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Aproveitar a vida

Aproveitar a vida

É no conteúdo implícito em certos conselhos ou “palavras de incentivo” que podemos perceber a notória diferença entre um individuo e outro exemplo disso é o tradicional: “Você tem que aproveitar a vida!”.
“Sim, mas eu vivo com o intuito de aproveitar minha vida e em cada ato acho que estou gozando bem o meu viver, por que me dizer isso?” Simples: Na opinião de muitas pessoas o que para mim é aproveitar, pode ser vegetar, viver em tédio, em mesmice.
Outro dia um amigo me aconselhou a aproveitar a vida dizendo para eu sair mais, curtir mais a noite, ficar (transar, sendo mais específica) com sujeitos com os quais eu não namore e tal, pra ter “experiência”. Daí eu disse que pra mim aproveitar a vida eu já aproveito e pra curtir a noite acho melhor com parceria (namorado) ou, se sozinha, dançando muito, sem beber em excesso.
Dispenso o sexo casual no “aproveitamento da minha vida”, pelo menos no sentido referido, pra “curtir”. Existem coisas que só são “excelentes” (e eu me contento com excelência e não com “muito bom”) quando feitas com quem realmente vale a pena, e isso não acontece numa noitada depois de uns tragos, em que mal e parcamente a gente consegue contar até 100. Ou seja, o que para uns é curtir, aproveitar, pára mim é desperdício de corpo, tempo e quiçá de sentimentos, porque existem sempre aquelas donzelas que criam “apego” fácil.
Quem esta certo, quem esta errado? Ora, não há certo nem errado quando o assunto é viver e ser feliz. Porque o que importa na vida, é unicamente isso: Ser feliz. Se uma pessoa é feliz trancada num quarto com uma garrafa de água e outra de vinho, que seja!
Se uma pessoa é feliz sendo monástica, que seja! A vida é dela, quem vai rir, chorar ou lamentar os efeitos de suas ações é ela e mais ninguém (sim, porque hoje ou amanha os efeitos de nossas atitudes vêm bater à nossa porta). Bem aventurados, pois, os que aproveitam a vida sendo sinceros com os outros e consigo mesmos.
Então, se você acha que a pessoa que vive de forma oposta a sua é infeliz ou não esta curtindo a vida, saiba que, no conceito dela o “infeliz” pode ser você. Cada um faz o que quer com a própria vida e, certamente, vive na certeza de que esta no caminho certo da tranqüilidade e felicidade de espírito, do contrário mudaria de rota.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 06 de janeiro de 2008.